Existem muitos tipos de transtornos mentais que afetam como uma pessoa pensa, sente ou age.
Geralmente, esses transtornos causam dificuldades em áreas importantes da vida, deficiências psicossociais e outros estados mentais que trazem sofrimento, problemas no dia a dia ou risco de automutilação.
Em 2019, cerca de 1 em cada 8 pessoas no mundo, ou 970 milhões de pessoas, viviam com algum tipo de transtorno mental, sendo os transtornos de ansiedade e depressão os mais comuns.
Em 2020, devido à pandemia de Covid-19, esse número aumentou de forma preocupante.
As estimativas indicaram um aumento de 26% nos casos de ansiedade e 28% nos casos de depressão em apenas um ano.
Embora existam opções para a prevenção e tratamento, a maioria das pessoas com esses transtornos não tem acesso aos cuidados necessários.
Muitas também enfrentam estigma, discriminação e violações dos direitos humanos.
Por isso, para informar melhor a respeito dos tratamentos para os diferentes tipos de transtornos mentais, preparamos este artigo! Prossiga com a leitura e aprenda sobre:
- O que são transtornos mentais?
- Quais são os tipos de transtornos mentais mais comuns?
- A classificação dos tipos de transtornos mentais
- Como posso identificar um tipo de transtorno mental?
- Quais são as opções de tratamento para os transtornos mentais?
- A Cannabis medicinal no tratamento de transtornos mentais
- Quais são os riscos associados à falta de tratamento de transtornos mentais?
- Como prevenir os transtornos mentais?
O que são transtornos mentais?
Os transtornos mentais representam disfunções na atividade cerebral que podem causar prejuízos emocionais e físicos.
Eles impactam o humor, o comportamento, o raciocínio e até mesmo a concentração e a memória, afetando pessoas de todas as idades.
Suas causas são multifatoriais e podem estar associadas a condições psicossomáticas e físicas.
Historicamente, os muitos tipos de transtornos mentais foram negligenciados, tanto por familiares quanto por profissionais de saúde.
No entanto, avanços na pesquisa científica levaram a uma melhor compreensão e disponibilidade de recursos terapêuticos.
Hoje, há uma maior conscientização sobre a importância de tratar essas doenças, que anteriormente eram ignoradas, possibilitando seu agravamento.
Para que sejam bem manejadas, é necessário manter um cronograma regular de consultas médicas e exames para proteger a saúde integral.
Quais são os tipos de transtornos mentais mais comuns?
Um transtorno mental é uma condição silenciosa que pode se manifestar em qualquer fase da vida, trazendo consigo uma série de complicações.
Além dos impactos psicológicos, o transtorno mental pode afetar a saúde física e prejudicar as relações pessoais, sociais e profissionais da pessoa afetada.
Dependendo do grau de comprometimento, esses reflexos podem ser ainda mais desafiadores de lidar.
Existem muitos tipos de transtornos mentais classificados por entidades de saúde, entre os quais:
1. Ansiedade
Cerca de 301 milhões de pessoas vivem com transtorno de ansiedade, incluindo 58 milhões de crianças e adolescentes.
Os transtornos de ansiedade são caracterizados por medo e preocupação excessivos, além de comportamentos relacionados.
Esses sintomas são graves o suficiente para causar sofrimento ou prejuízo no dia a dia.
Os transtornos de ansiedade podem ser classificados como:
- Transtorno de ansiedade generalizada
- Síndrome do pânico
- Transtorno de ansiedade social;
- Ansiedade de separação: caracterizado por medo ou ansiedade excessivos quanto à separação de pessoas com quem a pessoa tem um vínculo emocional profundo.
Há tratamentos psicológicos eficazes para esses transtornos e, dependendo da idade e da gravidade, a medicação também pode ser considerada.
2. Depressão
280 milhões de pessoas vivem com depressão, incluindo 23 milhões de crianças e adolescentes.
A depressão é diferente das variações normais de humor e das respostas emocionais temporárias aos desafios diários.
