Tendinite é uma condição que causa inflamação nos tendões, as estruturas que conectam os músculos aos ossos.
Pode ser desencadeada por diferentes fatores, como excesso de esforço físico, lesões ou condições médicas.
Embora possa ocorrer em várias áreas do corpo, a tendinite é mais frequente nos ombros, cotovelos, pulsos, joelhos e calcanhares.
Geralmente, a tendinite surge devido a um impacto repetitivo de baixa intensidade na região afetada ou por lesões mais significativas e súbitas.
Na maioria dos casos, repouso, fisioterapia e medicamentos para aliviar a dor são eficazes no tratamento da tendinite.
Em situações graves que resultem na ruptura do tendão, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.
Nas linhas que se seguem, vamos explorar os diversos aspectos sobre a tendinite, bem como seus respectivos tratamentos. Prossiga com a leitura para aprender sobre:
- O que é a tendinite?
- Quais são as causas da tendinite?
- Quais são os sintomas gerais da tendinite?
- Quais são os tipos de tendinite?
- Como é feito o diagnóstico da tendinite?
- Como é o tratamento da tendinite?
- Quais são as opções para aliviar a dor além de remédio para tendinite?
- A Cannabis medicinal pode ser usada como remédio para tendinite?
- Como prevenir a tendinite?
O que é a tendinite?
Os tendões, constituídos por tecidos robustos e fibrosos, conectam os músculos aos ossos.
Eles ajudam a suportar o estresse predominante durante atividades como levantar objetos, correr e diversos movimentos.
Esses tecidos também atuam como reservatórios de energia, comportando-se como molas ao serem comprimidos e liberando rapidamente essa energia durante um movimento.
A tendinite é uma inflamação dos tendões.
Pode afetar várias partes do corpo, sendo mais prevalente nas articulações do ombro, cotovelo, quadril, joelho e tornozelo.
O sintoma primário dessa condição é a dor, podendo ser aguda (de surgimento súbito) ou crônica (persistindo por mais de seis semanas).
Os sinais e sintomas da tendinite geralmente se manifestam no ponto de conexão entre o tendão e o osso.
A inflamação de um tendão pode resultar em inchaço, sensação dolorosa e desconforto.
Um outro problema associado à tendinite é a tenossinovite, que envolve a inflamação da cobertura que envolve o tendão.
Geralmente, a própria cobertura é afetada pela inflamação, porém, tanto ela quanto o tendão, podem se inflamar simultaneamente.
A maioria dos casos de tendinite responde bem ao repouso da área afetada.
No entanto, é recomendado buscar orientação médica se os sinais e sintomas persistirem e interferirem nas atividades cotidianas por vários dias.
Qual a diferença entre tendinite e bursite?
A tendinite refere-se à inflamação que ocorre no tecido conectando músculos aos ossos, conhecido como tendão.
Por outro lado, a bursite é a inflamação da bolsa de líquido que proporciona amortecimento à articulação e ao movimento do tendão.
Conforme explicado pelo ortopedista Dr. Eduardo Carrera, “a bursite é uma inflamação secundária que se desenvolve após uma lesão no tendão que essa bolsa protege, ou seja, a tendinite.”
A tendinite é geralmente resultado de atrito no tendão, movimentos repetitivos, como os observados em atletas, artrite ou até mesmo enrijecimento natural do tendão devido ao processo de envelhecimento.
Por sua vez, a bursite surge devido ao acúmulo de líquido na bolsa que se machuca ou irrita por conta de um trauma na articulação, artrite reumatoide, gota ou condições da tireoide.
Quais são as causas da tendinite?
Normalmente, a tendinite surge principalmente devido a esforços repetitivos e excessivos.
No entanto, pode ser desencadeada por traumas ou até infecções.
As atividades do dia a dia também podem desencadear a tendinite, como má postura corporal, falta de alongamento e sobrecarga devido à contração constante dos músculos.
Muitas pessoas acabam desenvolvendo tendinite devido às atividades repetitivas presentes em seus empregos ou hobbies, o que coloca um estresse frequente nos tendões.
