O Victor, de 8 anos, sofre de um tipo raro de epilepsia, que levou o menino a ter até 80 convulsões por dia e se precisasse de uma cadeira de rodas para se movimentar. Essa história começou a mudar quando os pais adotivos dele , Neide e José Roberto Martins, moradores de Santos (SP), decidiram tratar o menino com canabidiol, um composto derivado da maconha. As informações são do portal G1.
A patologia do Victor começou a se manifestar com espasmos.
“Ou ele batia palma ou ele dava um grito. Senti os olhos dele indo para frente. Levei a uma pediatra, e ela disse que era normal. Mas como mãe senti que não era tão simples e procurei um neuro pediatra, que pediu exames e diagnosticou a epilepsia”, conta dona Neide.
Com o passar do tempo, os espasmos da criança pioraram, e a família não percebia o avanço da doença.
“O Victor usou cerca de 20 remédios alopáticos e não víamos resultado, porque ele tinha crise todos o dias”, diz Neide.
Em 2014, houve uma grande piora nas crises do Victor, e os pais começaram a pesquisar sobre tratamentos alternativos, encontrando o canabidiol. O problema é que muitos médicos não quiseram receitar o remédio para ele, pois alegavam não ter certeza da eficiência do composto a longo prazo.
“Sempre tivemos muito preconceito com a maconha. Mas tivemos que lutar pelo nosso filho e vimos que tratamento era a única opção para trazer qualidade de vida para nosso filho. A partir do momento que buscamos informação, deixamos de ter preconceito e hoje tentamos orientar outras pessoas sobre a importância do canabidiol “, contou a mãe.
A piora do estado de saúde da criança levou ao diagnóstico da Síndrome de West, doença rara que provoca convulsões e que pode evoluir para a paralisia cerebral. O menino que andava e começava a falar perdeu essa habilidade. A mãe precisou inclusive comprar um capacete para o menino, que batia a cabeça com força por causa dos ataques.
Foi no sexto neurologista que a família finalmente teve a receita do derivado da Cannabis em 2016.
“Demorou um pouco para vermos o efeito, mas com o tempo a vida dele se transformou. Ele ainda tem epilepsia, mas tem crises bem esporadicamente. Voltou a falar, interagir, consegue ter mais autonomia, está fazendo surfe e consegue brincar com outras crianças. O canabidiol trouxe vida e alegria de volta ao meu filho” comemorou a mãe.