Zumbido no ouvido, cientificamente conhecido como tinnitus, é a percepção de um som sem fonte externa, não audível para outras pessoas.

Este problema comum afeta milhões de pessoas no mundo, enchendo os ouvidos com sons que só o indivíduo afetado escuta.

Não é uma doença por si só, mas um sintoma de várias condições médicas ou de lesões na região auditiva.

Quando associado a problemas crônicos, os profissionais de saúde não podem curar o zumbido no ouvido, mas podem ajudar a controlar seu impacto na vida diária das pessoas afetadas.

Se você tem sofrido com um zumbido no ouvido constante, trouxemos algumas dicas práticas e simples do que você pode fazer para resolver  a situação.

Então, continue a leitura e obtenha informações importantes sobre:

• Zumbido no ouvido, o que fazer?
• O que pode causar o zumbido no ouvido?
• Quanto tempo pode durar o zumbido no ouvido?
• Como tratar o zumbido no ouvido?
• A Cannabis medicinal pode ajudar no tratamento?

Zumbido no ouvido, o que fazer?

O zumbido é frequentemente descrito como um som de toque, rugidos e outros ruídos, os quais somente a pessoa afetada escuta em um ou ambos os ouvidos.

É um sintoma muito comum, afetando de 10 a 25% dos adultos, ocorrendo também em crianças. Ele melhora e desaparece com o tempo, ou pode se tornar crônico se persistir por três meses ou mais.

Embora seja um problema multifatorial, a maioria das pessoas com zumbido no ouvido apresenta algum grau de perda auditiva. 

Raramente está associado a problemas médicos graves e geralmente não interfere fortemente na vida diária, mas pode afetar o humor, o sono e a concentração de muitos pacientes.

O som varia entre suave ou alto, grave ou agudo, contínuo ou intermitente. Movimentos da cabeça, pescoço, olhos ou toques em certas partes do corpo às vezes afetam o som percebido, o que é conhecido como zumbido somatossensorial.

A maioria dos casos de zumbido é subjetiva, percebida apenas pelo indivíduo. Em casos raros, o som pulsa ritmicamente com os batimentos cardíacos, sendo audível pelo médico com um estetoscópio, o que é chamado de zumbido objetivo.

Geralmente, o zumbido objetivo tem uma causa identificável e é tratável com as dicas que compilamos abaixo.

No entanto, é importante saber: se as medidas abaixo falharem ou se o zumbido no ouvido persistir por um longo período, procure um profissional de saúde para investigar as causas associadas.

1. Evite ruídos altos

A exposição frequente a ruídos altos é o principal fator associado ao desenvolvimento do zumbido no ouvido.

O ruído intenso danifica as células sensoriais do ouvido interno, responsáveis pela transmissão de sinais sonoros ao cérebro, levando a um zumbido persistente ou intermitente, conhecido como tinnitus.

Para prevenir ou reduzir esse sintoma, evite ambientes ruidosos e utilize protetores auriculares em situações de exposição prolongada a ruídos intensos, como shows musicais, ambientes industriais ou atividades recreativas barulhentas.

Para casos em que o zumbido é causado por exposição a sons altos, existem opções de tratamento que visam a redução dos sintomas. Por exemplo:

• Dispositivos eletrônicos projetados para suprimir o ruído são recomendados;
• Máquinas de ruído branco, que emitem sons como estática, chuva ou ondas do mar, frequentemente eficazes na diminuição do zumbido;
• Pode-se considerar ainda o uso de dispositivos de travesseiro para ajudar durante o sono, além de utilizar ventiladores e umidificadores que também produzem ruído branco e são úteis para minimizar o zumbido;
• Dispositivos de mascaramento, semelhantes a aparelhos auditivos, que emitem um ruído branco de baixo nível também são prescritos para suprimir os sintomas do zumbido associados à exposição de sons. 

2. Reduza cafeína e álcool

Você sabia que o consumo excessivo de cafeína e álcool pode ser a causa do seu zumbido no ouvido?

Ambas as substâncias têm efeitos estimulantes que afetam o sistema nervoso central e a circulação sanguínea, intensificando a percepção do sintoma.

A cafeína, encontrada no café, chá, refrigerantes e certos medicamentos, desencadeia sintomas de zumbido devido à sua capacidade de aumentar a pressão arterial e a atividade neuronal.

Em contrapartida, o álcool dilata os vasos sanguíneos, aumentando o fluxo sanguíneo para os ouvidos e exacerbando o zumbido em alguns casos.

Reduza o consumo dessas substâncias e observe se o conforto auditivo será melhorado. Caso contrário, prossiga com as próximas dicas…

3. Gerencie o estresse

O estresse emocional e físico está fortemente associado ao desenvolvimento do zumbido no ouvido.

