A depressão é frequentemente referida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “Mal do Século”, mesmo que existam muitos tratamentos disponíveis para tal condição.
Do ponto de vista patológico, manifesta-se por sentimentos persistentes de tristeza, pessimismo e baixa autoestima, que podem ocorrer de forma isolada ou em combinação.
Esse transtorno também gera uma perda de prazer em atividades que antes eram apreciadas, além de causar variações significativas de humor e pensamento, potencialmente levando a comportamentos suicidas.
Diversos estudos médicos e científicos indicam que a depressão pode causar alterações fisiológicas no organismo, atuando como um fator predisponente para outras doenças.
Indivíduos afetados pela depressão não apenas enfrentam uma sensação crônica de infelicidade e fadiga, como também sofrem com a diminuição da imunidade, aumentando a suscetibilidade a inflamações e infecções.
Em casos mais severos, a depressão pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e hipertensão.
O tratamento da depressão deve ser conduzido por profissionais da saúde, e normalmente inclui o uso de medicamentos e terapia, adaptados às necessidades de cada paciente.
E diante das comorbidades que surgem com esta doença, é muito importante explorar todas as opções de tratamentos disponíveis até o momento.
Se você ou algum ente querido está sofrendo com a depressão, este artigo traz algumas informações que podem ajudar:
- Quais são as opções de tratamento da depressão?
- Quanto tempo dura o tratamento da depressão?
- A Cannabis medicinal no tratamento da depressão
- O que ajuda a combater a depressão?
Quais são as opções de tratamento da depressão?
A depressão é um transtorno mental que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, e no Brasil, as taxas de prevalência não são pequenas.
Estudos apontam que cerca de 5,8% da população brasileira já passou ou passa por episódios depressivos.
A doença pode se desenvolver gradualmente, começando com uma sensação de tristeza ou desânimo que vai se intensificando com o tempo. O que a diferencia de uma tristeza passageira é sua persistência e impacto na vida do indivíduo.
Pessoas com depressão frequentemente relatam perda de interesse em atividades que costumavam gostar, alterações no sono e apetite, dificuldades de concentração e, em casos graves, pensamentos suicidas.
As causas da depressão são multifatoriais, envolvendo desde predisposições genéticas, condições médicas preexistentes, até questões ambientais e psicossociais, como estresse ou traumas.
Além disso, os desequilíbrios nos neurotransmissores — como a serotonina e a dopamina — estão envolvidos no desenvolvimento da doença.
Reconhecer os sintomas da depressão e procurar ajuda é o primeiro passo para iniciar o tratamento. No entanto, não há uma solução única que funcione para todos.
Cada pessoa responde de maneira diferente às abordagens terapêuticas disponíveis. E é justamente nesse ponto que as opções de tratamento se diversificam.
Veja abaixo algumas das principais formas de tratar a depressão:
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Medicamentos antidepressivos
Os antidepressivos são uma das formas mais comuns de tratamento para a depressão. Eles atuam diretamente nos neurotransmissores, substâncias químicas no cérebro que regulam o humor, como a serotonina, noradrenalina e dopamina.
Ao corrigir desequilíbrios nesses neurotransmissores, os antidepressivos ajudam a estabilizar o humor e reduzir os sintomas depressivos.
Existem diferentes tipos de antidepressivos, e cada um atua de maneira ligeiramente diferente.
Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são frequentemente a primeira escolha por serem eficientes e geralmente apresentarem menos efeitos colaterais.
Outros tipos incluem os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN), antidepressivos tricíclicos e inibidores da monoamina oxidase (IMAO), entre outros.
Dentre essas classes, é comum que o médico prescreva:
- Fluoxetina;
- Sertralina;
- Escitalopram;
- Paroxetina;
- Citalopram;
- Venlafaxina;
- Desvenlafaxina
- Duloxetina;
- Amitriptilina;
- Nortriptilina;
- Imipramina;
- Doxepina;
- Fenelzina;
- Tranilcipromina;
- Isocarboxazida;
- Bupropiona;
- Mirtazapina;
- Trazodona;
- Nefazodona;
- Lítio;
- Ácido valproico;
- Lamotrigina;
- Quetiapina;
- Aripiprazol;
- Olanzapina.
