Você certamente já deve ter ouvido falar sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), não é mesmo?
Mas você sabe como identificar esse transtorno e diferenciá-lo de simples manias ou outras condições que podem ser confundidas com ele?
O transtorno obsessivo compulsivo não é caracterizado apenas por manias ou um “perfeccionismo” exagerado. Pelo contrário, o TOC é uma condição séria de saúde e que por isso, também exige cuidados e tratamentos.
O TOC é uma doença crônica – ou seja, pode durar anos ou a vida inteira. Nesse sentido, a maior parte dos tratamentos não objetiva a cura, mas fazer com que a pessoa consiga levar uma vida normal e sem grandes prejuízos à sua qualidade de vida e à convivência em sociedade.
Se você conhece alguém com TOC ou acredita que possa ter esse distúrbio, continue lendo!
Neste artigo detalharemos um pouco mais sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo, os tipos e as formas de tratamento mais comuns para essa condição.
O que é o transtorno obsessivo compulsivo?
O Transtorno Obsessivo Compulsivo é uma das doenças mentais cujo diagnóstico pode ser facilmente confundido com outras doenças ou com comportamentos normais.
O TOC é caracterizado quando o paciente tem pensamentos ou sensações involuntárias, mas que causam a necessidade de visualizar padrões repetitivos (obsessões) ou o desejo de realizar algo de forma repetitiva (compulsão).
Há casos em que a pessoa pode ter as duas formas: obsessões e compulsões. Entretanto, não há uma diferenciação quando falamos de um paciente de TOC: em ambos os casos, ela será diagnosticada com a mesma doença, mas com protocolos diferentes.
Um fator que causa muita confusão no público leigo é a banalização do termo “TOC” para diagnosticar qualquer tipo de mania ou comportamento que uma determinada pessoa pode ter.
Por vezes, fazemos isso até com nós mesmos, quando nos vemos fazendo algo de forma repetitiva ou nos incomodamos com a falta de padrão em algo que vemos. “Ah, é que eu tenho TOC”.
Por isso, é importante que o TOC seja diagnosticado da forma correta, por meio de profissional habilitado e com exames comprovados de forma científica.
Então, se você acredita que possa ter transtorno obsessivo compulsivo (ou conhece alguém nesta condição), procure um médico para tirar as suas dúvidas.
Veja algumas das características comuns a pessoas que vivem com transtorno obsessivo compulsivo:
Quais são as características do TOC?
O TOC é caracterizado por uma série de fatores que fazem com que uma pessoa se incomode a um nível disso atrapalhar o andamento normal da vida dela.
Por isso, antes de qualquer tipo de autodiagnóstico ser feito, é importante que se entenda que o Transtorno Obsessivo Compulsivo mesmo em níveis mais controlados, causam prejuízos no cumprimento de tarefas e rotinas de seu portador.
Nesse sentido, o TOC pode ser verificado com base no aparecimento de algumas ações ou pensamentos que tenham as características abaixo:
- Pensamentos ou ações que demandem pelo menos uma hora por dia;
- Sensações de incômodo e nervosismo ao pensar em alguma condição que outras pessoas podem julgar como normal. Ex: barulho de escova de dente, lixa de unha, etc.
- Pensamentos ou ações que estejam além do seu controle. Ex: um piso desalinhado ou uma imagem torta;
- Interferem de forma considerável na vida social ou laboral da pessoa;
- Que façam a pessoa parar alguma tarefa muito importante por causa da falta de algum padrão não relevante para a maioria das pessoas.
Tipos e principais sintomas de TOC
O TOC pode se apresentar de diversas formas de acordo com características do paciente que vão desde a idade e profissão, até condições neurológicas.
A maior parte dos sintomas de TOC tem a ver com pelo menos uma das características descritas abaixo:
- Verificação excessiva: Você conhece alguma pessoa que está sempre conferindo se fechou a porta de casa ou do carro mais de uma vez? Ou de pessoas que fazem exames de saúde muito além do normal?
O TOC de verificação envolve questões cujos medos estão relacionados ao medo da perda de controle. Por isso, pensamentos como “será que deixei a porta aberta?”, “esqueci a luz acesa” ou “será que estou grávida?” ocorrendo de forma constante podem trazer muito incômodo a estas pessoas.
- Contaminação: Em tempos de pandemia, falar do TOC de contaminação pode parecer até um pouco errado. Afinal, muitos de nós passamos por muito tempo com medo do vírus estar circulando por aí ou com medo de encostar em superfícies contaminadas.
