Você sente dor de cabeça durante o tempo em que está dormindo ou ao acordar? Sabe qual pode ser a relação entre sono excessivo e dor de cabeça?
Esse incômodo, que pode ser moderado ou severo – como no caso das enxaquecas – pode estar associado a distúrbios do sono.
Sentir muito sono e cansaço podem representar problemas de saúde, como por exemplo, problemas psicológicos, cognitivos e até cardíacos.
O sono é uma função biológica fundamental na consolidação da memória, na regulação da visão, na temperatura corporal, na conservação e restauração da energia e na reparação do metabolismo energético cerebral.
Por isso, alterações na rotina podem comprometer substancialmente a qualidade de vida do indivíduo, tendo em vista que implicam o seu funcionamento físico, ocupacional, cognitivo e social.
Existe relação entre sono excessivo e dor de cabeça?
A dor de cabeça ao acordar, também chamada de cefaleia, pode ser causada por inúmeros motivos, dentre eles, o principal é a privação do sono.
Essas dores não são anormais, no entanto, é provável que sejam sintomas de algumas doenças e necessitam de avaliação médica.
Se a pessoa anda dormindo excessivamente, este pode ser um indicativo de que o sono dela não está sendo reparador.
Neste caso, o cérebro tenta manter a pessoa dormindo por mais tempo, até que ela se sinta restaurada.
Esta condição pode ser desencadeada por problemas como apneia do sono, sono fragmentado, ou também pela depressão, que é uma das principais causas de hipersonia.
O que é a dor de cabeça?
A dor de cabeça (cefaleia) consiste em dor ou desconforto originado de estruturas sensíveis à dor, nas regiões da cabeça e do pescoço.
Isso inclui estruturas intra e extracranianas, músculos, vasos sanguíneos, mucosa dos seios da face e estruturas dentais.
Ela pode ser classificada, segundo suas causas determinantes, em cefaleias primárias e cefaleias secundárias.
Ao primeiro grupo pertencem as dores de cabeça que indicam, ao mesmo tempo, a enfermidade e o sintoma. Ao segundo, aquelas que estão correlacionadas com outras doenças.
Geralmente, a dor comum tem intensidade leve a moderada e abrange toda a cabeça, conferindo-lhe uma sensação de peso ou pressão. Nessa hipótese, o incômodo passa com o uso de analgésico ou breve repouso.
Dor de cabeça e enxaqueca são sinônimos?
Enxaqueca, também conhecida por migrânea, é um tipo de dor de cabeça incapacitante, com base biológica e que acomete pessoas geneticamente predispostas.
A principal diferença entre enxaqueca e dor de cabeça é que a enxaqueca, de modo geral, vem acompanhada de outros sintomas que podem trazer bastante incômodo ao paciente, como a sensibilidade à luz e aos cheiros.
Os sintomas da enxaqueca são:
- Dor latejante e pulsátil, geralmente unilateral, de intensidade moderada ou forte;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Hipersensibilidade à luz (fotofobia), aos sons (fonofobia) e a certos odores (osmofobia), que se mantém de quatro a 72 horas e piora com o movimento;
- Irritabilidade;
- Depressão;
- Agitação.
O que é considerado sono excessivo?
A quantidade de horas ideais de sono varia entre sete e nove horas para um adulto saudável, mas mais do que o tempo, a qualidade também deve ser levada em conta.
Se você dorme menos de seis horas ou mais de nove horas com frequência, é momento de prestar um pouco mais de atenção na sua rotina de sono.
O sono excessivo é definido como a dificuldade em permanecer acordado ou alerta, ou um desejo exacerbado de dormir.
A principal característica é que o sono ocorre de maneira não intencional e em horários inadequados quase diariamente por pelo menos três meses.
Além do desejo de dormir, há outros sintomas que caracterizam a sonolência excessiva. São eles:
- Dificuldade de se manter alerta;
- Irritabilidade;
- Problemas de memória;
- Falta de foco;
- Dificuldade em tomar decisões;
- Lentidão.
Em muitos casos, dormir demais em si não é o problema, mas o sintoma de que algo maior não anda bem.
Importância do sono de qualidade
A qualidade do sono está diretamente ligada à qualidade de vida do ser humano.
