Uma nova técnica de análise de plantas de Cannabis, envolvendo imagens hiperespectrais, pode ser uma alternativa não invasiva às outras técnicas já utilizadas em cultivos. Combinando a espectroscopia no infravermelho próximo (NIR na sigla em inglês), com imagens hiperespectrais e inteligência artificial, a composição química poderia ser analisada mais rapidamente nos locais de produção.
Hoje em dia existem técnicas para analisar as plantas de Cannabis, com uma descrição precisa da quantidade de canabinoides e outros componentes. Porém, esse processo pode ser demorado, caro e pode inutilizar parte da colheita.
O novo processo, proposto por pesquisadores da Universidade do País Basco, na Espanha, coloca uma câmera hiperespectral na frente da planta sem tirá-la da terra e capta diversas imagens. Depois disso, processa as informações em um computador potente e, após poucos minutos de processamento dos dados, é possível classificar as plantas de acordo com o seu quimiotipo.
Essa abordagem inovadora pode abrir caminho para o desenvolvimento de técnicas não invasivas para controle de qualidade agrícola no cultivo de Cannabis, principalmente para fins medicinais.
Imagens hiperespectrais em prol da segurança
É fundamental que produtos com Cannabis de grau farmacêutico sejam precisos na quantidade de ingredientes ativos. Uma imprecisão na quantidade de canabinoides, por exemplo, pode causar efeitos adversos ou não alcançar a dose necessária para uma resposta terapêutica. No caso de produtos com derivados da Cannabis, esse rigor começa no cultivo das plantas, uma etapa que vem bem antes do medicamento chegar às prateleiras das farmácias.
O cultivo da Cannabis para uso medicinal deve ser feito de forma controlada para que o produto final atenda às expectativas e também para que fique dentro das regulamentações. Em alguns países, como EUA e Canadá, algumas variedades não podem ter mais do que 0,3% de tetrahidrocanabinol (THC) no peso da matéria seca. Caso supere esse limite, a produção pode ser destruída e os cultivadores podem ter complicações legais, além de um prejuízo.
À medida que cresce o interesse pelo uso medicinal da Cannabis e mais países regulamentam os diversos usos da planta, surge a necessidade de melhorar a produtividade dos cultivos aliando tecnologia aos processos.
Aliando tecnologia a uma planta medicinal
O novo processo de análise de plantas, criado pelos pesquisadores bascos, está descrito no artigo NIR-hyperspectral imaging and machine learning for non-invasive chemotype classification in Cannabis sativa L, publicado no periódico científico Computers and Electronics in Agriculture.
Ainda em fase de desenvolvimento, a técnica consegue por enquanto diferenciar plantas pelo teor dos dois canabinoides mais abundantes, o THC e o canabidiol (CBD). Com o avanço das pesquisas, poderemos ver com mais detalhes a concentração desses princípios ativos, assim como canabinoides menores enquanto a planta ainda está na terra. Desse modo, possibilita que alguns ajustes aconteçam no decorrer do cultivo para que a matéria-prima, no final, esteja dentro dos objetivos do cultivo.
Uma imagem hiperespectral é um tipo de imagem que captura informações mais detalhadas do que as câmeras convencionais e do que os nossos olhos conseguem enxergar. Essas informações podem ser usadas para uma variedade de aplicações.
Em outros cultivos agrícolas de larga escala, as imagens hiperespectrais já são utilizadas. Geralmente, as imagens são captadas por drones que sobrevoam a área de cultivo e o processamento acontece em outro local. Nesses casos, a técnica serve para monitorar a saúde das plantas, qualidade do solo, identificar doenças e pragas, além de otimizar a irrigação. Em cultivos de Cannabis, a análise pode ser mais detalhada e descrever o quimiotipo das plantas, segundo os cientistas bascos.
Como ter segurança em tratamentos com Cannabis
No contexto de um tratamento para a saúde, sobretudo para pessoas com doenças graves, a segurança é essencial. Essa prioridade vale para os tratamentos com produtos com Cannabis ou com medicamentos convencionais. Para quem utiliza medicamentos com canabinoides, a forma mais fácil de conferir a segurança é pelo certificado de análise, também conhecido pela sigla em inglês COA. Ele nos fornece informações das características físicas, químicas e biológicas, assim como resultados de testes de qualidade realizados em várias etapas da produção.
Além disso, o sucesso também passa por uma boa orientação médica, assim como seguir rigorosamente as recomendações do profissional da saúde.
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