Nos últimos anos, principalmente após a pandemia da Covid-19, a telemedicina está, cada vez mais, em evidência. Mas, ao contrário do que possa parecer, essa não é uma prática recente. Desde a metade do século passado, médicos utilizam meios de comunicação remotos para prestar auxílio e orientar seus pacientes.
E motivos não faltam para que governos, ONGs e entidades de classe incentivem a expansão desse tipo de serviço de saúde. Um desses motivos é a falta de atendimento médico de qualidade, especialmente para as pessoas que vivem afastadas de centros urbanos e de unidades de saúde.
Segundo uma pesquisa publicada no portal G1, cerca de 5 milhões de pessoas morrem por causa do atendimento médico insuficiente todo ano. É importante pontuar que o estudo só levou em consideração consultas presenciais.
No Brasil, o panorama não é menos preocupante, já que a pesquisa estimou que aproximadamente 135 mil pessoas morrem anualmente por falhas na assistência médica.
Neste texto, vamos explicar como a telemedicina funciona, sua regulamentação, os tipos de medicina remota existentes e como essa prática pode ser uma boa alternativa para ajudar a atender a quem mais precisa.
Confira o que você vai aprender:
- O que é telemedicina?
- A telemedicina no Brasil
- Como funciona a telemedicina?
- Qual é a importância da telemedicina?
- Quais são os tipos de telemedicina?
- Quais especialidades médicas podem utilizar a telemedicina?
- Conheça as 5 principais vantagens e benefícios da telemedicina?
- Importância da telemedicina durante a pandemia de Covid-19
- Desvantagens da telemedicina
- Como encontrar médicos que atendem por telemedicina?
- Cannabis & Saúde: como funcionam as consultas feitas por telemedicina?
- Telemedicina: como são os tratamentos após as consultas a distância?
- Conclusão
O que é telemedicina?
Telemedicina é o exercício da atividade médica à distância. Para que isso seja possível, são utilizados meios de comunicação remotos, como telefone, e hoje em dia, principalmente, os formatos digitais, como computadores, tablets e smartphones.
Por meio dos softwares de telemedicina, médicos e pacientes conseguem realizar consultas, compartilhar informações e, até mesmo indicar tratamentos para determinadas condições. Tudo isso em tempo real, onde quer que estejam.
Nesse aspecto, aplicativos como o WhatsApp, por exemplo, vêm sendo cada vez mais empregados para essa conexão. Não é por acaso, uma vez que ele é, de longe, o app de conversação mais usado por brasileiros, estando instalado em 99% dos aparelhos do país.
A abrangência dos meios eletrônicos somada aos diversos recursos de comunicação disponíveis hoje, abre a oportunidade para ampliar o alcance dos serviços de saúde.
Os pacientes que vivem em regiões isoladas e de difícil acesso, sem hospitais ou clínicas por perto, têm na telemedicina uma grande aliada, que pode significar a diferença entre a vida e a morte.
No Brasil, o cenário para quem depende da telemedicina vem evoluindo, embora haja muito a ser feito. Uma prova disso são os avanços legislativos, conforme veremos a seguir.
Conceito de telemedicina
De acordo com o CFM, a telemedicina é “o exercício da Medicina através da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em Saúde”.
Em outras palavras, a telemedicina é uma área da telessaúde que, conforme comentamos acima, presta atendimento médico à distância com o apoio das tecnologias da informação e comunicação.
Essa modalidade permite que o profissional da saúde realize consultas, interprete exames e, até mesmo, indique tratamentos para o paciente de forma remota.
A Organização Mundial de Saúde, desde 1990, reconhece a importância da telemedicina para casos em que a distância e o difícil acesso são um empecilho para os serviços de saúde.
Desde 2020, com o surgimento da pandemia de Covid-19, o atendimento médico à distância passou a ganhar ainda mais força e, ao que tudo indica, seus benefícios (dos quais falaremos melhor mais adiante) tendem a fazer com que essa área continue a se expandir.
