Nos últimos anos as maiores preocupações que tivemos estiveram relacionadas à contaminação pelo coronavírus. Para quem pegou a doença ainda mais, visto que as sequelas de Covid apareceram para muitos, inclusive de forma persistente.
Mesmo com o arrefecimento da pandemia no Brasil e no mundo, muitas pessoas ainda convivem com traumas e problemas nos tempos em que a doença se manifestou de forma mais intensa.
Além da perda de entes queridos e de personalidades famosas para a doença, muitos de nós temos que conviver com algumas mudanças em nosso estilo de vida e de saúde após a contaminação da doença.
Problemas pulmonares, cardíacos e neurológicos podem estar presentes em boa parte dos pacientes que enfrentaram a doença.
A princípio, os casos menos graves de Covid pareciam trazer como sequelas apenas diminuições nas capacidades olfativas e de paladar. No entanto, questões que vão desde a dificuldade para respirar como problemas de memória são registrados.
Há estudos que apontam que muitas dessas sequelas de Covid atingem até mesmo pessoas mais jovens e sem comorbidades, que em tese, não integraram o grupo de risco da doença.
Nesse sentido, é importante que as pessoas tenham conhecimento sobre as possíveis sequelas de Covid, bem como os tratamentos e o acompanhamento médico correto.
Se você quer ter uma ideia melhor sobre esses fatores, continue lendo. Neste artigo, traremos algumas das sequelas mais comuns para a Covid, bem como estudos que apontam a duração delas e alternativas para seus tratamentos.
O que são as sequelas de uma doença?
Uma sequela nada mais é do que uma condição patológica, ou seja, danosa ao corpo do paciente, que adveio de algum tipo de lesão, machucado, doença ou ataque.
Ou seja, quando você está com uma doença e através dela (ou por causa dela), adquire alguma outra doença ou condição, diz-se que esta nova condição ou doença é uma sequela da anterior.
A palavra “sequela”, inclusive, é um verbete do latim, que significa “ato de seguir”. No contexto medicinal, portanto, é uma condição que se segue à doença que você já havia adquirido.
O que é a covid?
A Covid-19 é uma doença infecciosa com o status de Pandemia Mundial desde 11 de março de 2020. Tal doença é causada pela contaminação por meio do coronavírus SARS-CoV-2 e suas variantes tais como Alfa, Beta, Gama, Delta e Ômicron.
Entre os sintomas mais comuns da Covid-19, destacam-se febre intensa, perda olfativa ou de paladar, dores de cabeça frequentes, congestão nasal, dores na garganta e nos músculos, além de falta de ar e consequente baixa saturação de oxigênio no sangue.
Nos últimos anos, a Covid têm sido a maior preocupação de saúde mundial, tendo se espalhado rapidamente por todos os continentes do globo, levando a colapsos no sistema de saúde de diversos países.
No entanto, avanços foram feitos de forma a prevenir a gravidade da doença, como é o caso das vacinas criadas por diversos laboratórios ao redor do mundo.
Com isso, os índices de contágio pela doença, bem como número de leitos ocupados nos hospitais reduziu consideravelmente, fazendo com que tenhamos conseguido respirar um certo “ar de normalidade”, diferentemente do que foi vivido nos anos de 2020 e 2021.
Porém, a doença ainda pode ser transmitida e acometer pessoas vacinadas. Com isso, pessoas podem ser hospitalizadas ou não, mas ainda que não sejam, podem enfrentar sequelas temporárias ou persistentes após o seu contágio.
Confira algumas das afetações mais comuns que podem acometer pessoas com COVID-19.
Quais as afetações mais comuns na saúde de um paciente com covid?
Quando uma pessoa está com Covid-19 e precisa ser hospitalizada, os sintomas e problemas enfrentados por ela podem ser diferentes de pessoas que tiveram apenas a forma leve da doença.
O principal ponto de atenção é o nível de saturação, por exemplo.
Níveis de oxigênio em valores abaixo de 90 podem indicar a necessidade imediata de internação, pois pode comprometer o funcionamento correto e adequado dos órgãos, bem como dos sinais vitais.
Problemas como o comprometimento do pulmão e até mesmo um aumento na quantidade de água nesse órgão também são relatados como pontos de preocupação.
Há casos de pacientes que sobreviveram aos efeitos de um pulmão com mais de 70% comprometidos, mas que posteriormente tiveram de enfrentar mudanças na forma que respiravam e faziam as suas atividades cotidianas.
