O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental que se caracteriza por oscilações extremas de humor, abrangendo períodos de mania ou hipomania e depressão.
Durante os episódios depressivos, o indivíduo passa por episódios de tristeza, desesperança e perda de interesse ou prazer em atividades anteriormente desfrutadas.
Por outro lado, durante os episódios de mania, pode-se vivenciar uma sensação de euforia, um aumento anormal de energia ou irritabilidade.
Essas flutuações de humor impactam o sono, a energia, o comportamento e a capacidade de raciocínio claro.
Os episódios de alterações de humor ocorrem com diferentes frequências, variando desde raramente até várias vezes ao ano.
Apesar de constituir uma condição de saúde crônica, o transtorno bipolar pode ser gerenciado de forma eficaz por meio de um plano de tratamento apropriado.
Geralmente, o tratamento envolve o uso de remédios para transtorno bipolar e a psicoterapia, que oferece suporte psicológico e emocional.
Para saber mais sobre as abordagens de tratamento e os principais remédios para transtorno bipolar, explore o conteúdo abaixo, onde você terá a oportunidade de aprofundar seu conhecimento sobre:
- Como os remédios para transtorno bipolar funcionam no organismo?
- Em quais casos de transtorno bipolar os remédios são prescritos?
- Quais são os principais tipos de remédios para transtorno bipolar disponíveis?
- Quais são os efeitos colaterais comuns dos remédios para transtorno bipolar?
- Quais as contraindicações dos remédios para transtorno bipolar?
- Existem alternativas aos remédios para transtorno bipolar?
- A Cannabis pode ser uma opção de remédio para transtorno bipolar?
Como os remédios para transtorno bipolar funcionam no organismo?
Se você sofre de transtorno bipolar, é provável que a medicação seja uma parte integrante do seu plano terapêutico.
Os remédios para transtorno bipolar têm a função de controlar tanto os episódios de mania quanto os de depressão, além de prevenir recaídas quando o humor se estabiliza.
Existem diversos tipos de medicamentos prescritos por médicos para o tratamento do transtorno bipolar.
O protocolo de tratamento pode incluir a administração de um único medicamento ou de uma combinação de vários.
Apesar de existirem vários tipos, o melhor remédio para transtorno bipolar é aquele que proporciona um resultado mais estável para o paciente individualmente.
É possível que você continue utilizando esses medicamentos por muitos anos, mesmo que tenha transcorrido um longo período desde o seu último episódio maníaco ou depressivo.
Esse regime contínuo, conhecido como terapia de manutenção, ajuda na prevenção da recorrência dos sintomas.
Em quais casos de transtorno bipolar os remédios são prescritos?
O transtorno bipolar é uma condição mental de alta complexidade e, como tal, seu tratamento também é complexo.
A prescrição de medicamentos é geralmente adotada em todos os casos de bipolaridade diagnosticada, uma vez que o transtorno está associado a comorbidades perigosas para o paciente, como psicose.
O objetivo é estabilizar o humor e mitigar a severidade dos sintomas, conforme a fase do transtorno e a intensidade dos sintomas manifestados pelo paciente.
Nos quadros de mania aguda, marcados por um humor elevado, expansivo ou irritável, é comum a prescrição de medicamentos estabilizadores de humor.
No contexto de episódios de depressão bipolar, os antidepressivos podem ser incorporados em combinação com estabilizadores de humor, visando aliviar os sintomas depressivos.
Contudo, cautela extra é necessária ao utilizar antidepressivos em pacientes com transtorno bipolar, pois estes podem precipitar episódios de mania ou hipomania em determinados casos.
Para enfrentar episódios de hipomania, uma forma mais branda de mania, os médicos optam por ajustar a dosagem dos estabilizadores de humor já em uso ou introduzir medicamentos complementares.
É imprescindível enfatizar que o tratamento medicamentoso para o transtorno bipolar é altamente personalizado, levando em consideração uma série de variáveis.
Geralmente, são prescritos diferentes medicamentos a depender da fase do transtorno, da presença de comorbidades psiquiátricas e da tolerabilidade aos efeitos colaterais.