Enquanto dormimos, nosso organismo realiza funções extremamente importantes: fortalecimento do sistema imunológico, secreção e liberação de hormônios, consolidação da memória, entre outras.
Também tem grande relevância no humor, pois uma baixa qualidade do sono gera estresse e irritabilidade. Logo, a pessoa que não dorme bem pode apresentar sinais de cansaço, ansiedade, falta de disposição e até mesmo nervosismo.
Dormir mal e pouco durante a noite influencia a saúde e contribui para o surgimento de doenças como diabetes, alterações no sistema imunológico e problemas psicológicos.
Sono excessivo mesmo dormindo muito
O sono é um mecanismo fisiológico de controle tanto para um adequado estado de vigília (acordado), como de repouso, onde se pode observar a suspensão temporária da percepção sensorial e motora.
O sono é dividido em duas fases: o sono não-REM e o sono REM, que apresentam características e estágios diferentes.
O sono não-REM é caracterizado por atividade cerebral menos intensa. É dividido em 4 estágios:
- Estágio 1: é a etapa do adormecimento. Pode durar até 15 minutos e é uma transição entre estar acordado e dormindo. Há relaxamento dos músculos e a respiração fica mais leve.
- Estágio 2: O segundo estágio é o de um sono mais leve. Há uma desconexão do cérebro com estímulos externos (barulho, toque). A temperatura e o ritmo cardíaco e respiratório diminuem e a pessoa se aproxima do sono profundo.
- Estágio 3: o corpo já começa a entrar em um sono profundo, onde a atividade cerebral começa a diminuir.
- Estágio 4: É o estágio do sono profundo, no qual o corpo repõe as energias do desgaste diário. O organismo libera os hormônios ligados ao crescimento e executa o processo de recuperação de células e órgãos.
Após o quarto estágio o corpo caminha para o sono REM. A atividade cerebral começa a acelerar e se torna tão intensa que se assemelha à quando estamos acordados.
É nessa fase que acontecem os sonhos, a fixação da memória e o descanso profundo, essencial para a recuperação da energia física para acordar disposto.
Pessoas com sono excessivo sentem muito sono ao longo do dia mesmo se dormirem bem. Este é um sintoma que pode estar atrelado a diversas condições clínicas.
O sono durante o dia é um sinal do corpo humano para avisar que algo está errado.
Ficar cansado por causa da rotina corrida e agitada é normal, porém, quando esse cenário se transforma e a fadiga vira algo excessivo e constante, é hora de investigar mais a fundo para entender o que está acontecendo.
Na maior parte dos casos acordar cansado significa que o sono da noite não ocorreu da forma como deveria.
O que pode causar sono excessivo?
Diabetes
Diabetes é uma doença crônica onde o corpo não produz insulina ou não consegue utilizar adequadamente a insulina que produz.
A diabetes e o sono estão diretamente ligados. A hiperglicemia, alto nível de açúcar no sangue, tem como um dos seus efeitos a sensação de cansaço excessivo, que pode se associar a muita sonolência.
Entretanto, é possível que esta seja uma consequência de um sono de má qualidade, uma vez que a hiperglicemia também causa sede excessiva e um aumento na frequência urinária, o que por sua vez pode provocar uma fragmentação no sono, tornando-o instável.
Anemia
Anemia é o nome genérico de uma série de condições caracterizadas pela deficiência na concentração da hemoglobina (elemento do sangue com a função de transportar oxigênio dos pulmões para nutrir todas as células do organismo) ou na produção das hemácias (o mesmo que eritrócitos ou glóbulos vermelhos).
O ferro é um nutriente importante que ajuda na fabricação das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio para as células do corpo.
A falta de ferro no sangue pode causar cansaço, sonolência e desânimo. Nas mulheres esse cansaço se torna ainda maior na época da menstruação, em que as reservas de ferro no organismo diminuem ainda mais.
Apneia do sono
A apneia do sono é caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias, e pode ser identificada por meio de sintomas como as dores de cabeça matinais, sonolência, falta de concentração e o ronco.
Geralmente, o distúrbio é caracterizado não só por um, mas por uma combinação de sintomas.
Trata-se de doença crônica e que, em longo prazo, devido à ausência de descanso e má qualidade do sono, pode levar a problemas de saúde, como aumento de risco cardiovascular, hipertensão, arritmia cardíaca e insuficiência cardíaca, diabetes e problemas de memória e de concentração.