A covid pode causar sequelas?
Sim. De acordo com estudos, está claro que a Covid pode causar sequelas tanto em nível leve/moderado quanto em formas mais graves.
Quais as possíveis sequelas de covid após a doença?
As sequelas de Covid podem ser divididas entre pulmonares, cardíacas, neurológicas, psicológicas e ainda persistentes.
Sequelas pulmonares
Falando a respeito das sequelas de Covid ligadas aos pulmões, a maior parte destas sequelas envolve dificuldade de respirar, mesmo após a alta hospitalar.
Em casos de pacientes que precisaram ser entubados, há situações em que a respiração fica prejudicada também por causa dos problemas ocorridos durante o procedimento na traqueia.
Há evoluções do quadro que podem levar ainda à fibroses pulmonares, que é quando há uma cicatrização do tecido após o dano nos pulmões.
Outras situações podem envolver casos de bronquiolite obliterante, que é quando as células não conseguem promover um bom nível de recuperação após o pulmão ter se inflamado ou infeccionado durante o contágio pela COVID-19.
De acordo com este estudo publicado no Jornal de Pneumologia, realizado com pacientes internados durante o ano de 2020, verificou-se um alto índice de fibrose pulmonar pós Covid-19, quando a doença chegou a níveis agudos nestes pacientes.
As sequelas pulmonares causadas pela Covid puderam ser verificadas por meio de tomografias computadorizadas que se mostraram constantes com o passar do tempo após a internação.
Sequelas cardíacas
Esta pesquisa baseada numa análise de trinta e cinco estudos de alta relevância avaliou sobre a quantidade de pacientes que enfrentaram a forma mais longa da Covid-19, bem como os efeitos nas suas sequelas cardíacas.
O tempo médio adotado para o monitoramento cardíaco foi de 48 dias, tendo casos em que a avaliação chegou a 180 dias (ou 6 meses).
Entre as principais sequelas cardíacas de Covid encontradas nos estudos, houve a inclusão de casos de anormalidades cardíacas de curto prazo (menores do que 3 meses) em 30% dos pacientes.
Além disso, derrames pericárdicos foram registrados em 15% dos voluntários estudados, bem como 25% de registros de sintomas como dor no tórax e 36% de falta de ar ou dificuldade de respirar.
Por fim, houve alterações na pressão arterial comum em 40% dos casos.
Ao fazer uma avaliação cardíaca mais completa com exames mais aprofundados, verificou-se ainda que os sobreviventes de COVID-19 têm maiores riscos de apresentarem insuficiência cardíaca, arritmias e infarto do miocárdio quando comparados a pacientes que não tiveram sintomas de COVID.
Conclui-se ainda que a doença pode gerar lesões cardíacas persistentes mesmo após a recuperação, fazendo com que estas sejam sequelas de Covid que merecem avaliações mais a fundo a médio e longo prazo, inclusive por meio de novos estudos.
Sequelas neurológicas
Um estudo norte-americano avaliou sobre quais são os impactos e sequelas respiratórios e neurológicos de longo-prazo da Covid.
Nesse sentido, do ponto de vista neurológico, aponta-se que há um nível considerável a respeito do comprometimento do Sistema Nervoso Central e do Sistema Nervoso Periférico em pacientes anteriormente infectados pelo vírus SARDS-CoV-2.
Tal comprometimento pode levar a acometimentos importantes nos neurônios, causando sequelas neurológicas de longo prazo. Entre as principais consequências dessas lesões neuronais estão as doenças neurodegenerativas, das quais incluem-se:
- doença de Alzheimer;
- Doença de Parkinson;
- Esclerose Múltipla;
- Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA);
- Entre outras.
Sequelas psicológicas
Entre as sequelas de Covid que mais se destacam e que são mais fáceis de se identificar, as psicológicas certamente estão envolvidas.
Uma revisão bibliográfica produzida ainda em 2020, avaliou que há um índice considerável de sequelas psicológicas em pacientes que enfrentaram a COVID.
Como resultados, aponta-se que as respostas psicológicas mais comuns nas populações analisadas nos estudos são a ansiedade, depressão e sintomas de estresse pós-traumático.
Outro estudo foi feito na Coreia do Sul com um grupo controlado de 99.742 pessoas, dos quais 5.879 pessoas foram sobreviventes de Covid-19 e avaliou os danos psicológicos que a passagem pela doença poderia trazer a estas pessoas.
