Fim de ano é tempo de retrospectiva. Olhar para trás, avaliar tudo o que aconteceu e transformar em aprendizado para um 2023 mais feliz e próspero.
Com a gente não é diferente. Pensando nisso, fizemos um levantamento dos médicos mais buscados por nossa audiência, e selecionamos cinco, com especialidades diferentes, que tiveram seus relatos publicados no portal Cannabis & Saúde ao longo de 2022.
Relembre algumas das mais marcantes histórias de médicos de 2023
“Não existe medicação que tenha demonstrado tamanha eficácia”
Relato de Felipe Neris Nora – Clínica médica
Certo dia, o médico Felipe Neris Nora descobriu que sua avó estava tratando dor crônica com Cannabis medicinal.
Na época, com quatro anos de formado, tinha pouca informação sobre as propriedades terapêuticas dos canabinoides, mas perceber que estava trazendo benefícios para um familiar lhe chamou atenção.
Logo, pacientes que o procuravam na Unidade Básica de Saúde de Joinville (SC), começaram a questioná-lo sobre essa opção de tratamento.
“Para o paciente chegar na rede pública para falar com o médico sobre a Cannabis, é porque o número de pacientes buscando é dez vezes maior. Eu comecei a perceber que se multiplicavam os pacientes que começaram a pedir, principalmente para dor crônica.”
Iniciou um curso na Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis (SBEC) e decidiu que iria testar a eficácia. “Agora sou eu o paciente. Eu tenho escoliose com dupla curvatura e é um problema que eu descobri faz uns 10 anos.”
“Comecei a ter dores nas costas devido à escoliose e fiz muita fisioterapia, pilates, mas não conseguia melhorar tanto. Estava tomando venlafaxina, pregabalina e bupropiona. Foi começar a tomar o CBD e não tive mais dor.”
“Eu tive uma mudança muito grande, porque a dor crônica causa depressão e acaba afetando as pessoas ao seu redor. Eu era uma pessoa que trabalhava, chegava em casa e, devido á escoliose, tinha que deitar. Não conseguia ficar em pé. Tenho uma filha de seis anos e não conseguia carregar ela no colo.”
Seu objetivo é ajudar na aceitação pelos médicos mais resistentes, sem a necessidade de argumentar tanto. “Eu estou buscando evoluir a ponto de não discutir mais com as pessoas.”
“Para quem ainda é contra, eu só falo para experimentar. Começa a tomar porque é mais fácil que eu lançar uma argumentação. Quer que eu prescreva para ti?”
“A Cannabis medicinal não causa danos, então dá para experimentar e assim o médico vai entender. Tenho certeza que vai passar a dormir melhor, não vai ter mais ataques de agressividade e a qualidade de vida vai mudar muito, não tenho dúvidas.”
“Benzodiazepínicos resolvem um problema para criar outro”
Relato de Andréa Toledo
Assim que deu início à prática da medicina, no cuidado com a saúde da família em uma Unidade Básica de Saúde, Andrea Toledo Medeiros começou a notar que a maioria de seus pacientes apresentavam dificuldades com a saúde mental. O que realmente a preocupou foi o tratamento que tinha como alternativa até então.
“Os medicamentos alopáticos tradicionais para saúde mental tem uma gama de efeitos colaterais, que são diferentes de um indivíduo para outro, mas que geram muito, muito impacto.”, afirma Toledo.
Para que sua abordagem se tornasse cada vez mais efetiva, decidiu ingressar em mais uma especialização em psiquiatria.
Foi justamente na busca por tratamento de uma condição comum aos consultórios psiquiátricos, os distúrbios de sono, que a Cannabis medicinal foi acrescentada a seu arsenal terapêutico.
“Eu comecei a usar o canabidiol para fazer o desmame e comecei a ter bons resultados. Aí fui estudar mais, no uso para ansiedade e resposta para dor, e os resultados têm sido bem satisfatórios.”
Trabalhando com a prescrição de Cannabis medicinal há quase dois anos, ela explica que as principais vantagens são causar poucos efeitos colaterais e nenhuma dependência.
“Os benzodiazepínicos devem ser usados somente como uma medicação de emergência. Um SOS que vai ter efeito instantâneo e vai atuar somente no sintoma. Não vai tratar.”
“Eu nunca vi a terapia canabinoide falhar com um paciente”
Relato de Milena Coelho – oncologista
Cuidar do paciente, independentemente das circunstâncias, é o que motiva a prática médica de Milena Coelho.
