O primeiro contato da neurologista Dra. Ana Carolina Aguilar com a Cannabis Medicinal ocorreu durante sua residência médica, entre 2015 e 2017, quando foi aluna do médico responsável por um dos primeiros casos de destaque no Brasil no uso de CBD. Esse professor acompanhou a paciente Anny Fischer, a primeira brasileira que conseguiu a autorização para importar um derivado da Cannabis.
A história de Anny ficou amplamente conhecida devido à luta de sua mãe, Katiele Fischer, para tratar a filha, que sofria de convulsões graves causadas por uma rara síndrome chamada CDKL5. Esse caso ganhou grande visibilidade com o documentário Ilegal, de 2014, e ajudou a trazer o tema para a grande mídia. O que aumentou a conscientização sobre o uso de canabinoides no tratamento de doenças de difícil controle em todo país.
“Foi durante a residência, com esse professor, que eu tive o primeiro contato com o uso do Canabidiol, especialmente no tratamento de epilepsias graves. O caso da Anny foi marcante, pois foi uma das primeiras pacientes a receber esse tipo de tratamento no Brasil”, lembra a médica.
Desafios nos tratamentos tradicionais e a busca por soluções
A principal motivação que a levou a se aprofundar na medicina canabinoide foi a busca por soluções mais eficazes para tratar doenças neurológicas complexas, em casos onde os tratamentos tradicionais nem sempre são suficientes.
“As condições que enfrento no meu dia a dia, como epilepsia, Parkinson, dores de cabeça crônicas, insônia, Alzheimer, entre outras, exigem tratamentos que muitas vezes não geram uma resposta completa ou causam efeitos colaterais que comprometem a qualidade de vida do paciente”, explica.
Ela ressalta que, embora os tratamentos tradicionais alopáticos tenham sua eficácia, os efeitos colaterais ou até mesmo a perda de eficácia com o tempo (tolerância), podem ser um grande desafio.
“Esses fatores que me motivaram a estudar e a me aprofundar na medicina Canabinoide. Percebi que, em muitos casos, o CBD poderia trazer benefícios com menos efeitos colaterais e uma resposta terapêutica mais satisfatória.”
Receptividade e feedback dos pacientes ao tratamento com Canabinoides
Em relação à receptividade dos pacientes ao tratamento com canabinoides, a médica observa que, em geral, os pacientes estão cada vez mais abertos a novas opções terapêuticas.
“A aceitação do tratamento depende muito do que o paciente conhece e dos preconceitos que ele possa ter. Porém, quando existe um sofrimento importante, como é o caso de pacientes neurológicos, a abertura tende a ser maior. Quando você apresenta informações científicas e explica os benefícios com base em dados, a maioria deles se mostra receptiva”, afirma.
Ela também compartilha que o feedback sobre o tratamento costuma ser positivo, especialmente no que diz respeito aos efeitos colaterais. “O feedbacks dos pacientes têm sido, geralmente, muito bons. Principalmente porque os efeitos colaterais são mais tranquilos do que com os medicamentos tradicionais”, afirma. No entanto, ela destaca que o sucesso do tratamento depende de uma prescrição adequada e do acompanhamento próximo.
A médica menciona um caso particularmente marcante de sucesso com uma paciente de Alzheimer, que estava muito irritada e agressiva, com pouco contato social e sem interações com a família. “Após os primeiros dias de tratamento, a filha me contou que ela voltou a cantar, algo que não fazia há muito tempo. Isso foi um sinal claro de que a paciente começou a melhorar emocionalmente, com mais interação e felicidade”, conta.
Esse caso, para a médica, exemplifica a importância do uso do CBD no manejo de doenças neurodegenerativas, com resultados que superaram suas expectativas.
O potencial da medicina canabinoide no tratamento de doenças complexas e neurodegenerativas
Para ela, a medicina canabinoide desempenha um papel fundamental no tratamento de doenças complexas, especialmente aquelas que envolvem dor crônica ou alterações comportamentais, como as encontradas em doenças neurodegenerativas.
“O CBD tem mostrado ser uma alternativa muito valiosa. Muitas vezes, ele complementa os tratamentos alopáticos ou, em alguns casos, pode ser uma monoterapia eficaz, com resultados mais satisfatórios e menos efeitos colaterais”, conclui.
Por fim, a médica reforça que o futuro da medicina canabinoide é promissor, com a possibilidade de melhorar ainda mais a qualidade de vida de pacientes que, muitas vezes, não têm acesso a outras alternativas terapêuticas tão eficazes.
Importante!
No Brasil, o uso medicinal da Cannabis é autorizado desde que haja recomendação, prescrição e acompanhamento de um profissional de saúde especializado na área, como a Dra. Ana Carolina Aguilar. Clique aqui para agendar sua consulta ou acesse nossa plataforma, que conta com mais de 300 profissionais qualificados na prescrição de Cannabis medicinal, e marque sua consulta.