Sem um sistema imunológico, todos nós seríamos presas fáceis para vírus, bactérias e outros microrganismos nocivos à saúde.
Dessa intrincada rede de células, depende não só nosso bem-estar como as respostas que damos quando o corpo é atacado por agentes patológicos diversos.
Sendo assim, ele precisa funcionar no melhor da sua forma para que possa nos manter a salvo de doenças em geral.
Estima-se que cerca de 12,5% da população mundial sofra de doenças que afetam o sistema imunológico na forma de patologias autoimunes.
Nesse caso, o feitiço acaba virando contra o feiticeiro. Isto é, em vez de nos defender, o sistema imunológico passa a nos atacar.
Há, ainda, doenças como a AIDS, causada por vírus que enfraquecem as defesas do organismo, deixando-o vulnerável a toda sorte de infecções, parasitas e neoplasias.
Contudo, o sistema imunológico não está sozinho nessa batalha.
Ele conta com o apoio de um sistema paralelo que o ajuda a fazer seu trabalho, o sistema endocanabinoide.
Você sofre de alguma doença autoimune ou conhece alguém que tenha uma?
Então, este conteúdo vai te interessar.
Avance pelos tópicos seguintes, entenda como funciona o sistema que nos protege de doenças e de que forma o canabidiol (CBD) pode ajudá-lo a trabalhar melhor.
O que é o sistema imunológico?
O sistema imunológico existe para conter ou rechaçar eventuais invasores com potencial de causar danos à saúde.
Ele impede a proliferação de células cancerígenas, combate bactérias, vírus e fungos, podendo até atacar órgãos transplantados.
Para isso, ele deve ser capaz de distinguir o que é ou não estranho ao organismo.
Por analogia, é como se tivéssemos um exército sempre pronto e em constante treinamento para combater e afastar inimigos.
Para fazer o seu trabalho, nossas células de defesa aprendem a reconhecer os chamados antígenos, uma espécie de sinalizador que indica se um corpo é ou não nocivo.
Se o sistema imunológico identifica um desses antígenos como perigosos, é desencadeada a chamada resposta imunológica.
Começa então uma série de ações muito bem coordenadas, dignas das mais geniais manobras militares.
Basicamente, elas se organizam da seguinte forma:
- Reconhecimento de um antígeno perigoso por parte das células de defesa
- Mobilização de forças para combater esse antígeno
- Ataque ao invasor
- Controle e finalização da ofensiva
Como funciona o sistema imunológico?
Embora seja simples de se entender em linhas gerais, o sistema imunológico trabalha a partir de uma complexa cadeia de reações.
Em suas “tropas”, também são recrutados diversos tipos de células, cada qual com uma função a desempenhar.
Dentre essas células, exercem papel de destaque as chamadas imunoglobulinas, espécie de proteína cuja produção fica a cargo dos glóbulos brancos.
Quando um antígeno nocivo é reconhecido, as imunoglobulinas se ligam a ele, podendo assim marcá-lo para que outras células de defesa possam atacá-lo, neutralizando-o diretamente.
Na hierarquia do sistema imunológico, também merecem destaque os basófilos.
Esse tipo de glóbulo branco tem a importante função de atrair eosinófilos e neutrófilos (células de defesa) ao local onde uma invasão esteja acontecendo.
Para isso, eles liberam histamina, uma substância que funciona como um “alarme”.
Também desempenham papéis importantes as células T killer, que, como o nome indica, são responsáveis por matar microrganismos invasores, e os macrófagos, cuja função é ingerir células infectadas.
Por sua vez, essa complexa rede de operações também depende de outros órgãos para se manter ativa e desenvolver a imunidade.
Como é formado o sistema imunológico?
Todos nós nascemos com a chamada imunidade inata, ou seja, células de defesa que nos acompanham desde a concepção e o nascimento.
No entanto, ao longo da vida, somos expostos a microrganismos de origens diversas, contra os quais nossas defesas naturais ainda não conseguem lutar.
A imunidade adquirida, portanto, é aquela que o próprio sistema imunológico se encarrega de desenvolver.