Em ambientes de trabalho, profissões como jardinagem ou trabalho manual expõem as pessoas a um maior risco de tendinite.
A execução correta dos movimentos ajuda a prevenir a ocorrência, especialmente ao repeti-los em atividades esportivas ou no ambiente de trabalho.
Movimentos incorretos podem sobrecarregar os tendões, resultando na tendinite.
Fatores como idade também são importantes, uma vez que os tendões tendem a perder flexibilidade com o envelhecimento, aumentando a vulnerabilidade a lesões.
Outras possíveis causas para a tendinite abrangem:
Prática excessiva de exercício
Durante atividades físicas, certas atitudes podem elevar o risco de tendinite, tais como:
- Aumento repentino na intensidade ou volume do treino;
- Utilização de equipamento inadequado, como calçados desgastados;
- Prática em superfícies duras, como concreto ou pisos de ginásio;
- Pouco tempo de recuperação após uma lesão ou retorno rápido à atividade após um período de inatividade;
- Má postura ou movimentos corporais inadequados.
Condições médicas e medicamentos
Condições médicas específicas, como diabetes, podem aumentar a suscetibilidade à tendinite.
Além disso, certos medicamentos, como fluoroquinolonas, corticosteroides (como a cortisona) e inibidores da aromatase (usados para diminuir o risco de câncer de mama), também contribuem para o aumento desse risco.
Estilo de vida
Fatores como tabagismo reduz a vascularização dos tendões, tornando-os mais propensos a lesões.
Desidratação, dieta desequilibrada e aquecimento inadequado antes do esporte também aumentam a probabilidade de tendinite.
Morfologia
Algumas características anatômicas, como posturas assimétricas ou pés demasiadamente orientados para dentro ou para fora, também predispõem alguém ao risco de desenvolver tendinite.
Quais são os sintomas gerais da tendinite?
Os sintomas de tendinite incluem dores no tendão que podem ser desencadeadas durante o alongamento passivo, contração muscular ou ao ser palpado pelo médico.
Às vezes, é possível ouvir e sentir o atrito do tendão.
Dependendo da gravidade, a intensidade da dor pode ser significativa.
Se não tratada corretamente, a tendinite se torna crônica, resultando na fraqueza contínua do tendão.
A dor sentida varia entre aguda e crônica, aumentando com os movimentos, acompanhada de inchaço devido ao acúmulo de líquido na área inflamada.
Além disso, a tendinite pode gerar sensibilidade ao toque e vermelhidão.
Os estágios de gravidade dos sintomas da tendinite são distintos da seguinte forma:
- Estágio 1: dor após o esforço, que desaparece com o repouso;
- Estágio 2: dor durante o exercício;
- Estágio 3: dor contínua que limita a atividade diária e esportiva;
- Estágio 4: ruptura completa do tendão.
Quais são os tipos de tendinite?
Os tendões são encontrados nos ombros, cotovelos, bíceps, mãos, pulsos, joelhos, panturrilhas e tornozelos.
Quando esticados ou rasgados, os tendões ficam inflamados e você sente sensibilidade e dor, particularmente nas áreas próximas a uma articulação.
A tendinite pode afetar qualquer tendão do corpo, mas certos tipos de tendinite são particularmente comuns:
Tendinite no pulso
A tendinite no pulso é uma condição dolorosa causada pela inflamação dos tendões que conectam os músculos do antebraço aos ossos do pulso.
Os tendões mais frequentemente afetados são aqueles que compõem o compartimento dorsal (superior) e ventral (inferior) do pulso.
Esta condição é desencadeada por movimentos repetitivos, sobrecarga, posturas inadequadas durante atividades laborais ou esportivas e até mesmo por lesões traumáticas.
Os sintomas comuns são dor ao mover o pulso, inchaço, sensibilidade ao toque e dificuldade em realizar atividades que exigem movimentos repetitivos.
Em muitos casos, repouso, imobilização temporária e fisioterapia resolvem o problema.
No entanto, em casos graves, apenas a cirurgia pode promover a recuperação.
