sEm primeiro lugar. vale ressaltar que os tratamentos com Cannabis existem há séculos na história da humanidade. Já em 2.700 a.C., o imperador Shen Nung, considerado o pai da Medicina Chinesa, proclamava as propriedades curativas da Cannabis, abrangendo desde o alívio da dor até o tratamento da malária.
Já na esfera da Medicina ocidental, a Cannabis ganhou notoriedade no final do século XIX e início do século XX, sendo inclusive empregada por um dos médicos da Rainha Vitória, do Reino Unido, para mitigar sintomas pré-menstruais.
De fato, a busca por este tipo de tratamento continua a crescer. Um exemplo disso é uma pesquisa conduzida pelo Portal Cannabis & Saúde revelou um crescimento de 342,3% nas vendas de produtos à base de Cannabis nas farmácias do Brasil desde 2018.
A partir da introdução do primeiro produto no mercado, a receita advinda dessas vendas expandiu de forma significativa, com os anos de 2021 e 2022 registrando um aumento de 156,1%. Da mesma forma, houve também um incremento de 487,8% nas prescrições de tratamentos com Cannabis em 2023.
Não obstante, apesar dos avanços promissores na pesquisa, novos conhecimentos emergem de maneira contínua.
Diante disso, o que saber sobre os tratamentos com Cannabis? Descubra tudo neste artigo, onde você aprenderá sobre:
- Como os tratamentos com Cannabis estão revolucionando a Medicina?
- Quais são os benefícios dos tratamentos com Cannabis?
- Quais são as evidências científicas por trás dos tratamentos com Cannabis?
- Os custos associados aos tratamentos com Cannabis
- Quais são as formas mais comuns de administração de tratamentos com Cannabis?
- Quais são os possíveis efeitos colaterais dos tratamentos com Cannabis?
- Desmistificando mitos comuns sobre os tratamentos com Cannabis
Como os tratamentos com Cannabis estão revolucionando a Medicina?
A utilização da Cannabis teve origem na Ásia Central ou no Ocidente da China, constituindo-se como uma prática ancestral.
Esta planta tem sido usada ao longo de milênios devido às suas propriedades terapêuticas.
O primeiro registro documentado de seu uso remonta a 2.800 a.C., quando foi incluída na farmacopeia do imperador Shen Nung.
As referências terapêuticas da Cannabis também são encontradas em escritos de hindus, assírios, gregos e romanos.
Tais textos descrevem a capacidade da Cannabis em tratar desde artrite, depressão, amenorreia, inflamação, dor, falta de apetite até asma.
Foi então, no início da década de 1960, que um cientista israelense chamado Raphael Mechoulam realizou uma pesquisa pioneira, que levou ao isolamento do tetrahidrocanabinol, conhecido popularmente como THC.
Essa investigação, por sua vez, culminou na identificação do “sistema endocanabinoide” (SEC) pela primeira vez.
O SEC é uma rede de sinalização celular que ajuda na manutenção da homeostase de um organismo.
Antes da revelação do sistema endocanabinoide, a compreensão sobre como o corpo humano regulava suas funções como apetite, sono, humor, memória e resposta à dor, era incompleta.
A partir da elucidação do SEC, os pesquisadores puderam entender como certas doenças se desenvolvem e criaram tratamentos mais eficazes para algumas condições médicas.
Por exemplo, medicamentos com Cannabis mudaram a forma como a epilepsia, dor crônica, esclerose múltipla, náuseas associadas à quimioterapia e distúrbios do sono poderiam ser tratadas.
Condições que antes não respondiam bem aos medicamentos convencionais, como a epilepsia refratária, puderam ser bem gerenciadas graças aos tratamentos com Cannabis.
Quais são os benefícios dos tratamentos com Cannabis?
Quando falamos de Cannabis, é comum que muitas pessoas associem, de maneira errônea, ao abuso da erva, considerada uma substância ilícita no Brasil.
