A síndrome de Lennox-Gastaut é uma condição neurológica rara que afeta principalmente crianças e jovens. É caracterizada por convulsões frequentes e diferentes tipos de crises epilépticas, bem como problemas cognitivos, comportamentais e motores.
A síndrome de Lennox-Gastaut (SLG) pode trazer graves complicações no desenvolvimento motor desde a infância.
Essa é uma doença incurável e que pode ser resistente às abordagens convencionais. Por isso, a Cannabis medicinal vem sendo cada vez mais indicada como alternativa de tratamento.
Além de eficaz na maioria dos casos contra os sintomas associados à enfermidade, ela apresenta como vantagem adicional causar poucos efeitos adversos.
De acordo com a National Organization of Rare Disorders (NORD), a SLG afeta 2 crianças em 100 mil a cada ano em todo o mundo.
Embora essa síndrome seja considerada uma condição rara, é uma das formas mais graves e debilitantes formas de epilepsia, e pode exigir tratamento a longo prazo.
Então, a seguir, exploraremos a fundo a síndrome de Lennox-Gastaut, desde suas causas e sintomas até suas opções de tratamento disponíveis para pessoas que vivem com essa condição. Portanto, continue lendo este artigo para aprender sobre:
- O que é síndrome de Lennox-Gastaut?
- Como a síndrome de Lennox-Gastaut se manifesta?
- Epidemiologia da SLG
- Sintomas da síndrome de Lennox-Gastaut
- Fatores de risco da SLG
- Diagnóstico da encefalopatia epiléptica da infância
- Tratamento convencional para SLG
- Tratamento alternativo para síndrome de Lennox-Gastaut com Cannabis Medicinal
- Estudos científicos sobre o tratamento de encefalopatia epiléptica da infância com Cannabis
- Como encontrar um médico para tratamento com Cannabis?
- Como comprar remédios à base de Cannabis medicinal?
- Como é a evolução de uma criança com síndrome de Lennox-Gastaut?
- É possível prevenir essa síndrome?
O que é síndrome de Lennox-Gastaut?
A síndrome de Lennox-Gastaut é um tipo raro de epilepsia que pode se manifestar até os 11 anos de idade.
Também conhecida como encefalopatia epiléptica da infância, ela se apresenta pela chamada tríade de sintomas:
- Epilepsia de padrões variados;
- Retardo mental (RM);
- Complexos ponta-onda lentos no eletroencefalograma (EEG).
Ela é caracterizada por convulsões frequentes e diferentes tipos de crises epilépticas, bem como problemas cognitivos, comportamentais e motores.
A SLG é considerada uma condição neurológica desafiadora porque pode ser difícil de controlar e pode causar danos cerebrais irreversíveis.
Além disso, seus sintomas podem variar de pessoa para pessoa, o que torna difícil diagnosticá-la. Por isso, é importante buscar ajuda médica ao primeiro sinal de suspeita desta síndrome.
As convulsões associadas à SLG podem ser de diferentes tipos, incluindo tônico-clônicas, atônicas e mioclônicas.
As convulsões tônico-clônicas são as mais comuns e podem durar vários minutos, causando perda de consciência e movimentos súbitos dos braços e pernas.
As convulsões atônicas, por outro lado, envolvem uma perda súbita do tônus muscular, o que pode causar quedas abruptas e lesões na cabeça.
Já as convulsões mioclônicas envolvem contrações musculares rápidas e involuntárias, que podem afetar diferentes partes do corpo.
Além das convulsões, outras características comuns da SLG incluem problemas cognitivos e problemas comportamentais, como hiperatividade e agressividade.
Problemas motores também podem estar presentes, como falta de coordenação e dificuldade para se mover.
Síndromes epilépticas na infância
Existem várias síndromes epiléticas que podem se manifestar na infância, cada uma com características e sintomas específicos. Algumas das principais síndromes incluem:
- Síndrome de West: é caracterizada por espasmos infantis, movimentos bruscos e involuntários dos braços, pernas ou tronco, além de atraso no desenvolvimento cognitivo e comportamental.