No entanto, o medo de pegar em coisas supostamente sujas ou ter compulsão com limpeza podem indicar um problema de saúde como o TOC.
Essa diferenciação pode ser feita quando você pensa que você está sujo só por pegar em algo antes de limpar, ou algo nesse sentido.
- Simetria e ordenação: Este é um dos tipos de condição de TOC que mais causam alvoroço, principalmente em ambientes on-line.
Muitas pessoas têm a necessidade de que materiais, imagens e figuras estejam completamente ordenados e alinhados. Caso não estejam, causam um imenso incômodo à pessoa, fazendo com que ela sequer consiga olhar para a imagem ou material em questão.
Isso pode ser problemático em ambientes laborais, quando a pessoa trabalha com algo de observação ou mesmo quando repara demais nesses detalhes no local de trabalho, causando perda de produtividade só por imaginar aquilo de novo.
- Pensamentos intrusivos: Embora esse tipo de TOC seja menos comum e um dos mais facilmente confundíveis, este acontece quando uma série de pensamentos podem aparecer na cabeça da pessoa, mesmo sem contexto algum.
Pensamentos como a sensação de estar morrendo ou que alguém próximo irá morrer, ou que está cometendo algum tipo de violência contra outra pessoa são extremamente perturbadores e demandam acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
O que causa um transtorno obsessivo compulsivo (TOC)?
Não existe uma única causa comprovada como motivação para o aparecimento do Transtorno Obsessivo Compulsivo em algumas pessoas.
Entretanto, algumas condições como o estresse e a ansiedade podem piorar o quadro de forma considerável, sendo necessário um acompanhamento profissional de perto.
– Quais são os fatores de risco do TOC?
Alguns fatores de risco para o aparecimento do TOC são:
- Parentes consanguíneos (pais, irmãos ou filhos) que já tenham apresentados sintomas de TOC;
- Variações neurológicas;
- Depressão, ansiedade ou tiques;
- Traumas (ou outros transtornos como o Transtorno do Estresse Pós Traumático);
- Histórico de assédio sexual, abusos físicos e psicológicos na infância.
Entenda as classificações desse transtorno
O TOC tem duas classificações principais:
– Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico
Esta é uma condição menos grave de TOC. Isso acontece pois, apesar da pessoa desenvolver diversos padrões, obsessões e repetições, não há prejuízos à vida da pessoa.
Ou seja, ela consegue viver uma vida normal ainda que possa ter algumas “manias” que podem ser julgadas como estranhas por parte de outras pessoas.
– Transtorno obsessivo-compulsivo
Por outro lado, o transtorno obsessivo compulsivo diz respeito a algumas repetições, obsessões e compulsões que não são aliviadas enquanto o paciente não sente que elas estão resolvidas.
Ou seja, se a pessoa tem um problema com a visualização de coisas fora de padrão, ela só sentirá alívio quando se afastar da imagem ou conseguir vê-lo resolvido.
Como identificar o transtorno obsessivo compulsivo?
O transtorno obsessivo compulsivo pode ter alguns sinais muito claros – e tudo depende de qual é a forma de TOC pela qual você está pensando.
É muito comum entre pacientes de TOC, por exemplo, ter pensamentos indesejados e que podem dar a impressão de haver a vontade de cometer violência.
Além disso, a necessidade de que tudo esteja milimetricamente no seu lugar e sob seu controle (como uma porta fechada ou móveis organizados) pode indicar fatores de que você tem TOC.
Entretanto, como em qualquer outro distúrbio ou transtorno mental, é necessário que o diagnóstico seja feito com um profissional da área médica.
Qual profissional pode fazer o diagnóstico?
São três os principais profissionais que podem fazer o diagnóstico de TOC. São eles:
- Psicólogo clínico;
- Psiquiatra;
- Neurologista
O mais comum é que o diagnóstico seja feito pelo psiquiatra, que é quem tem mais experiência e conhece melhor a literatura acerca dos transtornos mentais, seus principais sintomas e causas.
No entanto, os psicólogos muitas vezes, por terem mais contato com o paciente (às vezes até mesmo semanal), podem entender que o paciente tem TOC e realizar testes para verificar se os indícios realmente estão corretos.
Além disso, há casos em que um neurologista pode fazer o diagnóstico de TOC, embora seja menos comum.
Existem tratamentos para o TOC?
Embora seja um distúrbio sem cura, o TOC tem tratamento e serve para aliviar os sintomas sentidos pela pessoa. Além disso, o tratamento visa diminuir a influência que o TOC tem na vida pessoal, profissional e cotidiana da pessoa.