Quais são os principais tipos de remédios para transtorno bipolar disponíveis?
A farmacoterapia constitui um componente importante no tratamento de indivíduos diagnosticados com transtorno bipolar.
Dado que tais pessoas sofrem com flutuações rápidas ou extremas no humor, níveis de energia, atenção e comportamento, o uso de remédios para transtorno bipolar ajuda a estabilizar essas alterações.
Adicionalmente, os remédios para transtorno bipolar têm caráter preventivo, reduzindo a probabilidade de ocorrência de futuros episódios maníacos ou depressivos e atenuando sua intensidade global.
A eficácia da medicação no transtorno bipolar está intrinsecamente ligada à adesão rigorosa ao regime prescrito.
Na maior parte dos casos, será necessário um processo de tentativa e erro até encontrar a combinação que melhor se adeque ao paciente.
Com isso em mente, confira quais são as principais categorias de remédios para transtorno bipolar e seus exemplos…
1. Estabilizadores de humor
Os estabilizadores de humor constituem uma classe de medicamentos importante no controle dos extremos de humor associados ao transtorno bipolar, tanto nas fases de mania quanto de depressão.
Estes fármacos exercem sua ação regulando os neurotransmissores no cérebro, promovendo o equilíbrio químico que pode desencadear os sintomas característicos do transtorno bipolar.
Embora os mecanismos precisos de ação possam variar, muitos estabilizadores de humor têm como alvo o sistema de neurotransmissores, como a serotonina, dopamina e noradrenalina.
O lítio é o estabilizador de humor mais antigo e reconhecido, sendo altamente eficiente no tratamento da mania, e também pode ser útil na depressão bipolar.
No entanto, sua eficácia é limitada em episódios mistos ou formas de ciclagem rápida do transtorno bipolar.
Além do mais, o lítio requer de uma a duas semanas para atingir seu efeito pleno.
Outros dos estabilizadores de humor mais comuns são:
- Valproato de sódio (Depakote): Age através de diversos mecanismos, incluindo o aumento dos níveis de ácido gama-aminobutírico (GABA), neurotransmissor com efeitos calmantes no cérebro.
- Carbamazepina: Reduz a atividade neuronal excitatória por meio de diferentes mecanismos.
- Lamotrigina: Acredita-se que bloqueie a liberação de glutamato, neurotransmissor excitatório, e module canais de sódio na membrana celular.
- Olanzapina: Apesar de ser um antipsicótico atípico, também é referido como estabilizador de humor em alguns casos de transtorno bipolar.
2. Antipsicóticos atípicos
Se um indivíduo perde o contato com a realidade durante um episódio maníaco ou depressivo, pode ser recomendada a prescrição de medicamentos antipsicóticos.
Esses fármacos também demonstraram eficácia no controle de episódios maníacos recorrentes e são considerados caso os estabilizadores de humor não tenham sido bem-sucedidos.
Frequentemente, os medicamentos antipsicóticos são combinados com um estabilizador de humor, como o lítio ou o ácido valproico.
Os antipsicóticos atuam nos neurotransmissores de dopamina e serotonina, que influenciam o humor, comportamento e cognição.
Ao estabilizar esses neurotransmissores, esses medicamentos reduzem a intensidade e a frequência dos episódios maníacos no transtorno bipolar.
Existem duas classes principais de antipsicóticos: os de primeira geração, também conhecidos como antipsicóticos típicos, e os de segunda geração, chamados de antipsicóticos atípicos.
Ambas as classes podem ser prescritas como remédio para transtorno bipolar, embora os antipsicóticos de segunda geração sejam mais utilizados devido a um perfil de efeitos colaterais mais toleráveis.
Segue abaixo alguns exemplos de antipsicóticos frequentemente prescritos para o tratamento do transtorno bipolar:
- Olanzapina: Este antipsicótico de segunda geração é amplamente utilizado no tratamento do transtorno bipolar, ajudando na redução dos sintomas maníacos e na prevenção de recaídas.
- Quetiapina: Outro antipsicótico atípico usado para controlar sintomas maníacos, podendo também auxiliar na contenção dos sintomas depressivos associados ao transtorno.