Quando usar a telemedicina?
A telemedicina pode ser usada em várias situações, seja pela praticidade de não precisar se deslocar até um consultório médico ou organização de saúde, seja por necessidade.
Consultas que não precisam de contato físico entre médico e paciente podem, tranquilamente, ser realizadas à distância.
Por outro lado, quando o paciente encontra-se com dificuldade para se locomover até o consultório, quando precisa ser atendido imediatamente, ou quando vive em localidades isoladas e de difícil acesso, a telemedicina se apresenta como uma solução para esses problemas.
A telemedicina no Brasil
A Resolução Nº 1.643 de 2002, publicada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), é a primeira norma de abrangência nacional visando disciplinar a atividade médica à distância no Brasil.
Sobre o exercício da medicina por meios remotos, ela aborda um ponto bem importante no artigo 2º, o sigilo:
“Art. 2º – Os serviços prestados através da Telemedicina deverão ter a infraestrutura tecnológica apropriada, pertinente e obedecer às normas técnicas do CFM pertinentes à guarda, manuseio, transmissão de dados, confidencialidade, privacidade e garantia do sigilo profissional.”
Em 2018, viria a ser publicada a Resolução Nº 2.227, na qual o CFM trouxe novas orientações detalhadas acerca de como exercer a telemedicina. No artigo 5º, por exemplo, essa resolução estipulou quais tipos de registros deveriam ser fornecidos pelos pacientes e médicos envolvidos nas consultas.
Vale destacar também a Portaria Nº 467, de 20 de março de 2020, na qual o governo federal regulamentou a prática da telemedicina devido à pandemia da Covid-19. De acordo com o art. 2º desta lei:
“As ações de Telemedicina de interação a distância podem contemplar o atendimento pré-clínico, de suporte assistencial, de consulta, monitoramento e diagnóstico, por meio de tecnologia da informação e comunicação, no âmbito do SUS, bem como na saúde suplementar e privada.”
Por fim, a Resolução nº 2.314/2022, a mais recente, assegura ao médico a autonomia de decidir se utiliza ou não a telemedicina em seu atendimento:
“Art. 4º Ao médico é assegurada a autonomia de decidir se utiliza ou recusa a telemedicina, indicando o atendimento presencial sempre que entender necessário.”
Regulamentação da telemedicina no Brasil
A primeira medida de regulamentação da telemedicina no Brasil foi a Resolução CFM 1.642/2002. Esse documento permitia apenas o atendimento e a emissão de laudos à distância em casos de emergência. Além disso, previa algumas regras para quem buscasse a telemedicina para educação à distância ou para assistência.
No entanto, com o avanço da pandemia de Covid-19 e a crise de saúde causada por ela em todo o mundo, o CFM solicitou ao Ministério da Saúde por meio do ofício 1.756, que fosse liberada as práticas da teleinterconsulta, telemonitoramento e teleorientação.
Então, o Ministério da Saúde publicou a portaria 467, que garantiu maior abrangência aos serviços de saúde remota de forma temporária, permitindo que fossem realizados consultas, atendimento pré-clínico, diagnóstico, monitoramento e suporte assistencial.
A liberação da prática de forma definitiva veio em abril de 2020, com a lei 13.989, que seria revogada em dezembro de 2022 para dar lugar à lei 14.510, que libera e rege a prática da telemedicina em todo o território nacional.
Como funciona a telemedicina?
Na telemedicina, o objetivo é sempre colocar em contato pacientes e profissionais da medicina visando a melhora de um quadro de saúde. Nesse tipo de serviço, as anamneses (entrevistas) feitas pelos médicos têm o mesmo propósito que nas consultas presenciais, ou seja, investigar o passado do paciente para se chegar a um diagnóstico.
Para a realização das consultas, o especialista pode recorrer a chamadas por telefone, de voz via aplicativos ou videochamadas, sendo este o meio mais usual atualmente.
Se for necessário algum tipo de exame que exija aferir condições clínicas, como pressão arterial ou coleta de sangue, um outro médico assistente ou enfermeiro deverá acompanhar o paciente para a realização dos mesmos.