Isso acontece quando, ao detectar um invasor por meio dos antígenos, ele consegue memorizar suas características, podendo assim combatê-lo novamente, se precisar.
Por outro lado, as células de defesa não surgem do nada.
Na verdade, elas são produzidas e treinadas nos chamados órgãos linfoides que, no caso, são o timo e a medula óssea.
Eles são como “centros de formação”, nos quais células de defesa são geradas e treinadas para reconhecer antígenos.
Nessa logística de defesa, o veículo de transporte é a linfa.
Esse líquido percorre todo nosso corpo e sua função é levar células de defesa a locais atacados e eliminar microrganismos mortos pelo sistema imunológico.
Quais são os tipos de imunidade?
Todos somos equipados desde o nascimento com um sistema imunológico minimamente capaz de conter tentativas de invasão.
No entanto, é a imunidade adquirida que vai desempenhar o papel mais importante ao longo da vida, já que somente por ela nossas defesas são capazes de evoluir.
Nesse processo de aprendizagem, os linfonodos são como escolas, nos quais os glóbulos brancos se comunicam, trocando informações sobre antígenos.
A propósito, os linfonodos estão posicionados em áreas “estratégicas” do corpo, as axilas, virilhas e pescoço, já que desses pontos eles podem chegar à maioria dos órgãos rapidamente.
Junto aos linfonodos, também servem como “quartéis-generais” os seguintes órgãos:
- Amígdalas
- Apêndice
- Baço
- Placas de Peyer.
Basicamente, a função de cada um é reter os invasores e outros corpos estranhos.
Dessa forma, eles servem como um local em que as células já prontas para o combate do sistema imunológico se agrupam, comunicando-se entre si e com os invasores, gerando a resposta imunológica esperada.
O perfeito funcionamento das defesas também depende dos seus mecanismos de regulação.
Eles impedem que a resposta imunológica se prolongue por tempo demais, evitando assim que o sistema imunológico cause danos ao organismo.
Qual é a importância do sistema imunológico?
Não seria possível viver sem um sistema imunológico porque, cedo ou tarde, toda pessoa é exposta a infecções, bactérias e outros tipos de microrganismos danosos.
Assim sendo, sua importância é fundamental, uma vez que ele é o responsável por impedir que eventuais invasores se apoderem do corpo.
O mais interessante é que essa capacidade de adaptação inerente ao sistema imunológico é replicada por outros órgãos.
Como você viu, o baço é um dos principais deles, já que sua função é produzir glóbulos brancos, retirar de combate os defeituosos e limpar o organismo, eliminando invasores mortos.
Contudo, nos casos em que esse importante órgão precisa ser retirado, o corpo responde, passando suas funções para o fígado.
De qualquer forma, o sistema imunológico não é invencível, afinal, vírus como o HIV podem destruí-lo.
Não é por acaso que, quando surgiu, a AIDS deixava as pessoas em pânico, pois de fato representava uma sentença de morte.
Felizmente, hoje, a indústria farmacêutica e a medicina canabinoide evoluíram a ponto de produzir medicamentos capazes de prolongar a vida dos portadores do vírus HIV.
Sistema imunológico e sistema endocanabinoide: qual é a relação entre os dois?
Embora seja imprescindível, o sistema imunológico pode ser tornar um vilão.
Isso acontece quando os mecanismos que regulam a resposta imunológica falham, levando as defesas do organismo a atacar células saudáveis em vez de microrganismos invasores.
Além disso, é preciso considerar as respostas inflamatórias induzidas pela ação do sistema imunológico.
De forma resumida, quando uma parte do corpo está inflamada, é porque mais defesas estão concentradas naquela região.
Ou seja, uma inflamação é sinal de que nossa imunidade está funcionando.
No entanto, em casos mais extremos, uma infecção pode levar a um quadro de septicemia, que se caracteriza por um estado de inflamação generalizada.
Para esses casos, o sistema endocanabinoide pode ser a última linha de defesa do organismo, já que ele pode ajudar o sistema imunológico a voltar à normalidade.
Embora faltem estudos conclusivos, tudo indica que a relação entre ambos os sistemas é mediada pelos receptores CB1 e CB2.
