Em 2018, o Dr. Hygor Kleber Cabral Silva, médico de família, se deparou com um caso que despertaria seu interesse pela Cannabis medicinal. Ele conta que, enquanto trabalhava em uma unidade básica de saúde, recebeu um casal de idosos, ambos com Alzheimer. Até então, Dr. Hygor não tinha experiência com a substância.
“Passei a buscar informações e foi quando comecei a descobrir outras possibilidades de tratamento, não só para demências, mas para outras condições”, relembra.
Ao aprofundar seus estudos, Dr. Hygor entrou em contato com grupos maiores, participou de reuniões científicas e palestras. Em 2019, ele passou a atender pacientes particulares, utilizando a Cannabis medicinal como principal ferramenta terapêutica.
A atuação da Cannabis medicinal na prática clínica do Dr. Hygor Cabral
Hoje, Dr. Hygor atua em dois setores: público e privado. “No setor público, trabalho mais como professor, de forma tradicional, acompanhando os alunos do curso de Medicina. Já no consultório, minha prática é voltada para o tratamento com Cannabis. As condições que mais aparecem são dor crônica, de diferentes tipos — neuropática, não neuropática, fibromialgia, enxaqueca, entre outras. Depois, vêm doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, escleroses e demências em geral”, explica.
No entanto, o médico reforça que, quando a condição é mais grave, como transtorno bipolar severo, depressão grave ou epilepsia refratária, ele encaminha os pacientes para colegas especialistas nessas condições.
Cannabis no tratamento da dor crônica
Dr. Hygor vê a dor crônica como uma condição multifatorial, com sérias consequências, não só físicas, mas também mentais e sociais. “A questão psicossocial dos pacientes fica muito debilitada, o que gera um impacto em todas as esferas da vida do paciente. A Cannabis, além de ser uma excelente ferramenta analgésica, melhora todo esse contexto: sono, ansiedade, disposição e humor”, afirma.
Ele ressalta ainda que a Cannabis proporciona uma abordagem mais ampla e integrada.
“Enquanto os tratamentos convencionais oferecem uma droga para cada sintoma, como dor, insônia, depressão, a Cannabis consegue tratar várias dessas condições ao mesmo tempo, com menos efeitos colaterais”, diz. Dr. Hygor destaca ainda que os pacientes costumam ter alta satisfação com o tratamento, especialmente pela melhora da qualidade de vida.
Atualmente, ele está orientando um projeto de pesquisa na Universidade Federal de São João del Rey, que visa a avaliar a satisfação dos pacientes com dor crônica que utilizam a Cannabis medicinal.
“Estamos desenvolvendo a parte metodológica, para aprovação em comitê de ética, e esperamos começar a coletar dados no próximo ano”, explica. O projeto envolve entrevistas com pacientes atendidos por ele e pretende estar concluído até 2026.
Educação médica e a Cannabis
Outro ponto de destaque na carreira do Dr. Hygor é seu empenho em integrar o ensino sobre o Sistema Endocanabinoide no currículo médico. Ele foi o responsável pela criação da primeira disciplina optativa sobre o Sistema Endocanabinoide e as ferramentas terapêuticas da Cannabis em um curso de Medicina em universidade pública no Brasil. “Minha motivação veio de uma professora na Paraíba, que tentou criar essa disciplina, mas foi barrada no colegiado de Medicina. Então, ela abriu o curso na Biomedicina. Eu consegui implementar aqui no curso de Medicina”, explica.
A aceitação entre os alunos tem sido positiva e ele acredita que está ajudando a quebrar o tabu em torno da substância.. “Tenho visto que os alunos saem com a mente mais aberta, sem aquele preconceito”, revela.
O futuro da Cannabis na Medicina brasileira
O Dr. Hygor acredita que a Cannabis tem um futuro promissor na Medicina do Brasil, embora ainda haja muito a ser feito. “Avançamos muito, mas é preciso atenção para evitar a banalização. A prescrição da Cannabis precisa ser cuidadosa e bem acompanhada”, alerta.
Com um olhar otimista, ele ressalta que a Cannabis já se mostrou uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida de muitos pacientes e o futuro trará ainda mais descobertas e inovações.
Importante!
No Brasil, o uso legal de Cannabis medicinal é permitido apenas com a indicação e prescrição de um profissional de saúde qualificado na área. Se você está considerando começar um tratamento com canabinoides, consulte um médico ou dentista com experiência.
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