Nesta minha estreia como colunista vamos falar sobre o Transtorno Opositivo- Desafiador ou TOD.
Características
O Transtorno Opositivo- Desafiador ou TOD é caracterizado por um padrão persistente de comportamento opositivo ou desafiador, com dificuldades em aceitar regras e limites, dificuldades em lidar com frustração ou assumir responsabilidades sobre seus atos, colocando a culpa ou a responsabilidade em terceiros.
Pacientes portadores de TOD frequentemente mostram-se mais ressentidos, raivosos ou vingativos. A prevalência do TOD varia de 2 a 16% da população, dependendo da idade e dos critérios diagnósticos utilizados
O diagnóstico de TOD pode ser feito mesmo em crianças pequenas, mas vale ressaltar que cada idade vai apresentar um padrão de acordo com seu desenvolvimento.
Por exemplo: uma criança de 4 anos pode manifestar o TOD com birras ou se jogar no chão quando contrariado ao passo que um adolescente vai manifestar com discussões e argumentações intermináveis ou mais hostis.
Padrão de comportamento desafiador
O padrão de comportamento desafiador tende a piorar na adolescência quando não tratado adequadamente e em alguns casos pode evoluir para Transtorno de Conduta.
Diagnóstico
O diagnóstico deve ser feito por um psiquiatra infantil o mais precoce possível. Quanto mais cedo o diagnóstico é feito melhor é a resposta ao tratamento. Geralmente, o tratamento consiste em sessões de psicoterapia e no treinamento dos pais, para que possam lidar melhor com a criança. Além disso, também pode ser receitado o uso de remédios, que devem ser indicados por um psiquiatra.
Tratamento com Cannabis medicinal
Temos visto boas respostas para estes casos com o uso da Cannabis medicinal, com a vantagem maior facilidade de adaptação e menor perfil de efeitos colaterais em detrimento às medicações psiquiátricas alopáticas.
É um assunto promissor, e precisamos de mais estudos científicos sobre.
Sobre a Dra. Natália Soledade
Dra. Natália Soledade é médica psiquiatra formada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU-MG), com residência médica no Hospital Psiquiátrico do Juquery, em São Paulo.
É especializada em Psiquiatria da Infância e Adolescência pela Universidade de São Paulo (USP-SP), Psicofarmacologia na Harvard Medical School e depressão e esquizofrenia pela Technise Unversitë Munchen (Munique, Alemanha).
Possui mais de 15 anos de experiência em tratamento de patologias neuropsiquiátricas e autismo, com atendimento voltado tanto para crianças e adolescentes quanto para adultos.
Veja aqui uma entrevista com a Dra. Natália sobre Cannabis e tratamentos psiquiátricas e aqui assista a live que realizamos com ela “Transtornos psiquiátricos: Mitos e Verdade sobre o uso da Cannabis na Psiquiatria“.