À medida que nos despedimos de 2023, é importante e inevitável refletir sobre os avanços na Ciência e nos estudos clínicos com a Cannabis ao redor do globo. Como era previsível, batemos o recorde do ano anterior e esse foi o ano com mais pesquisas utilizando a planta e seus componentes como objeto de estudo.
O Brasil também está incluído nesse crescimento. Nosso país, uma das referências na pesquisa científica com a planta, também registrou um crescimento dos estudos clínicos com a Cannabis em 2023.
A busca por compreender os benefícios terapêuticos da Cannabis seguiu aumentando neste ano. Acessamos as principais plataformas de ensaios clínicos da comunidade científica internacional e comparamos com os números do ano passado.
A importância dos estudos clínicos
Antes de mais nada, é necessário lembrar o que é um estudo clínico e como eles são importantes para o desenvolvimento de novas terapias e tratamentos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve os estudos clínicos como “qualquer estudo de pesquisa que atribua, prospectivamente, participantes humanos ou grupos de humanos a uma ou mais intervenções relacionadas à saúde, para avaliar os efeitos nos resultados de área”.
Portanto, antes que o seu médico ou qualquer outro profissional da saúde recomende um tratamento, houve outros profissionais envolvidos na observação dos efeitos positivos e negativos dessas novas formas terapêuticas. Com o avanço nas fases do estudo, eles chegam a protocolos que garantem a segurança dos pacientes e a eficácia dos tratamentos para aquela condição.
Atualmente, algumas plataformas recebem, analisam e publicam (ou não) os resultados de estudos clínicos, incluindo os com a Cannabis.
182 novos estudos na plataforma ClinicalTrials.gov
Apesar de essa ser uma plataforma ligada a alguns órgãos governamentais dos EUA, ela recebe e disponibiliza, gratuitamente, estudos clínicos de várias partes do mundo. A plataforma ClinicalTrials.gov está relacionada ao Health and Human Services (HHS, órgão similar ao Ministério da Saúde), ao National Institutes of Health (NIH, parte do HHS,responsável pelas pesquisas científicas) e à National Library of Medicine (NLM, a referência em literatura sobre saúde nos EUA).
Esse é o maior repositório sobre ciência e saúde do mundo e uma das principais fontes para pesquisas. Nesse sentido, uma equipe da NLM avalia os estudos sobre possíveis erros, problemas ou inconsistências, antes de publicá-los.
- Em 2023, a plataforma ClinicalTrials.gov registrou 182 novos estudos clínicos com Cannabis. Um crescimento moderado, se comparado aos números de 2022, quando foram 158 novos registros. Há 10 anos, em 2013, foram apenas 52.
- Também em 2023, 25 estudos clínicos com Cannabis divulgaram seus resultados na plataforma. Basicamente, mantendo o ritmo do ano anterior, com 24 novos resultados. Também voltando um pouco mais no tempo, temos apenas 12 resultados no ano de 2013, há 10 anos.
5 registros no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos
A plataforma Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC) é gerenciada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e tem o objetivo de disponibilizar gratuitamente informações sobre estudos clínicos realizados aqui no Brasil. Os estudos também passam por revisão técnica de profissionais especializados, até serem aprovados e incluídos na plataforma.
- Em 2023, foram 5 novos ensaios clínicos com Cannabis registrados na ReBEC. Notamos aqui um aumento na comparação com o ano anterior, quando somente um novo estudo com a planta foi selecionado para a plataforma. Os anos anteriores também tiveram números baixos de registros de ensaios clínicos envolvendo canabinoides, em 2020 (ano em que consta o primeiro registro de estudo clínico com Cannabis), foram 3 e em 2021, apenas um.
67 novos estudos para a OMS
A OMS, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas, também possui uma plataforma aberta de estudos clínicos, onde podemos buscar trabalhos que envolvem a Cannabis. Surpreendentemente, os números desse repositório, o International Clinical Trials Registry Platform (ICTRP), vão em outro caminho e mostram uma diminuição em 2023 frente a 2022.
- Em 2023, foram 67 novos estudos clínicos com a Cannabis. Menos que os 83 registrados em 2022.
Dos laboratórios para as nossas casas
Existem vários tipos de estudos científicos e todos eles são pertinentes, para entendermos a complexidade da Cannabis. Aqui optamos por destacar os estudos clínicos, porque estes são a referência para os profissionais da saúde elaborarem seus tratamentos, de forma que garantam benefícios para os pacientes, ao mesmo tempo em que se reduzem os possíveis riscos.
Se hoje os tratamentos com a Cannabis já são uma realidade para pacientes com diversas condições de saúde, como epilepsia, Parkinson e dores crônicas, isso se dá graças a estudos clínicos, que chegaram a conclusões sobre doses seguras e sem efeitos adversos.
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