Entretanto, o que as pessoas estão passando a descobrir agora é o longo histórico de utilização da planta Cannabis sativa para fins medicinais ao longo de milênios.
Um exemplo disso é que a procura por médicos prescritores de tratamentos com Cannabis cresce a cada dia, conforme novas pesquisas confirmam os benefícios da Cannabis.
O contingente de médicos que prescrevem tratamentos com Cannabis também cresceu, de 6,3 mil em 2021 para 15,4 mil no ano subsequente, representando um aumento de 146%.
No que tange às especialidades médicas que mais frequentemente prescrevem tratamentos com Cannabis, os neurologistas lideram a busca, com 33%.
Estes, por sua vez, são seguidos por psiquiatras com 26%, geriatras com 8%, pediatras com 7%, clínicos gerais com 5% e ortopedistas com 3%.
Isso porque os tratamentos com Cannabis possuem consideráveis benefícios que não devem ser ignorados.
Inclusive, um dos compostos ativos da planta, o canabidiol, ou CBD, foi autorizado para uso medicinal no país desde o ano de 2014.
Contudo, barreiras burocráticas e custos elevados surgiram como grandes obstáculos para a maioria dos pacientes que almejavam acessar os tratamentos com Cannabis.
Assim, o tema começou a ser objeto de debate, inclusive no âmbito do poder legislativo brasileiro, resultando na proposição de novas definições.
Estas se aplicam tanto ao uso do CBD quanto a outro componente da Cannabis amplamente recomendado no campo medicinal, o THC.
Atualmente, pacientes residentes no Brasil têm a possibilidade de adquirir medicamentos contendo esses dois componentes, seja na forma de xaropes, óleos ou suplementos alimentares.
Todos esses medicamentos possuem aplicações e finalidades distintas, podendo auxiliar no manejo de centenas de sintomas e condições médicas.
Condições médicas que podem ser tratadas com Cannabis
Os fitocanabinoides são extratos provenientes da própria planta Cannabis sativa.
Eles são estruturalmente semelhantes aos canabinoides que nosso próprio corpo produz.
Por essa semelhança, o corpo reconhece esses fitocanabinoides como componentes do nosso próprio organismo, permitindo que eles se liguem a receptores que modulam funções importantes.
A maior parte desses receptores são parte do sistema endocanabinoide. Então, ao interagir com eles, os compostos da Cannabis podem corrigir um sistema endocanabinoide disfuncional.
Pesquisas já mostraram que deficiências ou anormalidades no sistema endocanabinoide levam ao desenvolvimento de doenças.
Por essa razão, os tratamentos com Cannabis são recomendados tanto para a prevenção de doenças quanto para a contenção dos sintomas associados a elas.
Além do mais, novas descobertas respaldam o uso dos canabinoides como tratamento adjuvante em centenas de condições, entre as quais:
- Alzheimer
- Parkinson
- Esclerose Múltipla
- Estresse
- Dor e inflamação
- Sintomas de abstinência: fumantes e uso de outras drogas
- Epilepsia
- Esquizofrenia e transtornos psicóticos
- Câncer
- Autismo
- Transtornos de ansiedade
- Ataques de pânico
- Depressão
- Diabetes
- Doença de Crohn
- Colite ulcerativa
- Doenças da pele
- Fibromialgia
Quais são as evidências científicas por trás dos tratamentos com Cannabis?
Uma revisão de estudos intitulada “Therapeutic Potential of Cannabis: A Comprehensive Review of Current and Future Applications” se propôs a explorar a literatura atual a respeito dos tratamentos com Cannabis.
O estudo relata que, a combinação de canabinoides, como THC e CBD, mostra potencial como alternativa aos opiáceos no tratamento da dor crônica.
Ele também evidencia a presença de receptores canabinoides (CBs) nos tecidos ósseos e sinoviais, destacando a função desse sistema no metabolismo ósseo e na regulação da inflamação.
