A trajetória da neurologista Andreia Rotmeister Santos da Costa Lamberti, formada pela UFRJ, na prescrição de Cannabis medicinal é marcada por uma curiosidade inerente à mente de uma cientista. Ela compartilha que seu interesse foi despertado pela novidade do campo, com mecanismos de ação e receptores pouco explorados durante sua formação acadêmica.
A médica então decidiu se inscrever na Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis e mergulhou nesse universo, até mesmo explorando materiais em alemão para compreender a fundo o potencial medicinal da substância.
“Eu percebi que essa medicação funciona como um estabilizador e eu interpreto como um potente anti-inflamatório.“
A evolução do uso: superar resistências e expandir aplicações
Andreia deparou-se com resistências, especialmente em sua área de atuação, que é a neurologia, onde a prescrição de Cannabis estava restrita, principalmente, ao tratamento da esclerose múltipla.
No entanto, com sua persistência e aprofundamento nos estudos, ela passou a enxergar o Canabidiol não apenas como uma alternativa, mas como um estabilizador capaz de manter a homeostase no organismo.
A médica destaca que essa perspectiva ampliada permitiu aplicar a substância com sucesso também em casos de fibromialgia.
“À medida que compreendi melhor o processo, comecei a incorporar o Canabidiol como coadjuvante, observando, a partir desse ponto, as respostas positivas e reconhecendo-o como uma medicação capaz de restabelecer a homeostase no organismo. Recebi também pacientes, alguns já em tratamento, especialmente para fibromialgia e dor, e testemunhei relatos expressivos de melhora. A gente também aprende bastante com os pacientes que já vem utilizando a Cannabis .”
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O Canabidiol como um importante coadjuvante
Andreia, que também atua como professora de pós-graduação em neurologia, destaca a Cannabis medicinal como um coadjuvante essencial em seu arsenal terapêutico. Após aprofundar seus conhecimentos na bioquímica do Canabidiol, ela o reconhece como um potente anti-inflamatório, fundamental para trazer a homeostase interna aos pacientes. Seus estudos revelaram a eficácia em doenças do neurodesenvolvimento, degenerativas e comportamentais mediadas pela neuroinflamação.
Além disso, enfatiza também o potencial do tratamento para pacientes neurodivergentes:
“Em pacientes neurodivergentes, como o transtorno do espectro autista (TEA) existem relatos de casos com uma melhora importante da qualidade de vida dos pacientes e da vida em família”, pontua.
Canabidiol como aliado na qualidade de vida
Ao incorporar o Canabidiol em sua prática, Andreia destaca seu papel como potente normalizador das funções bioquímicas celulares. Comparando-o ao CNTP (condições normais de temperatura e pressão) que estudamos na escola.
“Assim como o CNTP, que é a condição ideal para a realização de experimentos químicos, o Canabidiol, ao atuar nos receptores pré-sinápticos, cria um ambiente bioquímico propício, semelhante à condição ideal, favorecendo a estabilidade interna das células.”
Consequentemente, o Canabidiol, segundo a neurologista, potencializa tratamentos convencionais, proporcionando aos pacientes uma qualidade de vida superior, sem os efeitos colaterais comuns em muitos medicamentos para a dor.
“Hoje, entendo o Canabidiol como uma substância capaz de potencializar o tratamento com drogas convencionais e, assim, permitir que os pacientes tenham uma melhor qualidade de vida. Já que todo remédio para dor tem muito efeito colateral, como boca seca, aumento de peso, constipação e sonolência. Muitas vezes, com doses baixas do óleo durante a noite, conseguimos otimizar e melhorar essa posologia para garantir uma melhor qualidade de vida e de trabalho para os pacientes.”
Sua jornada destaca a capacidade da ciência e do entendimento aprofundado em abrir novos horizontes na prática médica, evidenciando o potencial transformador que uma abordagem inovadora pode ter no campo da saúde.
“O estigma e o preconceito vão sendo desmistificados à medida que a bioquímica avança e os resultados no campo clínico se manifestam, desencadeando uma mudança nas práticas médicas”, finaliza.
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