Fibromialgia
A alteração do sono na fibromialgia é frequente, afetando quase 95% dos pacientes. Os pacientes com fibromialgia apresentam uma dificuldade de manter um sono profundo. O sono tende a ser superficial e/ou interrompido.
Com o sono profundo interrompido, a qualidade de sono cai muito e a pessoa acorda cansada, mesmo que tenha dormido por um longo tempo. Esta má qualidade do sono aumenta a fadiga, a contração muscular e a dor.
Vale lembrar que é durante o sono profundo que acontecem a restauração muscular e cerebral, o descanso e relaxamento real do corpo e da mente e a reparação e reconstrução de tecidos, ossos e músculos. Por isso os pacientes não se sentem descansados.
Problemas cardíacos
Quando dormimos há um momento de repouso do nosso sistema cardiovascular, no qual tanto a frequência cardíaca, quanto a pressão arterial são reduzidas.
Esse processo é muito importante para a saúde do coração. Por essa razão é que diversos estudos mostraram que a privação do sono aumenta o risco de hipertensão arterial.
Durante o sono normal, a pressão arterial se reduz. Assim, quem tem problemas de sono mantém pressão arterial elevada por um longo período. A hipertensão é um dos principais fatores de risco de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVC)
Problemas relacionados à tireoide
Quando a glândula tireoide é pouco ativa e não produz hormonas suficientes (hipotiroidismo) ocorre uma diminuição do ritmo do organismo, fazendo com que a pessoa se sinta cansada com mais facilidade.
Para as pessoas com essa condição, até mesmo uma noite de oito horas de sono seguidas não consegue impedir a sensação constante de exaustão.
Sintomas como sonolência diurna excessiva, apatia e sensação de letargia, frequentemente associados à apneia obstrutiva do sono, são comuns no hipotiroidismo, tornando os dois distúrbios difíceis de serem diagnosticados de forma separada com base na história e no exame físico.
Outras consequências da má qualidade do sono
O resultado da falta de descanso necessário para o nosso corpo é uma série de problemas de saúde. Alguns efeitos são rapidamente notados, como o estresse. A falta de sono produz consequências, muitas delas graves, em todo nosso organismo.
Moleza no corpo e sonolência
A sonolência é quando sentimos sono durante o dia ou temos sono prolongado durante a noite.
Quem possui apnéia do sono, por exemplo, acorda várias vezes durante a noite devido à falta de ar, o que prejudica – e muito – a qualidade do sono.
Fadiga
A fadiga é um cansaço excessivo, mental e/ou físico, que não é aliviado nem durante o sono.
Desânimo
Se você já acorda cansado, pode ser que o problema esteja na hora de dormir. Distúrbios do sono, como insônia, apneia e síndrome das pernas inquietas, prejudicam a qualidade do descanso, fazendo com que o sono não seja reparador.
O que fazer para acabar com o sono excessivo?
Tenha uma boa rotina alimentar
Quando relacionamos a má alimentação com a qualidade do sono, podemos entender que se trata de um processo cíclico, diretamente ligado.
Isso quer dizer que, quanto pior são as nossas escolhas alimentares, mais chances existem de termos uma noite de sono ruim e não reparadora.
E quanto pior for o nosso período de sono, maior será a necessidade de consumo de alimentos menos saudáveis.
Em relação à alimentação, o ideal é comer alimentos ricos em vitamina B6, magnésio e outros precursores do triptofano. Além disso, a alimentação deve ser feita em períodos regulares, de forma a manter o metabolismo equilibrado.
Os alimentos que devem ser evitados para quem busca uma noite de sono tranquila e relaxante são:
- Café;
- Chocolate;
- Chá mate;
- Chá preto;
- Chá verde;
- Refrigerantes;
- Guaraná em pó;
- Bebidas energéticas;
- Pimenta;
- Gengibre.
Pratique atividades físicas regularmente
A atividade física é importante e traz muitos benefícios para a saúde. Libera hormônios que são benéficos contra depressão e proporciona uma sensação de prazer em razão das substâncias liberadas em nosso organismo.
A prática de exercícios deve ser moderada, mas constante, para que não sejam desgastados os músculos e articulações e para que o sono não seja superficial em virtude do excesso de adrenalina liberada.