Nesse sentido, a depressão foi diagnosticada em 1.268 dos pacientes que passaram pelo Covid-19, representando mais de 20% dessa parte da amostra. Além disso, foram avaliados índices de psicose (menos de 1%), abuso de álcool (aproximadamente 3%) e abuso de drogas (menos de 1%).
Com isso, o estudo concluiu que sobreviventes de COVID-19 tem aproximadamente 3 vezes mais chances de contrair doenças psicológicas em comparação com pessoas que não tiveram a doença.
Sintomas persistentes
Alguns dos sintomas de Covid podem aparecer durante a doença e persistirem, ainda que a contaminação pelo vírus já tenha cessado e o paciente tenha dado negativo nos testes mais recentes de Covid.
Nesse sentido, é comum que pessoas que pegaram a Covid enfrentem a falta de olfato ou paladar durante alguns meses. Além desse sintoma, a falta de ar ou redução da capacidade respiratória durante exercícios também podem aparecer como sequelas da doença.
Uma mulher lactante que tenha sido infectada pelo coronavírus pode continuar amamentando?
De acordo com o site da Unicef, a amamentação deve seguir sendo feita mesmo com a mãe infectada pelo vírus da Covid-19.
No entanto, cuidados adicionais devem ser tomados – o uso de máscara apropriada (preferencialmente do tipo N95 ou PFF2), lavagem adequada das mãos com água e sabão ou álcool em gel e desinfecção das superfícies onde você e o bebê terão contato, por exemplo.
Além disso, a mesma fonte aponta que não há necessidade de lavar o peito após a amamentação, apenas caso você tenha tossido ou espirrado sobre ele.
Quais hábitos podem me ajudar a superar sequelas de covid?
Alguns hábitos podem ser adicionados à sua rotina de forma a reduzir os efeitos das sequelas de Covid. Abaixo uma lista com os principais:
Atividades Físicas: É um consenso geral o fato de que as atividades e exercícios físicos tem um poder revigorante necessário ao nosso corpo. Porém, mais do que isso, as atividades físicas podem trazer melhores condições para diversos órgãos que passam por sequelas da Covid.
Fazer caminhadas ou correr traz melhorias na capacidade respiratória e cardíaca, duas coisas que estão entre as mais afetadas no pós-Covid. Além disso, traz melhoras psicológicas e neurológicas pela produção de importantes substâncias para o bem estar, como é o caso da endorfina.
Ter uma alimentação saudável: Outro fator que pode ajudar consideravelmente a melhorar as sequelas de Covid, independentemente de quais sejam, é promover uma alimentação saudável e rica em nutrientes.
É claro, isso não quer dizer que você deva seguir uma dieta restrita, mas que esteja adequada às suas necessidades nutricionais.
Manter as doses de vacinação para Covid em dia: Já está mais do que provado cientificamente que ser contaminado pela COVID não traz nenhum benefício com relação a uma suposta imunidade natural.
Por isso, manter as doses da vacinação em dia ainda é uma das estratégias para que você possa se manter protegido de uma nova contaminação. Uma nova contaminação poderia trazer ainda mais riscos de sequelas de Covid para o paciente (ou agravar os quadros).
Alimentação baseada em plantas: Embora não haja consenso científico formado, há indícios demonstrados neste estudo, que apontam sobre os benefícios que uma alimentação plant-based, ou seja, à base em alimentos de origem vegetal podem trazer no tratamento da “Covid Longa”.
A revisão bibliográfica em questão aponta que manter esse padrão de alimentação pode ter efeitos benéficos para pessoas que apresentem COVID por um tempo considerável.
Importância do acompanhamento médico de sequelas de covid
Por ser uma doença relativamente recente, não há conhecimento suficiente sobre quais são os níveis que uma sequela de Covid pode atingir numa pessoa.
Nesse sentido, faz-se necessário manter acompanhamento médico, bem como monitoramento das suas condições de tempos em tempos.
Muitas das sequelas já registradas em estudos e que estão associadas a um contágio por COVID aparecem apenas meses ou nos anos posteriores à contaminação (em caso de contaminação única).
Além disso, há casos de doenças em que as sequelas podem se manifestar de forma silenciosa, não permitindo assim um diagnóstico precoce quando não há o acompanhamento rotineiro.
Por isso, é relevante que os pacientes mantenham uma rotina de exames e check-ups para que possíveis sequelas adicionais não apareçam e surpreendam.