Especializada em oncologia clínica, com pós-graduação em cuidados paliativos, ela sempre se manteve aberta a terapias que melhorem a qualidade de vida das pessoas que passam pelo seu consultório.
Nessa busca, a médica acabou topando com reportagens sobre o uso de Cannabis medicinal em diversas frentes da medicina: no controle de crises convulsivas, doenças neurodegenerativas etc.
“A partir do primeiro retorno que tive de um paciente tratado com Cannabis medicinal, não parei mais.”
“A vantagem é que podemos tirar medicações cujos efeitos colaterais são muito predominantes, como a morfina.”
“Eu nunca vi a terapia canabinoide falhar com um paciente”, afirma. “É algo complementar, atua no controle de sintomas. Conseguimos reduzir medicações e dar mais qualidade de vida do que com medicações convencionais.”
“Descobri o canabidiol por demanda dos pacientes”
Relato de Thais Ferreira – neurologista
A relação com o paciente é fundamental para o desenvolvimento da medicina. Essa é a crença que move a neurologista Thais Oliveira Ferreira.
A médica sempre seguiu as recomendações oficiais para o tratamento de patologias e prescrição de medicamentos, até que a demanda de pacientes a fez explorar uma alternativa que então lhe era desconhecida: a Cannabis medicinal.
“Havia respostas muito boas nos tratamentos. Comecei a ler artigos, descobri o sistema endocanabinoide. E a partir do momento que você começa a ler, você não consegue mais parar, porque é fascinante”, diz Ferreira.
Para a neurologista, a alopatia e a medicina canabica são técnicas complementares. “Elas andam de mãos dadas. Essa minha paciente diminuiu as doses dos remédios alopáticos após começar com o canabidiol, mas eles ainda são importantes.”
No entanto, pondera que cada caso é um caso. “Tenho pacientes que já tentaram inúmeros remédios tradicionais e, por diversas razões, não toleraram. Seja por efeitos adversos, ou respostas parciais”, explica.
“Aí os fitocanabinoides entram como uma possibilidade de melhorar o tratamento. Pode ser para potencializar os efeitos dessa resposta parcial, ou até para permitir a diminuição de dosagem da alopatia, aliviando os efeitos colaterais adversos.”
Entre os casos que mais marcaram, a neurologista lembra das crianças com autismo. “São sempre os casos mais impactantes, porque você não vê o resultado só na criança, mas em toda a família.”
Segundo Ferreira, os fitocanabinoides são uma ótima indicação nesses casos, pois além de oferecerem uma melhora efetiva no comportamento, no foco e na atenção da criança, ainda a livra dos efeitos colaterais — uma das principais reclamações dos familiares.
Médica e paciente, geriatra fala sobre experiência com Cannabis
Relato de Camila Sampaio – geriatra
Formada em medicina familiar, Camila Sampaio trabalhou desde sempre muito próxima às pessoas.
Como percebeu que boa parte de seus pacientes eram idosos, decidiu se especializar em geriatria. Depois, notou a necessidade de conhecer mais sobre endocrinologia, para cuidar dos pacientes com diabetes.
A partir daí, suas investigações a levaram à chamada medicina alternativa. Primeiro com a terapia ortomolecular — um tipo de tratamento que visa manter o equilíbrio dos nutrientes no corpo — e, mais tarde, com a Cannabis medicinal.
Sampaio começou a tratar sua insônia crônica e a dor decorrente das 5 hérnias de disco que tem na coluna. “Eu tomava remédio para dormir, e a dor das hérnias não paravam nem fazendo muita atividade física”, Sampaio resume seu quadro.
“Com a Cannabis medicinal, consegui desmamar de todos medicamentos que tomava, e os retirei completamente.”
Segundo Sampaio, o tratamento com Cannabis medicinal é gradual: primeiro em associação com os medicamentos convencionais; depois, notando uma evolução no quadro do paciente, inicia-se o desmame das alopatias mais agressivas, visando diminuir os efeitos colaterais.
“Faço o desmame de um medicamento por mês, pois o paciente pode sofrer de abstinência. Então é preciso acompanhar de perto, ajustando a dose dos fitocanabinoides, para não prejudicar o paciente”, conta a médica.
“A maioria dos meus pacientes tomam medicamentos antidepressivos, antipsicóticos. Geralmente conseguimos reduzir muito as doses dos alopáticos. Muitas vezes retiramos totalmente os medicamentos. Os pacientes reagem de forma satisfatória, o tratamento funciona muito bem.”
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