A fabricante francesa de carros Renault e a marca de motocicletas americana Harley-Davidson incluíram o cânhamo na composição de novos modelos lançados recentemente. Elas apostam na sustentabilidade e redução do uso de couro de origem animal e de plástico derivado do petróleo.
Os modelos Renault Captur 2025 e S2 Mulholland inovam ao trazer partes feitas com uma variedade de Cannabis cultivada para aproveitar suas fibras vegetais e não as substâncias com uso terapêutico. Com baixo teor de tetrahidrocanabinol (THC), o cânhamo é utilizado também na fabricação de papel, tecidos, materiais de construção e outros produtos industriais.
Captur, o carro com cânhamo industrial
A Renault é uma fabricante de carros e outros veículos que já existe há mais de um século, fundada em 1899. Ela tem presença em diversos países do mundo, porém o novo lançamento que utiliza o cânhamo industrial, o Captur 2025, estará disponível somente na Europa.
O novo modelo se empenha para ter uma pegada mais ecológica, para isso oferece opções com motor elétrico e com algumas partes feitas de Cannabis. Na cabine do carro, a marca francesa substitui todas as partes de couro animal por fibra de cânhamo.
O Captur é um dos SUVs compactos mais vendidos no continente europeu e combina características de um carro de passeio com utilitário esportivo.
S2 Mulholland, a moto com cânhamo industrial
Também centenária, a Harley-Davidson é uma das fabricantes de motocicletas mais populares e icônicas do mundo. A empresa ficou conhecida por suas motos de grande porte e uma forte cultura em torno da marca. Em 2021, lançaram a LiveWire, divisão de veículos elétricos da companhia que busca ser a líder no setor.
A LiveWire lançou recentemente a S2 Mulholland, uma moto elétrica que tem os paralamas dianteiro e traseiro feitos com cânhamo no lugar do plástico convencional, produzido a partir do petróleo. Além da fibra da Cannabis, a empresa utiliza plástico reaproveitado de redes de pesca oceânica descartadas para dar uma pegada mais ecológica à sua nova motocicleta.
A princípio o modelo estará disponível para compra apenas para os consumidores dos EUA e do Canadá.
Cannabis na indústria automobilística
A indústria automotiva está redescobrindo o cânhamo industrial nos últimos anos, no entanto um dos pioneiros do ramo já via potencial na fibra vegetal. Em 1941, Henry Ford, fundador da Ford, apresentou um protótipo de carro que tinha fibra da Cannabis na sua composição.
Na época, Henry Ford defendia o uso de fibras vegetais com origem em plantas cultivadas para preservar florestas e depender menos da mineração. Nesse sentido, uma declaração dele ficou famosa:
“Por que deveríamos derrubar florestas que levaram séculos para amadurecer e esgotar minas que estavam em construção há muito tempo, se podemos fabricar o equivalente aos produtos florestais e de mineração todos os anos a partir de culturas anuais?”
A estrutura da carroceria continha cânhamo, soja, sisal e outras fibras vegetais. Ele ficou conhecido como Soybean Car ou Hemp Body Car, mas não entrou na linha de produção da Ford. Com a entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial, boa parte da capacidade industrial do país foi direcionada para o conflito, diminuindo o espaço para inovações.
Por outro lado, hoje em dia, alguns fabricantes de carros incluíram o cânhamo industrial entre as suas matérias-primas. Além da Renault e da Harley-Davidson, Mercedes, BMW e Porsche já utilizam a fibra vegetal na produção de alguns dos seus automóveis.
Brasil ainda proíbe cultivo e processamento
O cânhamo industrial é um cultivo sustentável e com um ciclo relativamente curto, entre 4 e 8 meses dependendo de outros fatores. Outra virtude dessa variedade de Cannabis é a baixa exigência de água e nutrientes, se comparada a outras plantas fibrosas. Além disso, absorve grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) do ar e do solo, colocando-a como uma alternativa com características sustentáveis únicas.
Em dezembro de 2023, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) defendeu o cultivo de cânhamo no Brasil, através de uma de suas pesquisadoras, Daniela Bitencourt. Atualmente, o plantio dessa variedade de Cannabis é ilegal no Brasil, embora diversos países latino-americanos já possuam regulamentação para o cultivo dessa planta.
Uso medicinal da Cannabis
Por aqui, a Cannabis está disponível para as pessoas fazerem uso medicinal. Com a orientação de um médico ou dentista, é possível fazer um tratamento com produtos derivados da planta de forma segura e dentro da legalidade.
Portanto, se você deseja incluir a Cannabis em algum tratamento para a saúde, o primeiro passo é marcar uma consulta com um profissional da saúde pela nossa plataforma de agendamentos. Lá você encontra mais de 300 médicos e dentistas de diversas especialidades. Acesse já e inicie uma jornada terapêutica rumo ao bem-estar e qualidade de vida.