Cabe ressaltar que os antidepressivos não têm efeito imediato. Em média, leva de duas a quatro semanas para que os primeiros efeitos apareçam, e pode levar até três meses para que o efeito completo seja sentido.
Durante esse período, é preciso manter o acompanhamento médico para ajustar a dosagem.
E como qualquer medicamento, os antidepressivos possuem efeitos colaterais, muitos dos quais levam à necessidade de substituição do tratamento.
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Psicoterapia
A psicoterapia é uma forma de tratamento da depressão, especialmente utilizada em conjunto com o uso de medicamentos.
Ao contrário dos antidepressivos, que atuam diretamente nos aspectos biológicos da doença, a psicoterapia é focada na dimensão emocional e comportamental.
Através de conversas e reflexões guiadas por um psicólogo ou psiquiatra, o paciente é incentivado a entender melhor suas emoções, comportamentos e padrões de pensamento.
Existem várias formas de psicoterapia, mas a mais utilizada no tratamento da depressão é a terapia cognitivo-comportamental (TCC).
Essa abordagem ajuda o paciente a identificar pensamentos negativos automáticos e distorções cognitivas que alimentam os sentimentos de desesperança e tristeza.
Ao substituir esses pensamentos por interpretações mais realistas e equilibradas, a pessoa pode desenvolver uma visão mais positiva e produtiva de sua vida.
Outra técnica terapêutica é a terapia interpessoal, que se concentra nas relações sociais e como elas podem estar contribuindo para a depressão.
Questões como luto, conflitos ou mudanças na vida podem ser trabalhadas nessa modalidade.
O tempo de duração da psicoterapia varia de acordo com a gravidade da depressão e a resposta do paciente ao tratamento, mas, em geral, pode levar meses ou até anos.
O importante é que o paciente se sinta à vontade com o terapeuta, já que a confiança é fundamental para o sucesso desse tipo de tratamento.
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Terapia eletroconvulsiva (ECT)
A terapia eletroconvulsiva, mais conhecida como ECT, é um dos tratamentos mais controversos, mas também um dos mais eficientes para casos graves de depressão.
Muitas vezes retratada de maneira negativa em filmes e na cultura popular, a ECT evoluiu bastante desde seus primeiros dias, e hoje é realizada de forma segura e controlada em ambiente hospitalar.
O tratamento envolve a aplicação de correntes elétricas ao cérebro, que induzem uma breve convulsão controlada.
Embora o mecanismo exato pelo qual a ECT funciona ainda não seja completamente compreendido, acredita-se que ela possa causar mudanças químicas no cérebro que ajudam a aliviar os sintomas da doença.
A ECT é geralmente recomendada para pessoas que não respondem a outros tratamentos, como medicamentos e psicoterapia, ou para aquelas que apresentam depressão severa com risco de suicídio.
Um ciclo de ECT costuma consistir em sessões realizadas duas ou três vezes por semana durante um período de várias semanas.
Apesar de ser um tratamento eficiente, a ECT possui efeitos colaterais, sendo a perda de memória temporária um dos mais comuns. No entanto, esses efeitos costumam desaparecer após algumas semanas.
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Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)
A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é uma opção não invasiva para o tratamento da depressão, especialmente para casos em que outros métodos, como medicamentos ou psicoterapia, não tiveram o efeito desejado.
A EMT utiliza pulsos magnéticos direcionados para áreas específicas do cérebro, mais frequentemente o córtex pré-frontal, que está envolvido no controle das emoções e no processamento de informações ligadas ao humor.
A ideia é que, ao estimular essas regiões, seja possível regular a atividade cerebral e aliviar os sintomas depressivos.