Por isso, a atividade física não é recomendada próxima ao horário de dormir.
Quem pratica atividade física, dorme mais rápido, consegue relaxar e descansar, tem um sono mais profundo, menos fragmentado e de qualidade.
Faça atividades saudáveis para a mente
Uma mente saudável colabora de forma significativa para a qualidade de vida e o bem-estar, pois fornece o equilíbrio necessário para evitar que as condições externas afetem o corpo físico, causando problemas sérios.
Estimular o pensamento negativo, além da inquietude da mente pode, em situações mais graves, causar crises de ansiedade e depressão. Por isso, é importante evitar esses pensamentos antes de dormir.
Como a Cannabis medicinal pode auxiliar no combate de distúrbios do sono?
O canabidiol, assim como outras substâncias advindas de plantas do gênero Cannabis, têm sido estudado e avaliado para o tratamento de problemas como a insônia e suas causas colaterais como a depressão e ansiedade.
Atualmente, diversos estudos a respeito da utilização do CBD para insônia e outros distúrbios do sono ou transtornos mentais têm sido feitos tanto no Brasil quanto no exterior.
Boa parte dos efeitos vistos pela primeira vez com relação à melhora da qualidade do sono nos estudos não eram necessariamente um objetivo das pesquisas, mas um efeito cruzado quando fez-se a verificação da eficácia e segurança do uso do CBD para outras doenças.
Este estudo abordou sobre os benefícios que pacientes com transtorno de ansiedade crônica ou distúrbios do sono experimentaram após iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal de forma experimental.
Para isso, foram avaliadas 72 pessoas cujos sintomas iniciais foram avaliados. Deste universo amostral, as seguintes constatações iniciais foram feitas:
- 47 deveriam ser avaliadas com relação aos seus níveis de ansiedade
- 25 deveriam ser avaliadas com relação à sua qualidade do sono.
Essa divisão foi feita com base em exames clínicos realizados pela equipe responsável.
Como resultados, um mês após o início do tratamento, aproximadamente 66% da amostra percebeu algum tipo de melhora na qualidade do sono. Além disso, houve uma redução no nível de ansiedade em 80% dos pacientes.
É importante frisar que para todos estes pacientes houve a administração da mesma quantidade de CBD, independentemente se for para insônia ou ansiedade. Foram 25mg diárias, em formato de cápsula.
Além deste estudo, outro foi publicado no Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics em 2014.
Este tinha como principal objetivo avaliar sobre o uso do CBD para o tratamento da doença de Parkinson, mas trouxe como consequência redução no nível de insônia dos pacientes avaliados.
Ao avaliar como foram os estágios de sono dos pacientes, o estudo demonstrou que houve um aumento no período do estágio de sono mais profundo em comparação a momentos em que não se utilizava o CBD no tratamento.
Com isso, também houve a diminuição dos pesadelos e inquietações durante o sono, fazendo com que houvesse um tempo maior de sono efetivo.
Como conseguir medicamentos à base de Cannabis?
A maioria das pessoas que estão em busca de tratamento à base de Cannabis Medicinal não sabe muito bem como fazê-lo.
Embora já existam estudos comprovando a sua importância no tratamento de diversas doenças, ainda há uma resistência para a aplicação deste método no Brasil.
Pesquisas apontam que a falta de conhecimento é uma dessas motivações. Isso faz com que menos de 1% dos médicos no país já tenha feito algum tipo de prescrição de tratamento à base de cannabis.
Por isso, nós do Portal Cannabis & Saúde preparamos uma plataforma completa de conexão entre pacientes e médicos prescritores de terapia canabinoide.
Você pode buscar por médicos de acordo com a sua região, especialidade requerida ou até com o plano de saúde que você utiliza.
Conclusão
Dormir muito não necessariamente significa que você dorme bem. É importante entender que tanto qualidade quanto quantidade impactam na saúde.
Uma vida saudável equilibrada não está limitada a dieta e prática de exercícios físicos, quanto e como você dorme é tão importante quanto o que você come e como você se exercita – afirma Badr.
Sendo assim, sentir sono excessivo de forma contínua não é uma condição normal. Caso esteja acostumado a dormir demais, é fundamental procurar um profissional capaz de ajudá-lo a resolver tal questão.
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