O neurocirurgião Plinio Mendes é prescritor de Cannabis desde 2019 e alerta contra promessas falsas que podem “queimar” o tratamento
Ao se deparar com um paciente sensível aos medicamentos convencionais para o tratamento de dor crônica neuropática, o neurocirurgião funcional Plinio Duarte Mendes analisou as opções de abordagem que tinha e a Cannabis medicinal era uma das opções de tratamento. Foi a primeira vez, em 2019, que prescreveu canabinoides.
Para o jovem médico, hoje aos 36 anos, não houve questões a serem superadas ou preocupação com o preconceito. Era uma opção com indicação para lidar com a dor neuropática, respaldo na literatura médica e, embora mais difícil na época, era acessível para o paciente. “É um medicamento como outro qualquer. Com indicações, contraindicações, doses, efeitos colaterais.”
Segundo lembra, nessa primeira experiência não foi assim tão eficiente, com um resultado que durou um curto período de tempo, mas com evidências científicas que demonstram segurança de aplicação e bons resultados clínicos em diversas condições, manteve em seu arsenal terapêutico.
“Em pacientes com dor crônica neuropática e para fibromialgia também é uma medicação que eu utilizo como um adjuvante. Como ou algo para complementar o que já está sendo utilizado. Auxiliam não só no controle da dor, mas com o sono e a ansiedade que isso pode gerar”, afirma.
“Em geral é uma resposta satisfatória. Alguns pacientes mais, outros menos, mas sem dúvida nenhuma veio como uma opção terapêutica dentro de algumas doenças que são de difícil manejo”, continua.
“Tem uma experiência positiva com epilepsia. O paciente consegue reduzir significativamente algumas outras medicações. Não é esse o objetivo, mas, obviamente, se puder reduzir o número de medicações, é melhor.”
Sua preocupação é quando a Cannabis deixa de ser mais um remédio e é vendida como panaceia. “Existe uma grande divulgação com relação ao uso medicinal no Brasil e no mundo inteiro. Às vezes essas informações chegam meio tortas pro pacientes, para os familiares, como algo milagroso, mas não é.”
Ele lembra que a Cannabis também pode trazer efeitos prejudiciais, como interações medicamentosas, e destaca a importância do acompanhamento de médicos prescritores.
“É essencial esse cuidado na prescrição, porque senão até atrapalha o tratamento. Se der de forma aleatória para qualquer paciente, com qualquer doença, não vai ter o efeito que deseja e acaba queimando a terapia. Não existe um tratamento único milagroso para tudo.”
Em mais de três anos em que incluiu a Cannabis em suas opções terapêuticas, observa a falta de conhecimento por parte de seus colegas como um dos obstáculos para que os fitocanabinoides sejam cada vez mais comuns nos consultórios.
“Muitos pacientes já me procuram buscando essa medicação, então a questão do preconceito já cai por terra. Existem drogas que com o passar dos anos foram aperfeiçoadas e hoje são medicações e medicações, como benzodiazepínicos, que, se usados de maneira inadequada, são drogas.”
“Entre meus colegas, também não vejo preconceito, mas vejo muita falta de conhecimento, às vezes tem uma experiência, se frustra e faz com que a pessoa se afaste”, prosseguiu o neurocirurgião.
Tudo, no entanto, é questão de tempo. “Tem um avanço bastante progressivo tanto do ponto de vista de informação médica técnica quanto de informação para o paciente. Tenho observado um uma crescente de de interesse não só de laboratórios, mas de pesquisadores de modo geral. Existe esse interesse em conhecer um pouco melhor.”
“Já é cada vez mais presente nos consultórios e, facilitando a aquisição e ampliando o acesso de compra, só tende a crescer.”
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