No caso de cirurgias, a equipe cirúrgica poderá ser orientada remotamente pelo cirurgião responsável, que acompanhará os procedimentos por vídeo. Ou, se o local estiver equipado, o procedimento poderá ser feito, até mesmo, por um robô-cirurgião.
Por último, mas não menos importante, pela telemedicina, os médicos podem ler e interpretar resultados de exames, sendo capazes, assim, de indicar tratamentos com muito mais agilidade.
O papel da inteligência artificial na telemedicina
A inteligência artificial é a tecnologia usada para que sistemas informatizados reproduzam o comportamento humano na realização de tarefas. Ela tem sido uma grande aliada da telemedicina.
A possibilidade de cruzar dados entre sistemas diferentes tem ajudado os médicos a terem uma visão ampliada da saúde do paciente, permitindo uma interação entre tais sistemas e que relatórios de gestão populacional sejam emitidos.
Essa função tem sido muito usada para que se pense em ações eficazes para combater doenças, tanto por organizações de saúde públicas e privadas, quanto para o poder público. Além disso, ela também pode ser usada para identificar previamente os problemas de saúde que podem se tornar frequentes em determinadas regiões.
Outro uso da IA que tem se tornado frequente, é na identificação de doenças em determinados tipos de exames. Por meio de uma base de dados ampla, é possível perceber pequenas alterações e apontar, com 90% de precisão, onde pode haver alguma anomalia.
Qual é a importância da telemedicina?
De acordo com a Pesquisa Conectividade e Saúde Digital na Vida do Médico Brasileiro, feita pela Associação Paulista de Medicina (APM), a telemedicina veio para ficar.
Para 90% dos 2.258 profissionais entrevistados, as novas tecnologias digitais podem ajudar a melhorar a assistência médica junto à população. Já 88% disseram acompanhar seus pacientes por meios de comunicação virtuais, com destaque para o WhatsApp, fora as consultas presenciais.
A propósito, o app mais utilizado pelos brasileiros é também o preferido por 65,19% dos médicos para exercer a telemedicina.
Tais números só evidenciam o quão importante é a telemedicina para profissionais de saúde, em função da maior proximidade que eles passam a ter com seus pacientes. Isso sem falar na ampliação da rede de atendimento para locais inacessíveis ou em casos nos quais não haja um especialista por perto.
Digamos, por exemplo, que em uma pequena cidade do interior só exista um clínico geral. Com o teleatendimento, esse profissional poderia ser orientado por um especialista, caso fosse necessário um exame presencial que exigisse conhecimentos mais específicos.
A agilidade no atendimento é outro fator que torna a telemedicina importante para o mundo moderno. Sem o tempo de deslocamento de médicos e pacientes até o consultório, o atendimento torna-se mais rápido, interferindo menos na rotina do paciente, e fazendo com que os médicos consigam, até mesmo, encaixar mais consultas em sua agenda.
Quais são os tipos de telemedicina?
Já explicamos anteriormente o que é a telemedicina que, resumidamente, trata-se dos atendimentos médicos à distância com o auxílio da tecnologia. Porém, existem algumas categorias nas quais a telemedicina se divide. Confira quais são elas a seguir.
Teleassistência
A teleassistência é a assistência médica à distância, ou seja, o atendimento que monitora o paciente de forma remota. Nessa modalidade, o profissional de saúde pode orientar um outro indivíduo, seja ele outro profissional ou não.
Por exemplo, em um caso de emergência, o médico pode orientar outra pessoa a socorrer o paciente, dando assistência sem precisar de sua presença física. Na teleassistência também é possível monitorar idosos, deficientes físicos, gestantes ou pacientes que estão pós-operados e precisam de atenção constante.
Teleconsulta
A teleconsulta é o serviço mais comum prestado na telemedicina. Ela nada mais é que a consulta médica à distância, que ocorre por meio de softwares ou aplicativos que possibilitam videoconferências ou ligações.
