Recentemente, a montadora de automóveis Volkswagen anunciou que pretende substituir todas as peças de couro sintético do interior dos seus carros por couro feito à base de cânhamo. O cânhamo é uma variedade de Cannabis que produz fibras que podem ser matéria-prima para vários produtos sustentáveis. A empresa alemã pretende incluir esse material em seus veículos a partir de 2028.
O couro à base de Cannabis vai substituir as antigas peças feitas com couro sintético, geralmente derivado do petróleo, e que reveste os acentos e painel dos automóveis. O tecido sustentável está sendo desenvolvido em parceria com a startup Revoltech, também da Alemanha. A empresa usa resíduos da indústria regional de cânhamo que seriam descartados.
No final da sua vida útil, o couro sustentável pode ser totalmente reciclado ou compostado (transformado em adubo). O objetivo da Volkswagen é reduzir o impacto ambiental dos seus carros utilizando o cânhamo para depender menos de derivados do petróleo.
A Volkswagen investe no cânhamo e na sustentabilidade
A indústria automobilística é uma das maiores contribuintes para as emissões de gases do efeito estufa, principalmente de dióxido de carbono (CO2). Atualmente a principal fonte de emissões é a queima de combustíveis fósseis, como o diesel e a gasolina, pelos veículos. Porém, acredita-se que esse problema será superado com a introdução de veículos elétricos.
Além do uso de combustíveis fósseis, a fabricação de veículos envolve processos industriais que também emitem grandes quantidades de CO2 na atmosfera. Nesse contexto, as montadoras buscam soluções que atendam essa nova demanda da sociedade por produtos mais sustentáveis e que agridam menos o nosso planeta.
Em comunicado, o CEO e fundador da Revoltech, Lucas Fuhrmann, destacou que a inclusão do couro de cânhamo nos automóveis da Volkswagen tem potencial para trazer uma inovação sustentável para essa indústria.
“Nosso material de superfície inovador, chamado LOVR, que estamos desenvolvendo e testando para a indústria automotiva em cooperação com a Volkswagen é escalável e inovador para a sustentabilidade no setor automotivo.”
O LOVR (leather-free, oil-free, vegan and residue-based, ou “sem couro, sem óleo, vegano e à base de resíduos” na tradução livre) teria textura e aparência similares às do couro animal.
Inovação ou volta às origens?
Kai Grünitz, membro do conselho de desenvolvimento técnico da Volkswagen entende que a inovação é parte do DNA da empresa e que a inclusão do cânhamo reforça esse compromisso.
“Em nossa busca por novos materiais, estamos muito abertos a novas ideias de muitos setores diferentes. No desenvolvimento técnico, colocamos um forte foco em soluções inovadoras, criativas e sustentáveis para o desenvolvimento holístico de veículos que economizam recursos.”
Porém, não é a primeira vez que essa variedade de Cannabis entra na mira da indústria automotiva. Ainda no início dos anos 1940, Henry Ford, fundador da Ford, desenvolveu um protótipo que ficou conhecido como Hemp Body Car ou Soybean Car que tinha cânhamo e outras fibras vegetais na carroceria.
Mais recentemente, a montadora francesa Renault e a fabricante de motos norte-americana Harley-Davidson também anunciaram a substituição do couro animal e do plástico por cânhamo industrial em algumas peças. Além disso, marcas como BMW, Porsche e Mercedes já utilizam as fibras dessa variedade de Cannabis na produção de alguns dos seus modelos.
No Brasil, apenas uso medicinal da Cannabis é legal
Esse tipo de inovação é possível nos EUA e em países da Europa graças a regulamentação do cultivo de cânhamo desses lugares. A fibra dessa planta é útil na indústria de materiais, mas também pode ser parte de outras indústrias, como a de cosméticos, alimentos e bebidas.
Entretanto, o Brasil ainda está fora dessa cadeia produtiva, pois o cultivo e processamento de cânhamo é ilegal no país. Embora essa cultura tenha potencial para diversificar diversos setores da economia, a falta de regulamentação é a maior barreira.
Por outro lado, produtos à base de Cannabis para tratamentos de saúde estão amplamente disponíveis para os brasileiros. Para iniciar um tratamento com medicamentos com Cannabis, só é necessário que um profissional da saúde faça uma prescrição.
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