Experimentos clínicos com Cannabis citados nesta revisão sugerem perspectivas terapêuticas promissoras para os canabinoides no tratamento de doenças ósseas, emocionais e neurológicas.
Por conta disso, o CBD agora está disponível como um medicamento aprovado (Epidiolex) para o tratamento de epilepsia refratária em crianças com síndrome de Dravet ou síndrome de Lennox-Gastaut.
Um destaque adicional foi dado para o poder dos canabinoides na redução da neuroinflamação após lesão cerebral traumática, conforme foi fortemente evidenciado pelos pesquisadores envolvidos.
Com base em descobertas recentes, também se acredita que os fitocanabinoides possam ser uma opção terapêutica para prevenir a progressão da neurodegeneração e doenças cardiovasculares.
Outras áreas de interesse citadas por esta revisão sistemática incluem o tratamento de epilepsia, transtornos psicóticos, ansiedade e distúrbios do sono.
Os custos associados aos tratamentos com Cannabis
Não existe uma estimativa fixa dos custos associados aos tratamentos com Cannabis, já que estes são altamente variáveis.
Os custos dos tratamentos com Cannabis são influenciados por uma diversidade de elementos, como a natureza do produto prescrito, a dosagem requerida e a frequência de administração.
No Brasil, o acesso à Cannabis medicinal permanece restrito, ocasionando, consequentemente, no aumento nos custos decorrente da escassez de fornecedores locais.
Para além do custo inerente ao próprio produto, os pacientes podem incorrer em despesas adicionais, como consultas médicas periódicas destinadas a monitorar a evolução do tratamento.
Apesar de o custo dos tratamentos com Cannabis representar um obstáculo para alguns pacientes, muitos relatam que os benefícios justificam os gastos.
Não obstante, novas políticas de saúde pública contemplam estratégias visando tornar tais tratamentos mais acessíveis àqueles que deles necessitam.
Por exemplo, em alguns estados, é possível obter acesso a produtos de Cannabis pelo SUS ou pelo plano de saúde, o que elimina os gastos relacionados à compra ou importação do produto.
Como encontrar um médico qualificado para orientar os tratamentos com Cannabis?
Encontrar um médico qualificado para orientar tratamentos com Cannabis costumava ser uma tarefa desafiadora, mas hoje em dia, graças ao portal Cannabis & Saúde, tornou-se muito mais simples.
Anteriormente, os pacientes muitas vezes enfrentavam barreiras na busca por médicos que estivessem familiarizados e dispostos a prescrever ou orientar tratamentos envolvendo a Cannabis medicinal.
Isso ocorria devido à falta de profissionais de saúde com conhecimento sobre tratamentos com Cannabis.
No entanto, todo esse processo foi simplificado graças à plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, onde os pacientes podem acessar uma rede de médicos experientes em tratamentos com Cannabis medicinal.
Isso elimina a necessidade de procurar individualmente por profissionais que tenham experiência nesse campo, reduzindo o tempo e o esforço necessários para encontrar assistência médica.
Se você está interessado em explorar os benefícios terapêuticos da Cannabis e deseja consultar um médico qualificado, não hesite em usar os recursos do portal Cannabis & Saúde.
Marque sua consulta hoje mesmo e dê o primeiro passo em direção a um tratamento mais eficaz e personalizado.
A sua saúde merece essa atenção!
Como funciona o processo de prescrição de tratamentos com Cannabis?
Em janeiro de 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirou o canabidiol da lista de substâncias proibidas no território nacional.
Com essa determinação, o CBD passou a ser regulamentado e enquadrado na lista C1 da Portaria 344/98, que compila as substâncias sujeitas a controle especial.
Por meio da RDC Nº 335, a Anvisa simplificou e redefiniu os critérios e os procedimentos para a importação de produtos derivados da Cannabis.