Essa tecnologia permite que pessoas com mobilidade reduzida ou que vivem em locais remotos possam receber atendimento médico, mesmo que não haja um hospital ou clínica na localidade onde moram.
Na teleconsulta, os médicos podem também fazer análises de exames e compartilhar dados que possam ajudar a chegar ao diagnóstico daquele paciente.
Teleducação
A teleducação usa recursos digitais para o desenvolvimento profissional e intelectual dos profissionais de saúde, possibilitando que troquem informações e conhecimentos a fim de manter-se atualizados ou de aprender sobre novas especialidades.
Com essa tecnologia, os estudantes de medicina, por exemplo, podem ter acesso a casos clínicos de diversos tipos, desde os mais comuns, até os mais complicados. Isso se torna um diferencial importante na carreira dos médicos, fazendo com que aprimorem cada vez mais seu atendimento.
Telecirurgia
A telecirurgia é a modalidade em que um médico cirurgião atua de forma remota. Com a ajuda de dispositivos modernos de telecomunicação, ele realiza atendimento cirúrgico aos pacientes, seja auxiliando um outro profissional durante um procedimento ou, até mesmo, manuseando aparelhos como braços robóticos, microcâmeras, dentre outros, à distância.
Assim, é possível atender pessoas com limite de acessibilidade ou que estão em locais de difícil acesso.
Emissão de laudos à distância
A emissão de laudos à distância, também chamada de telelaudos, é a prática que torna possível que exames realizados em uma determinada organização de saúde sejam laudados por especialistas de qualquer lugar do mundo.
Os telelaudos permitem que os aparelhos diagnósticos enviem dados obtidos em exames de forma automática via internet para serem analisados por médicos de referência e enviados de volta àquele hospital, clínica ou consultório.
Essa é uma prática que tem como benefícios a qualidade e agilidade na emissão de laudos, além de dispensar a necessidade de um corpo clínico especializado para realizar os laudos naquela organização de saúde.
É importante lembrar que o telelaudo deve ter, sempre, a assinatura digital do médico responsável.
Quais especialidades médicas podem utilizar a telemedicina?
A medicina exercida remotamente não proporciona apenas economia de tempo. De acordo com uma pesquisa realizada com uma base de dados de 2,5 milhões de pacientes da plataforma Conexa Saúde, de agosto a outubro de 2022 a telemedicina realizou uma economia de R$12 milhões, uma média de 80% se comparado aos atendimentos realizados de forma presencial.
Além disso, no mesmo período, foi constatado que 88% das queixas realizadas foram resolvidas nas consultas remotas e apenas 12% dos pacientes precisaram ser encaminhados para um pronto-socorro.
Outra prova de que os serviços médicos a distância são fundamentais é que não há especialidade que não possa aproveitar suas vantagens. Afinal, como vimos, até mesmo cirurgias podem ser feitas remotamente. Isso vale inclusive para especialidades em que o exame visual é indispensável, como o teledermatologia na dermatologia.
Além disso, a telemedicina não dispensa a medicina presencial, já que, em certos casos, como o exame de próstata, a interação médico-paciente é obrigatória.
Conheça as 5 principais vantagens e benefícios da telemedicina
Um outro dado da pesquisa da APM, já mencionada anteriormente, que merece ser destacado é que, em 58,5% dos casos, o diálogo entre médico e paciente é diário via apps de comunicação. É um fluxo intenso e que seria inviável sem ferramentas que permitissem a troca instantânea de mensagens.
Esse é um exemplo dos muitos benefícios que vêm a reboque com a telemedicina, modalidade que não deixa de ser um desdobramento do movimento global de transformação digital.
Hoje, não há mais atividade que não seja impactada ou que não seja beneficiada pelos avanços nos meios de comunicação eletrônicos, e isso inclui a medicina.
Conheça, a seguir, algumas das vantagens que pacientes e médicos percebem ao aderir às consultas e aos procedimentos remotos.