- Risperidona: Este antipsicótico atípico é empregado especialmente em casos que os sintomas psicóticos estão associados aos sintomas maníacos.
- Aripiprazol: Exemplo de um antipsicótico de segunda geração que atua como agonista parcial do receptor de dopamina D2. É utilizado para tratar tanto a mania aguda quanto na fase de manutenção.
- Lurasidona: Um antipsicótico atípico mais recente que também auxilia fases depressivas associadas ao transtorno bipolar.
3. Antidepressivos
O uso de antidepressivos na lista de remédios para transtorno bipolar é objeto de controvérsia devido ao risco de induzir ou intensificar episódios de mania, hipomania ou ciclagem rápida entre os estados de humor.
Esse fenômeno decorre do potencial dos antidepressivos em elevar os níveis de serotonina, norepinefrina e dopamina, os quais influenciam nos estados de mania.
Entretanto, em situações cuidadosamente monitoradas, os antidepressivos ajudam no tratamento dos sintomas do transtorno bipolar quando combinados com estabilizadores de humor.
É imprescindível ressaltar que, se forem utilizados antidepressivos, estes devem ser administrados concomitantemente com um estabilizador de humor, como lítio ou ácido valproico.
O uso isolado de um antidepressivo sem um estabilizador de humor associado provavelmente desencadeará um episódio maníaco.
Muitos especialistas acreditam que, ao longo do tempo, o uso de antidepressivos em indivíduos com transtorno bipolar pode aumentar a frequência de episódios maníacos e depressivos.
Alguns exemplos de antidepressivos frequentemente empregados no tratamento do transtorno bipolar incluem:
Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)
Os ISRS, como a sertralina, fluoxetina e paroxetina, são prescritos com frequência devido à sua relativa segurança em comparação com outros antidepressivos.
Contudo, ainda apresentam o risco de precipitar mania ou hipomania.
Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSN)
Os IRSN, incluindo venlafaxina e duloxetina, possuem um mecanismo de ação semelhante aos ISRS, mas também afetam os níveis de norepinefrina.
Podem ser indicados em casos de depressão resistente ao tratamento, porém, também apresentam risco de induzir mania.
Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO)
Os IMAOs são menos utilizados devido às suas restrições dietéticas e interações medicamentosas.
Apesar disso, medicamentos como a tranilcipromina e a fenelzina podem ser considerados em casos graves de depressão bipolar resistente ao tratamento.
Outros antidepressivos
Além dos mencionados anteriormente, outros antidepressivos menos comuns, como bupropiona, podem ser prescritos em situações específicas.
4. Anticonvulsivantes
O uso de anticonvulsivantes no manejo do transtorno bipolar é uma prática comum na psiquiatria contemporânea.
Embora esses fármacos tenham sido originalmente desenvolvidos para tratar convulsões epilépticas, eles também atuam na estabilização do humor em pacientes com transtorno bipolar.
O mecanismo pelo qual os anticonvulsivantes atuam no transtorno bipolar envolve uma interação com neurotransmissores e canais iônicos no cérebro.
Com isso em mente, abaixo estão alguns exemplos de anticonvulsivantes frequentemente utilizados como remédio para transtorno bipolar e seus mecanismos de ação:
Ácido valproico
Este anticonvulsivante é empregado no tratamento do transtorno bipolar.
O fármaco trabalha aumentando os níveis de ácido gama-aminobutírico (GABA), um neurotransmissor inibitório no cérebro, resultando na estabilização do humor e na diminuição da excitabilidade neuronal.
Carbamazepina
Outro anticonvulsivante eficaz como remédio para transtorno bipolar, que atua bloqueando os canais de sódio, reduzindo a atividade neuronal.
A carbamazepina também modula a liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina, o que explica seus efeitos estabilizadores de humor.
Lamotrigina
Embora mais conhecida por seu uso na epilepsia, a lamotrigina também demonstrou eficácia na prevenção de episódios depressivos no transtorno bipolar.