- Síndrome de Dravet: é uma forma rara e grave de epilepsia que começa nos primeiros anos de vida e envolve convulsões febris severas, frequentes e prolongadas, além de problemas cognitivos e de comportamento.
- Síndrome de Lennox-Gastaut: como já mencionado anteriormente, esta síndrome é caracterizada por diferentes tipos de convulsões, além de problemas cognitivos e comportamentais.
- Síndrome de Landau-Kleffner: é uma síndrome rara que envolve a perda repentina da capacidade de falar e compreender a linguagem, além de convulsões noturnas.
- Epilepsia Rolândica: é uma forma comum de epilepsia em crianças, que envolve convulsões que afetam principalmente a boca, o rosto e a garganta, além de problemas de fala e aprendizado.
- Epilepsia de ausência infantil: envolve pequenas ausências ou perda temporária de consciência, geralmente sem sinais físicos óbvios, além de problemas de atenção e concentração.
Cada uma dessas síndromes têm suas próprias características e sintomas, portanto, é importante buscar ajuda médica ao primeiro sinal de suspeita de epilepsia na infância.
O diagnóstico e tratamento precoces podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas e minimizar os danos causados pela condição.
Como a síndrome de Lennox-Gastaut se manifesta?
Assim como outros tipos de epilepsia infantil, a SLG se caracteriza por crises epilépticas, que podem ser tônicas ou não.
No caso das crises tônicas, normalmente, elas se manifestam em vigília, ou seja, enquanto a criança está desperta, embora possam acontecer durante o sono. O paciente apresenta movimentos pendulares de cabeça violentos e frontais.
Por isso, portadores de SLG precisam utilizar um capacete especial para amortecer possíveis impactos durante as crises.
Outra manifestação prevalente na maioria dos casos é o retardo mental associado ao déficit neurológico, que acomete cerca de 90% dos portadores da doença.
Também podem acontecer ataques mioclônicos, nos quais a pessoa sofre espasmos musculares involuntários em partes do corpo, principalmente no rosto e nas pálpebras.
Epidemiologia da SLG
A síndrome de Lennox-Gastaut (SLG) é uma condição rara, que afeta cerca de 1-2% de todas as pessoas com epilepsia. Ela tem maior incidência em crianças entre 3 e 5 anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária.
A SLG é mais recorrente em crianças do sexo masculino, embora também possa se manifestar em meninas.
Também é considerada uma condição crônica e de longo prazo, que requer cuidados especializados ao longo da vida. A SLG é responsável por cerca de 4% de todos os casos de epilepsia em crianças e cerca de 10% dos casos de epilepsia em adultos.
Sintomas da síndrome de Lennox-Gastaut
A síndrome de Lennox-Gastaut é uma forma rara de epilepsia que geralmente se desenvolve na infância. Esta síndrome é caracterizada por convulsões frequentes e variadas, juntamente com atrasos no desenvolvimento cognitivo e comportamental.
Os sintomas da síndrome de Lennox-Gastaut podem incluir convulsões tônicas, atônicas e mioclônicas, bem como problemas de aprendizagem, hiperatividade, agressividade e transtornos do sono.
Embora a síndrome de Lennox-Gastaut seja uma condição de longo prazo, é possível gerenciá-la com medicamentos e terapias adequadas.
Um dos desafios que os médicos enfrentam ao lidar com pacientes de SLG é que muitos dos seus sintomas são comuns aos de outras variedades de encefalopatia epilépticas da infância.
Desse modo, em diversos casos, é preciso fazer não só exames de detecção, como eletroencefalograma (EEG) e ressonância magnética, como outros para afastar a possibilidade das demais modalidades de epilepsia.