Durante um episódio depressivo, a pessoa sente um humor deprimido (elas sentem tristeza, irritação ou vazio) ou perde o interesse e o prazer nas atividades.
Outros sintomas podem incluir:
- Falta de concentração;
- Sentimento de culpa excessiva ou baixa autoestima;
- Desesperança em relação ao futuro;
- Pensamentos sobre morte ou suicídio;
- Problemas de sono;
- Alterações no apetite ou peso;
- Sensação de cansaço extremo ou falta de energia;
Pessoas com depressão também correm maior risco de atentar contra a própria vida.
3. Transtornos alimentares
Os transtornos alimentares são doenças graves e muitas vezes fatais, caracterizadas por distúrbios no comportamento alimentar, nos pensamentos e nas emoções relacionadas.
A preocupação excessiva com alimentação, peso corporal e forma é um sinal de transtorno alimentar.
Os transtornos alimentares mais comuns incluem anorexia nervosa, bulimia nervosa e transtorno da compulsão alimentar periódica.
A anorexia nervosa é uma condição onde as pessoas evitam alimentos, restringem severamente a ingestão ou comem quantidades muito pequenas de alguns alimentos.
Elas podem se pesar repetidamente e, mesmo estando perigosamente abaixo do peso, ainda se veem como acima do peso.
A bulimia nervosa, por outro lado, é uma condição onde as pessoas têm episódios frequentes de ingestão de grandes quantidades de alimentos, seguidos por uma sensação de falta de controle.
Depois dessas compulsões alimentares, elas adotam comportamentos para compensar a ingestão excessiva, como vômitos forçados, uso excessivo de laxantes ou diuréticos, jejuns ou exercícios excessivos.
Já o transtorno da compulsão alimentar periódica é uma condição onde as pessoas perdem o controle sobre a alimentação e têm episódios recorrentes de ingestão de grandes quantidades de alimentos.
Diferente da bulimia nervosa, esses episódios não são seguidos de comportamentos compensatórios, como exercícios excessivos ou jejum.
Por isso, pessoas com esse transtorno frequentemente apresentam sobrepeso ou obesidade.
Este é o transtorno alimentar mais comum em países como os Estados Unidos.
4. Transtorno Bipolar
Pessoas com transtorno bipolar têm episódios de depressão alternados com períodos de sintomas maníacos.
Durante um episódio depressivo, a pessoa sente um humor deprimido (como tristeza, irritação ou vazio) ou perde o prazer e o interesse nas atividades, na maior parte do dia, quase todos os dias.
Os sintomas maníacos geralmente incluem:
- Euforia ou irritabilidade;
- Aumento da atividade ou energia;
- Falar mais do que o habitual;
- Pensamentos acelerados;
- Aumento da autoestima;
- Diminuição da necessidade de sono;
- Distração;
- Comportamento impulsivo e imprudente.
Pessoas com transtorno bipolar também correm maior risco de atentar contra a própria vida.
Transtorno obsessivo-compulsivo
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma condição que causa pensamentos intrusivos e medos persistentes, chamados obsessões, que levam a comportamentos repetitivos, ou compulsões.
Esses pensamentos e ações atrapalham as atividades diárias e causam um grande desconforto.
A pessoa afetada se sente compelida a realizar rituais para aliviar o estresse causado pelas obsessões.
Mesmo tentando ignorar ou se livrar desses pensamentos incômodos, eles persistem, levando você a agir de acordo com os rituais. Esse ciclo é típico do TOC.
O TOC muitas vezes está centrado em temas específicos, como o medo excessivo de contaminação por germes.
Para aliviar esse medo, a pessoa lava as mãos repetidamente até que elas fiquem doloridas e rachadas.
As pessoas afetadas podem não reconhecer que suas obsessões e compulsões não são racionais, o que prejudica suas rotinas e responsabilidades diárias.