Os tratamentos mais comuns envolvem medicamentos como antidepressivos, que são capazes de fazer rearranjos com relação à parte química da doença, que pode ter causa na deficiência de produção de substâncias como a serotonina.
Além disso, em casos menos graves, pode-se evitar o uso de medicamentos antidepressivos (cujos efeitos colaterais são comuns) e utilizar a terapia psicológica como principal meio de tratamento.
Existem diversos tipos de terapia – a mais comum para o tratamento de Transtorno Obsessivo Compulsivo é a que chamamos de “Terapia Cognitivo-Comportamental” ou TCC.
Nesse tipo de terapia, o psicólogo (ou terapeuta) propõe exercícios para o paciente através de uma espécie de reprogramação cerebral, fazendo com que se enfrente os medos e pensamentos obsessivos de forma objetiva, sem questioná-los de fato.
Além destas duas opções, há uma terceira opção, que deve ser utilizada para casos em que nenhum dos dois tratamentos anteriores funcione ou traga efeitos colaterais consistentes (caso do tratamento medicamentoso).
Cannabis medicinal auxilia no tratamento de TOC?
Como dissemos anteriormente, os tratamentos à base de medicamentos antidepressivos podem ajudar bem aos pacientes com TOC.
Entretanto, há diversos registros de pacientes que abandonam o tratamento por causa dos efeitos colaterais que a maioria desses medicamentos trazem.
Além disso, há casos em que embora não haja a interrupção do tratamento, o uso repetido de uma mesma medicação pode fazer com que a longo prazo o remédio passe a fazer cada vez menos efeito no corpo e na mente da pessoa.
Por isso, alternativas que reduzam as concentrações dos medicamentos para TOC têm sido viabilizadas por meio de estudos científicos. Uma dessas alternativas é o uso legal da Cannabis medicinal para tratamentos de transtornos mentais.
– Estudos que apontam benefícios da Cannabis para transtornos mentais
Diversos estudos têm sido feitos para entender e demonstrar os benefícios que o uso da Cannabis em seu formato medicinal pode trazer a pessoas com transtornos mentais.
Há diversas aplicações da Cannabis para esse grupo de transtornos- os mais famosos são para o uso da Cannabis como alternativa para a depressão e ansiedade.
Entretanto, há também casos em que a Cannabis pode ser usada em síndromes como a síndrome de Tourette, síndrome do pânico e o transtorno obsessivo compulsivo.
Nesse sentido, a Cannabis e suas substâncias foram estudadas em estudos pré-clínicos com pacientes de TOC e hoje já há casos de estudos clínicos, envolvendo pacientes humanos.
A maioria dos estudos indica um bom desempenho de duas substâncias canábicas sobre os efeitos do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): o CBD (canabidiol) e ∆9-THC.
Este estudo, por exemplo, avaliou um grupo de 87 indivíduos auto identificados com TOC, que rastrearam a gravidade das suas obsessões e compulsões com o passar do tempo ao longo do tratamento por meio de um aplicativo de celular.
Após mais de 1810 sessões de uso de cannabis (em diferentes doses) num período de 31 meses, os pacientes relataram uma redução de 60% nas compulsões, 49% das intrusões e 52% da ansiedade antes e depois da inalação de cannabis.
Além disso, concentrações mais altas de canabidiol e doses mais elevadas trouxeram por consequência uma redução mais elevada nos sintomas de TOCS.
Por fim, não se encontraram efeitos colaterais graves em nenhum dos pacientes avaliados ao longo do tempo em que o tratamento foi feito.
Outro estudo foi realizado no sentido da utilização dos canabinoides na redução dos sintomas do TOC. Para este estudo, 601 adultos com TOC que já haviam feito algum tipo de tratamento utilizando Cannabis foram selecionados.
Destes 601 participantes, 90% apontaram utilizá-la de forma medicinal, sendo que boa parte a fez por recomendação médica – nos Estados Unidos não há a obrigatoriedade de receita médica, diferentemente do Brasil.
A maioria dos participantes apontou melhoras consideráveis nas obsessões e compulsões sofridas quando estavam passando por algum tipo de tratamento utilizando a Cannabis.
Por fim, este terceiro estudo concluiu que intervenções de baixa-intensidade com o uso de cannabis trouxe boas melhoras nos sintomas, ainda que tímidas.
Nesse sentido, avalia-se que estudos devem ser feitos para demonstrar que maiores concentrações devem ser usadas para o tratamento de TOC, provavelmente trazendo um bom custo-benefício.