Tendinite de Quervain (Tendinite no polegar)
A tendinite de Quervain é uma condição que afeta os tendões na base do polegar, causando dor e limitando os movimentos da mão e do pulso.
Diferentemente de muitos tipos de tendinite, ela não é tão conhecida ou discutida, mas pode ser incrivelmente debilitante para quem a enfrenta.
O desconforto começa gradualmente, apresentando-se como uma dor persistente ao redor do pulso, especialmente ao mover o polegar ou ao segurar objetos.
Essa dor pode se intensificar com o tempo, tornando as tarefas diárias simples, como segurar uma caneta ou girar uma maçaneta, em atividades dolorosas.
Em seguida, os tendões inflamados na região afetada restringem os movimentos, provocando uma sensação de aperto ou rigidez ao redor do polegar.
Apesar de não ser tão prevalente quanto outras condições musculoesqueléticas, a tendinite de Quervain merece atenção e cuidados adequados.
Tratamentos variam desde medidas simples, como repouso e aplicação de gelo, até o uso de talas para imobilizar o pulso e, em alguns casos, intervenção cirúrgica.
Tendinite na mão
A tendinite na mão é uma condição que afeta os tendões das mãos.
Essa condição pode se manifestar devido a uma série de razões, sendo a repetição de movimentos uma das principais causas.
Atividades que exigem movimentos constantes e repetitivos, como digitar por longos períodos, usar dispositivos eletrônicos, tocar instrumentos musicais ou mesmo realizar tarefas domésticas intensivas estão relacionadas a sua causa.
Os tendões mais afetados são os do punho e da base do polegar, sendo a tendinite de Quervain um subtipo de tendinite na mão.
A inflamação nesses pontos pode levar a dor, inchaço e até mesmo dificuldade para realizar movimentos simples, como segurar objetos.
Além da atividade repetitiva, fatores como postura inadequada durante o uso das mãos, falta de descanso adequado ou até mesmo lesões contribuem para o desenvolvimento da tendinite.
Tratamentos variam desde repouso e aplicação de gelo até fisioterapia especializada, que busca reduzir a inflamação e restaurar a amplitude de movimento.
Tendinite no braço
A tendinite no braço é uma inflamação que, assim como a tendinite no pulso, costuma aparecer devido a esforços repetitivos.
Algumas atividades que tornam essa lesão comum são tocar instrumentos musicais, cozinhar, lavar roupa e limpar a casa por horas.
Tendinite no ombro (Tendinite do Manguito Rotador)
O conjunto de músculos e tendões situados no ombro e braço é conhecido como manguito rotador.
Essas estruturas conectam-se ao úmero, um osso essencial na articulação do ombro.
Quadros graves de tendinite no manguito rotador podem progredir de maneira severa, resultando em ruptura dos tendões e músculos, gerando uma considerável perda de força nos movimentos do braço.
Esta condição é a principal causa de dor no ombro.
A origem da tendinite do manguito rotador não é precisa, podendo surgir repentinamente após um acidente, por exemplo.
Também pode agravar-se ao longo do tempo devido à repetição de movimentos, tanto no ambiente de trabalho, nas atividades cotidianas quanto na prática esportiva.
Tendinite no joelho (Tendinite Patelar)
A tendinite no joelho, também chamada de tendinite patelar, refere-se à inflamação do tendão que conecta a patela ao joelho, causando dor intensa na área, especialmente durante atividades físicas ou ao caminhar.
O problema da tendinopatia patelar é que as células do tendão adoecem e começam a produzir substâncias que deixam o tendão espesso e mais frágil.
Isso pode levar ao ponto crítico em que o tendão pode se romper sem qualquer trauma direto ou esforço.
É preciso iniciar o tratamento o mais cedo possível para evitar desdobramentos desfavoráveis, como a ruptura do tendão.
Tendinite no pé (Tendinite de Aquiles)
O tendão de Aquiles é um dos tendões mais fortes do corpo humano.
É formado pela musculatura posterior da perna (tríceps sural) e está inserido no osso calcâneo.