A resolução também ampliou o prazo de validade da autorização para 2 anos e simplificou a documentação necessária para obter estes produtos.
Assim, torna-se necessária apenas a prescrição médica e o preenchimento de um formulário único no Portal de Serviços do Governo Federal.
Para que o paciente tenha acesso legal aos produtos de Cannabis Medicinal no Brasil, é necessário seguir algumas etapas:
- Realizar uma consulta médica e obter a prescrição do produto de Cannabis por meio de receita médica;
- Preencher o cadastro no formulário de solicitação de importação.
Feito isso, a Anvisa irá analisar o pedido de solicitação de importação do paciente e emitir a autorização para a importação ou compra do produto.
A partir da autorização, basta adquirir o produto prescrito.
O produto a ser importado deve ser registrado no país de origem e ser destinado exclusivamente para uso medicinal.
A prescrição do produto com THC até 0,2% deverá ser acompanhada da Notificação de Receita “B” (azul), para até 60 dias de tratamento.
Já a prescrição do produto com THC acima de 0,2% deverá ser acompanhada da Notificação de Receita “A” (amarela), para até 30 dias de tratamento com Cannabis.
É proibida a manipulação de qualquer produto derivado da Cannabis.
Quais são as formas mais comuns de administração de tratamentos com Cannabis?
Diversas formas de administração estão disponíveis nos tratamentos com Cannabis, cada uma delas com suas próprias vantagens e considerações específicas.
Apesar de que para a venda no Brasil só são permitidas as formas de uso oral e via spray nasal, existem muitas outras formas de usar os produtos de Cannabis, que podem ser adquiridos através da importação.
Veja abaixo as mais utilizadas globalmente:
Ingestão oral
A modalidade de administração mais comum nos tratamentos com Cannabis é a ingestão oral, realizada por meio de cápsulas, comprimidos, alimentos infundidos e óleos comestíveis.
Este método é preferido por muitos devido à sua praticidade e precisão na dosagem. No entanto, os efeitos podem requerer mais tempo para se manifestarem devido ao processo de metabolização hepática.
Inalação
A inalação nos tratamentos com Cannabis não é muito comum, mas pode ser recomendada em casos de pacientes que necessitam dos efeitos da Cannabis de forma imediata.
É feita através da combustão da flor seca (fumo) ou da vaporização de concentrados de Cannabis. Esta abordagem possibilita uma absorção rápida dos compostos ativos da planta e os efeitos ocorrem de forma quase instantânea.
Tópica
A aplicação tópica de produtos à base de Cannabis, como cremes, loções e pomadas, é comum para tratar dores musculares e articulares, inflamação e problemas de pele.
Os efeitos geralmente são localizados na área onde o produto é aplicado, demorando mais tempo para que os benefícios sejam vistos quando comparado com a ingestão oral ou inalação.
Sublingual
Esta forma de administração envolve a colocação de extratos de Cannabis sob a língua, onde são absorvidos diretamente na corrente sanguínea através das membranas mucosas.
Os produtos sublinguais incluem tinturas e sprays.
Esta abordagem também é indicada em casos onde a absorção rápida é necessária.
Ela também evita a metabolização no fígado, diminuindo o risco de interações com fármacos que são metabolizados pelas enzimas hepáticas.
Supositório
Embora menos comum, os supositórios nos tratamentos com Cannabis estão disponíveis para administração retal.
Esta via é a escolha de pacientes que enfrentam dificuldades em ingerir medicamentos oralmente ou que buscam um alívio rápido e eficaz, sem os efeitos que têm associação com a inalação.
Quais são os possíveis efeitos colaterais dos tratamentos com Cannabis?
Assim como qualquer substância medicinal, os tratamentos com Cannabis também podem acarretar efeitos colaterais.
Dentre os possíveis efeitos adversos, ocorrem a sonolência, tontura, boca seca, oscilações de humor e náuseas.