Situações estressantes aumentam a tensão muscular, incluindo os músculos ao redor do pescoço e ombros, que estão ligados ao sistema auditivo, resultando em maior sensibilidade ao zumbido.

O estresse crônico também desencadeia reações fisiológicas que afetam a circulação sanguínea e a função do sistema nervoso, influenciando diretamente a percepção do zumbido.

Gerenciar o estresse através de técnicas como meditação, yoga, exercícios de respiração e terapia cognitivo-comportamental ajuda a reduzir a intensidade do zumbido e melhorar a qualidade auditiva. 

4. Use terapias de som

Terapias de som, como a terapia de habituação sonora ou o uso de dispositivos de mascaramento sonoro, são altamente eficientes no tratamento do zumbido, resolvendo cerca de 85% dos casos.

Essas abordagens visam distrair o cérebro do zumbido, uma vez que geram sons suaves e agradáveis que diminuem a percepção do zumbido.

A terapia de habituação sonora envolve a exposição controlada a sons neutros por períodos prolongados, ajudando o cérebro a filtrar o zumbido e reduzir sua importância percebida.

Dispositivos de mascaramento sonoro, como aparelhos auditivos ou geradores de som, são ajustados para fornecer um ruído de fundo constante que mascara o zumbido, tornando-o menos intrusivo na vida.

5. Mantenha um estilo de vida saudável

Um estilo de vida saudável mitiga todos os fatores de risco que prejudicam sua saúde auditiva geral. 

Por exemplo, praticar regularmente exercícios físicos melhora a circulação sanguínea e ajuda na oxigenação dos tecidos do ouvido interno.

Por outro lado, uma alimentação equilibrada, rica em vitaminas e minerais essenciais, também é importante para reduzir a neuroinflamação e sustentar a saúde auditiva.

Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de substâncias como cafeína e álcool beneficia diretamente a função auditiva, reduzindo a intensidade do zumbido.

Também é preciso manter um peso saudável e controlar condições como hipertensão arterial, fatores que contribuem para o aparecimento de complicações auditivas relacionadas ao zumbido.

6. Busque ajuda profissional

Se todas as alternativas anteriores falharem, é hora de buscar um profissional para receber um diagnóstico preciso e tratamento adequado, pois causas mais sérias podem estar associadas.

Um médico otorrinolaringologista é o principal responsável por realizar avaliações detalhadas para identificar causas subjacentes do zumbido, como perda auditiva, lesões no ouvido ou condições médicas.

Com base no diagnóstico, serão recomendadas terapias comportamentais, medicamentos ou encaminhamento para outros especialistas, como psicólogos ou terapeutas especializados.

Lembre-se que você não deve esperar muito para procurar por ajuda médica, especialmente se o zumbido no ouvido estiver impactando fortemente suas atividades diárias.

O que pode causar o zumbido no ouvido?

Diversos fatores desencadeiam ou agravam o zumbido no ouvido. No entanto, em muitos casos, a causa exata permanece desconhecida.

Na maioria das situações, o zumbido é resultado de uma das seguintes condições:

• Perda auditiva: O zumbido pode ocorrer devido ao desgaste ou quebra das células ciliadas no ouvido interno (cóclea), que são responsáveis por transmitir sinais elétricos ao cérebro quando expostas a ondas sonoras. Este desgaste leva a impulsos elétricos aleatórios que o cérebro interpreta como som.
• Infecções ou obstruções no ouvido: Blocos nos canais auditivos por acúmulo de líquido, cera, sujeira ou outros materiais alteram a pressão no ouvido, desencadeando o zumbido.
• Lesões na cabeça ou no pescoço: Traumas nessas áreas quase sempre afetam o ouvido interno, nervos auditivos ou áreas do cérebro relacionadas à audição, resultando em zumbido unilateral.
• Medicamentos: O zumbido no ouvido também costuma ser um efeito colateral de certos antibióticos, medicamentos contra câncer, diuréticos, antimaláricos e antidepressivos, muitas vezes desaparecendo quando a medicação é interrompida.

Existem também causas menos comuns para o zumbido, incluindo problemas no ouvido e lesões ou condições que afetam os nervos ou áreas auditivas, por exemplo:

• Doença de Ménière: Um distúrbio do ouvido interno relacionado à pressão anormal do fluido do ouvido interno, frequentemente acompanhado por zumbido como sintoma inicial.
• Disfunção da tuba auditiva: Condição na qual o canal que conecta o ouvido médio à garganta permanece constantemente aberto, causando sensação de plenitude e zumbido no ouvido.
• Alterações ósseas no ouvido: Otosclerose, um endurecimento anormal dos ossos do ouvido médio, afeta a audição e pode causar zumbido, sendo frequentemente de origem hereditária.
• Espasmos musculares: Contrações musculares no ouvido interno desencadeiam zumbido e perda auditiva, podendo estar associadas a condições neurológicas como esclerose múltipla.
• Distúrbios da articulação temporomandibular (ATM): Problemas nesta articulação, localizada na frente das orelhas onde o maxilar inferior se conecta ao crânio, causam zumbido no ouvido.