Esse tendão é muito importante para o impulso durante a caminhada e corrida, para arrancadas e também atua na absorção do impacto após saltos.
A tendinite de Aquiles é a inflamação do tendão de Aquiles ou do seu revestimento.
O tendão de Aquiles inflamado provoca dor que pode variar de moderada a forte na parte de trás do pé, calcanhar ou na panturrilha.
Para seu tratamento, o repouso é indispensável, bem como a suspensão das atividades esportivas que possam estar inflamando o tendão.
Em alguns casos, até a imobilização com uma bota, gessada ou removível, é necessário.
Além disso, anti-inflamatórios podem ser utilizados, mas é preciso cautela com os efeitos colaterais dessas medicações.
Como é feito o diagnóstico da tendinite?
Um profissional de saúde realizará uma análise dos sintomas e um exame físico detalhado.
Durante o exame, o médico pode movimentar suavemente o tendão afetado para identificar sensibilidade e possíveis sons de atrito, comuns quando a bainha do tendão está inflamada e espessa.
Essas avaliações físicas ajudam a determinar a origem da dor articular e para avaliar a gravidade da tendinite.
O médico também pode solicitar exames de sangue para detectar inflamação nas articulações ou outros problemas de saúde associados à dor.
Além disso, exames de imagem como radiografia, ressonância magnética (RM) e tomografia axial computadorizada (TAC) são comumente empregados no diagnóstico.
Como é o tratamento da tendinite?
O tratamento da tendinite envolve repouso da articulação afetada e a aplicação de compressas de gelo por cerca de 20 minutos, 3 a 4 vezes ao dia.
Se não houver melhora após alguns dias, é aconselhável buscar avaliação completa de um ortopedista.
Nesse caso, podem ser prescritos anti-inflamatórios ou analgésicos, e até mesmo a imobilização, como o uso de tipoia para tendinite no ombro ou tala para o punho.
O tratamento varia dependendo da localização, gravidade e possíveis complicações da tendinite.
Algumas abordagens também incluem a evitação de movimentos na área afetada, aplicação de compressas, prática de acupuntura, e realização de fisioterapia para alívio da dor (usando ultrassom, laser, ou massagem miofascial).
No entanto, também podem ser recomendados como parte do tratamento:
Plasma rico em plaquetas
Esse tratamento envolve a coleta de uma amostra do próprio sangue do paciente, onde o sangue é processado para separar as plaquetas e outros fatores de cura.
A solução resultante é então injetada na área afetada do tendão com irritação crônica.
Apesar de ainda estar em fase de pesquisa, o plasma rico em plaquetas demonstrou ser promissor no tratamento de diversas condições crônicas do tendão.
Tratamento cirúrgico
Quando a fisioterapia não produz os resultados desejados, o profissional de saúde pode sugerir outras abordagens mais invasivas.
Um procedimento frequentemente realizado com o auxílio de ultrassom para orientação é o microagulhamento.
Consiste na utilização de uma agulha fina para criar pequenos furos no tendão, estimulando os mecanismos de cicatrização do tecido.
Em casos mais graves, especialmente quando há ruptura do tendão do osso, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.
Qual remédio para tendinite é recomendado no tratamento?
Existem diversos tipos de tendinite e, consequentemente, diversos tipos de tratamento.
O primeiro passo para escolher o remédio para tendinite é, portanto, identificar o tipo de tendinite que você tem.
Feito isso, seu médico escolherá a opção que melhor se adequa ao seu caso.
Entre os remédios utilizados para tendinite, é comum que o médico prescreva:
- Bi Profenid;
- Cataflampro;
- Cetofenid;
- Cetoprofeno;
- Diclofenaco Dietilamônio;
- Fenaflan;
- Flanax 550mg;
- Ibupril;
- Ibuprofeno;
- Meloxicam;
- Naproxeno;
- Profenida.
Contudo, alguns desses remédios podem causar efeitos colaterais no estômago, rins ou fígado.