Seu mecanismo de ação envolve a modulação dos canais de sódio, inibindo a liberação excessiva de glutamato, resultando na prevenção da fase depressiva do transtorno bipolar.
Topiramato
Apesar de menos comum, o topiramato também foi estudado no tratamento do transtorno bipolar.
Este remédio para transtorno bipolar envolve múltiplos alvos, incluindo a modulação dos canais de sódio e a inibição dos receptores de glutamato.
Esses efeitos combinados contribuem para a estabilização do humor e prevenção de episódios maníacos e depressivos.
Quais são os efeitos colaterais comuns dos remédios para transtorno bipolar?
Como é comum em muitos agentes farmacológicos, os remédios para transtorno bipolar também podem acarretar efeitos colaterais, cuja gravidade e impacto variam de indivíduo para indivíduo.
Logicamente, os efeitos colaterais são diferentes dependendo do tipo de medicamento utilizado e sua frequência de uso.
Por exemplo, os efeitos colaterais comuns associados ao lítio incluem tremores, poliúria, polidipsia, ganho ponderal, náuseas, fadiga e astenia.
Ademais, o lítio pode impactar a função tireoidiana e renal em determinados casos, demandando uma vigilância periódica dessas funções.
Outros fármacos frequentemente empregados englobam os anticonvulsivantes, como o ácido valproico e a carbamazepina.
Estes provocam efeitos adversos como aumento de peso, tremores, sonolência, vertigem, náuseas e distúrbios de coordenação.
Atenção especial deve ser dada ao ácido valproico, que eleva o risco de malformações congênitas quando utilizado durante a gestação, tornando seu uso contraindicado para grávidas.
Os antipsicóticos atípicos estão associados ao ganho de peso, sonolência, xerostomia, obstipação e vertigem.
Eles também podem aumentar o risco de diabetes e hipercolesterolemia.
Cabe salientar que nem todos os pacientes terão todos os efeitos colaterais mencionados, sendo muitos deles passíveis de gestão mediante ajustes posológicos.
Contudo, quaisquer preocupações sobre os efeitos adversos devem ser discutidas com um médico.
Quais as contraindicações dos remédios para transtorno bipolar?
Os remédios para transtorno bipolar não são adequados para todas as pessoas, pois existe uma série de contraindicações associadas a esses medicamentos que demandam considerações cuidadosas.
Uma das principais contraindicações dos remédios para transtorno bipolar reside na presença de determinadas condições médicas pré-existentes.
Por exemplo, indivíduos com patologias cardíacas graves, como insuficiência cardíaca congestiva, devem evitar certos medicamentos devido ao potencial impacto na função cardíaca.
Além do mais, pacientes com histórico de problemas renais ou hepáticos devem ser meticulosamente acompanhados durante a utilização de determinados remédios para transtorno bipolar.
Outra contraindicação relevante refere-se à presença de alergias ou sensibilidades conhecidas a determinados medicamentos.
Por exemplo, alguns indivíduos manifestam alergia a certos estabilizadores de humor, como o lítio, e, portanto, devem evitar seu uso.
Adicionalmente, é importante considerar que muitos fármacos interagem com outros medicamentos ou substâncias, o que pode aumentar o risco de efeitos colaterais adversos ou reduzir a eficácia do tratamento.
Mulheres grávidas ou lactantes também podem enfrentar contraindicações específicas ao utilizar medicamentos para o transtorno bipolar.
Certos fármacos representam riscos para o feto em desenvolvimento ou serem excretados no leite materno, podendo afetar o recém-nascido.
Posso tomar remédios para transtorno bipolar durante a gravidez ou amamentação?
O uso de remédios para o tratamento do transtorno bipolar durante a gestação ou lactação é uma questão que demanda supervisão médica.
Quando uma mulher está grávida ou amamentando, surgem preocupações adicionais acerca da segurança desses fármacos para o desenvolvimento do bebê.
Embora a maioria dos remédios para transtorno bipolar seja considerada segura durante a gestação, outros aumentam o risco de complicações durante a gravidez, como malformações congênitas.
O lítio, por exemplo, pode aumentar o risco de malformações congênitas, especialmente quando usado durante o primeiro trimestre da gravidez.