Por ser uma doença incurável e progressiva, frequentemente leva a diagnósticos tardios, quando a SLG já provocou prejuízos neurológicos severos e irreversíveis.
A seguir, exploraremos mais detalhadamente os sintomas desta síndrome e o seu impacto na qualidade de vida dos indivíduos afetados.
Convulsões
Os sintomas de convulsões podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns dos sinais comuns incluem:
- contrações musculares rítmicas e repetitivas;
- perda de consciência;
- rigidez muscular;
- movimentos involuntários dos braços e pernas;
- salivação excessiva;
- mordida na língua ou bochecha;
- respiração rápida ou irregular;
- incontinência urinária.
As convulsões também podem ser acompanhadas por outros sintomas, como dor de cabeça, náusea, tontura, confusão, irritabilidade, ansiedade ou depressão.
Em alguns casos, uma pessoa pode experimentar uma sensação estranha ou mudança no comportamento que pode durar de segundos a minutos.
As convulsões podem ser causadas por uma variedade de fatores, incluindo distúrbios neurológicos, traumas cranianos, febre alta, distúrbios metabólicos, e privação de sono.
É importante procurar ajuda médica imediatamente se você ou alguém que você conhece experimentar uma convulsão, especialmente se for a primeira vez que isso acontece. Na síndrome de Lennox-Gastaut, as convulsões podem ser categorizadas em:
- Parciais
As convulsões parciais, também conhecidas como convulsões focais, afetam apenas uma parte do cérebro.
Os sintomas podem variar dependendo da região afetada, mas podem incluir movimentos involuntários de uma parte do corpo, sensações anormais, alterações visuais ou auditivas e mudanças de comportamento. O indivíduo pode permanecer consciente durante a convulsão.
Nas primeiras, o paciente mantém o estado de consciência, ao passo que, nas segundas, ele sofre desmaios.
- Mioclônicas
Já as convulsões mioclônicas são caracterizadas por contrações musculares rápidas e involuntárias.
Elas podem afetar todo o corpo ou apenas uma parte do corpo, e geralmente ocorrem em séries. Essas convulsões podem ser causadas por distúrbios genéticos, doenças metabólicas ou lesões cerebrais.
As convulsões mioclônicas, portanto, manifestam-se como movimentos bruscos e ritmados, não precedidos de enrijecimento.
Como os outros tipos de convulsão, elas costumam ser muito rápidas, durando poucos segundos ou, no máximo, um minuto.
Tônico-clônica generalizadas
As convulsões tônico-clônicas generalizadas afetam todo o cérebro e são caracterizadas por uma perda repentina de consciência, contrações musculares rígidas e movimentos involuntários intensos.
Essas convulsões podem ser acompanhadas de incontinência urinária e mordidas na língua ou bochecha. Depois da convulsão, a pessoa pode sentir-se confusa e cansada.
Na maior parte dos casos, elas são autolimitadas, ou seja, cessam sem a necessidade de intervenção.
Também podem se manifestar de maneira primária (em que se distribui por todo o corpo ou em ambos os lados) ou secundária (quando começa em apenas uma área ou lado).
Alterações de comportamento
A SLG afeta tanto a parte motora do desenvolvimento quanto às funções ligadas à cognição e ao controle das emoções.
Por isso, é comum que as pessoas acometidas apresentem mudanças de comportamento e instabilidade de humor, fatores característicos de quem sofre atrasos psicomotores.
Essas alterações podem ser atenuadas com a administração de medicamentos antiepilépticos e, em alguns casos, também são prescritos tratamentos adicionais.
Entre as principais abordagens estão a estimulação do nervo vago, a dieta cetogênica ou mesmo procedimentos cirúrgicos, como a colostomia.
Atraso no desenvolvimento
Grande parte das crianças que sofrem com SLG terão atrasos irreversíveis em seu desenvolvimento mental.