Cremes contendo analgésicos são alternativas aplicáveis na pele para reduzir a dor e evitar potenciais efeitos adversos ao serem ingeridos.
Injeções de esteroides próximas a um tendão também podem proporcionar alívio temporário da dor na tendinite.
No entanto, essas injeções não são recomendadas para casos de tendinite com mais de três meses de duração.
Administrações repetidas de esteroides podem enfraquecer o tendão, aumentando o risco de ruptura.
Somente um médico pode dizer qual o remédio para tendinite mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Siga sempre à risca as orientações do seu médico e nunca se automedique.
Existe opção de remédio para tendinite ofertado pelo SUS?
Sim, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diversos medicamentos para tratamento de condições como tendinite.
Geralmente, medicamentos como analgésicos, anti-inflamatórios e outros utilizados no tratamento da dor e inflamação são oferecidos pelo SUS.
No entanto, é preciso consultar um médico ou profissional de saúde na unidade de saúde local para obter informações detalhadas sobre a disponibilidade dos medicamentos.
Quais são as opções para aliviar a dor além de remédio para tendinite?
A abordagem inicial no tratamento da tendinite é o protocolo “RICE”, cuja sigla, em português, representa: “Repouso, Gelo, Compressão e Elevação”.
Quanto mais cedo iniciar o tratamento da tendinite, maior a probabilidade de recuperação completa em termos de força e flexibilidade.
Geralmente, a tendinite responde bem a abordagens não cirúrgicas, com a cirurgia sendo considerada apenas em casos específicos.
As estratégias de tratamento além do uso de medicamentos para a tendinite variam dependendo da área do corpo afetada e podem incluir:
1. Fisioterapia para tendinite
A terapia física é uma excelente abordagem no tratamento da tendinite, pois ajuda a reduzir a dor e a inflamação, ao mesmo tempo em que melhora a funcionalidade dos tendões.
Os exercícios prescritos na fisioterapia para tendinite costumam envolver alongamentos suaves para os músculos e tendões afetados, juntamente com atividades de fortalecimento para os músculos ao redor dos tendões.
Adicionalmente, técnicas de terapia manual podem ser aplicadas para tratar a tendinite.
Essa forma de fisioterapia pode ser realizada tanto em ambiente domiciliar quanto em clínicas especializadas.
Ao optar pelo tratamento em casa, é preciso seguir as orientações do fisioterapeuta e evitar exagerar nos exercícios, pois isso pode intensificar a inflamação existente.
2. Cirurgia para tendinite
A intervenção cirúrgica para tratar a tendinite é um procedimento médico destinado a abordar a inflamação nos tendões, frequentemente ocasionada por lesões ou sobrecarga.
O propósito da cirurgia é reduzir a dor e restaurar a funcionalidade do tendão afetado.
Embora possa ser realizada em qualquer tendão do corpo, é mais comum nos ombros, cotovelos, quadris, joelhos e tornozelos.
Os métodos cirúrgicos para tratar a tendinite variam de acordo com a gravidade da lesão e a área afetada.
Algumas cirurgias podem ser feitas com anestesia local, enquanto outras exigem anestesia geral.
Existem procedimentos cirúrgicos menores realizados em regime ambulatorial, enquanto outros demandam internação hospitalar.
As cirurgias para tendinite geralmente envolvem um dos seguintes procedimentos:
- Ressecção do Tendão: Esse procedimento envolve a remoção de uma parte do tecido do tendão afetado. A ressecção pode ser necessária se o tecido estiver gravemente danificado ou se houver uma grande quantidade de inflamação.
- Tenotomia: Esse procedimento envolve o corte de um ligamento ou tendão para aliviar a tensão sobre ele. A tenotomia pode ser necessária se os ligamentos ou tendões estiverem muito esticados ou rompidos.
- Enxerto de Tendão: Envolve a remoção de um pedaço de tecido saudável de outra área do corpo e transplante para a área afetada pelo tendão para substituir o tecido danificado. O enxerto pode ser necessário se houver uma grande área de tecido lesionado que precisa ser substituída.
