“O aparelho reprodutor feminino apresenta uma das maiores concentrações de receptores canabinoides do organismo e uma concentração de endocanabinoides maior do que no cérebro. Portanto a Cannabis pode atuar no tratamento da endometriose trazendo qualidade de vida e bem-estar às mulheres que sofrem desta condição”, explicou a Dra. Maria Teresa Jacob em sua coluna “Como a Cannabis atua no tratamento da endometriose?”.
Com foco neste potencial dos cannabinoides, em especial o CBD, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP busca mulheres com endometriose que não melhoraram com o tratamento hormonal, nem com a cirurgia. O objetivo do estudo é entender e avaliar o efeito do Canabidiol na diminuição da intensidade da dor.
Critérios para participar do estudo
Para participar do estudo existem critérios específicos:
- É necessário ter 18 anos ou mais,
- Diagnóstico de endometriose
- Sentir dor significativa após uso de contraceptivos hormonais
- Já ter feito cirurgia como tratamento para a doença
- Ter disponibilidade de participar de consultas presenciais e coletas de sangue em intervalos de uma ou quatro semanas em Ribeirão Preto.
- Participar do acompanhamento por telefone ou e-mail
- Responder questionários on-line sobre a intensidade de dor e a presença de eventuais efeitos colaterais.
Como será o estudo?
Segundo informou a USP, o estudo será duplo-cego. O que significa que metade das voluntárias receberá o Canabidiol e a outra metade o placebo.
“O placebo é fisicamente idêntico ao medicamento, mas não tem o princípio ativo do medicamento. Uma observação importante é que, finalizado as primeiras nove semanas do estudo, os dados serão rapidamente analisados e, caso o uso do medicamento mostre resultados satisfatórios superiores ao placebo e boa tolerância, às participantes do grupo placebo serão convidadas a receber o medicamento ativo no mesmo esquema que o outro grupo recebeu, se assim o desejarem”, explicou o professor Omero Benedicto Poli Neto do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP e coordenador da pesquisa.
Se você se encaixa nos critérios deste estudo entre em contato por e-mail com: ratochinskirodrigo@gmail.com
O que é a endometriose e como a Cannabis atua no tratamento?
Estima-se que, em todo o mundo, 176 milhões de mulheres sofram com endometriose. Basicamente, o índice de prevalência da endometriose no mundo gira em torno de 5% a 15% das mulheres que estão em idade fértil.
No Brasil, cerca de 6,5 milhões de brasileiras são diagnosticadas com endometriose
O principal sintoma da endometriose é a presença de dor na região inferior do abdômen e na região pélvica. A dor varia de intensidade durante o ciclo menstrual. Mas fica mais forte antes e durante a menstruação.
Com o objetivo de informar e ajudar mulheres na hora do diagnóstico, recentemente a cantora Anitta revelou que tem endometriose. Além disso, a cantora afirmou que a demora para descobrir a doença causou muita dor e ansiedade. “Se eu puder de alguma maneira alcançar mulheres que estão na mesma situação que eu ou no início. E depois que falei veio um monte de gente, falar comigo. Então, a minha vontade era só de trazer uma melhoria para as mulheres no geral. Mais informação para que as coisas mudem”, disse a cantora.
Justamente a ação mais significativa de tratamentos com a Cannabis na endometriose é sobre esta dor crônica. Mas além das cólicas fortes durante o período menstrual, há outros sintomas que se relacionam diretamente com a endometriose:
- dor durante relações sexuais
- dor ou sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
- dificuldade de engravidar.
CBD para tratar a endometriose
Sabe-se que o canabidiol, o CBD, é um poderoso anti-inflamatório. Mas ele também é indicado para o tratamento da endometriose por várias razões:
- bloqueia a proliferação celular,
- diminui a migração celular,
- inibe a formação de novos vasos sanguíneos,
- bloqueia a síntese de prostaglandinas inflamatórias,
- modula a resposta imune
- reduz a hipersensibilidade dos nervos locais à dor.
O que é a endometriose?
Endometriose é uma modificação no funcionamento normal do organismo em que as células do tecido que reveste o útero (endométrio), em vez de serem expulsas durante a menstruação, se movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a sangrar.
As causas da doença ainda não estão bem estabelecidas. Ela é identificada pelo CID 10 – N80 e seus sintomas principais são dores na menstruação, em relações sexuais e até infertilidade.
O aparelho genital feminino é o que tem o maior número de receptores canabinóides
“Existe um sistema no nosso corpo chamado endocanabinoide. Endo quer dizer dentro, nós produzimos canabinóides, que são muito semelhantes à Cannabis, à planta. Temos o canabidiol e o Tetrahidrocanabinol, o THC, e que se assemelham muito aos que vêm da planta. Então o sistema canabinoide é formado por estes agentes: o CBD, o THC e por receptores que recebem estes agentes e que fazem ter uma resposta. O útero por exemplo tem bastante receptores CB1 e CB2. Quero que vocês entendam que nós temos estes receptores e que quando há deficiência de canabinoide de uma forma geral você pode ter alguma doença. Não é só na endometriose, são em várias. Por exemplo: paciente que tem ansiedade tem um número menor de canabinóides, paciente que está deprimido também tem um nível menor. Sabemos disso de uma forma milenar, pois a Cannabis existe há mais de 9.500 anos desde a época dos egípcios para o tratamento de epilepsia e hoje finalmente temos produtos aprovados na farmácia à base da Cannabis para o tratamento da epilepsia. É um avanço tremendo”, explicou Dr. Mario Grieco, que assina o nosso e-book gratuito Endometriose & Cannabis Medicinal.
Tratamentos com Cannabis tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das pacientes
Com esta perspectiva de que o aparelho reprodutor feminino apresenta uma das maiores concentrações de receptores canabinóides do organismo e uma concentração de endocanabinóides maior do que no cérebro, entende-se o motivo do potencial de tratamentos como CBD para endometriose.
“Os receptores canabinoides e os endocanabinoides fazem parte do Sistema Endocanabinoide. Este sistema é importante no equilíbrio do nosso organismo, sendo ativado quando um órgão ou sistema está em desequilíbrio. Os receptores mais conhecidos e estudados são os receptores CB1 e CB2. Normalmente eles são estimulados pelos endocanabinóides (substâncias que nós produzimos) para recuperar o equilíbrio do aparelho reprodutor feminino quando este se desequilibra. A Cannabis possui substâncias que se ligam a estes receptores, os fitocanabinoides, fazendo assim a mesma ação dos endocanabinóides. As substâncias mais conhecidas da Cannabis são o THC e o CBD (canabidiol), mas existem mais de 120 fitocanabinóides já identificados, além de outras substâncias ativas. Através da ligação destes fitocanabinoides aos receptores do sistema endocanabinoide, a Cannabis de uso medicinal ajuda no controle dos sintomas da endometriose, principalmente a dor, mas também na endometriose em si, diminuindo o tecido que se encontra fora do útero e impedindo uma migração maior”, finaliza Dra. Jacob em sua coluna Cannabis no tratamento da endometriose.
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