Para impedir que isso aconteça ou, pelo menos, frear o avanço, é fundamental que o diagnóstico seja feito logo nas primeiras manifestações da doença.
Junto ao tratamento com medicamentos, recomenda-se fisioterapia, especialmente nos casos de crianças que evoluíram da síndrome de West para a SLG.
Perda de consciência
Uma das manifestações atônicas da SLG é a perda de consciência. Normalmente, ela é momentânea, dura cerca de cinco segundos e não envolve desmaios, sendo uma espécie de ausência na qual a criança parece se desconectar.
Há até casos em que, mesmo durante a crise, ela é capaz de interagir e de responder a perguntas.
As perdas de consciência também podem se manifestar como reflexos automáticos ao andar e deglutir ou como fenômenos vegetativos, tais quais lacrimejamento ou baba.
Crises tônicas
Pessoas com epilepsia, em geral, sofrem com as chamadas crises tônicas, cuja característica é a contração muscular involuntária com duração de segundos ou minutos.
Estima-se que esse tipo de crise esteja presente em, pelo menos, metade dos pacientes com SLG, por isso eles devem ser constantemente vigiados para evitar choques de maior gravidade.
As crises tônicas também são responsáveis pelos “drop attacks”, em que a pessoa sofre quedas repentinas. Vale destacar que os sintomas nem sempre se manifestam de maneira isolada.
É possível que, após as crises tônicas, o portador de SLG manifeste ao menos um dos sinais característicos da doença.
Desse modo, a síndrome de Lennox-Gastaut exige máximo comprometimento de pais e responsáveis para evitar danos maiores à saúde dos seus portadores.
Fatores de risco da SLG
Embora a causa exata da síndrome ainda seja desconhecida, os especialistas identificaram alguns fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolvê-la.
Desse modo, ela pode surgir paralelamente ou como consequência de outras variedades de encefalopatias e problemas de saúde, como os descritos nos tópicos a seguir.
Malformações no cérebro
Um dos principais fatores de risco é a lesão cerebral adquirida, que pode ter ocorrido durante a gravidez ou logo após o nascimento.
As lesões cerebrais podem ser causadas por diversas condições, como privação de oxigênio durante o parto, traumatismo craniano, meningite, encefalite ou outras infecções graves.
Em geral, as epilepsias podem estar relacionadas a problemas no desenvolvimento do cérebro, muitos dos quais adquiridos em partos traumáticos. Também podem ser associadas a malformações no sistema nervoso central (SNC).
As malformações também estão ligadas a problemas na gestação, como infecções intrauterinas ou reações por conta de certos tipos de abstinência.
Histórico familiar
Outro fator de risco importante é o histórico familiar de epilepsia. Se algum membro da família tiver algum tipo de epilepsia, incluindo a síndrome de Lennox-Gastaut, as chances de desenvolver a condição aumentam significativamente.
Esclerose Tuberculosa
Alguns distúrbios neurodegenerativos também podem aumentar o risco de desenvolver a síndrome de Lennox-Gastaut.
Por exemplo, a esclerose tuberosa, uma doença rara que causa tumores benignos em vários órgãos, pode estar associada ao desenvolvimento da síndrome.
A esclerose tuberosa (doença de Bourneville) é um mal provocado por alterações nos genes TSC1 ou TSC2, pertencentes, respectivamente, aos cromossomos 9 e 16.
Portadores dessa condição rara desenvolvem tumores benignos no cérebro, nos rins, na pele, no coração e nos olhos.
Eles também podem sofrer retardo mental, acompanhado de convulsões e problemas de comportamento.
Em alguns casos, a esclerose tuberosa pode ser uma das condições precursoras da SLG secundária, tal como acontece na síndrome de West.
Pessoas com essa doença geralmente apresentam erupções faciais avermelhadas, parecidas com espinhas, concentradas na região do nariz e das maçãs do rosto.