1- Acessibilidade
De acordo com o relatório Framework for the Implementation of a Telemedicine Service, da Organização Mundial de Saúde (OMS), um dos desafios a serem superados em relação à saúde mundial é o acesso ao atendimento médico.
O problema não se restringe apenas aos países menos desenvolvidos, já que, de acordo com o documento, até mesmo nos Estados Unidos existem disparidades.
Há regiões que são bem servidas, tanto em número de médicos quanto em infraestrutura. Já em outras, como a Índia ou mesmo o interior do Brasil, há localidades onde os cidadãos precisam percorrer diversos quilômetros para ter acesso a cuidados básicos.
São dados contundentes e que sem dúvida colocam a telemedicina em um lugar de destaque para solucionar um dos mais graves problemas de saúde pública global.
As redes de telemedicina oferecem atendimento ao alcance das mãos, além de, em alguns casos, também estarem à disposição 24 horas por dia, com todos os tipos de especialistas, tornando o contato entre médico e paciente muito mais fácil e rápido.
2- Segurança
No mesmo documento, a OMS define a eHealth (telemedicina) como uma forma segura de se utilizar a tecnologia da informação em apoio à saúde. De acordo com a entidade, a telemedicina reforça os direitos humanos fundamentais ao melhorar a equidade, a solidariedade e a qualidade de vida e do atendimento.
No caso brasileiro, o próprio CFM dispõe, nas resoluções em que regulamenta a prática de serviços médicos à distância, limites no sentido de garantir a segurança e o sigilo.
Portanto, a lei garante que o exercício da medicina, ainda que remotamente, seja reservado apenas a profissionais credenciados.
3- Rapidez
A legislação nacional prevê que o médico deve se responsabilizar por toda e qualquer ocorrência ou falha em atendimentos de emergência. Essa é mais uma garantia que as normas dão para quem precisa de assistência de urgência, na qual o tempo é decisivo.
Além disso, infelizmente, são mais frequentes do que o esperado os casos de pessoas que morrem em unidades do SUS em virtude da demora no atendimento.
O teleatendimento pode ser a melhor forma, às vezes a única, de assegurar que indivíduos em situações críticas sejam cuidados a tempo. Ele também garante que pacientes em tratamento sejam atendidos nos prazos indispensáveis, tendo em vista o controle das suas enfermidades.
4- Otimização do tempo
Imagine que um familiar ou amigo seu com dificuldades de se locomover tenha um mal súbito e precise ser atendido. Nesse caso, temos algumas possibilidades a serem consideradas.
Uma, é que esse mal seja sintoma de alguma crise mais grave e que, por isso, exija um tipo de ação imediata. Outra, em que o problema não é motivo para alarme, contudo, se não for tratado a tempo pode evoluir para um quadro mais complicado. Em ambos os casos, como se vê, o fator tempo, mais uma vez, faz toda a diferença.
Por outro lado, é possível que um médico possa indicar o que fazer a distância, apenas inspecionando o paciente por vídeo ou conversando com você. Lembre-se de que pessoas com dificuldades de se locomover necessitam de auxílio, o que tornaria uma viagem a um hospital mais demorada.
Esse é um caso em que a telemedicina pode salvar vidas e, de quebra, otimizar o uso do tempo que seria consumido em uma ida à unidade de saúde mais próxima.
5- Facilita a comunicação
Um dos procedimentos ambulatoriais mais importantes para se investigar uma doença e diagnosticá-la, como vimos, é a anamnese. Em boa parte dos casos, ela é suficiente ou o único meio pelo qual um médico pode diagnosticar um problema de saúde.
Portanto, a comunicação é e sempre será a base de um atendimento eficaz. A telemedicina, nesse aspecto, é mais uma garantia de que pacientes e especialistas estejam em contato quando e onde for necessário.
Além disso, vimos que, em mais da metade dos atendimentos, o diálogo entre médicos e pacientes é diário. Imagine então o que aconteceria se essa comunicação fosse interrompida por falta de meios adequados?