Por eles, os endocanabinoides e os canabinoides podem ajudar a regular a resposta imunológica, contribuindo para controlar ou neutralizar sintomas de doenças autoimunes ou reverter a sepse.
O que é o CBD?
O canabidiol (CBD) está para o sistema endocanabinoide (SE) como as vacinas estão para nossas defesas.
Ou seja, sua ingestão, assim como a de vacinas, fortalece o organismo, pois ajuda o SE a fazer o seu papel, que é manter a homeostase.
Ainda que todos sejamos capazes de produzir endocanabinoides, como a anandamida e o 2-AG, em certos casos, eles precisam de uma força extra.
A ingestão de fitocanabinoides (canabinoides de origem vegetal) pode ser indicada quando nossas funções orgânicas estão em desequilíbrio, tal como acontece nas doenças autoimunes.
Cabe sempre ressaltar que o canabidiol se destaca justamente pelas suas propriedades terapêuticas e por auxiliar a controlar uma ampla lista de doenças e condições.
Isso sem contar que, em geral, ele é bem tolerado por apresentar um perfil seguro, como diz o Critical Review Report 2017, da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Não surpreende, portanto, que o CBD venha sendo indicado como alternativa terapêutica nos mais variados tipos de tratamento.
Para que serve o CBD?
Como você viu, a função do sistema endocanabinoide é manter o organismo em equilíbrio, garantindo o bom funcionamento de seus órgãos e tecidos.
Para dar conta dessa tarefa, ele usa como intermediários os receptores CB1 e CB2, aos quais o canabidiol se liga ao ser ingerido.
A partir dessa reação, o CBD pode promover uma série de benefícios à saúde, sendo indicado hoje no tratamento de doenças causadas por vírus até as autoimunes.
Ele pode ajudar tanto soropositivos a minimizar os sintomas provocados pela infecção por HIV quanto portadores de esclerose múltipla, uma das doenças autoimunes mais recorrentes.
Portanto, utilidade é o que não falta para o canabidiol e para os mais de 100 canabinoides extraídos das plantas da família cannabaceae.
Além do uso como medicamento, o CBD pode ser usado também para outros fins, podendo servir como matéria-prima para a fabricação de alimentos e até de cosméticos.
Como medicamento, ele pode ajudar a controlar os sintomas das doenças autoimunes, sempre difíceis de tratar em função da sua complexidade e causas ainda desconhecidas.
O que caracteriza uma doença autoimune?
Doenças que afetam o sistema imunológico representam um verdadeiro dilema.
Afinal, como elas se caracterizam por uma disfunção das nossas defesas, em geral, demandam tratamento com imunossupressores.
O preço a se pagar por isso pode ser alto, já que, sem defesas saudáveis, ficamos expostos a infecções, vírus e outros agentes causadores de doenças.
Para complicar ainda mais, a ciência não sabe dizer ainda o que causa esse tipo de doença.
De qualquer forma, é consenso que o fator genético tem um peso maior.
Sendo assim, filhos de pais portadores de doenças autoimunes têm mais chances de desenvolvê-las.
Outro complicador é a variedade de sintomas e áreas do corpo que podem ser afetadas.
Há doenças autoimunes que afetam o sistema músculo-esquelético, enquanto outras atingem o sistema nervoso, ao passo que algumas prejudicam órgãos mais específicos.
O lúpus, por exemplo, atinge normalmente a pele, mas, em sua versão sistêmica, pode afetar os rins.
Por causa dessa complexidade, variedade de sintomas e riscos que os imunossupressores trazem é que médicos têm considerado cada vez mais o tratamento com CBD.
Quais doenças autoimunes podem ser tratadas com CBD?
Enquanto a ciência não traz as respostas esperadas a respeito do canabidiol no tratamento dos problemas do sistema imunológico, ficamos com os diversos casos de sucesso como evidência de sua eficácia.
No tratamento da esclerose múltipla, por exemplo, o CBD vem se mostrando um aliado dos mais poderosos.
Que o diga o designer Gilberto Castro, que só saiu da cadeira de rodas depois que aderiu à Cannabis medicinal.
Antes do CBD, ele precisava tomar cinco medicamentos diariamente, o que o levava a gastar cerca de 600 reais por mês.