O procedimento é realizado em clínicas especializadas e, ao contrário da terapia eletroconvulsiva (ECT), não requer anestesia.
Durante a sessão, o paciente permanece acordado e sentado em uma cadeira, enquanto uma bobina magnética é colocada na cabeça.
Esse dispositivo envia pulsos magnéticos que penetram o crânio, criando pequenas correntes elétricas no cérebro.
Cada sessão de EMT dura em torno de 30 a 40 minutos, e a maioria dos tratamentos envolve cinco sessões por semana, ao longo de várias semanas.
Um dos principais benefícios da EMT é que, como não envolve medicamentos, o paciente não enfrenta os efeitos colaterais comuns dos antidepressivos, como ganho de peso, insônia ou disfunção sexual.
A EMT não causa convulsões ou perda de memória, como pode ocorrer com a ECT. No entanto, algumas pessoas podem sentir desconforto no local da aplicação ou dores de cabeça temporárias após as sessões.
Embora a EMT seja eficaz para muitos pacientes, ela não é uma solução milagrosa e não funciona para todos.
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Tratamentos naturais
Nos últimos anos, o interesse por tratamentos naturais para a depressão tem crescido, especialmente entre aqueles que preferem evitar medicamentos ou desejam complementar suas terapias com abordagens holísticas.
Embora seja importante salientar que os tratamentos naturais não substituem as intervenções médicas convencionais, eles podem ser usados como parte de uma estratégia integrada, visando melhorar a qualidade de vida.
Um dos recursos mais estudados é o uso de suplementos como o ômega-3 e a erva-de-são-joão (Hypericum perforatum).
O ômega-3, encontrado principalmente em peixes gordurosos como salmão e sardinha, tem propriedades anti-inflamatórias que podem influenciar a regulação do humor.
Estudos mostram que pessoas com depressão muitas vezes apresentam níveis baixos de ômega-3 no organismo, e a suplementação pode ajudar a melhorar o quadro clínico.
Já a erva-de-são-joão é uma planta medicinal usada na Europa para tratar a depressão leve a moderada. No entanto, é preciso cuidado ao utilizá-la, pois pode interagir com medicamentos antidepressivos convencionais.
Outra abordagem natural envolve a prática de atividade física regular, que tem um impacto direto na produção de neurotransmissores como a endorfina e a serotonina, ambos associados ao bem-estar.
Exercícios aeróbicos, como caminhadas, corridas ou natação, são especialmente eficazes para ajudar a melhorar o humor e aliviar o estresse.
A aromaterapia, com o uso de óleos essenciais como lavanda, camomila ou bergamota, é outra técnica que vale a pena ser mencionada.
Embora não trate diretamente a depressão, pode ajudar a reduzir sintomas como ansiedade e insônia, que muitas vezes acompanham o transtorno.
Apesar de todos esses recursos naturais oferecerem benefícios, é preciso que seu uso seja discutido com um médico, especialmente se o paciente já estiver em tratamento com medicamentos.
Quanto tempo dura o tratamento da depressão?
O tempo de tratamento da depressão pode variar bastante. Não há um calendário fixo ou uma resposta exata para isso. Enquanto uns controlam o quadro em meses, outros precisam de anos para ter um emocional estável.
O tipo de depressão, a resposta ao tratamento, e até mesmo o apoio que a pessoa recebe ao longo do caminho influenciam este tempo.
Ou seja, lidar com a depressão exige paciência. Então, o primeiro passo é aceitar que o progresso pode ser gradual.
Na maioria das vezes, o tratamento começa com doses baixas de medicação, combinadas ou não com terapia, e pode levar semanas até que a pessoa sinta os primeiros sinais de melhora.
Além disso, não existe uma linha de chegada clara. Muitos continuam o tratamento pela vida toda para prevenir recaídas. Interromper a abordagem terapêutica cedo demais, por exemplo, pode significar perder o progresso.