Síndrome de West
A síndrome de West, outro tipo de epilepsia que geralmente começa na infância, também pode aumentar o risco de desenvolver a síndrome de Lennox-Gastaut.
Aproximadamente um terço das crianças com Síndrome de West eventualmente desenvolvem a síndrome de Lennox-Gastaut.
Este é um tipo de epilepsia infantil que se caracteriza por espasmos, retardo mental e hipsarritmia.
Trata-se de uma enfermidade que pode acometer crianças que sofrem traumatismo de parto, toxoplasmose, encefalites virais, anoxia neonatal (perda de oxigênio no cérebro durante o parto), entre outras causas.
Essa síndrome também se identifica por espasmos em que a cabeça faz movimentos bruscos como se estivesse saudando (espasmo saudatório).
Meningite
Uma das enfermidades que também podem levar uma criança a desenvolver a SLG é a meningite, um tipo de inflamação que atinge a meninge, a membrana que reveste o cérebro.
Nesse caso, a síndrome de Lennox-Gastaut pode ser uma das muitas complicações decorrentes dela.
Isso se aplica principalmente quando a pessoa afetada é criança, uma vez que adultos também podem contrair meningite, uma doença infecciosa causada por vírus e bactérias.
Condições metabólicas
Além disso, os especialistas identificaram que algumas condições metabólicas, como a fenilcetonúria e outras condições genéticas raras, podem estar associadas ao desenvolvimento da síndrome.
Diagnóstico da encefalopatia epiléptica da infância
O diagnóstico é baseado em uma combinação de fatores clínicos, exames de imagem e eletroencefalograma (EEG). Os sintomas iniciais da SLG podem ser difíceis de identificar, o que pode levar a um diagnóstico tardio.
A maioria dos pacientes apresenta uma história de crises epilépticas múltiplas antes do diagnóstico.
Alguns sintomas comuns incluem espasmos musculares, perda de consciência, flexões dos membros e movimentos bruscos.
O diagnóstico começa com uma avaliação médica completa, incluindo exame físico e histórico médico.
O médico irá procurar evidências de convulsões anteriores e avaliar a gravidade e frequência dos sintomas.
O EEG é o exame mais importante para o diagnóstico da SLG. O exame registra a atividade elétrica do cérebro e pode identificar padrões específicos de ondas cerebrais associados à condição.
Os resultados do EEG combinados com as informações clínicas ajudam no diagnóstico da SLG.
Geralmente, os médicos realizam exames de imagem, como tomografia computadorizada (CT) ou ressonância magnética (RM), para descartar outras condições neurológicas.
Em suma, o diagnóstico da síndrome de Lennox-Gastaut é baseado em uma combinação de fatores clínicos, exames de imagem e EEG.
É importante que os pacientes com suspeita de SLG procurem imediatamente um neurologista experiente no diagnóstico e tratamento desta condição.
Qual especialidade recorrer para a confirmação do diagnóstico?
Para confirmar o diagnóstico da síndrome de Lennox-Gastaut, é recomendável procurar um neurologista. Esse médico possui conhecimento específico sobre condições neurológicas que envolvem crises epilépticas, como a SLG.
Além disso, ele pode realizar avaliações clínicas detalhadas, solicitar exames de imagem e EEG, e identificar os sintomas específicos da síndrome para fornecer um diagnóstico preciso.
É importante lembrar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a melhorar a qualidade de vida do paciente e minimizar as complicações relacionadas à epilepsia.
Portanto, se você estiver enfrentando sintomas sugestivos de síndrome de Lennox-Gastaut, procure um neurologista especializado em epilepsia para uma avaliação clínica completa e um diagnóstico preciso.
A síndrome de Lennox-Gastaut tem cura?
Infelizmente, a síndrome de Lennox-Gastaut não tem cura. É uma condição neurológica crônica e rara que afeta crianças e jovens adultos, caracterizada por crises epilépticas frequentes e diferentes tipos de convulsões.