O valproato também pode estar associado a problemas de desenvolvimento neurológico e cognitivo em crianças expostas durante a gravidez.
A carbamazepina é outro remédio para transtorno bipolar que aumenta o risco de malformações congênitas, incluindo defeitos no tubo neural, quando usado durante a gravidez.
Estudos também sugeriram um risco ligeiramente aumentado de lábio leporino e fenda palatina quando a lamotrigina é utilizada no primeiro trimestre de gravidez.
No contexto da amamentação, é igualmente importante ponderar os efeitos potenciais dos medicamentos sobre o bebê.
Determinados remédios para transtorno bipolar podem ser excretados no leite materno em quantidades consideráveis, o que pode afetar o bebê.
Existem alternativas aos remédios para transtorno bipolar?
Se alguém sofre de transtorno bipolar, o tratamento de primeira linha geralmente envolve uma combinação de fármacos e psicoterapia.
No entanto, diversas terapias alternativas ou complementares também podem contribuir para o bem-estar do indivíduo que sofre com essa condição.
Embora a terapia medicamentosa e a psicoterapia sejam consideradas as abordagens padrão para o alívio dos sintomas, muitas pessoas optam por explorar modalidades terapêuticas integrativas.
Contudo, antes de se aventurar em uma terapia complementar ou integrativa, considere alguns aspectos.
Primeiramente, é preciso observar que produtos como suplementos dietéticos, disponíveis sem necessidade de prescrição médica, não são respaldados por evidências sólidas.
Ademais, muitos deles provocam interações perigosas quando combinados com remédios para transtorno bipolar em uso.
Dito isso, concentre-se apenas em terapias complementares e alternativas que sejam plenamente eficientes e que não representem riscos para seu organismo.
Conheça algumas delas abaixo:
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) desponta como uma estratégia terapêutica muito utilizada no tratamento do transtorno bipolar.
A TCC focaliza-se na capacitação dos pacientes para compreenderem e gerirem seus sintomas, ao passo que promove mudanças comportamentais e cognitivas visando à melhoria da qualidade de vida.
Um pilar da TCC direcionada ao transtorno bipolar é a disseminação de conhecimento acerca da enfermidade.
Os pacientes são instruídos sobre os sintomas, os desencadeadores e os padrões de recorrência do transtorno bipolar.
Em seguida, a TCC ensina o paciente a identificar pensamentos e crenças disfuncionais que podem contribuir para a manifestação das variações de humor.
Os terapeutas colaboram com os pacientes para identificar e contestar padrões de pensamento negativos ou distorcidos, auxiliando-os a desenvolverem pensamentos mais realistas e adaptativos.
Tal processo pode englobar técnicas como a reestruturação cognitiva e o mindfulness.
A TCC também dedica atenção ao desenvolvimento de habilidades de gerenciamento de sintomas e estratégias de enfrentamento.
Os pacientes aprendem a monitorar de perto seus sintomas, a identificar gatilhos de humor e a estabelecer um plano de ação para lidar com potenciais crises.
A TCC para transtorno bipolar é usualmente conduzida em sessões individuais ou grupais, podendo ser complementada com intervenções medicamentosas, conforme necessário.
Embora não constitua uma cura para o transtorno bipolar, a TCC pode capacitar os pacientes a gerirem seus sintomas e reduzirem o risco de recorrência de crises.
Práticas de Relaxamento e Mindfulness
Originária de tradições budistas, a prática do mindfulness compreende a capacidade de estar consciente e presente no momento atual, de forma desprovida de julgamentos.
Esta técnica envolve a plena percepção dos pensamentos, das emoções, das sensações corporais e do ambiente circundante.
Para os indivíduos acometidos pelo transtorno bipolar, a adoção do mindfulness ajuda o paciente a adquirir a habilidade de reconhecer e regular seus estados emocionais.
Este processo contribui para mitigar a intensidade das oscilações emocionais vivenciadas durante os episódios de mania e depressão.
Ao desenvolver uma consciência ampliada de seus próprios pensamentos e padrões comportamentais, os pacientes identificam os sinais indicativos de um iminente episódio maníaco ou depressivo.