Por isso, médicos geralmente recomendam continuar o acompanhamento mesmo depois que a pessoa se sente melhor, só para garantir que o estado de bem-estar se mantenha.
A Cannabis medicinal no tratamento da depressão
A busca por tratamentos para a depressão tem levado muitas pessoas a considerar a Cannabis como uma opção complementar ao que já vem sendo feito.
Seu potencial terapêutico está ligado principalmente aos canabinoides, flavonoides e terpenos, que interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano, uma rede de receptores e neurotransmissores que auxiliam na regulação do humor e das emoções.
Quando consumidos, os canabinoides interagem com receptores no cérebro, particularmente os CB1 e CB2.
Os receptores CB1, localizados em áreas do cérebro associadas à recompensa e à emoção, podem influenciar a liberação de neurotransmissores como a dopamina e a serotonina.
Essas substâncias químicas ajudam a regular o humor, e a deficiência em suas funções está frequentemente ligada à depressão.
O THC, por exemplo, pode aumentar a liberação de dopamina por meio de sua influência direta sobre este receptor, proporcionando uma sensação de bem-estar.
O CBD, por outro lado, atua de forma diferente. Ele não se liga diretamente aos receptores canabinoides, mas modula suas atividades.
E por meio desses mecanismos ele exerce propriedades ansiolíticas e antidepressivas, além de aumentar a disponibilidade de serotonina no cérebro.
Tal ação é particularmente interessante, uma vez que muitos antidepressivos convencionais focam exatamente nesse mecanismo. A diferença é que, por não agir de forma direta, o CBD produz menos efeitos colaterais.
Cabe salientar, ainda, que a Cannabis pode ajudar a aliviar sintomas físicos que frequentemente acompanham a depressão, como a insônia e a dor crônica.
Pacientes que já utilizam essa abordagem terapêutica relatam um sono mais reparador e menos episódios de ansiedade, o que lhes permite enfrentar o dia a dia com mais energia e motivação.
É importante, no entanto, que qualquer tratamento com Cannabis seja realizado sob supervisão médica, garantindo uma abordagem segura e integrada ao plano de saúde individual.
Quais estudos apontam os benefícios da Cannabis para depressão?
Um estudo de 2015 investigou como o Canabidiol poderia ajudar no tratamento de depressão grave.
Para isso, eles testaram em camundongos com sintomas de depressão como a perda de interesse em coisas prazerosas e aumento da atividade motora.
Os cientistas administraram CBD de forma aguda e crônica, e observaram que ele melhorou os sintomas de depressão nos camundongos, fazendo-os voltar a ter interesse por coisas que antes não tinham (reversão da anedonia).
Eles também analisaram o impacto do CBD no cérebro, focando em dois neurotransmissores importantes para a regulação do humor: serotonina e glutamato.
Após a administração do CBD, esses neurotransmissores aumentaram em uma área do cérebro chamada córtex pré-frontal, que está relacionada ao controle das emoções.
Esse aumento foi observado logo após a primeira dose, o que pode explicar por que o efeito antidepressivo do CBD acontece tão rapidamente.
Os cientistas observaram que esses efeitos do CBD estavam ligados ao receptor 5-HT1A, que está envolvido na regulação da serotonina.
Quando bloquearam esse receptor, os efeitos do CBD foram interrompidos, sugerindo que ele é essencial para o mecanismo de ação do composto.
Como conclusão, o estudo mostra que o CBD pode ser um antidepressivo rápido e eficiente, funcionando por meio de diversos mecanismos, mas mais pesquisas são necessárias para entender melhor seus efeitos.
Como funciona o tratamento da depressão com a Cannabis?
Embora a abordagem com Cannabis não substitua terapias convencionais, como a psicoterapia e o uso de medicamentos, a Cannabis pode se integrar ao plano de tratamento de forma a potencializar os efeitos positivos já existentes.