Quanto tempo pode durar o zumbido no ouvido?

Na maioria dos casos, o zumbido no ouvido dura apenas alguns segundos, minutos ou horas, especialmente se aparece depois de exposição a ruídos altos, como em concertos ou lugares barulhentos.

Nessas situações, o zumbido diminui aos poucos enquanto o ouvido se recupera. Mas se o zumbido permanece por mais de algumas semanas, pode ser sinal de algo mais sério.

Se o sintoma persistir por mais de seis meses, provavelmente está relacionado a problemas como perda auditiva devido à idade, lesões no ouvido, exposição prolongada a barulhos altos, infecções ou condições médicas como a doença de Ménière.

Embora possa ser muito incômodo e atrapalhar a vida, muitas pessoas aprendem a conviver com o zumbido no ouvido utilizando estratégias de manejo e apoio profissional. Portanto, consulte um médico para descobrir o motivo e explorar tratamentos.

Como tratar o zumbido no ouvido?

Para determinar o melhor curso de tratamento, um profissional de saúde, geralmente um fonoaudiólogo, realiza um exame físico para identificar problemas nos ouvidos. Ele também revisa seu histórico médico, incluindo exposição recente a ruídos altos.

A depender da situação, ele o encaminhará para um otorrinolaringologista para avaliar condições médicas que afetem os ouvidos.

Como o zumbido é sintoma de várias condições, médicos tratam a causa subjacente após testes diagnósticos, como audiometria tonal, compreensão de fala e timpanometria.

Exames de sangue podem ser solicitados para verificar problemas de saúde associados. Imagens como ressonância magnética ou tomografia computadorizada também costumam ser prescritas.

A terapia sonora é eficaz para muitos casos, reduzindo o zumbido ao longo do tempo. Além disso, um profissional de saúde pode recomendar:

• O uso de um dispositivo auditivo, como ruído branco ou sons da natureza, para distrair o cérebro e reduzir o zumbido.
• Usar geradores de ruído intra-auriculares para alívio durante o dia, evitando o uso durante o sono. Opções noturnas alternativas podem ser discutidas com o fonoaudiólogo;
• A administração de medicamentos que reduzem a inflamação, ansiedade ou qualquer outro fator biológico que esteja associado com a etiologia do zumbido no ouvido;
• Remoção de acúmulo de cera no ouvido para aliviar os sintomas do zumbido;
• Tratamento de condições vasculares subjacentes, procedimentos cirúrgicos ou outros tratamentos específicos.
• Uso de aparelhos auditivos para casos em que o zumbido está associado à perda auditiva induzida por ruído ou relacionada à idade;

Terapias medicamentosas

Vários medicamentos foram investigados para o tratamento do zumbido. Algumas abordagens incluem o uso de baixas doses de ansiolíticos, como Valium, ou antidepressivos, como Elavil.

Combinar um esteroide aplicado no ouvido médio com o ansiolítico alprazolam demonstrou eficácia em certos casos.

Estudos limitados indicam, ainda, que o hormônio misoprostol também poderia resolver o zumbido no ouvido.

Além disso, a lidocaína, utilizada no tratamento de certos tipos de arritmias cardíacas, ajuda a aliviar o zumbido dependendo do caso.

No entanto, seu uso requer administração intravenosa ou no ouvido médio, e os benefícios da lidocaína quase sempre são superados pelos riscos associados, o que levou à contraindicação do uso rotineiro.

Medidas preventivas e adaptativas

Como o zumbido no ouvido costuma ser um sintoma de outras condições de saúde, evitá-lo nem sempre é possível. Mas ainda é essencial proteger sua audição para reduzir o risco de piora, especialmente em:

• Ambientes de construção ou fábrica;
• Eventos musicais ou artes performáticas específicas;
• Durante aulas de exercício, onde a música alta é comum para motivação;
• Em shows e cinemas, onde os níveis de ruído podem prejudicar a audição ao longo do tempo;
• Ao usar ferramentas elétricas ou equipamentos barulhentos como cortadores de grama;
• Ao usar fones de ouvido, mantenha o volume baixo para proteger seus ouvidos.

Considere consultar um fonoaudiólogo se você frequentemente se envolve em atividades que exigem proteção auditiva.