O transtorno bipolar frequentemente associa-se a níveis elevados de estresse, os quais podem precipitar episódios maníacos ou depressivos.
A prática sistemática de mindfulness é vista como uma ferramenta para a diminuição do estresse e para o aprimoramento da capacidade de enfrentamento diante dos desafios existenciais.
Aprendendo a cultivar uma consciência plena do momento presente, os indivíduos com transtorno bipolar podem experimentar uma melhoria global na qualidade de vida.
Isso pode manifestar-se tanto na capacidade de desfrutar dos momentos positivos quanto na habilidade de enfrentar as crises com maior destreza.
Cabe salientar que, embora a prática de mindfulness possa oferecer benefícios contra o transtorno bipolar, ela não deve ser encarada como uma alternativa ao tratamento médico convencional.
Ao invés disso, sua eficácia pode ser potencializada quando integrada a outras modalidades terapêuticas, tais como a terapia cognitivo-comportamental e a administração de remédios para transtorno bipolar.
Exercício Físico
A adesão regular a atividades físicas é uma prática altamente benéfica para indivíduos acometidos pelo transtorno bipolar.
A prática de exercícios físicos desencadeia a liberação de endorfinas, neurotransmissores que promovem sensações de bem-estar e mitigam o estresse e a ansiedade.
Além do mais, a regularidade nas atividades físicas favorece a qualidade do sono, um aspecto importante para a estabilização do humor e a prevenção de episódios de mania ou depressão.
Paralelamente, a prática de exercícios ajuda na regulação dos níveis de energia, conferindo uma sensação de controle e estabilidade, aspectos importantes para quem enfrenta variações acentuadas de energia.
Por fim, quando praticamos exercícios, fomentamos a socialização e a interação com outros indivíduos, atenuando o isolamento social, uma questão recorrente entre aqueles que sofrem com o transtorno bipolar.
A Cannabis pode ser uma opção de remédio para transtorno bipolar?
O interesse no uso da Cannabis experimentou um notável aumento no final do século XX, após a identificação do sistema endocanabinoide endógeno no cérebro.
Esse sistema, composto por receptores e ligantes presentes em neurônios e células imunes, está intimamente ligado ao desenvolvimento de transtornos de humor.
É sabido que o transtorno bipolar pode ser influenciado por esse sistema, uma vez que sua etiologia está associada a alterações tanto no cérebro quanto no sistema imunológico.
Estudos pré-clínicos indicam que a Cannabis possui benefícios que vão desde propriedades anti-inflamatórias até neuroprotetoras, antipsicóticas, analgésicas, anticonvulsivantes, antioxidantes e antineoplásicas.
Sendo assim, a interação dos compostos da Cannabis com os receptores no cérebro é altamente benéfica para a saúde mental.
Isso, em especial, considerando que os receptores CB1, amplamente distribuídos no sistema nervoso central, participam na regulação de diversas funções, incluindo humor, memória e apetite.
A modulação da neurotransmissão associada a essas funções, através do antagonismo desses receptores, pode aliviar os sintomas associados ao transtorno bipolar.
Por exemplo, o agonismo do CBD com o receptor 5-HT1A está correlacionado com efeitos ansiolíticos e antidepressivos, uma vez que aumenta a disponibilidade de serotonina no cérebro.
Estudos sugerem que a Cannabis melhora o desempenho cognitivo em casos de psicose, e essa melhoria está associada a uma maior concentração de receptores canabinoides no hipotálamo.
Pesquisas também indicam que o efeito antidepressivo da Cannabis é mediado pela ativação dos receptores 5-HT1A, sem impactar os níveis noradrenérgicos.
Dessa forma, o paciente poderia obter os efeitos antidepressivos esperados sem aumentar o risco de um episódio maníaco, como ocorre com o uso dos remédios tradicionais.
Ou seja, a Cannabis não produz os efeitos colaterais associados ao uso de medicamentos para transtorno bipolar, embora ofereça benefícios similares.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis para transtorno bipolar?
