O centro cirúrgico sempre encantou a anestesiologista especialista no tratamento da dor, Marilia Ribeiro Funes. Uma trajetória que começou por influência da irmã. “Conheci a Medicina por meio dela, que era instrumentadora cirúrgica. Até fiz um curso na área, mas era época de vestibular e logo passei na faculdade.”
Por mais de 20 anos, atuou dentro do centro cirúrgico, como anestesiologista. Até que, por volta do ano 2000, começaram a surgir programas de especialização focados na dor para quem, como ela, é anestesiologista, e se interessou.
“A dor crônica necessita de várias abordagens. Eles falaram sobre acupuntura e fui fazer uma especialização nessa área também. Terminei e fiquei dividida entre a anestesia cirúrgica e o consultório. Até que, em 2010, eu fiz a opção de ficar só em consultório.”
A anestesiologista e a limitação no tratamento da dor
A médica ainda estudou diversas opções terapêuticas no tratamento da dor. Porém, nada era suficiente. “Com algumas patologias, só a parte da acupuntura e medicação não são suficientes. Foi quando alguns familiares com dor crônica começaram a questionar sobre a Cannabis.”
“Eles queriam saber se, na condição deles, era o tratamento canábico era indicado e eu fui pesquisar. Começaram a se tratar e tiveram uma boa adesão. Melhoraram da dor, mas também da ansiedade, do sono. Com a Cannabis, você consegue um efeito global no paciente.”
Com o resultado, Marilia decidiu mergulhar de vez nos estudos. “Como anestesiologista, a gente tem que saber bem sobre a farmacologia e farmacodinâmica das drogas. Entender os efeito, como interage com outras drogas. Fiz um curso bem profundo, até porque a Cannabis são várias substâncias, não só uma.”
Arsenal terapêutico da anestesiologista
Desde o primeiro semestre de 2023, a anestesiologista se tornou prescritora de Cannabis medicinal. “Em algumas patologias, a gente sabe que a Cannabis tem resultado surpreendente, tipo epilepsia de difícil controle.”
“Em outras, está sendo melhor estudado agora. Então, principalmente quando outras medicações e terapias não resolvem, a Cannabis pode ajudar. Em patologias como artrose e artrite, para as quais não existem drogas específicas, a Cannabis pode aliviar essa dor. Principalmente em pessoas mais idosas e que não podem fazer cirurgia, a Cannabis pode ajudar no tratamento.”
Segundo Funes, a Cannabis entra como mais uma opção em seu arsenal terapêutico. “Uso terapias muito boas, com poucos efeitos colaterais, como acupuntura, neuromodulação elétrica, que eu não quero abandonar, porque fazem muito bem aos meus pacientes.”
“Mas existem aqueles em que essas abordagens não são suficientes. Na minha área, são principalmente os pacientes de dor crônica. O mecanismo da dor deles está disfuncional, comprometido, e uma arma terapêutica só não é suficiente.”
Muito, mas não tudo
“A Cannabis atua de forma mais abrangente porque o sistema endocanabinoide está em uma série de locais do organismo. Ao atuar sobre esse sistema, acaba atuando em vários sintomas que o paciente apresenta, como insônia, ansiedade, náuseas, vômito. É um benefício muito grande para o paciente.”
No entanto, a anestesiologista afirma que não se trata de uma panaceia. “Estava sendo divulgado que a Cannabis trata tudo e não é verdade. A gente tem que fazer um uso racional, até para não queimar a droga. Se começa a dizer que serve para tudo, não serve, e vão falar que a Cannabis não funciona.”
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