– Como é feito o tratamento auxiliar por meio da Cannabis medicinal?
O tratamento para TOC com o uso de Cannabis medicinal normalmente é feito de forma complementar e não como única fonte.
Como já dissemos anteriormente, boa parte dos tratamentos convencionais para a doença envolvem o uso de medicamentos como ansiolíticos e antidepressivos, cujos efeitos colaterais podem aparecer de forma bastante indesejada.
Além disso, há casos em que os tratamentos contínuos com a medicação tradicional passam a não fazer o efeito desejado, fazendo com que os médicos se vejam obrigados a aumentar as doses.
E como você deve imaginar (ou saber), aumentar as doses também implica em aumentar os efeitos colaterais.
Nesse sentido, a utilização da Cannabis traz uma facilidade, pois diminui a necessidade do aumento de concentração dos medicamentos e faz com que ainda assim, a redução nos sintomas do TOC possam ser sentidas.
O Canabidiol, por exemplo, apresenta efeitos modulatórios ao ativar as áreas límbica e paralímbica do cérebro, que estão ligadas às emoções.
Além disso, por suas propriedades ansiolíticas, o CBD atua diretamente na redução da ansiedade, proporcionando alívio em um período de tempo relativamente curto.
Pesquisas indicam, inclusive, que ele aumenta a biodisponibilidade do chamado “neurotransmissor da felicidade”, a anandamida.
Trata-se de um canabinoide endógeno, ou seja, produzido pelo nosso próprio organismo, por meio do sistema endocanabinoide.
Esse sistema foi descoberto por Allyn Howlett e Raphael Mechoulam e é por ele que agem os canabinoides exógenos, entre os quais estão o CBD e o tetrahidrocanabinol (THC).
– Onde buscar ajuda para tratamento à base de Cannabis Medicinal?
A utilização de produtos à base de Cannabis Medicinal é autorizada por meio da normativa da ANVISA RDC 660. Esta normativa aponta que a compra, importação e utilização de substâncias da Cannabis para fins medicinais é legalizado, desde que siga certos ritos.
Nesse sentido, obter um tratamento utilizando a Cannabis medicinal é um processo mais simplificado do que a maioria das pessoas pensam – hoje em dia, autorizações específicas não são mais necessárias.
Por isso, para realizar um tratamento à base de Cannabis é possível apenas com a prescrição médica. Na receita, itens como a dosagem, a substância utilizada e a forma de aquisição devem estar descritos.
No entanto, o número de profissionais médicos no Brasil que receitam a Cannabis é bastante reduzido – um número menor do que 1% dos médicos tem experiência em receitar tratamentos à base de produtos canábicos.
Este número é substancialmente baixo devido ao baixo conhecimento a respeito das pesquisas mais modernas sobre o sistema endocanabinoide e a forma com que este se relaciona com doenças e transtornos mentais.
Por isso, o Portal Cannabis & Saúde tem uma plataforma exclusiva para unir médicos prescritores de Cannabis com pacientes interessados em conhecer melhor e realizar os tratamentos com terapia canabinoide.
Nesta plataforma é possível buscar médicos que atendem tanto presencialmente em boa parte das cidades brasileiras, mas também por meio de consultas online via telemedicina.
Na plataforma é possível ainda realizar pesquisas filtradas de acordo com a especialidade, cidade, patologia ou atendimento por plano de saúde.
Ou seja: você pode escolher o médico que mais se adequa ao seu caso e às suas necessidades. Se você quer marcar uma consulta, clique aqui e faça já o seu agendamento!
Conclusão
Como você pôde ler ao longo deste artigo, o Transtorno Obsessivo Compulsivo pode trazer sérios prejuízos não só à saúde mental do paciente, mas também a sua qualidade de vida, gestão do tempo e convívio com as pessoas ao seu redor.
Entretanto, tratamentos à base de medicamentos convencionais estão entre as opções para quem convive com essa doença.
No entanto, há casos em que o tratamento contínuo do Transtorno Obsessivo Compulsivo com o uso de antidepressivos, ansiolíticos e outros medicamentos pode trazer efeitos colaterais importantes ou até mesmo a perda dos efeitos com o passar do tempo.
Dessa forma, pacientes com esse tipo de transtorno podem buscar tratamento complementar com a utilização de Cannabis Medicinal. Estudos nacionais e internacionais já demonstraram o potencial das suas substâncias contra transtornos mentais e com o TOC não é diferente.
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