Ainda na juventude, todo ano, o psiquiatra Theonaldo Caldeira passava as férias na cidade dos avós, em Aricanduva, interior de Minas Gerais. “Eu via muito sofrimento, sempre que alguém precisava de atendimento médico. Se alguém sofria um acidente, tinha que ser levado correndo para outra cidade, porque lá não tinha estrutura de Saúde adequada.”
Foi a busca por ajudar, de alguma forma, a população da cidade, que fez Caldeira decidir seguir na Medicina. Ele fez faculdade e, como o planejado, seguiu para a cidade dos avós, para iniciar sua carreira como médico.
Seu plano era ser endocrinologista, mas, na prática, percebeu que a principal demanda de seus pacientes era outra. “A Psiquiatria me escolheu. Aricanduva não tinha mais aquela tranquilidade do interior. Em 2006, já estava todo mundo estressado, nervoso, deprimido, ansioso.”
Logo depois, sentiu que precisava acumular conhecimento, para que pudesse atender a essas pessoas. Eu via o sofrimento das pessoas, mas a Psiquiatria não é uma especialidade que faz um exame e sai com o diagnóstico. Tem que sentar, conversar e entender o que ele tem, para fazer o diagnóstico.”
“A gente tem matéria na faculdade, mas não é muito detalhado. Para que eu pudesse entender o que os pacientes estavam falando, eu precisei estudar Psiquiatria.”
Psiquiatra e pai
Foi cerca de uma década depois que a Cannabis medicinal entrou na vida do psiquiatra. Não profissionalmente, mas sim, como pai. “Um dos meus filhos tem crises convulsivas e, mesmo tomando remédio, elas não estavam melhorando.”
As crises ocorriam durante a noite, o que acabou afetando a qualidade de vida de toda a família. “Qualquer barulhinho, a gente levantava para ir ver.”
O psiquiatra se dedicou a estudar e buscar alternativas de tratamento para o filho, mas sempre esbarrava nos mesmos medicamentos alopáticos, que já haviam se demonstrado ineficazes para o filho.
Até que se deparou com relatos sobre o uso da Cannabis medicinal. “Mais uma vez, foi a Cannabis que me escolheu. Já não tinha mais o que tentar.”
Não foram só as crises convulsivas do filho que foram controladas pela Cannabis medicinal. Também serviu para melhorar o sono da esposa e, por fim, a qualidade de vida de toda a família.
Psiquiatra prescritor
Diante da evidente melhora coletiva, se aprofundou ainda mais nos estudos, para que pudesse oferecer como alternativa também para os seus pacientes. “Comecei com pacientes com fibromialgia, ansiedade, depressão e, hoje em dia, eu tenho um monte de pacientes.”
“Em dor crônica, os medicamentos não têm resolvido o problema, além de trazer muitos efeitos colaterais. A pessoa fica lentificada, sonolenta, com dificuldade de raciocínio. Já a Cannabis tem melhorado drasticamente a qualidade de vida das pessoas. Eles têm disposição para sair da cama, fazer exercício, ter o mínimo de lazer.”
“Em ansiedade, a pessoa dorme bem, acorda bem, não com aquela ressaca do Rivotril. A pessoa tem uma qualidade de vida melhor, sem afetar o cognitivo e o raciocínio a longo prazo, como as outras medicações.”
“Mas não é uma panaceia. Não vai resolver os problemas de todo mundo. O remédio muda aquilo que a pessoa sente, mas não muda o pensamento. Por isso que tem que fazer terapia, para começar a entender o que está sentindo.”
Verdade
No entanto, se comparado com os demais medicamentos, a Cannabis começa a ganhar lugar de destaque na Psiquiatria. “Não que seja uma bala de prata, mas, em alguns casos, os resultados são quase milagrosos.”
“O paciente com demência chega ao meu consultório em cadeira de rodas, sem mal conseguir falar e, depois de um mês, está fazendo aula de canto, comendo sozinho. É uma diferença muito grande e isso, para a família, é uma maravilha.”
“Se você vir a história dos velhinhos antes e depois da Cannabis, não tem como dizer que é lorota. Velhinhos que não se lembram mais de ninguém e conseguem voltar. A neuroplasticidade é a única coisa que pode explicar e a Cannabis é o que explica a neuroplasticidade.”
“Mães de crianças autistas, com atraso de desenvolvimento, que não falam, e começam a tomar o óleo de Cannabis e a mãe vem falando que a criança passou a chamá-la a toda hora, que fala igual uma maritaca. Você vê uma enorme alegria na mãe e no pai.”
Futuro
Para o psiquiatra, no entanto, o Brasil ainda precisa evoluir muito, quando o assunto é Cannabis medicinal. “Lá fora, você compra sem receita nem nada, e no Brasil é um preconceito enorme ainda.”
“Espero que daqui a alguns anos, as coisas estejam super legalizadas, que a indústria farmacêutica e o agronegócio percebam as vantagens e a medicação seja distribuída no SUS. Para quem pode pagar, a Cannabis não tem preço, mas a maioria do povo brasileiro ainda não tem condições de pagar.”
“Lentamente, as coisas estão evoluindo. Sempre vejo gente nova querendo entender como o sistema endocanabinoide funciona e espero que daqui a uns anos a Cannabis vire matéria na faculdade de Medicina.”
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