Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades. Desde 1946, essa é a definição dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a saúde. No início do século 21, porém, a médica de família Nádia Miranda Duarte estava com dificuldade de escolher sua especialidade.
Alinhada com a definição da OMS, sempre quis manter um olhar ampliado sobre o indivíduo, enquanto a medicina seguia direção oposta pela hiperespecialização. “Não queria segmentar para uma especialidade. Queria uma coisa que olhasse para a saúde como um todo e comecei um curso de acupuntura médica. Fiz por dois anos e tive uma visão bem diferenciada da medicina tradicional.”
Médica de família
“Fiz por dois anos e, quando estava na acupuntura médica, tive a felicidade de conhecer um colega que estava na residência de medicina de família na USP de Ribeirão Preto. Ele me contou o que era, porque eu não tive contato durante a faculdade, e me encantei.”
A médica encontrou o que buscava. “Na especialidade, a agente olha o indivíduo como um todo. Não só os sintomas, mas todo aspecto emocional e de espiritualidade. Aprendemos a avaliar a família inteira.”
Ao longo de 18 anos de profissão, Nádia ainda se especializou em medicina integrativa e, conforme buscava novos olhares para a medicina, encontrou a Cannabis medicinal. “Eu tinha preconceito antes. Até tive um paciente que me perguntou o que eu achava e só falei que não tinha conhecimento.”
Médica de família e paciente
Com o tempo, percebeu que essa falta de conhecimento era uma oportunidade para aprender. “Eu abomino a parte tradicional das faculdades que não ensina o que precisa ser ensinado. Como é que não ensinaram o sistema endocanabinoide para nós médicos? Isso é um absurdo.”
Começou a estudar mais sobre o assunto e percebeu que ela mesma era uma ótima candidata a primeira paciente. “Eu tinha enxaqueca crônica. Tenho muita ansiedade e, na pandemia, acabei desenvolvendo fibromialgia.”
“Não tive uma experiência tão boa nos meus dois primeiros meses que usei o óleo de Cannabis de uma associação, que fiquei mais ansiosa. Melhorei depois que mudei para um óleo importado.”
“Tirei meu ansiolítico e melhorei da ansiedade. É claro que o ansioso não muda o padrão da noite para o dia, mas melhorei da ansiedade e das dores também. Tinha muitas crises de enxaqueca e de fibromialgia e melhorou muito.”
“Da enxaqueca, com crise, eu tinha dor, de zero a dez, dez. Mas, por vários dias, eu ficava com dor fibromiálgica nota oito ou nove. Hoje em dia, a dor fica em dois ou três e raramente tenho crise.”
Mais pacientes
Com a primeira experiência positiva, partiu para a tia e o pai de uma amiga, ambos com Parkinson. “Minha tia foi minha primeira paciente. Estava evoluindo super bem, mas ainda tinha umas recaídas.”
“Ela é acompanhada por uma neurologista que a fez escolher entre o tratamento com ela e o da sobrinha com Cannabis. Ela tem esperança de entrar na fila da cirurgia de Parkinson e seguiu com ela.”
Com o pai da amiga foi diferente. “Esse senhor, com uma semana de tratamento, já melhorou uns 40%. Faz uns cinco meses, essa semana a filha deu um retorno que ele estava com um geriatra novo que falou para ele que não tinha nenhuma característica de Parkinson.”
Desde novembro do ano passado, a médica de família prescreve Cannabis medicinal, principalmente em casos de enxaqueca, ansiedade, fibromialgia e dependência química. “O sistema endocanabinoide é encantador. O que a Cannabis faz é surreal.”
Um plus
“Muitos profissionais especialistas estavam muito focados nas respectivas especialidades e, quando começam a prescrever Cannabis, ampliam o olhar pro indivíduo e todos os aspectos da vida da pessoa.”
“Felizmente, nesse aspecto, é o que eu buscava desde a medicina de família, com a integrativa, e a Cannabis veio como um plus muito bom nesse contexto de tratar o paciente como um todo. É uma opção fortíssima que eu tenho na abordagem de tratamento do paciente.”
“Um diferencial importante da Cannabis é que não tem os mesmos efeitos colaterais e dependência de outras medicações. Potencializa o efeito do remédio que a pessoa usa, e consegue reduzir a quantidade. Seja analgésico, ansiolítico, antidepressivo, indutor de sono.”
“A gente consegue tirar os indutores do sono faixa preta em uso com a Cannabis. Uma coisa que eu acho até mágica é que, quando chegou na dose de tolerância de uma pessoa, você faz uma pausa de dez dias e volta a responder bem. Diferente das outras medicações alopáticas.”
“A Cannabis não é para todos. Tem a questão da indicação, da expectativa do paciente e da forma que o paciente cuida do corpo para potencializar o efeito no sistema endocanabinoide. Eu cuido muito da minha alimentação, faço atividade física, meditação. Todas essas coisas implicam em uma melhora significativa dos pacientes.”
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