Um estudo destacado na revisão “Cannabidiol as a Treatment for Mood Disorders: A Systematic Review” teve como objetivo avaliar o potencial da Cannabis como tratamento adjuvante para o transtorno bipolar.
O estudo piloto randomizado, duplo-cego e controlado por placebo utilizou doses entre 150 e 300 mg por dia de extrato canabidiol em pacientes diagnosticados com o transtorno.
Os parâmetros de eficácia foram avaliados ao longo de oito semanas.
Também foram avaliadas as taxas de resposta e remissão, mudanças nos níveis de ansiedade e sintomas psicóticos, bem como alterações no funcionamento global.
Ao final do estudo, o CBD mostrou utilidade no alívio de sintomas associados ao transtorno bipolar e algumas comorbidades, como TEA e TDAH.
Também foram relatadas melhorias no sono, ansiedade e estado de estresse dos participantes, com poucos efeitos colaterais apresentados.
A Cannabis pode ser usada com outras medicações no tratamento?
Sim, a Cannabis pode ser usada de forma concomitante com remédios para transtorno bipolar, a depender do tipo de medicamento utilizado.
Os mecanismos de ação da Cannabis diferem substancialmente de muitos remédios para transtorno bipolar convencionais, o que possibilita uma abordagem complementar de tratamento.
Estimativas indicam que até 45% dos pacientes interrompem o uso de remédios para transtorno bipolar devido a efeitos adversos consideráveis ou falta de melhoria em sua condição.
Em contrapartida, a Cannabis possui alta tolerabilidade em comparação com muitos desses agentes farmacológicos.
Geralmente, é melhor aceita pelos pacientes devido à sua propensão a causar menos efeitos colaterais indesejáveis e produzir resultados mais rápidos.
Entretanto, ainda é necessário que a combinação de Cannabis com outros remédios para transtorno bipolar seja supervisionada por um médico qualificado.
Isso se deve ao fato de que podem surgir interações medicamentosas com fármacos que são metabolizados por determinadas enzimas hepáticas.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal pode parecer desafiador à primeira vista, mas na realidade, encontrar médicos prescritores é mais acessível do que muitos imaginam.
Nos últimos anos, tem havido uma crescente conscientização e aceitação do uso terapêutico da Cannabis, levando a um aumento no número de profissionais de saúde que estão dispostos a prescrevê-la.
Um recurso valioso para quem busca iniciar esse tratamento é a plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, que conecta pacientes interessados e médicos habituados a prescrever canabinoides.
Nossa plataforma simplifica o início do tratamento, permitindo que os pacientes se encontrem facilmente profissionais experientes no uso da Cannabis no âmbito medicinal.
Ao marcar uma consulta através da nossa plataforma, os pacientes podem discutir suas condições médicas, histórico de tratamento e objetivos terapêuticos com um especialista.
Portanto, se você está considerando iniciar um tratamento com Cannabis medicinal, não hesite em utilizar nossa plataforma de agendamento para encontrar um médico prescritor e iniciar sua jornada rumo ao bem-estar.
Conclusão
Sabemos que a ideia de tomar medicamentos para o transtorno bipolar a longo prazo pode não ser confortável, especialmente porque alguns causam efeitos colaterais indesejáveis.
No entanto, assim como um indivíduo diabético necessita de insulina para manter sua saúde, a administração de medicamentos para o transtorno bipolar é imprescindível para a estabilização do humor.
Dada a complexidade em encontrar a medicação e a dosagem adequadas, é imperativo colaborar estreitamente com um especialista e revisar regularmente o regime de medicação.
A boa notícia é que essa jornada de tratamento pode se tornar mais fácil e confortável com o uso da Cannabis.
Sua natureza segura e a melhor tolerância em comparação com suas contrapartes tradicionais a tornam uma alternativa promissora no manejo dos sintomas deste transtorno.
Então, se você deseja aprender sobre todo o potencial dessa planta na saúde mental, convidamos você a explorar mais artigos aqui do portal.
Aqui, você aprenderá como a Cannabis auxilia no tratamento de uma variedade de condições emocionais, não apenas do transtorno bipolar!