O tratamento da SLG visa controlar as convulsões e minimizar os sintomas associados para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Geralmente, o tratamento inclui uma combinação de medicamentos antiepilépticos e terapia comportamental, e em alguns casos, a cirurgia pode ser considerada como uma opção de tratamento.
No entanto, nem todos os pacientes com SLG respondem ao tratamento e a eficácia dos medicamentos pode variar de pessoa para pessoa.
É importante enfatizar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a minimizar as complicações relacionadas à epilepsia e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Portanto, se você estiver enfrentando sintomas sugestivos de síndrome de Lennox-Gastaut, procure um neurologista especializado em epilepsia para uma avaliação clínica completa e um tratamento adequado.
Tratamento convencional para SLG
Como uma condição incurável, resta aos que são diagnosticados com a síndrome de Lennox-Gastaut o controle da doença.
Assim sendo, normalmente, os médicos que optam pelo tratamento conservador indicam fármacos como diazepam, nitrazepam e anticonvulsivos.
Também podem ser prescritos medicamentos como o valproato, topiramato ou lamotrigina.
Paralelamente, deve ser iniciada a fisioterapia, a fim de minimizar e evitar as complicações respiratórias e motoras que podem advir da doença.
Em alguns casos, pode ser indicada hidroterapia, uma opção eficaz e lúdica ao mesmo tempo.
Tratamento alternativo para síndrome de Lennox-Gastaut com Cannabis medicinal
A SLG é um tipo de epilepsia infantil que pode não responder aos tratamentos convencionais.
Quando isso acontece, a Cannabis medicinal pode ser uma alternativa para devolver a qualidade de vida para a criança acometida pela doença.
A Cannabis medicinal é uma das alternativas terapêuticas estudadas para o tratamento da síndrome de Lennox-Gastaut (SLG).
A planta contém mais de 100 compostos químicos chamados canabinoides, que interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano.
Esse sistema tem como função regular diversas funções fisiológicas, incluindo a regulação do humor, sono e apetite, além de influenciar a atividade neuronal.
Dentre os canabinoides, os mais estudados para o tratamento da SLG são o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD).
O sistema endocanabinoide inclui dois tipos de receptores canabinoides, conhecidos como CB1 e CB2. O CB1 é encontrado principalmente no sistema nervoso central e está envolvido na regulação da atividade neuronal. Já o CB2 é encontrado em células imunes e tecidos periféricos.
Estudos pré-clínicos descobriram que o CBD pode agir direta ou indiretamente sobre os receptores CB1 e CB2, regulando a atividade neuronal e diminuindo a excitabilidade dos neurônios, o que pode resultar na redução das crises convulsivas associadas à SLG.
Além disso, o CBD também pode ter efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes, o que pode ajudar a proteger os neurônios contra danos e inflamações associados às convulsões.
Vale ressaltar que, além do CBD, outros canabinoides já estão sendo testados em diversas pesquisas para comprovação da sua eficácia. Entre eles está a canabidivarina (CBDV).
Essas substâncias já vêm sendo amplamente administradas em tratamentos contra a epilepsia e, sendo assim, podem vir a ser uma opção segura para portadores de SLG.
Estudos científicos sobre o tratamento de encefalopatia epiléptica da infância com Cannabis
A ciência tem dado passos largos no intuito de validar a aplicação do CBD no tratamento da SLG e de outras doenças.
Nesse sentido, um estudo sobre canabidiol publicado no New England Journal of Medicine, realizou um teste duplo-cego em pacientes em 30 centros médicos.
Neles, foram administradas doses de 20mg e 10mg de CBD semanais ao longo de 28 dias. Ao final do estudo, pesquisadores puderam notar uma redução significativa das crises epilépticas em comparação com o grupo placebo.