Importância da telemedicina durante a pandemia da covid-19
O fato mais marcante durante a pandemia de Covid-19, certamente, foi a necessidade de permanecer em isolamento a fim de não se contaminar com o vírus, que era uma ameaça com consequências ainda imprevisíveis.
Nesse contexto, a telemedicina acabou por tomar um papel de extrema importância, já que a necessidade de não ter contato com outras pessoas acabava por interferir diretamente nos atendimentos médicos.
Assim, ainda que o teleatendimento não substitua 100% o atendimento presencial, ele funcionou como uma alternativa para os pacientes, que tiveram a possibilidade de permanecer em casa e, ainda assim, cuidar da saúde sem que fossem expostos ou que expusessem os profissionais da saúde ao risco de contaminação.
Dessa maneira, a telemedicina acabou por se desenvolver ainda mais em todo o mundo e mostrou que, mesmo com o fim do período pandêmico, ela veio para ficar e para facilitar o acesso à saúde.
Desvantagens da telemedicina
Vimos, até aqui, que a telemedicina é uma ferramenta importante para ampliar o acesso da população aos serviços de saúde. Porém, apesar de todos esses benefícios, ela também tem algumas desvantagens.
Como exemplo, podemos citar a falta de treinamento das equipes para atuar nesse tipo de atendimento, já que apesar de já existir há muitos anos, somente nos últimos anos ganhou popularidade.
Além disso, na telemedicina não é possível colher amostras de urina ou sangue, por exemplo, o que afeta pacientes com condições crônicas nas quais a dosagem de medicamentos precisa ser controlada.
Outro ponto negativo é a impossibilidade de se ouvir os batimentos cardíacos, a respiração, medir a pressão arterial, dentre outros sinais vitais. As avaliações também podem ser mais difíceis de se realizar de maneira remota.
Em resumo, como já foi comentado anteriormente neste texto, a telemedicina ajuda em determinadas situações, mas não substitui um atendimento presencial, já que, à distância, existem diversas limitações que podem ser importantes para um tratamento adequado.
Como encontrar médicos que atendem por telemedicina?
A missão do portal Cannabis & Saúde é levar informação confiável e atualizada para quem precisa de cuidados médicos e tem interesse em saber mais sobre medicina canabinoide.
Por isso, além de indicar médicos que prescrevem Cannabis medicinal, procuramos disponibilizar um plantel com diversas especialidades da medicina. Sendo assim, desde já, você sabe que pode contar com o nosso serviço de agendamento de consulta online, pelo qual muitos profissionais exercem a telemedicina.
Essa é mais uma alternativa para quem está em busca de um especialista que atenda remotamente com a possibilidade de marcação sem a necessidade de contatos telefônicos.
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Cannabis & Saúde: como funcionam as consultas feitas por telemedicina?
O Portal Cannabis & Saúde surgiu em 2020 como um site jornalístico com o objetivo de informar a população a respeito dos benefícios do tratamento de doenças com a Cannabis medicinal. Com a autorização da Anvisa para importação de produtos à base de Cannabis, muitas pessoas passaram a nos procurar em busca de profissionais que pudessem prescrever o tratamento com a substância, já que eram (e continuam sendo) poucos os médicos com experiência nesse tipo de terapia.
Pensando em atender a essa demanda, transformamos o portal no maior canal de conexões entre médicos prescritores de Cannabis e pacientes interessados nesse tipo de tratamento.
Na nossa plataforma, é possível se conectar com mais 250 profissionais de diversas especialidades, que atendem tanto de forma presencial, quanto telemedicina. O tipo de plataforma para o atendimento via telemedicina varia de acordo com o profissional ou paciente, podendo ser usadas as plataformas tradicionais de videoconferência como WhatsApp, Zoom e Skype, ou mesmo as plataformas especializadas em telemedicina
Todas as informações das consultas, como solicitação de exames, laudos e prescrição de medicamentos, geralmente, são enviadas por e-mail.