Para alguns utilizadores, especialmente aqueles que consomem outros medicamentos, podem ocorrer interações medicamentosas, já que a planta pode influenciar o metabolismo de certos fármacos.
No entanto, vale lembrar que os efeitos colaterais dos tratamentos com Cannabis dependem de muitos fatores, como a dose administrada, o método de administração e a sensibilidade individual.
Em todo caso, esses efeitos são raros e não persistem muito tempo, já que o médico controla todo o processo e ajuda a evitar que tais efeitos ocorram.
Desmistificando mitos comuns sobre os tratamentos com Cannabis
A Cannabis é uma das plantas mais amplamente cultivadas em todo o mundo e seus compostos, como o THC, são mal compreendidos pelo público em geral nos dias de hoje.
Civilizações antigas, como os gregos e romanos, também tinham conhecimento das propriedades medicinais dos compostos Cannabis.
Além disso, seu consumo se disseminou pelo Oriente Médio, abrangendo todo o mundo islâmico até o Norte da África.
Consequentemente, o uso de Cannabis teve um aumento em larga escala.
No entanto, com esse interesse crescente, também surgiram uma série de mitos e concepções errôneas sobre o uso terapêutico da Cannabis.
Desmistificar esses equívocos é muito importante para que pacientes, profissionais de saúde e a sociedade em geral possam entender plenamente os benefícios das terapias com Cannabis.
Com isso em mente, vamos desvendar alguns dos mitos mais comuns que cercam o tratamento com Cannabis abaixo.
1. “Cannabis é viciante e prejudicial à saúde”
Antes de mais nada, é de suma importância estabelecer uma distinção entre os usos medicinais e outros usos da Cannabis.
No âmbito medicinal, quando prescrita e administrada sob supervisão médica, a Cannabis é utilizada de forma estritamente controlada por profissionais da saúde.
Dentro desse contexto, os produtos derivados da Cannabis são meticulosamente dosados e monitorados para garantir a segurança do paciente.
As concentrações de THC (tetrahidrocanabinol) são habitualmente mantidas em níveis terapeuticamente eficientes, porém incapazes de induzir dependência. Contudo, quando a Cannabis é utilizada sem controle, os riscos para a saúde aumentam. O uso excessivo e frequente da Cannabis e em conjunto com outras substâncias pode culminar no desenvolvimento de dependência.
Além do potencial de dependência, o uso sem controle da Cannabis também causa efeitos adversos à saúde, quando não é possivel assegurar a procedência dos produtos.
A Cannabis adquirida de fontes não regulamentadas pode estar contaminada com pesticidas, metais pesados ou outras substâncias que representam riscos, mas este não é o caso da Cannabis medicinal.
2. “Cannabis medicinal causa efeitos psicoativos indesejados”
A Cannabis contém mais de 100 canabinoides, e nem todos eles produzem efeitos psicoativos.
Por exemplo, o CBD (canabidiol) é um dos compostos em maior quantidade na Cannabis. Representa 40% da composição da planta em alguns casos e não produz efeitos psicoativos. Já no caso do THC, ele tem um pequeno potencial de causar efeitos psicoativos, quando você ingere em grandes quantidades.
A maior parte dos produtos de Cannabis medicinal tem em sua fórmula uma proporção equilibrada de THC e CBD, visando maximizar os benefícios terapêuticos enquanto minimizam os efeitos adversos.
Os efeitos psicoativos do THC ocorrem graças a sua interação direta com os receptores CB1, e o canabidiol não age diretamente neste receptor.
Outros compostos encontrados na Cannabis, como os terpenos e flavonoides, também ajudam na modulação dos efeitos do THC, e não causam psicoatividade.
3. “Todos os tratamentos e produtos com Cannabis são iguais”
Esse é um mito bastante comum, mas é importante entender que nem todos os tratamentos e produtos à base de Cannabis são iguais.