Normalmente, o médico determina uma dosagem e proporção de canabinoides com base nos sintomas sentidos. Por exemplo, para casos onde o paciente sofre ansiedade severa, produtos isolados de CBD são recomendados.
No entanto, se a falta de ânimo, fadiga crônica e dores forem acompanhadas da depressão, poderá ser prescrita uma opção que contenha uma pequena quantidade de THC na composição.
Esses produtos vêm na forma de óleos, tinturas ou mesmo cápsulas. Cada método de uso tem suas particularidades. A decisão sobre a melhor forma de administração é tomada em conjunto com um médico.
O médico irá avaliar as necessidades individuais do paciente, considerar possíveis interações com outros medicamentos e monitorar a resposta ao tratamento.
Além disso, a Cannabis pode ser utilizada de forma complementar com a psicoterapia, ainda que medicamentos não estejam sendo utilizados.
Muitos pacientes relatam que, ao integrar a Cannabis ao seu tratamento, conseguem se sentir mais relaxados e abertos durante as sessões, potencializando os resultados da terapia.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
A aceitação da Cannabis medicinal no Brasil começou a se expandir em 2015, quando a Anvisa regulamentou a prescrição de medicamentos à base de Cannabis.
Desde então, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem trabalhado para garantir a segurança desta abordagem, permitindo que médicos prescrevam derivados da planta para diversas condições de saúde.
Para dar os primeiros passos, o paciente deve consultar um médico qualificado para avaliar seu histórico de saúde e as condições que ele deseja tratar, discutindo a possibilidade de incorporar a Cannabis ao seu tratamento.
Após essa avaliação, se o médico considerar que o uso de Cannabis medicinal é adequado, ele poderá prescrever o produto específico, que pode variar entre muitos formatos, composições e dosagens.
Após a prescrição, o paciente poderá adquirir o medicamento em farmácias ou até mesmo importar, caso tenha a autorização necessária.
Iniciar um tratamento com Cannabis medicinal pode ser um caminho promissor para muitos, mas ainda é importante estar bem acompanhado.
Por isso, o portal Cannabis & Saúde facilitou o processo criando uma plataforma de agendamento que te permite marcar consultas de forma prática e rápida.
O que ajuda a combater a depressão?
Superar a depressão pode parecer um desafio imenso, mas várias abordagens naturais costumam ajudar no processo de tratamento e alívio dos sintomas.
Além do acompanhamento médico e terapêutico, hábitos de vida saudáveis auxiliam no combate à depressão. Abaixo, exploramos alguns deles e como eles podem impactar positivamente a saúde mental.
1. Atividade física regular
O exercício físico é uma das ferramentas mais poderosas no combate à depressão, embora muitas vezes subestimado.
Quando praticamos atividades físicas, o corpo libera endorfinas, conhecidas como “hormônios da felicidade”, que têm um efeito antidepressivo natural.
A prática regular de exercícios, como caminhada, corrida, natação ou musculação, também aumenta os níveis de serotonina e dopamina, neurotransmissores diretamente ligados ao humor e à sensação de bem-estar.
Além do benefício químico no cérebro, o exercício melhora a autoestima e proporciona uma sensação de conquista, o que é particularmente importante em momentos de desânimo.
Outro ponto relevante é que a prática regular de atividades físicas pode ajudar a criar uma rotina estruturada, algo que muitas pessoas com depressão têm dificuldade em manter.
O exercício físico não precisa ser extenuante para gerar resultados — até mesmo 30 minutos diários de caminhada podem trazer grandes benefícios.
Por fim, o ambiente ao ar livre e a interação com outras pessoas em academias ou grupos de exercícios também podem ajudar a reduzir o isolamento social, um fator comum entre aqueles que sofrem de depressão.
2. Dieta balanceada
A alimentação e a saúde mental estão profundamente interligadas. Uma dieta balanceada fornece ao cérebro os nutrientes necessários para funcionar adequadamente.
Alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, como peixes, sementes de linhaça e nozes, são conhecidos por melhorar a função cerebral e regular o humor.