Outro estudo (Long-term safety and efficacy of cannabidiol in children and adults with treatment resistant Lennox-Gastaut syndrome or Dravet syndrome) avaliou a eficácia do canabidiol. O estudo buscava verificar os benefícios do CBD em tratamentos de longo prazo contra a síndrome de Lennox-Gastaut em crianças e adultos.
Por quatro semanas, 607 pacientes receberam doses de 100mg de CBD na proporção de 2mg a 10mg. Como resultado, 50% dos indivíduos testados tiveram redução global nas crises, enquanto 20% desistiram por considerarem as respostas insatisfatórias.
Por fim, o estudo Cannabinoids in the Treatment of Epilepsy: Hard Evidence at Last? ajudou a reforçar estes resultados.
De acordo com este estudo, testes realizados em ratos mostraram que o CBD foi considerado benéfico em uma variedade de modelos de convulsões por apresentar atividade neuroprotetora e anticonvulsivante.
Além disso, o estudo relata que a canabidivarina (CBDV), outro canabinoide, é desprovida de efeitos psicoativos e mostra atividade protetora contra potenciais epilepsias.
Como encontrar um médico para tratamento com Cannabis?
O mercado de fármacos à base de Cannabis no Brasil ainda é bastante restrito. São poucas as opções de medicamentos aprovados, o que naturalmente faz com que muitos médicos ainda não prescrevam tratamentos com canabinoides.
Pensando nisso e no bem-estar dos pacientes e de seus familiares, o portal Cannabis & Saúde disponibiliza um painel com diversos especialistas experientes em tratamentos à base de Cannabis.
Basta clicar aqui para escolher um profissional e marcar sua consulta. Após uma avaliação minuciosa da sua situação, o profissional em questão determinará se a Cannabis é ideal para o seu caso.
Em caso positivo, você receberá sua prescrição médica, bem como um plano de tratamento personalizado para atender suas necessidades!
Como comprar produtos à base de Cannabis?
O meio mais utilizado para comprar produtos à base de canabidiol nas concentrações e doses receitadas conforme cada caso ainda é por meio da importação. Com a prescrição médica em mãos, basta seguir os passos abaixo para obter legalmente seus produtos à base de Cannabis.
Obtenção da receita médica
Tratamentos com Cannabis dependem de prescrição médica.Por isso, a primeira providência antes de comprar algum produto à base de canabidiol é agendar uma consulta. Assim se obtém a receita necessária para conseguir uma aprovação da Anvisa.
Solicitação online junto à Anvisa
Em posse da receita, basta acessar e preencher um formulário disponibilizado no site da Anvisa solicitando a permissão para a importação. Devem ser anexadas, ainda, cópias da identidade e do comprovante de residência.
Resposta da Anvisa
Uma vez que o pedido foi aprovado, a Anvisa autoriza a importação. Todo o processo pode ser concluído em cerca de 10 dias ou até no mesmo dia se o produto prescrito pelo médico estiver na lista pré-aprovada pela Anvisa.
Finalização da compra
Por fim, basta aguardar que o medicamento chegue para que você possa iniciar seu tratamento com Cannabis. É importante seguir estritamente as orientações médicas com relação à dosagem e frequência de uso.
Como é a evolução de uma criança com síndrome de Lennox-Gastaut?
A evolução de uma criança com síndrome de Lennox-Gastaut (SLG) pode variar bastante, dependendo do grau de gravidade dos sintomas e da resposta ao tratamento.
Geralmente, a SLG é uma condição crônica e progressiva, que se inicia nos primeiros anos de vida e pode persistir na adolescência e vida adulta.
Com o tempo, a criança pode agravar as crises convulsivas frequentes, ter atraso no desenvolvimento psicomotor e intelectual. Além disso, pode ter dificuldades de aprendizado, distúrbios comportamentais e emocionais, bem como problemas relacionados ao sono.
As crises convulsivas podem ser de diferentes tipos, incluindo crises de ausência, tônico-clônicas (grande mal), atônicas e mioclônicas.
