Gigante da área do vestuário, a marca Under Armour fechou um acordo com a empresa Hemp Black para produzir peças de roupa mais sustentáveis com auxílio do cânhamo. Segundo noticiou o veículo de comunicação Fashion United, o acordo tem o valor de 9 milhões de dólares australianos (cerca de 28 milhões de reais) e vale por um período de 3 anos.
A Hemp Black é uma empresa que produz componentes à base de cânhamo para a indústria têxtil, como fibras, pigmentos e revestimentos. O acordo prevê a substituição do pigmento de cor preta usado para tingir as roupas da Under Armour (produzidos a partir do petróleo) pelo pigmento da Hemp Black (feito a partir do cânhamo).
Pigmentos à base de cânhamo para Under Armour
O pigmento produzido pela Hemp Black foi batizado de eco6 foi desenvolvido para substituir os pigmentos de cor preta tradicionalmente utilizados para colorir as roupas que usamos e também uma série de outros produtos. Desde pneus a sapatos, passando por móveis e carros utilizam uma tinta feita a partir do petróleo, consequentemente causa um impacto considerável no meio ambiente.
O investimento da Under Armour vai possibilitar a compra de equipamentos para processar o cânhamo e produzir o pigmento sustentável. Que por sua vez, será responsável por dar a cor escura em algumas peças da marca.
O eco6 é o principal produto desenvolvido pela Hemp Black e contribui para uma indústria da moda mais consciente e sustentável. O cultivo de cânhamo da empresa acontece nos EUA e é lá que os caules das plantas passam por um processo a altas temperaturas até virar uma espécie de carvão ativado e de alto desempenho. A partir dele se extrai a pigmentação a ser utilizada nas peças Under Armour no futuro.
Cânhamo e sustentabilidade na moda
A iniciativa da Under Armour de incluir o cânhamo nos seus produtos tem o potencial de tornar essas roupas menos agressivas com o planeta graças às características do cânhamo. Essa variedade de Cannabis, geralmente cultivada para aproveitamento das fibras, tem chamado a atenção pela sua capacidade de substituir o petróleo e também de capturar carbono da atmosfera.
Estima-se que uma plantação de cânhamo com um hectare pode absorver de 8 a 15 toneladas de CO2. Por outro lado, uma floresta com as mesmas dimensões tem a capacidade de absorver de 2 a 6 toneladas, dependendo de alguns fatores.
O caule do cânhamo também serve de matéria-prima para muitos itens além das roupas, como blocos de concreto para a construção civil, plástico biodegradável e ração animal. Essas características dessa variedade de Cannabis colocam a planta como uma possibilidade nos mercados de créditos de carbono.
Cannabis na moda
Por enquanto, o cultivo e manipulação de cânhamo no Brasil é ilegal, e isso também vale para a fibra da planta. Mesmo assim, algumas marcas brasileiras investem na moda sustentável com a Cannabis e já estão no mercado. Uma delas é a Kaule Hemp, da médica Amanda Medeiros, que aposta no conforto e na sofisticação das suas roupas.
Nesse sentido, também já trouxemos aqui no Cannabis & Saúde as calcinhas menstruais absorventes Floyou, produzidas com cânhamo e que garantem conforto e sustentabilidade. Portanto, siga acompanhando as principais novidades sobre o uso industrial da Cannabis na nossa sessão Cânhamo News!