Pesquisa com mais de mil participantes conclui pela segurança do CBD para o fígado, além de não diminuir a testosterona nem causar sonolência
Em março de 2020, a FDA (Food and Drug Administration), agência reguladora sobre comida e drogas dos Estados Unidos, divulgou uma declaração pública sobre a venda de produtos de canabidiol, listando lesões no fígado como a principal preocupação para a segurança do consumidor, assim como interações com outras drogas e toxicidade reprodutiva masculina, bem como efeitos colaterais como sonolência.
Estas preocupações são os principais motivos apontados para a não regulação dos medicamentos contendo CBD a nível federal, o que já acontece em muitos estados do País. A Validcare, uma empresa de pesquisa e inteligência de mercado, decidiu, então, realizar um estudo direcionado, testando as principais questões que impedem a regulação, o que permitiria a comercialização em todo o país, pela agência americana.
A primeira coorte do estudo, que foi revisada por pares e publicada na Cannabis and Cannabinoid Medicine no ano passado, observou 839 indivíduos tomando CBD produzido por doze empresas com o objetivo principal investigar a função hepática.
A segunda coorte incluiu mais 222 indivíduos tomando CBD produzido por mais cinco empresas. Sua participação fortaleceu a confiabilidade estatística dos resultados de segurança do fígado e alcançou relevância estatística para os resultados do sono e da testosterona. Os métodos para ambas as fases foram os mesmos: Adultos de 18 a 75 anos nos Estados Unidos, tomando CBD por via oral por um período mínimo de 30 dias.
Os resultados indicaram que o consumo diário de uma variedade de produtos com canabidiol não está associada a testes hepáticos elevados, baixos níveis de testosterona ou sonolência diurna.
“Os dados deste estudo parecem muito bons; é altamente significativo e as chances de estar errado são muito, muito pequenas”, afirmou o Robert Kaufmann, diretor de pesquisa da Validcare e ex-professor de medicina da Southern Illinois University School of Medicine. “Estou muito esperançoso de que esses dados permitirão que o FDA regule esses produtos populares de CBD.”
Fígado
No final do período de 30 dias, todos os participantes foram submetidos a testes de função hepática.
De acordo com os autores, “não houve associação significativa entre a dosagem de CBD e os valores do teste do fígado”, o que significa que o CBD não afetou negativamente a função hepática.
Notavelmente, a função hepática inicial do grupo de participantes não foi significativamente diferente da população geral, nenhum dos participantes teve doença hepática clínica e a influência do CBD na função hepática não foi afetada pela fonte ou forma do produto.
Testosterona
Aos homens foram administrados testes de testosterona no final do período de teste de 30 dias para avaliar os efeitos, se houver, que o CBD teve nesses valores. De acordo com os autores do estudo, “há uma associação positiva significativa entre o nível de TT e a dose de CBD por peso (mg/kg)”.
Sonolência
Finalmente, a maioria dos participantes (914 de 1.061) participou de avaliações de sono de base e semanais ao longo do período de 30 dias, que foram administradas usando a Stanford Sleep Scale.
Os autores descobriram que o uso consistente de CBD resultou em pontuações consistentemente mais baixas na escala, o que significa que o CBD foi eficaz na promoção de “alerta diurna e menos sonolência”.
Conclusão
“A automedicação de CBD oral por mais de 60 dias em uma população adulta não está associada a um aumento da função hepática, deficiência de testosterona ou sonolência diurna. A automedicação de CBD está associada à diminuição da prevalência de deficiência de testosterona em idosos, sugerindo que o CBD pode ser útil na prevenção da deficiência de testosterona em homens mais velhos. Por sua vez, pode estar relacionado ao CBD reduzindo a prevalência de diabetes tipo 2 em indivíduos mais velhos.”
“Resulta em significativamente menos sonolência. Melhora significativamente indivíduos que estão tendo dificuldade com sonolência diurna e raramente causa sonolência diurna naqueles que não têm esse problema”, escreveram os pesquisadores.
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