Além disso, alimentos ricos em antioxidantes, como frutas e vegetais, ajudam a combater o estresse oxidativo, que está associado a distúrbios do humor, incluindo a depressão.
Um ponto de atenção nesse sentido é o consumo de alimentos que regulam o açúcar no sangue.
Carboidratos refinados e alimentos com alto índice glicêmico, como pães brancos e doces, podem causar picos de energia seguidos de quedas bruscas, o que pode intensificar sentimentos de fadiga e apatia.
Por outro lado, carboidratos complexos, como grãos integrais, ajudam a manter níveis de energia estáveis e sustentados ao longo do dia.
Também é importante incluir fontes adequadas de proteínas, que fornecem os aminoácidos necessários para a produção de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina.
A depressão pode ser, em parte, causada por deficiências nutricionais, como é o caso da vitamina B12. Então, adotar uma dieta equilibrada pode ser uma parte do processo de recuperação.
3. Sono adequado
O sono é outro fator vital para o combate à depressão. O descanso adequado auxilia na regulação de humor e no equilíbrio das funções cognitivas.
Quando não dormimos o suficiente ou não temos um sono de qualidade, o corpo se torna mais suscetível ao estresse, o que pode agravar os sintomas de depressão.
Estabelecer uma rotina regular de sono é uma estratégia importante para melhorar o bem-estar mental.
Para isso, o paciente deve criar um ambiente propício para o sono, como um quarto escuro e silencioso, e evitar o uso de eletrônicos antes de dormir, pois a luz azul emitida por esses aparelhos atrapalha a produção de melatonina.
Outro ponto importante é tentar ir para a cama e acordar nos mesmos horários todos os dias, mesmo nos finais de semana. Essa constância ajuda o corpo a ajustar seu ciclo circadiano, o que melhora a qualidade do sono a longo prazo.
Em alguns casos, técnicas de relaxamento, como alongamentos suaves ou a prática de meditação antes de dormir, também podem ser eficazes para preparar o corpo e a mente para o descanso.
4. Práticas de mindfulness e meditação
A prática de mindfulness envolve prestar atenção plena ao momento presente, sem julgamentos, o que pode ajudar a reduzir a ruminação — o hábito de ficar preso a pensamentos negativos, muito comum em quem sofre de depressão.
Estudos mostram que a meditação regular pode alterar a estrutura do cérebro, aumentando as áreas relacionadas ao bem-estar emocional e reduzindo a atividade em regiões associadas ao estresse e à ansiedade.
A prática também estimula a produção de serotonina e melatonina, hormônios responsáveis por regular o humor e o sono.
Ao meditar, o indivíduo aprende a lidar melhor com as emoções e os pensamentos, sem se deixar dominar por eles.
Essa habilidade de “observar sem reagir” pode ser extremamente útil para pessoas que lutam contra a depressão, já que muitas vezes as emoções parecem avassaladoras e difíceis de controlar.
Praticar mindfulness e meditação regularmente pode trazer mais equilíbrio emocional e um senso de tranquilidade que, aos poucos, contribuem para a melhora da saúde mental como um todo.
5. Redução do consumo de álcool e drogas
O consumo excessivo de álcool e drogas é uma armadilha comum para quem enfrenta a depressão.
Muitas vezes, essas substâncias são utilizadas como uma forma de fuga ou de alívio temporário, mas, na realidade, acabam agravando os sintomas da doença.
O álcool, por exemplo, é um depressor do sistema nervoso central, e, embora possa inicialmente proporcionar uma sensação de relaxamento, seu uso prolongado leva a alterações químicas no cérebro que pioram o humor.
Além disso, o consumo de substâncias pode interferir diretamente na eficácia de tratamentos médicos e psicológicos.
Medicamentos antidepressivos, por exemplo, costumam ter sua ação comprometida quando combinados com álcool ou outras drogas.
