A Cannabis medicinal tem transformado a prática clínica em diversas especialidades, e a experiência de médicos que se dedicam a essa área oferece uma visão rica sobre os desafios e conquistas desse tratamento. Para a médica Maria Luiza Martins, a terapia com Cannabis medicinal representa uma possibilidade para criar uma relação contínua e mais próxima com seus pacientes.
Em uma conversa com o portal Cannabis & Saúde, a médica relembra o começo dessa trajetória.
“Meu primeiro contato com a Cannabis medicinal foi na faculdade, em uma aula que plantou uma sementinha. Mas ainda com um viés mais científico do que clínico. No início da minha carreira, explorei várias áreas da medicina, como pronto-atendimento e serviços pré-hospitalares. Contudo, a falta de continuidade no contato com os pacientes começou a me incomodar”, relembra.
Nesse mesmo período ela conheceu o curso inicial da Unifesp sobre o tema, aberto a todos os públicos. “Isso me fez relembrar daquela aula na faculdade. Comecei a estudar, e realmente me encantei por essa terapia, especialmente pela longitudinalidade do cuidado, que me permite acompanhar o paciente de forma contínua”, conta.
A amplitude da aplicação da Cannabis medicinal
A amplitude da aplicação da Cannabis medicinal também impressiona a médica. Que, segunda ela, alcança diferentes faixas etárias, de pacientes pediátricos a idosos, promovendo a autonomia do paciente em conjunto com o médico.
“Na terapia com a Cannabis há um acordo entre médico e paciente, desde ajustes nas dosagens até o momento de uso, respeitando a rotina de cada um”, detalhou. Para ela, esse diálogo é essencial para integrar o tratamento ao dia a dia de forma eficaz e sustentável.
Uma alternativa com menos efeitos colaterais
Outro ponto que a Dra. Maria Luiza destaca é o potencial da Cannabis como alternativa ou complemento aos medicamentos alopáticos. “A alopatia tem seu lugar, mas a Cannabis medicinal pode ser associada ou substituir medicamentos em muitos casos. Por exemplo, desmamamos pacientes de remédios como Zolpidem e Sertralina, substituindo por Cannabis de forma gradual. Os resultados são muito positivos, com menos efeitos colaterais, como ressaca ou apatia.”
Entre os casos que marcaram sua prática clínica, dois se destacam pela transformação na qualidade de vida dos pacientes. O primeiro foi de uma paciente em crise, utilizando Sertralina e Quetiapina, que enfrentava um momento pessoal delicado, com separação e mudança de casa. “Introduzimos um óleo full-spectrum e depois THC isolado à noite, desmamando toda a medicação alopática. Apesar das dificuldades, tivemos um sucesso considerável”, relembrou a médica.
O segundo foi uma paciente com Alzheimer, que estava prestes a ser submetida à implantação de uma sonda nasogástrica. “Introduzimos óleo e conseguimos evitar a necessidade da sonda”, contou.
A Dra. Maria Luiza também ressalta como a Cannabis medicinal impacta o contexto familiar, especialmente no cuidado de idosos. “No meu consultório, focado em geriatria, percebo que a Cannabis ajuda a manejar sintomas como agressividade e hiperatividade em pacientes com Alzheimer. Isso traz alívio não só para o paciente, mas também para a família e cuidadores, que vivem um desgaste emocional significativo.”
Leia também:
Ao unir ciência, personalização e um olhar humanizado, Dra. Maria Luiza Martins reafirma o potencial da Cannabis medicinal não apenas como ferramenta terapêutica, mas como elemento que fortalece vínculos e promove uma abordagem de cuidado integral.
Importante!
Para iniciar um tratamento com Cannabis de forma segura, é essencial buscar a orientação de um médico especializado na prescrição de Canabinoides, que avaliará seu caso de maneira personalizada. Caso deseje consultar um profissional qualificado para esse tipo de prescrição, acesse nossa plataforma de agendamentos.