3. Imobilização
A imobilização é uma medida terapêutica essencial no tratamento da tendinite.
Ela permite o descanso adequado da área afetada, reduzindo a tensão nos tendões inflamados.
Ao imobilizar a região, os movimentos repetitivos que podem agravar a inflamação são limitados, promovendo um ambiente propício para a recuperação.
A imobilização também ajuda diminuir a carga mecânica nos tendões, ajudando a aliviar a dor e a inflamação.
Também se evita que o tendão sofra mais lesões ou irritações, permitindo que o tratamento surta efeito de forma mais rápida e consistente.
No entanto, é preciso equilibrar a imobilização com exercícios e terapias adequadas para evitar a atrofia muscular e a perda de amplitude de movimento.
4. Compressas
A aplicação de compressas frias reduz a inflamação ao diminuir o fluxo sanguíneo na área afetada, o que por sua vez reduz o inchaço e alivia a dor.
Esse efeito vasoconstritor também auxilia na diminuição da atividade metabólica local, reduzindo assim a liberação de substâncias inflamatórias.
Já as compressas quentes proporcionam relaxamento muscular, aumentando o fluxo sanguíneo na área afetada.
Sua aplicação melhora a flexibilidade dos tendões, reduzindo a rigidez e facilitando a cicatrização ao promover a entrega de nutrientes para a região inflamada.
Alternar entre compressas quentes e frias, conhecido como contraste térmico, é particularmente eficiente.
A variação de temperatura estimula a circulação sanguínea e reduz a dor associada à tendinite, promovendo uma recuperação mais rápida.
A Cannabis medicinal pode ser usada como remédio para tendinite?
A tendinite é uma condição que envolve a inflamação de um tendão, que são estruturas fibrosas conectando os músculos aos ossos.
Pesquisas mostram que pacientes podem usar Cannabis com sucesso para tratar a dor aguda e crônica, bem como inflamação.
A planta possui mais de 120 compostos naturais conhecidos como canabinoides, sendo os mais reconhecidos o THC e o canabidiol (CBD).
Ao ser consumida, a Cannabis medicinal interage com o sistema endocanabinoide (SEC), resultando na redução da dor e no tratamento da inflamação.
O CBD, ao interagir com o SEC, pode ter um efeito imunossupressor sobre certas células, como macrófagos e células microgliais, que estão envolvidas na promoção da inflamação.
Várias pesquisas extensas têm evidenciado os efeitos do CBD no alívio da inflamação e da dor em contextos como recuperação esportiva e condições musculoesqueléticas, como tendinite e artrite.
Como a Cannabis é altamente versátil, pode ser encontrada em uma variedade de formas diferentes, incluindo produtos de ingestão oral e produtos tópicos para aplicação no local inflamado.
Cabe mencionar também o efeito do THC nesta patologia.
O THC pode interagir com receptores TRPV1 (vaniloides tipo 1), que estão envolvidos na percepção da dor.
Também pode afetar os receptores opioides no cérebro, contribuindo para seu efeito analgésico.
Adicionalmente, o THC exerce um efeito vasodilatador, podendo aumentar o fluxo sanguíneo na área afetada pela tendinite.
Dessa forma, é possível promover a redução da dor e auxiliar no processo de cicatrização, fornecendo nutrientes e oxigênio aos tecidos lesionados.
Efeitos comprovados da Cannabis medicinal que atuam no combate à tendinite
O sistema endocanabinoide e os compostos fitocanabinoides podem restaurar e otimizar a saúde e o equilíbrio do corpo através de:
- Redução da ansiedade;
- Humor;
- Gerenciamento da dor;
- Saúde metabólica;
- Regulagem do sono;
- Neuroproteção.
Evidências apontam que compostos como o canabidiol (CBD) estão sendo utilizados para proporcionar alívio em questões relacionadas aos tendões e ossos.
Um estudo intitulado Cannabidiol, a Major Non-Psychotropic Cannabis Constituent Enhances Fracture Healing and Stimulates Lysyl Hydroxylase Activity in Osteoblasts revelou que os fitocanabinoides podem auxiliar na recuperação da estrutura óssea e de suas propriedades biomecânicas.