As obsessões podem se apresentar como:
- Medo de contaminação ou sujeira;
- Dúvidas e dificuldades em lidar com a incerteza;
- Necessidade de ordem e simetria;
- Pensamentos agressivos ou preocupações sobre perder o controle e prejudicar a si mesmo ou aos outros;
- Pensamentos indesejados.
6. Esquizofrenia
A esquizofrenia é um transtorno mental sério que afeta a forma como as pessoas percebem a realidade.
Ela causa uma mistura de experiências como alucinações, pensamentos confusos e comportamentos desorganizados, o que pode dificultar a vida cotidiana e até mesmo torná-la difícil de lidar.
Os sintomas podem variar, mas incluem crenças falsas (delírios), experiências sensoriais que não são reais (alucinações) e dificuldades na comunicação e organização do pensamento (fala desorganizada).
Isso muitas vezes reflete em uma capacidade prejudicada de funcionamento diário. Alguns dos sintomas comuns são:
- Delírios: Ideias falsas que não se baseiam na realidade. Por exemplo, sentir-se perseguido ou alvo de conspirações, acreditar em habilidades especiais ou fama, pensar que alguém está apaixonado por você ou que uma grande catástrofe está prestes a acontecer.
- Alucinações: Sensações de ver ou ouvir coisas que não existem. Para a pessoa com esquizofrenia, essas experiências são tão vívidas quanto reais.
- Pensamento desorganizado: Dificuldade em expressar pensamentos de forma coesa. Isso pode levar a uma comunicação confusa e respostas desconexas a perguntas.
- Comportamento desorganizado ou anormal: Manifestações variadas, desde comportamento infantil até agitação imprevisível. O comportamento não tem um propósito claro, tornando tarefas cotidianas difíceis de serem realizadas.
- Sintomas negativos: Isso pode se manifestar através da negligência com a higiene pessoal, falta de expressão emocional, perda de interesse em atividades diárias, isolamento social ou incapacidade de sentir prazer.
7. Estresse pós-traumático
O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é algo que pode acontecer depois de viver e testemunhar algo realmente assustador.
É como se o cérebro ficasse preso nesse momento, e você pode reviver tudo isso através de flashbacks e pesadelos.
Muita gente que passa por algo traumático tem dificuldades no começo, é normal. Mas na maioria das vezes, com o tempo e cuidando bem de si mesmo, as coisas melhoram.
No entanto, se os sintomas não melhorarem e ficarem atrapalhando sua vida por meses ou até anos, é bom dar uma olhada mais de perto, porque pode ser TEPT.
O TEPT pode se desenvolver após exposição a eventos extremamente ameaçadores ou horríveis. Ele é caracterizado por:
- Reviver o evento traumático presente, como memórias intrusivas, flashbacks ou pesadelos;
- Evitar pensamentos e lembranças do evento, ou evitar situações, atividades ou pessoas que lembrem o evento;
- Percepção persistente de elevada ameaça atual.
Esses sintomas persistem por várias semanas e causam prejuízo no funcionamento do cérebro. Felizmente, existe tratamento.
8. Transtorno de personalidade Borderline
O transtorno de personalidade Borderline é uma condição mental que afeta a capacidade de uma pessoa de lidar com suas emoções.
Ele gera um descontrole emocional que leva a comportamentos impulsivos e influencia negativamente como a pessoa se percebe e se relaciona com os outros.
As pessoas com este transtorno experimentam mudanças de humor intensas e têm dificuldade em definir sua própria identidade.
Seus sentimentos em relação aos outros oscilam entre uma proximidade intensa e uma aversão extrema, o que pode resultar em relacionamentos instáveis e angústia emocional.
Estas pessoas tendem a enxergar as coisas de forma muito extremista, vendo tudo como totalmente bom ou totalmente ruim.
Seus interesses e valores também mudam rapidamente, e elas podem agir de forma impulsiva ou imprudente.