Da mesma forma, as sequelas de COVID que já existem e foram diagnosticadas devem ser tratadas com o acompanhamento médico, sobretudo aquelas que sejam mais graves ou possam comprometer o funcionamento de órgãos importantes ao corpo humano – casos do coração e dos pulmões, por exemplo.
Possibilidade de benefícios da Cannabis medicinal em sequelas de Covid
Algumas das sequelas de Covid têm sido estudadas com cuidado por especialistas e pesquisadores ao redor do mundo.
Nesse sentido, têm-se buscado também uma melhora na qualidade de vida e da saúde das pessoas que convivem com essas sequelas de Covid.
Parte disso pode estar relacionada ao uso dos produtos de Cannabis medicinal para a melhora dos efeitos e redução dos sintomas da doença.
Abaixo, falaremos sobre alguns dos estudos mais relevantes já produzidos nesse sentido:
Estudos sobre a possibilidade do uso benéfico da Cannabis medicinal na redução de casos de Covid e enfrentamento de suas sequelas
Um dos estudos mais importantes com relação ao uso da Cannabis medicinal para a redução dos danos causados pelas sequelas de Covid é este, cujo objetivo era avaliar sobre os efeitos anti-inflamatórios e antivirais dos canabinoides na inibição e prevenção do contágio por Covid-19.
Parte do estudo se concentra em utilizar alguns tipos de fitocanabinoides para reduzir o índice de contágio por parte do SARS-CoV-2 ou pelo menos reverter os processos que fazem a doença se manifestar de forma mais grave.
Nesse sentido, a análise de mais de 93 mil pacientes avaliados no Centro Médico da Universidade de Chicago trouxe diferenças consideráveis no nível de contágio entre pessoas que usaram algum tipo de canabinoide em comparação a pessoas que não usaram nenhum tipo de canabinoide.
O estudo aponta que 5,7% dos pacientes submetidos a canabinoides anteriormente testaram positivo para o SARS-CoV-2, enquanto 10% do grupo não-canabinoide apresentou o mesmo efeito.
Além disso, pacientes que tomaram CBD (canabidiol) em forma medicinal, tiveram apenas 1,2% de contágio. Em comparação, o grupo que usou outros canabinoides, o contágio foi de aproximadamente 7,1%.
Nesse sentido, os resultados do estudo, em conjunto com outros estudos in vitro apontam que o CBD pode agir de forma protetora contra o SARS-CoV-2, ainda que tenha menos eficácia do que o uso de outras formas de prevenção como as vacinas.
Por outro lado, com relação às sequelas de Covid, o mesmo estudo aponta características positivas no uso de canabinoides para a redução de inflamações devido ao vírus SARS-Cov-2.
Nesse sentido, o estudo aponta um potencial benéfico dos canabinoides como o THC na proteção de tecidos, como é o caso do cardíaco na infecção por SARS-CoV-2.
Outro estudo aponta sobre os benefícios que a utilização da Cannabis medicinal pode trazer na prevenção dos casos de Covid em complemento às vacinas. Há pessoas que não podem ser vacinadas por vacinas convencionais por uma série de fatores.
Nesse sentido, os ensaios em laboratório trouxeram bons resultados para a neutralização do vírus SARS-CoV-2 em diversas formas, como a variante alfa e a variante beta.
Sabendo disso, estudos adicionais podem ser feitos de modo a comprovar os efeitos benéficos do CBG e do CBD em seres humanos na prevenção e tratamento dos efeitos e sequelas de Covid.
Conclusão
Ao longo do artigo detalhamos algumas das sequelas de Covid e as principais ameaças nesse sentido, mesmo num período em que a Pandemia começa a dar demonstrações de estar sob controle.
É importante ter em mente que as sequelas de Covid, bem como de outras doenças, devem ser avaliadas e monitoradas com cuidado tanto pelo paciente quanto pelos médicos que o acompanham.
Tratamentos podem ser indicados para combater (ou até mesmo acabar de vez) com algumas das sequelas de Covid mais comuns, embora nem todas elas tenham essa opção.
Por fim, se você conhece alguém que pode estar passando por alguma das sequelas de Covid citadas ao longo deste artigo, compartilhe com ela o link deste texto. Esperamos que o Portal Cannabis & Saúde tenha conseguido te ajudar de forma satisfatória com mais este conteúdo.
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