Esse uso também pode dificultar o desenvolvimento de habilidades emocionais e cognitivas necessárias para lidar com a depressão de forma saudável.
A desintoxicação física abre caminho para um melhor aproveitamento de terapias e tratamentos, além de reduzir os riscos de dependência, que por si só já são um fator agravante na saúde mental.
Encarar essa mudança pode ser difícil, mas pequenas estratégias como buscar apoio profissional, participar de grupos de apoio ou até mesmo falar com amigos e familiares podem facilitar o processo.
6. Estabelecer uma rotina
Quando estamos deprimidos, o tempo pode parecer indefinido, e as tarefas diárias, mesmo as mais simples, podem parecer opressivas.
É aqui que o estabelecimento de uma rotina estruturada entra como uma ferramenta poderosa no combate à depressão.
Ter horários fixos para acordar, comer, trabalhar e dormir ajuda o corpo a regular seus ritmos circadianos. Uma rotina diária também oferece uma sensação de controle e segurança.
Do mesmo modo, a organização do dia permite uma distribuição mais eficaz de energia, evitando momentos de cansaço extremo ou de apatia.
Uma boa estratégia é começar devagar, com pequenos compromissos diários, e aumentar gradualmente conforme a pessoa se sente mais capaz. Pode ser útil começar com metas simples, como arrumar a cama todas as manhãs, fazer uma caminhada leve ou dedicar um tempo para um hobby.
A cada pequena tarefa realizada, o indivíduo ganha um senso de realização, o que pode ajudar a combater a sensação de inutilidade tão comum na depressão.
O ideal é encontrar um equilíbrio entre manter uma estrutura básica e ser gentil consigo mesmo nos dias em que as coisas não saem como planejado. Afinal, o objetivo é criar um ambiente de suporte e não de pressão.
7. Buscar hobbies e atividades prazerosas
Um dos sintomas mais comuns da depressão é a perda de interesse por atividades que antes eram agradáveis. Isso torna o esforço de buscar hobbies e prazeres ainda mais desafiador.
Ainda assim, retomar ou descobrir novas atividades que proporcionem prazer pode ser uma parte importante do processo de recuperação.
Os hobbies não precisam ser grandiosos ou intensos; pequenas atividades, como pintar, jardinagem, cozinhar, tocar um instrumento ou até ler um bom livro, podem fazer uma grande diferença.
O importante é que a atividade escolhida traga algum tipo de satisfação pessoal. Às vezes, o simples ato de criar algo ou ver um projeto ser concluído pode despertar sentimentos de realização e propósito.
Explorar novos hobbies também oferece uma oportunidade para desviar a mente dos pensamentos negativos e focar em algo positivo e envolvente.
Além disso, ao se envolver em atividades prazerosas, o cérebro libera neurotransmissores como a dopamina, o que contribui para o aumento do bem-estar e da sensação de recompensa.
Para quem está em um estágio mais profundo da depressão, pode ser difícil imaginar encontrar prazer em qualquer coisa. Nesse caso, começar devagar e com paciência é importante.
O processo pode começar com algo tão simples quanto ouvir uma música favorita ou passear em um parque. À medida que essas pequenas ações se tornam mais frequentes, o prazer começa a aparecer de maneira natural.
Hobbies também podem servir como uma ponte para a socialização, outro aspecto importante na recuperação da depressão.
Conclusão
No tratamento da depressão, é preciso lembrar que cada caminho é único, e a abordagem escolhida deve respeitar a individualidade do paciente, permitindo que ele tenha alternativas que realmente se conectem com suas necessidades.
A respeito disso, a Cannabis medicinal é uma opção que vale a pena ser discutida com o seu médico na busca por equilíbrio e bem-estar emocional.
E se você está curioso para saber mais sobre como este tipo de terapia pode ajudar no seu processo de recuperação, convidamos você a explorar outros artigos no portal Cannabis & Saúde.
Continue sua jornada de aprendizado e descubra como melhorar sua qualidade de vida e sua saúde mental!