Outros sinais e sintomas podem incluir:
- Tentativas de evitar ser abandonado, seja mergulhando em relacionamentos intensos ou terminando-os abruptamente;
- Relacionamentos instáveis e intensos com familiares, amigos e entes queridos;
- Uma autoimagem instável e distorcida;
- Comportamentos impulsivos, como gastos excessivos, sexo arriscado, uso de substâncias, direção perigosa e compulsão alimentar;
- Autolesão, como cortes;
- Pensamentos recorrentes de suicídio ou ameaças;
- Mudanças frequentes e intensas no humor, variando de horas a dias;
- Sentimentos persistentes de vazio;
- Raiva intensa e dificuldade em controlar a raiva;
- Sensações de dissociação, como sentir-se desconectado de si mesmo ou experimentar uma sensação de irrealidade.
A Classificação dos tipos de transtornos mentais
Dois dos sistemas mais comuns para classificar transtornos mentais são o CID (Classificação Internacional de Doenças) e o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
O DSM foi introduzido pela primeira vez em 1952 pela Associação Psiquiátrica Americana, visando padronizar o diagnóstico de distúrbios mentais por meio de critérios definidos.
A edição mais recente, DSM-5-TR, de 2022, oferece um sistema de classificação que tenta agrupar as doenças mentais em categorias diagnósticas com base na descrição dos sintomas e no curso da doença.
O CID-11, por sua vez, foi lançado em 2019 pela Organização Mundial da Saúde e adota categorias diagnósticas semelhantes às encontradas no DSM-5-TR.
Essa uniformidade sugere que o diagnóstico de condições mentais específicas está se tornando mais consistente em todo o mundo.
Enquanto o CID é mantido pela OMS e serve como padrão internacional para o diagnóstico de doenças, fornecendo critérios diagnósticos, o DSM, publicado pela Associação Americana de Psiquiatria, é amplamente utilizado nos EUA.
Ambos os sistemas são desenvolvidos por grupos de especialistas, que revisaram a literatura científica e a evidência clínica para atualizar e refinar as categorias diagnósticas.
Como posso identificar um tipo de transtorno mental?
Para diagnosticar um problema de saúde mental, os médicos consideram uma variedade de fatores:
- Suas experiências: Sentimentos, comportamentos e sintomas físicos podem sugerir diferentes diagnósticos;
- Duração dos sintomas: Quanto tempo você está lidando com essas questões;
- Impacto na vida cotidiana: Como os sintomas da condição suspeita afetam sua vida diária;
Para obter informações a respeito disso, os médicos fazem perguntas sobre seu humor, pensamentos e comportamentos, muitas vezes utilizando questionários ou formulários.
Quanto mais detalhadas forem as informações que você der, mais fácil será conduzir o diagnóstico.
Por exemplo, se você mencionar ao médico que está se sentindo deprimido, com baixa energia e que perdeu interesse em atividades que antes gostava, isso pode indicar depressão.
À medida que seus sintomas mudam, seu diagnóstico pode indicar outro dos tipos de transtornos mentais.
É importante notar que ter um diagnóstico não significa que você está em um estado ruim.
Você pode receber um diagnóstico para um dos tipos de transtornos mentais e ainda assim ser capaz de lidar com ele e manter um bom funcionamento no trabalho e em casa.
Da mesma forma, você pode enfrentar sua condição sem receber um diagnóstico específico. Cada pessoa vive uma experiência única, que pode variar ao longo do tempo.
Quais são as opções de tratamento para os transtornos mentais?
Muitas pessoas que recebem um diagnóstico de um dos tipos de transtornos mentais encontram força e recuperação por meio de diferentes opções de tratamento, seja individualmente ou em grupo.
Não há uma abordagem única que funcione para todos; cada indivíduo pode escolher o tratamento, ou combinação de tratamentos, que melhor se adapte às suas necessidades.
No entanto, as duas grandes indicações de tratamentos para lidar com os diferentes tipos de transtornos mentais englobam:
Psicoterapia
A psicoterapia é um tratamento terapêutico fornecido por um profissional de saúde mental para todos os tipos de transtornos mentais.