A base dos tratamentos com Cannabis é a personalização. Isso significa que toda a terapia é formulada com base no perfil único do paciente.
A Cannabis apresenta centenas de compostos químicos, abrangendo canabinoides, terpenos e flavonoides. Então, as distintas combinações e proporções desses elementos geram efeitos diferentes.
Apenas como exemplo, o THC é o melhor para quem deseja aliviar náuseas e tem um efeito analgésico mais evidente. Por outro lado, o CBD aparece com maior frequência para tratar pessoas com distúrbios do humor, insônia e doenças autoimunes.
Existem também inúmeras cepas de Cannabis, cada qual apresentando sua própria composição química e perfil de efeitos. Determinadas variedades podem ser cultivadas para serem ricas em CBD, enquanto outras podem ostentar teores mais elevados de THC. Então, a indicação de produto também é diferente, dependendo do paciente.
O tratamento também varia em sua forma de administração, dadas as distintas taxas de absorção, duração dos efeitos e eficácia para diferentes condições médicas. Em alguns caos, o melhor pode ser a vaporização; em outros, ingerir comestíveis, óleos e tinturas. Da mesma forma, existem loções, cremes, entre outras formas de uso, dependendo da condição.
4. “Tratamentos com Cannabis são inapropriados para crianças”
Os tratamentos com Cannabis, quando orientados por profissionais, são perfeitamente seguros para crianças.
Pesquisas e relatos evidenciam que a Cannabis medicinal tem uma eficácia notável no tratamento de condições pediátricas graves, como epilepsia refratária, síndrome de Dravet e autismo.
Em diversas circunstâncias, crianças que não respondem aos tratamentos convencionais tiveram uma melhora considerável nos sintomas de condições debilitantes por meio do uso da Cannabis medicinal.
Em casos de epilepsia refratária infantil, por exemplo, formulações de Cannabis são capazes de reduzir a frequência e a intensidade das convulsões em até 60% de forma muito mais segura que os fármacos tradicionais.
Negar às crianças o acesso à Cannabis medicinal equivale a privá-las da oportunidade de uma existência mais digna. Para crianças que enfrentam condições médicas severas e incapacitantes, a Cannabis medicinal é uma virada de chave.
5. “Qualquer um pode se automedicar com Cannabis.”
O mito de que qualquer pessoa pode se automedicar com Cannabis é uma visão simplista e potencialmente perigosa. Apesar dos tratamentos com Cannabis já serem legais em muitas jurisdições, sua utilização requer supervisão e prescrição por parte de profissionais de saúde habilitados.
Diferentes variedades de Cannabis apresentam distintas proporções de compostos ativos, os quais podem influenciar o organismo de maneiras diversas.Então, somente um profissional de saúde sabe quais proporções são melhores para pacientes específicos e suas condições.
Uma pessoa não pode pensar que, por ser benéfica para sua condição, ela deve começar a utilizar Cannabis de fontes irregulare ou mesmo alterar a dose que o médico indicou por conta própria. A automedicação com Cannabis pode acarretar consequências adversas, especialmente quando não consideramos a dosagem ideal e as interações com outros medicamentos. Portanto, buscar aconselhamento médico é parte importante de um tratamento com Cannabis realmente efetivo.
Conclusão
Conforme tudo que mostramos acima, os tratamentos com Cannabis revelam-se promissores no contexto da Medicina. De fato, esta planta oferece uma abordagem terapêutica eficaz, que abrange uma diversidade de condições de saúde. Isso porque evidências corroboram sua efetividade em numerosos casos, demonstrando também melhorias na qualidade de vida dos pacientes em todo o mundo.
Mesmo assim, ainda existem muitas descobertas à frente, quanto ao potencial terapêutico da Cannabis. Portanto, não deixe de explorar mais sobre o tema e descobrir como a Cannabis pode beneficiar diferentes condições de saúde através dos artigos publicados aqui no portal Cannabis & Saúde.