Nádia de Souza tentou de tudo: todos os tipos de tratamentos, remédios e quatro cirurgias, mas só a Cannabis lhe devolveu à vida
Quando começou a sentir um incômodo nas costas ao sentar, em agosto de 2019, Nádia Gomes de Souza não imaginava que sua vida estava perto de dar uma reviravolta. Com 26 anos, empresária, dona de uma floricultura, com uma filha de seis meses, chegou a buscar um ortopedista, mas os exames não demonstraram nada de grave com ela. O médico recomendou a prática de pilates, mas sua saga estava apenas no início.
As dores passaram a ficar cada vez piores, os exercícios pouco ajudavam e, em fevereiro do ano seguinte, a situação se tornou insustentável, a ponto de ter que ir ao hospital quatro vezes em um único mês para receber medicação analgésica injetável. Em pouco tempo, seu organismo desenvolveu uma hérnia de disco.
Os medicamentos pouco ajudavam e, seguidamente, ia parar no pronto-socorro tamanho era o sofrimento. “Eu estava sentindo muita dor, gritando muito lá no hospital. Nem morfina resolvia no meu caso e fui submetida à minha primeira cirurgia, em 8 de abril”, conta.
A cirurgia era simples. No dia seguinte já seria liberada para voltar para casa. Antes de seu marido a buscar, porém, as dores retornaram ainda mais fortes. O médico suspeitou ser uma dor fantasma. Mas, diante sua insistência, decidiu submetê-la a uma ressonância magnética.
“Ele olhou e eu tava com uma hérnia maior do que a primeira. É um caso que ninguém nunca tinha visto. Chamou toda a equipe médica e ninguém nunca tinha visto. Não souberam dizer porque eu desenvolvi uma nova hérnia no mesmo lugar, no mesmo disco, sendo que já tinha removido.”
Menos de 24 horas após a primeira estava de volta ao centro cirúrgico. Passados três dias, enfim, pode retornar para casa. A alegria durou pouco. As dores logo retornaram e teve que voltar ao hospital. O diagnóstico dessa vez era de um edema provocado por um sangramento próximo ao local da cirurgia. Com risco de infecção, novamente teve que ser operada.
Mais complicações
Recebeu alta após o período de observação. Pouco mais de uma semana, porém, já estava de volta às dores e ao hospital. O local da cirurgia estava inflamado e teve que ser submetida a quarta cirurgia em um prazo de 30 dias. Desta vez, seguida por 20 dias de internação e nada das dores melhorarem.
“Eu fiz o tratamento certinho, só que eu sentia muita dor. Eles continuaram com morfina. Eu tava usando sonda porque eu já não me movimentava. Mexia só cabeça e braço. Não conseguia me levantar, ir ao banheiro, tomar banho”, lembra. “Minha pele estava muito inflamada, dolorida. Não aguentava que encostasse em mim. Não tinha posição na cama, não tinha condição de deitar, não ficava em pé. Foi uma coisa terrível que eu passei na minha vida.”
Apesar de sentir na pele que havia algo de errado, os exames começaram a aparecer normais. Sem hérnia, sem infecção, sem sangramentos. Nádia não conseguia andar, mas os médicos a liberaram para sofrem com a dor em casa.
“Teoricamente eu teria que estar bem para ir para casa. Tive que ir para casa minha mãe porque eu não conseguia nem ir ao banheiro para fazer as necessidades básicas. Tive que recorrer a ela para cuidar de mim nessa situação.”
Após mais 15 dias de sofrimento, decidiu chamar um neurologista para uma consulta. Ao analisar os exames, constatou que sua condição era normal. De acordo com o médico, seu organismo ficou tanto tempo com uma dor tão intensa que desenvolveu uma inflamação crônica.
Deram início ao tratamento com eletrochoque e diversas medicações “tarja preta”, mas nada de sua condição mudar. “Eu não mexia, praticamente. Não tinha condição de levar a comida à boca”, diz. “Estava com muito medo. Fiquei um bom período com dor, sem conseguir me mexer, e comecei a achar que ia ficar de cadeira de rodas.”
A descoberta da Cannabis
Até que sua irmã comentou sobre uma neurologista que era sua amiga e talvez pudesse ajudar. Diante o quadro grave e diversas tentativas frustradas de tratamento, a médica Marcela Agostinho lembrou de uma alternativa ainda não explorada. “Eu fiquei pensando o que que eu poderia acrescentar na terapia daquela paciente, aí me deu uma luz”, revelou Agostinho, que receitou Cannabis medicinal.
Em meados de 2020, início da pandemia, a previsão era que o medicamento importado demorasse pelo menos 30 dias para chegar. Sem tempo para esperar, a médica entrou em contato com uma outra paciente que também estava em tratamento canabinoide e solicitou que cedesse um frasco.
“Essa paciente teve um coração muito bom. Mesmo não me conhecendo, ela disponibilizou o frasco dela. Claro que com a condição de que eu ia devolver, mas não tinha nenhuma garantia que eu iria comprar e passar para ela.”
Cinco dias após a primeira gota, já começou a sentir o resultado. “Eu já senti um alívio na minha dor e já comecei a querer fazer alguns movimentos.”
“Se não fosse esse medicamento, eu não sei o que que seria de mim. Foi um longo período com tanta dor, muito sofrido, mas graças a esse tratamento eu melhorei. Foi uma coisa extraordinária”, continua. “Depois de um mês, mais ou menos, eu consegui sentar na cama.”
Foram apenas três meses de tratamento, o tempo que durou o frasco do óleo de Cannabis, mas o suficiente para recuperar sua sonhada independência. “Hoje eu posso dizer que eu tenho uma vida praticamente normal.”
Depois da crise
Não que esteja completamente livre de complicações. Sua musculatura começou a apresentar leves movimentos involuntários, surgiram três protrusões na coluna e desenvolveu dor miofascial. Nada, porém, comparado com o que já sentiu.
“Estou fazendo pilates e RPG. Faço acompanhamento com um neurologista. Às vezes o que impede de eu fazer as coisas é a dor muscular e de cabeça devido à dor miofascial. Ai eu estava entrando com relaxante muscular e medicação para dor. Eu tomava os dois juntos, mas estava sobrecarregando meus rins.”
Sua condição poderia ser ainda melhor se tivesse seguido com o tratamento canabinoide. “Eu não tinha condições de comprar e também não imaginei que essa consequência seria por tanto tempo. Talvez eu melhorasse se pudesse fazer um tratamento mais longo, mas a dificuldade é a questão financeira.”
“Medicamento revolucionário”
Hoje, aos 38 anos e perto de retornar ao mercado de trabalho, não deixa de recomendar para quem, como ela, passa por um sofrimento que não é atendido pelos medicamentos convencionais.
“Deus colocou a Marcela nas nossas vidas. Depois dela, fui ler um pouco sobre o assunto e encontrei várias pessoas. Uma diz que o vô toma para Alzheimer e foi a única coisa que fez ele melhorar mesmo. Vários relatos e só coisa boa, positiva. É, de fato, um medicamento revolucionário. Não vai te causar nenhum efeito colateral. Eu não tive nada. Se eu pudesse fazer o uso, por exemplo, para ansiedade e depressão, eu faria porque sei que é excepcional”, conclui.
“É um medicamento que acho que seria bom que todo mundo pudesse tomar. Todo mundo tem alguma doença. É difícil alguém que não tenha nada nos dias de hoje. Nem que seja uma pequena ansiedade. Hoje tem muita doença relacionada à mente, à parte psicológica, então eu acho que seria uma coisa assim revolucionária na saúde da população.”
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