Ela explora pensamentos, sentimentos e comportamentos, buscando melhorar o bem-estar do paciente.
Quando combinada com medicamentos, é uma forma muito eficaz de promover a recuperação.
Existem diferentes tipos de psicoterapia, como:
- Terapia Cognitivo-Comportamental;
- Terapia de Exposição;
- Terapia Comportamental Dialética.
Medicação
Pesquisadores acreditam que os sintomas dos diferentes tipos de transtornos mentais surgem de desequilíbrios químicos no cérebro.
Os medicamentos agem nesses desequilíbrios para reduzir ou aliviar os sintomas.
Existem diferentes tipos de medicamentos usados para tratar problemas de saúde mental, cada um com seus próprios objetivos e possíveis efeitos colaterais:
-
Antipsicóticos
São prescritos para reduzir ou eliminar sintomas como alucinações auditivas, paranoia ou pensamentos extremamente assustadores.
Eles ajudam a manter o pensamento claro, focado na realidade e promover uma sensação de calma e organização.
Podem ser administrados via oral, em comprimidos diários, ou por injeção, com duração entre 3 e 6 semanas, dependendo do medicamento específico.
Possíveis efeitos colaterais incluem sonolência, dor de estômago, aumento do apetite e ganho de peso, visão turva, boca seca, tontura, pressão arterial baixa, inquietação, fraqueza, tremores e rigidez muscular.
Efeitos colaterais raros incluem convulsões e problemas de temperatura corporal.
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Antidepressivos
São prescritos para reduzir sentimentos de tristeza, depressão ou ansiedade, e podem ajudar a aliviar pensamentos suicidas.
No entanto, eles não causam felicidade nem alteram a personalidade. Existem diferentes tipos, como os tricíclicos e os mais recentes, como os ISRSs ou IRSNs.
Possíveis efeitos colaterais incluem sonolência ou insônia, ganho de peso, problemas sexuais e boca seca.
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Estabilizadores de humor
São usados para reduzir extremos de humor, como mania ou depressão. Podem ser prescritos para casos de depressão prolongada ou que não respondem bem apenas aos antidepressivos.
Possíveis efeitos colaterais incluem problemas de estômago, sonolência, ganho de peso, tremores e confusão.
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Tranquilizantes e pílulas para dormir
Podem reduzir a ansiedade e ajudar no sono, proporcionando relaxamento. No entanto, seu uso é geralmente de curto prazo devido ao risco de dependência.
Geralmente causam sonolência e alguns efeitos colaterais como dores de cabeça, confusão, náusea ou aumento da ansiedade.
-
Estimulantes e medicamentos relacionados
Ajudam a melhorar a concentração e a atenção, reduzindo a hiperatividade e impulsividade, especialmente em crianças e adultos com TDAH.
Esses medicamentos podem ter um efeito calmante em alguns casos.
Apesar da abordagem medicamentosa ser eficiente na maioria dos casos, tenha em mente que:
- Os medicamentos não são uma cura definitiva. Eles tratam apenas os sintomas, então, se interrompidos, os sintomas podem retornar. Discuta com seu médico a duração do tratamento.
- Cada medicamento possui benefícios e riscos. A decisão de tomar um medicamento envolve equilibrar esses fatores. Às vezes, é difícil prever como um medicamento afetará você até que você o experimente.
- Os medicamentos são mais eficazes quando combinados com outras formas de tratamento, como psicoterapia, apoio de pares e serviços de reabilitação.
Às vezes, leva tempo para sentir os efeitos positivos dos medicamentos, e os efeitos colaterais podem surgir antes dos benefícios.
Pode ser necessário tentar diferentes medicamentos antes de encontrar o mais adequado, mas muitas pessoas consideram que vale a pena a espera.
A Cannabis medicinal no tratamento de transtornos mentais
A Cannabis tem sido usada ao longo dos tempos para fins terapêuticos, e muitas pessoas relatam seu uso como forma de aliviar sintomas psiquiátricos, como ansiedade, depressão e esquizofrenia.
