Parte interna da semente da planta contém tanta proteína e aminoácido quanto um pedaço de carne e é vista como um alimento altamente nutritivo entre a comunidade vegana
Você já pensou em substituir um pedaço de carne por alguns gramas de coração da Cannabis? Parece brincadeira, mas o alimento concentrado na parte interna da semente é uma alternativa altamente nutritiva para aqueles que optam por excluir a proteína animal do cotidiano.
De acordo com a revista The Vou, cerca de 80 milhões de pessoas em todo mundo não comem ou deixaram de comer carne. Os dados são de janeiro de 2021 e indicam que a comunidade vegana vem crescendo de forma exponencial em todo planeta.
Outros números do relatório Year in Search revelam que a busca pelo termo “comida vegana perto de mim” cresceu mais de 5.000% no Google só em 2021. Outras projeções demonstram que em 1 em cada 10 pessoas serão veganas na próxima década.
Indústria está de olho
De olho nesse mercado em potencial, a indústria alimentícia da Cannabis tem investido em produtos produzidos a partir do coração da semente da planta.
Apesar de nutricional, essa parte da Cannabis não contém fitocanabinoides (moléculas medicinais da planta como o Canabidiol, Canabigerol e Tetrahidrocanabinol), por exemplo.
“Estamos investindo em informação e conhecimento para que o consumidor conheça os benefícios nutricionais dos alimentos à base de cânhamo. Aqui nos Estados Unidos é comum encontrar alimentos à base de cânhamo em qualquer esquina”, explica Scott Kanyok, CEO da UB Super.
A Cannabis provém tudo para a sobrevivência?
Segundo Scott, em caso de uma emergência alimentar é possível sobreviver apenas com corações de cânhamo, porque além da proteína, o coração da Cannabis ainda reúne outros nutrientes e minerais essenciais para o funcionamento do corpo humano.
“De forma bem simples, o coração do cânhamo é a semente descascada. Sem a parte externa, os corações das sementes são mais fáceis de incluir na alimentação e mais saborosos de consumir. Isso facilita a inserção desses produtos no mercado”, detalha o desenvolvedor de shakes à base de cânhamo.
Benefícios
Em termos de valor nutricional, a principal diferença entre a semente inteira e o coração, é que a primeira contém mais fibras por causa das cascas, muito embora ambas sejam igualmente proteicas.
Para quem ainda não conhece, as sementes de cânhamo descascadas podem ser consumidas de várias maneiras. É possível utilizá-las juntos a outros alimentos como como iogurte, granola e sorvete, ou ainda em forma de farinhas na produção de bolos, pães e macarrões.
O cânhamo para fins alimentícios já é regulado em diversos países como Austrália, Alemanha, Argentina, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Letônia, Lituânia, Paraguai, Portugal, Tailândia e Uruguai, para citar alguns.
Reduza o risco de doenças cardíacas
Enquanto cerca de 40 países já geram riqueza e emprego com alimentos desenvolvidos a partir do cânhamo, no Brasil ainda não é permitida a venda de produtos com partes da planta sem prescrição médica.
Para a nutricionista Amanda Nunes, o Brasil perde muito por falta de informação e preconceito.
“O interior da semente do cânhamo pode ajudar a prevenir doenças cardíacas porque é rico em gorduras saudáveis. Cerca de 80% de um coração de cânhamo consistem em gorduras poliinsaturadas como ômega-3 e ômega-6”, detalha.
Essa ingestão de ômegas é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o órgão, as doenças cardíacas são as patologias que mais matam no mundo e podem ser controladas através da redução dos níveis de colesterol nos indivíduos com uma dieta saldável, explica Nunes.
Reduza o risco de diabetes tipo 2
Outro benefício no consumo de corações de cânhamo é a presença do magnésio, responsável pela quebra de açúcares e resistente à insulina que, geralmente, resulta em diabetes tipo 2.
A proteína do cânhamo ainda contém todos os 20 aminoácidos conhecidos, incluindo nove aminoácidos essenciais. E a deficiência dessas substâncias no corpo pode levar a doenças degenerativas e desnutrição.
“Imagina quantas crianças não poderiam ser resgatadas da desnutrição com essa suplementação alimentar se não houvesse tanta burocracia”, questiona a profissional.
Alivia TPM?
Para completar, a nutricionista afirma ainda que o ácido gama-linolênico (GLA), substância presente na semente na Cannabis, ajuda a aliviar os sintomas de tensão pré-mestrual, uma vez que equilibra os níveis do hormônio no corpo.
Com tantos benefícios, não é à toa que os corações de cânhamo têm conquistado cada vez mais o empresariado canábico.
De acordo com a Data Bridge Market Research, o mercado de alimentos à base de cânhamo movimentou em 2021 mais de US$ 5,25 bilhões.
Projeções indicam que o comércio nesse setor chegará na cifra de US$ 11,59 bilhões até 2029 e obter um crescimento de mais de 10% em menos de dez anos.
A explicação pela nova opção do consumo, além do número crescente da comunidade vegana é o aumento da ocorrência de doenças celíacas, e maior consciência sobre a saúde e um meio ambiente mais sustentável.
E você trocaria um bife por um punhado de corações de cânhamo?
O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil
Apesar de a Cannabis ainda não ser permitida em alimentos no Brasil, o uso medicinal da planta já tem regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio das RDC 660 e RDC 327. No entanto, é preciso que haja prescrição médica.
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