Outra doença autoimune que pode ser tratada com canabidiol é a artrite reumatoide.
Nesse caso, o CBD pode atenuar os processos inflamatórios da doença que, se não tratada, causa dores, rigidez e inchaço das articulações.
Há, ainda, evidências de que o canabidiol pode ser eficaz no tratamento de doenças como o lúpus, como sugere o estudo Endocannabinoid system in systemic lupus erythematosus: First evidence for a deranged 2-arachidonoylglycerol metabolism.
Embora não seja conclusivo, ele deixa as portas abertas para futuros estudos, tal como concluem seus autores:
“Nossos dados fornecem uma prova (…) para o desenvolvimento de medicamentos à base de cannabis como agentes imunomoduladores”.
Como as propriedades do CBD agem no sistema imunológico?
Apesar de não haver pesquisas conclusivas, a medicina trabalha com algumas hipóteses para explicar de que forma o sistema endocanabinoide se relaciona com o sistema imunológico.
Uma delas se baseia no fato de que o SE funciona à base de lipídios, que têm como função principal atuarem como neurotransmissores.
Esses mensageiros químicos são responsáveis pela troca de informações nas sinapses que, por sua vez, regulam as atividades celulares e o sistema nervoso.
Dessa forma, o sistema endocanabinoide ajuda a manter as defesas equilibradas, já que ele também é um dos responsáveis pelas reações bioquímicas nesse sentido.
Quando ingerimos CBD, essas funções são reforçadas, como vimos, por intermédio dos receptores CB1 e CB2.
Por isso, quando o organismo sofre algum ataque, levando a infecções e processos danosos à saúde, o canabidiol atua como uma espécie de imunomodulador.
Em outras palavras, essa é uma substância que ajuda a restabelecer as funções do sistema imunológico, o mesmo se aplicando nos casos de doenças autoimunes.
No entanto, não é apenas por mimetizar as funções imunológicas que o CBD se destaca.
Ele vem sendo prescrito no tratamento de enfermidades por apresentar outras vantagens, como veremos a seguir.
Por que tratar doenças que afetam o sistema imunológico com CBD?
As doenças do sistema imunológico podem ser particularmente difíceis de diagnosticar e de tratar, principalmente as autoimunes.
Por não terem suas causas identificadas, na maioria dos casos, os tratamentos visam a controlar os sintomas, até porque toda doença autoimune é incurável.
Nesse aspecto, o tratamento com fármacos convencionais pode não surtir os efeitos esperados, já que os sintomas podem variar de um indivíduo para outro.
Na esclerose múltipla, por exemplo, o tratamento com medicamentos imunomoduladores pode trazer efeitos adversos graves, como depressão ou queda de cabelo, como aponta este estudo.
Sendo assim, o CBD ganha pontos porque, além de potencialmente eficaz, provoca em geral poucos efeitos adversos.
Na maioria dos casos, esses efeitos têm mais relação com a dose prescrita e eventuais interações com outros medicamentos.
Então, se você busca por uma substância natural, bem tolerada e com baixo risco de provocar efeitos colaterais, pode conversar com o seu médico sobre o tratamento com CBD.
Como iniciar o tratamento de doenças autoimunes com CBD?
No Brasil, ainda existe uma parcela de médicos que resiste à ideia de prescrever canabidiol.
A justificativa é que, segundo esses profissionais, as pesquisas científicas não validaram ainda por completo o CBD como recurso terapêutico.
Para ajudar as pessoas em busca do tratamento com canabidiol, o portal Cannabis & Saúde disponibiliza uma relação com os melhores especialistas prescritores de CBD.
Acesse o link acima, escolha o médico conforme sua especialidade, doenças tratadas e região.
Se preferir, marque uma consulta a distância seguindo os protocolos da telemedicina.
Conclusão
Como vimos ao longo deste texto, o sistema imunológico é uma verdadeira máquina e, como tal, está sujeita a falhas.
O CBD, nesse caso, pode ser uma de suas peças de reposição, ajudando a recolocar seus componentes em seus devidos lugares.
Gostou das dicas? Continue bem informado sobre a medicina canabinoide.
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