Pesquisas ao longo dos anos sugerem uma ligação entre defeitos no sistema endocanabinoide e o desenvolvimento de diferentes tipos de transtornos mentais.
Por exemplo, os níveis dos principais endocanabinoides, como a anandamida e o 2-AG, são reduzidos em pessoas com depressão grave, indicando um déficit na atividade endocanabinoide.
Além do mais, a diminuição dos níveis de 2-AG foi correlacionada com o aumento da frequência de alterações de humor, enquanto baixos níveis de anandamida estavam associados com os sintomas de ansiedade.
No entanto, a Cannabis medicinal foi associada a uma melhor função neurocognitiva em pacientes com depressão.
Um de seus principais canabinoides, o CBD (canabidiol), tem um forte perfil ansiolítico, capaz de aumentar os níveis de anandamida e 2-AG naturalmente presentes no corpo.
A respeito disso, pesquisadores descobriram que uma dose única de CBD (400 mg) seria capaz de reduzir de forma efetiva a ansiedade em pacientes com transtorno de ansiedade social.
Os efeitos ansiolíticos do CBD se devem às suas ações nos córtices límbico e paralímbico, áreas do cérebro fortemente implicadas no desenvolvimento de diferentes tipos de transtornos mentais.
Para além de ajudar a prevenir e atuar na fisiopatologia dos tipos de transtornos mentais, os compostos da Cannabis ajudam a aliviar os sintomas desses problemas, como insônia, dor, falta de apetite e baixa imunidade.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis para transtornos mentais?
Uma análise abrangente de ensaios clínicos randomizados foi conduzida em 2019 para avaliar a eficácia dos medicamentos à base de Cannabis em pacientes com vários tipos de transtornos mentais.
Os estudos englobaram diversas condições, como:
- Demência;
- Dependência de opioides;
- Psicoses/esquizofrenia;
- Ansiedade;
- Transtorno de estresse pós-traumático;
- Anorexia nervosa;
- Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
A maioria dos estudos controlados se concentrou em medicamentos à base de CBD e THC (como nabiximols e dronabinol) como parte de intervenções.
Os resultados revelaram que os medicamentos à base de Cannabis, usados como complemento à farmacoterapia, levou a melhorias nos sintomas dessas condições.
Em relação ao CBD, seu uso isolado provou ser muito eficiente para amenizar os sintomas psicóticos em pacientes com esquizofrenia.
O aumento nos níveis de AEA (anandamida) pelo CBD, por exemplo, levou a uma redução nos sintomas psicóticos em pacientes com esquizofrenia.
O canabidiol também mostrou ser capaz de conter os sintomas da ansiedade horas após sua administração.
Em um estudo duplo-cego e controlado por placebo com adultos saudáveis, a administração de uma dose de CBD reduziu o sofrimento autorrelatado após um estressor psicossocial.
Estudos de neuroimagem mencionados na revisão mostraram que o THC poderia diminuir o processamento emocional negativo em voluntários saudáveis, prevenindo os transtornos mentais.
Do mesmo modo, o CBD exibiu efeitos benéficos em humanos e animais sem induzir efeitos adversos quando comparado com os medicamentos tradicionais.
No entanto, ainda são necessárias mais pesquisas para entender melhor sua eficácia e segurança em diferentes tipos de transtornos mentais.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal pode ser um processo desafiador para alguns, mas com as informações corretas e orientação adequada, pode ser simplificado.
Para que isso ocorra, o primeiro passo é entender a natureza da sua condição de saúde e como a Cannabis medicinal pode ajudar.
Em seguida, você deve encontrar um médico prescritor que esteja familiarizado com o uso medicinal da Cannabis.
O portal Cannabis & Saúde é uma excelente ferramenta para encontrar médicos e profissionais prescritores.
O portal disponibiliza uma plataforma de agendamento gratuita que lista médicos de diferentes especialidades, os quais têm experiência no tratamento de pacientes através da Cannabis.
