Acaba de ser lançado no Brasil o relatório “Cânhamo: a Commodity do Futuro”, disponível para leitura aqui. O material é assinado pelo Instituto Ficus e conta com o apoio institucional da Embrapa.
O relatório é mais um impulso à uma regulamentação do cânhamo no país e traz uma análise abrangente do potencial do cânhamo industrial no Brasil, enfatizando suas múltiplas aplicações econômicas e ambientais. Pois apesar dos avanços globais, e das condições climáticas favoráveis para o cultivo de cânhamo no Brasil, o setor enfrenta desafios legais e tecnológicos “sérios que precisam ser superados”. O estudo aponta que o mercado global de cânhamo movimentou cerca de US$ 7 bilhões em 2023, com projeções de crescimento para US$ 25 bilhões até 2033.
A cultura do cânhamo é valorizada globalmente por suas aplicações em diversas indústrias, incluindo têxtil, alimentícia e de biocombustíveis. Além disso, o cânhamo é destacado como uma commodity do futuro, com implicações econômicas, sociais e ambientais significativas.
O Brasil, embora tenha potencial agrícola, encontra barreiras legais que dificultam o cultivo do cânhamo
O documento também oferece recomendações práticas para a formulação de políticas públicas que promovam a regulamentação do cânhamo, visando o desenvolvimento sustentável do setor e seu papel na economia nacional.
Igualmente, o relatório recomenda uma revisão da legislação atual para permitir o cultivo e o processamento do cânhamo para diferentes fins, incluindo medicinal, têxtil e alimentício.
O impacto positivo que cânhamo pode trazer ao agro do Brasil
A atividade agropecuária no Brasil cresceu 15,1% de 2022 para 2023, influenciando o desempenho do PIB do país, segundo agência do IBGE. Neste sentido, o material identifica tendências e oportunidades que podem ser aproveitadas pelo país.
Produtos e aplicações do cânhamo
O Relatório também traz exemplos de como o cânhamo industrial é uma planta com diversas aplicações ‘e pode ser aproveitado como matéria-prima em diversas indústrias’.
A publicação apresenta quatro pontos principais:
- sementes,
- caules,
- flores,
- raízes e folhas.
Nos alimentos, as sementes de cânhamo podem sofrer diferentes graus de beneficiamento para serem aproveitadas como alimento.
Nas flores do cânhamo industrial é onde se produz uma resina rica em fitocanabinoides, compostos orgânicos que podem ser encontrados em alguns vegetais, mas são especialmente abundantes na Cannabis sativa, espécie do cânhamo. São produzidos principalmente nas flores do topo das plantas fêmeas e têm sido usados “há milênios com finalidades terapêuticas”.
As fibras de cânhamo são consideradas as mais antigas a serem usadas pela humanidade para produção de cordas e tecidos.
Uma lista de recomendações para a Anvisa
Por fim a publicação apresenta 40 recomendações que não são definitivas nem completas. Alista é um ponto de partida para se pensar a regulamentação que o governo tem a missão de executar, por determinação do Supremo Tribunal de Justiça. Em novembro, o STJ autorizou hoje o cultivo de Cannabis medicinal no Brasi e deu o prazo de 6 meses para Anvisa regulamentar o tema.
“Esperamos com essa proposta despertar reflexões e debates que permitam o desenvolvimento de uma política pública pautada pelo interesse público, baseada em experiências práticas e evidências científicas”, finaliza o relatório que pode ser lido aqui.
𝗜𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲: O acesso legal à Cannabis medicinal no Brasil é permitido mediante indicação e prescrição de um profissional de saúde habilitado. Caso você tenha interesse em iniciar um tratamento com canabinoides, consulte um profissional com experiência nessa abordagem terapêutica.
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