A Cannabis medicinal pode ajudar no tratamento?

O receptor CB1 é altamente expresso no sistema nervoso central (SNC), incluindo áreas envolvidas no processamento auditivo, como o colículo inferior e o córtex auditivo.

A ativação dos receptores CB1 por fitocanabinoides da Cannabis, como o THC, modula a liberação de neurotransmissores e altera a excitabilidade neuronal, influenciando a ocorrência do zumbido no ouvido.

O zumbido no ouvido também é frequentemente associado a sintomas de ansiedade e estresse.

Mas esse fator pode ser remediado pelo CBD (canabidiol), que possui propriedades ansiolíticas mediadas pelo receptor 5-HT1A, que está implicado na regulação do humor e da resposta ao estresse.

Com suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, o canabidiol também protege os neurônios do dano oxidativo e da inflamação crônica causada por alterações no humor.

Isso acontece graças à modulação dos receptores PPAR-gama, que ajudam a regular genes envolvidos na inflamação e no metabolismo celular.

E não vamos esquecer do THC, que também tem um potencial neuroprotetor, pois ele permite a liberação de fatores neurotróficos como o BDNF para promover a sobrevivência neuronal e a plasticidade sináptica.

Quais os benefícios da Cannabis para zumbido no ouvido?

Diante dos mecanismos mencionados acima, a Cannabis promove muitos benefícios para pessoas com zumbido no ouvido, entre os quais:

• Ajuda a diminuir a ansiedade associada ao tinnitus;
• Promove o alívio da dor em casos onde o zumbido é acompanhado por dores de cabeça ou tensão muscular;
• Oferece proteção contra danos neurais associados ao estresse oxidativo;
• Reduz a hiperexcitabilidade neuronal, contribuindo para a diminuição da percepção do zumbido;
• Combate o estresse oxidativo, protegendo as células auditivas;
• Diminui a hipersensibilidade auditiva associada ao zumbido;
• Melhora a capacidade de concentração, reduzindo a distração causada pelo zumbido;
• Auxilia na redução do estresse, diminuindo a percepção e o impacto do zumbido.

Com o objetivo de elucidar estes benefícios, um estudo de 2023 entrevistou pessoas com zumbido no ouvido para entender suas perspectivas sobre o uso da Cannabis nesta condição.

Para isso, 45 pacientes de uma clínica, com zumbido no ouvido, responderam um questionário de 18 itens sobre suas percepções, atitudes e padrões de uso de Cannabis.

Quase todos, 96%, consideraram a Cannabis útil para tratar o zumbido no ouvido. Eles relataram uma diminuição nos sintomas auditivos (91%) e questões relacionadas, como problemas emocionais (60%), distúrbios do sono (64%) e funcionais (56%).

80% dos entrevistados disseram que a planta também ajudava com sintomas como tonturas, ansiedade, dores e problemas de sono. Preferências de formatos incluíam comestíveis (62%) e comprimidos (58%).

O estudo concluiu que o uso de Cannabis é comum entre pacientes que têm zumbido no ouvido, com o alívio dos sintomas sendo eficientemente sustentado a longo prazo.

Como iniciar um tratamento à base de Cannabis?

Os tratamentos com Cannabis medicinal começam sempre com a consulta médica. Inicialmente, é necessário buscar um profissional experiente em medicina canabinoide para avaliar o seu caso.

O paciente deve apresentar seu histórico médico e discutir seus sintomas e necessidades. Se considerar adequado, o médico fará a prescrição de Cannabis medicinal como parte do seu plano de tratamento.

A medicina canabinoide é emergente, mas ainda há uma escassez de profissionais dedicados na área devido às barreiras legais no Brasil. Isso torna a busca por médicos prescritores mais demorada para alguns.

No entanto, o portal Cannabis & Saúde simplificou este processo ao criar uma plataforma de agendamento que conecta pacientes a médicos prescritores de várias especialidades, facilitando o acesso ao tratamento.

Portanto, para iniciar hoje seu tratamento com Cannabis medicinal, visite o portal Cannabis & Saúde e agende sua consulta com um médico experiente em terapias canabinoides!

Conclusão

Pacientes que utilizam Cannabis medicinal para tratar o zumbido no ouvido têm relatado uma melhora drástica nos sintomas, com poucos ou nenhum efeito colateral.

Tratamentos com Cannabis para este desconforto também contribui para a prevenção de outros distúrbios relacionados à neuroinflamação, ansiedade e estresse, fatores implicados na etiologia no tinnitus.

Para saber mais sobre os benefícios da Cannabis medicinal e como ela auxilia no manejo de diversas condições, não deixe de conferir outros artigos aqui no portal Cannabis & Saúde!