Sendo assim, a SLG pode ter um impacto significativo na qualidade de vida da criança e de sua família, especialmente devido às crises convulsivas frequentes e aos sintomas associados.
Por isso, é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível e seja adaptado às necessidades individuais de cada paciente.
Além disso, é fundamental que a criança seja acompanhada regularmente por uma equipe médica especializada em epilepsia, para monitorar a evolução da condição e ajustar o tratamento conforme necessário.
Expectativa de vida para crianças com essa síndrome
A síndrome de Lennox-Gastaut é uma condição crônica e progressiva que pode afetar a qualidade de vida da criança e pode reduzir a expectativa de vida.
No entanto, é importante destacar que cada caso é único e a expectativa de vida pode variar amplamente.
Em geral, estudos indicam que a expectativa de vida para crianças com síndrome de Lennox-Gastaut pode ser ligeiramente menor do que para a população em geral, mas isso depende de vários fatores, como a gravidade dos sintomas, o controle das crises convulsivas e as condições de saúde associadas.
É fundamental que a criança seja acompanhada regularmente por uma equipe médica especializada em epilepsia.
Esta equipe pode orientar quanto aos cuidados e tratamentos adequados, além de monitorar a evolução da condição e ajustar o tratamento conforme necessário.
Quais cuidados são necessários no dia a dia da pessoa com essa síndrome?
Os cuidados necessários para uma pessoa com síndrome de Lennox-Gastaut variam de acordo com os sintomas e a gravidade da condição. Algumas medidas que podem ser úteis para o dia a dia incluem:
- Manter uma rotina regular de sono: A síndrome de Lennox-Gastaut pode causar distúrbios do sono, por isso é importante manter uma rotina regular de sono, incluindo horários fixos para dormir e acordar.
- Evitar situações de risco: As crises convulsivas podem ser desencadeadas por estímulos como luzes piscando, ruídos altos ou privação de sono. É importante evitar situações que possam aumentar o risco de crises convulsivas.
- Monitorar a alimentação: Algumas crianças com síndrome de Lennox-Gastaut podem apresentar problemas de alimentação, incluindo dificuldades para engolir ou recusa alimentar. É importante monitorar a alimentação e garantir que a criança receba uma dieta equilibrada e nutritiva.
- Fornecer suporte terapêutico: A fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional podem ajudar a melhorar a qualidade de vida da criança com síndrome de Lennox-Gastaut, reduzindo a gravidade dos sintomas e melhorando a capacidade de se comunicar e interagir com outras pessoas.
- Administração regular de medicamentos: O tratamento da síndrome de Lennox-Gastaut geralmente envolve a administração regular de medicamentos antiepilépticos, que devem ser tomados de acordo com as instruções médicas.
É fundamental que a criança seja acompanhada regularmente para garantir que os cuidados e tratamentos adequados estejam sendo realizados e monitorar a evolução da condição.
Conclusão
A síndrome de Lennox-Gastaut deve ser tratada o quanto antes, já que pode comprometer o desenvolvimento na infância.
No entanto, com o acompanhamento médico adequado e os cuidados necessários no dia a dia, é possível minimizar os sintomas e garantir uma boa qualidade de vida.
É importante destacar que cada caso é único. Por isso, é fundamental que a pessoa seja avaliada por uma equipe médica especializada em epilepsia para garantir um tratamento personalizado e efetivo.
Por outro lado, não deixe de conversar com o médico responsável a fim de achar uma solução que permita melhorar a qualidade de vida e evitar os efeitos colaterais dos tratamentos comuns.
Nesse sentido, a Cannabis medicinal tem se mostrado uma alternativa promissora para atenuar os sintomas da SLG em pessoas que não respondem ao tratamento convencional.
Portanto, conte sempre com o portal Cannabis & Saúde para encontrar profissionais experientes em tratamentos com Cannabis medicinal na SLG.