Para consultar-se via telemedicina no portal Cannabis & Saúde, o primeiro passo é identificar o especialista adequado para tratar do seu caso. Para tanto, basta acessar o link e procurar pela área na qual precisa de atendimento.
Uma vez encontrado o médico desejado, é só clicar no botão logo no fim da sua ficha “Quero Agendar”. Se tiver dificuldades em sua busca, você pode utilizar a barra de pesquisa com filtros, localizada à esquerda da tela.
Nela, é possível incluir os seguintes critérios de busca:
- Especialidade;
- Nome do médico;
- Patologia;
- Cidade;
- Estado;
- Valor da consulta.
Preenchimento do formulário
Uma vez selecionado o médico de sua preferência, é hora de preencher o formulário do paciente, no qual devem ser informados:
- Nome completo;
- E-mail;
- Telefone;
- Estado;
- Cidade;
- Nome do médico;
- Pessoa para quem você deseja agendar a consulta (caso seja um terceiro);
- Nome completo e idade do paciente;
- Relação com a pessoa (familiar, responsável, tutor ou amigo);
- Consulta de preferência (presencial ou telemedicina) – note que há especialistas que só atende remotamente;
- Patologia a ser tratada.
Agendamento
Após o preenchimento do formulário, basta clicar em “Solicitar agendamento”.
Depois disso, você receberá uma confirmação, na qual acusamos o recebimento das informações e o encaminhamento para o especialista indicado.
Em seguida, o médico deverá fazer um novo contato para agendar a consulta conforme a preferência informada no formulário.
Consulta
Se a escolha for pela consulta presencial, então, o paciente deverá se deslocar ao local indicado pelo médico no ato de confirmação.
E se a opção for pela telemedicina, o paciente vai combinar a forma e o meio de comunicação a ser utilizado para o primeiro contato.
Telemedicina: como são os tratamentos após as consultas a distância?
Baseando-se no que dizem as portarias do CFM e a mais recente lei publicada pelo governo em resposta à pandemia de Covid-19, alguns procedimentos de rotina em telemedicina foram definidos.
Conforme o Ofício CFM Nº 1756/2020, em face da situação de emergência, os médicos poderão realizar remotamente:
- Teleorientação: pela qual pacientes em isolamento poderão ser encaminhados
- Teleinterconsulta: em que médicos trocam opiniões e informações para auxílio terapêutico ou diagnóstico
- Telemonitoramento: permite que, sob orientação ou supervisão médica, parâmetros de doença ou saúde sejam monitorados a distância.
Por outro lado, as medidas de exceção não são uma exclusividade do período pandêmico, até porque, como vimos, a telemedicina vai muito além da anamnese.
Como você viu, até mesmo robôs podem realizar intervenções cirúrgicas a distância, desde que sejam guiados por um especialista. Dessa forma, os tratamentos depois das consultas remotas podem perfeitamente continuar via telemedicina.
Caso sejam necessários exames laboratoriais ou de imagem, o médico poderá decidir o que fazer com base na observação visual ou dos sintomas relatados pelo paciente.
Vale destacar que é prerrogativa do especialista decidir se as consultas a distância são suficientes. Em alguns casos, pode ser que ele prefira as presenciais.
Confira depoimento de Especialista
A médica psiquiatra Ana Hounie explica os prós e os contras da telemedicina, aprovada durante o isolamento social provocado pelo coronavírus, em especial aos pacientes que fazem uso de derivados de Cannabis. Assista:
Conclusão
Não restam dúvidas de que a telemedicina funciona e, em certos casos, é a única solução para que um paciente tenha acesso a serviços médicos.
Se você nunca recorreu a esse tipo de atendimento, pode ter a certeza de que nele é possível encontrar a mesma segurança das consultas presenciais com a praticidade do atendimento à distância.
Para ficar sempre a par dos avanços da medicina e dos tratamentos com Cannabis medicinal, acompanhe os conteúdos do portal Cannabis & Saúde, feitos por uma equipe de especialistas comprometidos com a informação.