Uma vez que você tenha selecionado um médico, discuta suas preocupações, sintomas e objetivos de tratamento.
Isso permitirá que o médico crie um plano de tratamento personalizado que atenda às suas necessidades específicas.
Finalmente, lembre-se de que iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal é uma jornada e pode levar algum tempo para encontrar a dose e a cepa certas para você.
Tenha paciência e mantenha uma comunicação aberta com seu médico durante todo o processo.
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Quais são os riscos associados à falta de tratamento de transtornos mentais?
Os diferentes tipos de transtornos mentais, quando não tratados, resultam em consequências graves e prolongadas tanto para o indivíduo quanto para a sociedade.
A falta de tratamento leva ao agravamento dos sintomas, tornando-os mais difíceis de administrar.
O resultado disso é: mais sofrimento emocional, diminuição da qualidade de vida e, em casos extremos, até mesmo aumento do risco de suicídio.
Além disso, os vários tipos de transtornos mentais não tratados afetam negativamente outras áreas da vida do indivíduo, como a saúde física, o desempenho acadêmico ou profissional e os relacionamentos interpessoais.
Eles também impulsionam a probabilidade de comportamentos de risco, como o abuso de substâncias, e contribuem para problemas legais e financeiros.
Portanto, se você suspeita ter algum dos tipos de transtornos mentais, busque tratamento o mais cedo possível para minimizar esses riscos e melhorar a qualidade de vida.
Como prevenir os transtornos mentais?
Muitos fatores influenciam nossa saúde mental, como nossa história pessoal, incluindo nossa família, relacionamentos e autoimagem, e nossas circunstâncias sociais, como moradia, emprego e educação.
Embora não seja possível evitar todos os tipos de transtornos mentais, muitos podem ser prevenidos com a abordagem certa.
Aqui estão algumas maneiras que as pessoas encontraram para se manter mentalmente saudáveis:
- Falar sobre seus sentimentos: Ser ouvido pode ajudá-lo a se sentir apoiado e menos isolado com qualquer problema que esteja enfrentando.
- Ter uma boa noite de sono: O sono e a saúde mental estão interligados: problemas de saúde mental podem afetar seu sono, e um sono de qualidade impacta positivamente seu bem-estar mental.
- Ter uma alimentação equilibrada: Uma dieta saudável melhora sua sensação de bem-estar e humor. Em contrapartida, uma dieta ruim cria um ambiente inflamatório interno, dificultando seu corpo a lidar com o estresse.
- Manter-se ativo: A atividade física não beneficia apenas o corpo, mas também a mente. Se exercitar libera serotonina e dopamina, neurotransmissores associados ao bem-estar.
- Medite: Praticar a atenção plena, uma técnica que envolve estar totalmente presente no momento, ajuda a reduzir o estresse e promover o bem-estar mental.
- Tenha um círculo social: Amigos solidários podem ajudá-lo a lidar com os desafios da vida, dar apoio e oferecer uma perspectiva diferente sobre seus problemas. Cuidar dos outros, seja fortalecendo os laços familiares ou envolvendo-se em atividades voluntárias, traz benefícios emocionais e fortalece sua rede de apoio.
Conclusão
Como você viu, a Cannabis pode ajudar pessoas que sofrem com os tipos de transtornos mentais de muitas maneiras.
Apesar de existirem muitos medicamentos voltados para o tratamento dessas condições, é importante lembrar que cada indivíduo é único e o que funciona para um pode não funcionar para outro.
Em contrapartida, o uso da Cannabis medicinal é uma abordagem que pode ser personalizada para todos, permitindo uma melhor aderência ao tratamento e, consequentemente, maiores benefícios.
O campo da medicina canabinoide está em constante evolução, e há muito mais a aprender sobre como a Cannabis atua no manejo dos sintomas de muitas condições.
Por isso, não deixe de continuar sua jornada de aprendizado lendo outros artigos aqui no portal Cannabis & Saúde, onde encontrará uma riqueza de informações sobre os benefícios da planta para várias doenças!