O estudo consistiu em três experimentos principais.
O primeiro investigou os efeitos individuais do THC ou CBD nas propriedades estruturais e mecânicas da cicatrização de fraturas.
O segundo, analisou o efeito de uma combinação 1:1 de CBD e THC nas propriedades mecânicas do calo de fratura.
Em ambos os experimentos, a composição molecular dos modelos animais foi avaliada após 8 semanas.
No terceiro experimento, a pesquisa focou na medição do efeito do THC e do CBD na expressão de enzimas osteoblásticas envolvidas na reticulação do colágeno.
Para este estudo, ratos machos foram submetidos a fraturas femorais.
Ao final do estudo, os pesquisadores observaram que o tamanho da fratura foi reduzido pelo uso de CBD e THC.
Em contrapartida, o CBD estimulou a expressão de mRNA, responsável pela codificação de uma enzima envolvida na reticulação e estabilização do colágeno.
Esses resultados indicam que os canabinoides podem contribuir para uma melhoria no processo de cicatrização de fraturas e reestruturação do colágeno na área afetada.
Outro estudo, intitulado Cannabinoids as novel anti-inflammatory drugs, concluiu que o óleo de CBD apresenta propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias benéficas para condições reumatoides.
Este estudo destaca que os canabinoides têm a capacidade de regular para baixo a produção de citocinas e quimiocinas.
Em certos modelos, são capazes de aumentar as citocinas reguladoras T, agindo como um mecanismo para suprimir respostas inflamatórias.
Como conseguir remédio para tendinite à base de Cannabis medicinal?
A maioria das pessoas que estão em busca de tratamento à base de Cannabis medicinal não sabe muito bem como fazê-lo.
Embora já existam estudos comprovando a sua importância no tratamento de diversas doenças, ainda há uma resistência para a aplicação deste método no Brasil.
Pesquisas apontam que a falta de conhecimento é uma dessas motivações.
Isso faz com que menos de 1% dos médicos no país já tenha feito algum tipo de prescrição de tratamento à base de Cannabis.
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Como prevenir a tendinite?
A tendinite é comumente desencadeada por movimentos repetitivos e desgastantes.
Para diminuir a probabilidade de desenvolver tendinite, recomenda-se:
- Evitar atividades que coloquem uma pressão excessiva nos tendões, principalmente por longos períodos. Ao sentir dor durante um exercício específico, interrompa e descanse.
- Se algum exercício ou atividade causar dor persistente, experimente outra abordagem.
- Diversificar o treinamento pode ser benéfico, alternando exercícios de alto impacto, como corrida, com outros de menor impacto, como ciclismo ou natação.
- Problemas nos tendões podem surgir devido a técnicas inadequadas em atividades ou exercícios.
- Considerar aulas ou orientações profissionais ao iniciar um novo esporte ou usar equipamentos.
- Realizar alongamentos após o exercício para ampliar o alcance dos movimentos articulares, reduzindo o trauma repetitivo nos tendões.
- Aplicar princípios de ergonomia no ambiente de trabalho, como ajustar cadeira, teclado e mesa de acordo com a altura, comprimento do braço e tarefas realizadas. Isso contribuirá para proteger articulações e tendões do estresse excessivo.
Conclusão
A tendinite pode acontecer com qualquer pessoa que faça praticamente qualquer coisa, desde exercícios físicos até o trabalho normal no seu dia a dia.
Felizmente, a tendinite geralmente cicatriza se o tendão tiver descanso e os cuidados certos, mas isso pode levar algum tempo.
E embora a tendinite possa ser um incômodo, causando dor e mantendo-o afastado das atividades, o tratamento é muitas vezes simples.
Ele começa com um esforço para reduzir a inflamação e, portanto, a dor.
Seu médico recomendará descansar e tomar medicamentos anti-inflamatórios e/ou utilizar cremes anti-inflamatórios.
Nesse sentido, os medicamentos à base de Cannabis podem ser uma ótima opção.
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