Como profissional da saúde, com 40 anos de enfermagem e atuação em UTI e pronto-socorro, Marco Antônio Borges possui uma longa experiência no cuidado com a dor alheia. coluna
Desde que começou a trabalhar, se acostumou a testemunhar casos graves. Por isso, acabou minimizando, quando foi a vez da sua coluna começar a doer. “Sempre julguei que era uma coisa passageira e fui postergando.”
Só em 2017 procurou um ortopedista e, na ressonância magnética, foram reveladas hérnias de disco protusas, na raiz do nervo ciático. “No início, comecei com fisioterapia e fazendo ingestão daqueles venenos. Psicotrópicos de tarja preta, que te deixam um verdadeiro zumbi.”
“Por sim, cheguei a ter que fazer a ingesta diária para suportar a dor e poder me locomover, caminhar, fazer atividades funcionais basais, como levantar da cama, ir ao banheiro, descer a escada, ir ao trabalho. Era uma média de quatro a cinco medicações.”
Coluna em crise
Isso tudo antes de 2019. “Eu tive uma crise forte e mudou minha medicação, para uma mais potente. Fiz a ingesta de um comprimido só e foi o suficiente para determinar comigo mesmo que preferia ficar com dor, que tomar aquela porcaria. Uma impressão de síncope, de morte, impressionante.”
Posteriormente, recuperado da crise, mas ainda com dores, foi afastado do trabalho e, depois, aposentado. Nada evitou que, dois anos mais tarde, a crise se repetisse, ainda mais forte. “De fato, me impossibilitava de sair da cama.”
“Uma vez, veio uma parente minha e trouxe para eu conhecer as gotinhas mágicas, de que nunca tinha ouvido falar. Eu era totalmente leigo no assunto óleo de Cannabis. Tomei duas gotinhas e fiquei quase quatro horas sem dor nenhuma. Nenhum dos espasmos que irradiavam por minha perna. A dor do ciático é insuportável.”
Decidiu ir atrás da Cannabis medicinal e começou a fazer uso. “Tive uma melhora significativa, mas tive outra crise. Usei a Cannabis em paralelo com os venenos.”
Solução passageira
Diante de uma nova crise, o caso se tornou cirúrgico e foi submetido a uma denervação. “Fiquei cinco meses sem ter nenhuma dor, mas me cuidando e evitando movimentos bruscos.”
Como estava se sentindo melhor, abandonou a Cannabis, quando os três frascos chegaram ao fim. “Aí tive uma outra forte crise, que me derrubou legal. Comecei a pesquisar a fundo o óleo de CBD, descobri o sistema endocanabinoide e mergulhei nos estudos.”
Enquanto sonhava com a Cannabis, tinha a morfina como realidade, para suportar a dor intensa.
“Eu tenho uma dor neuropática, proveniente da compressão radicular nas raízes das terminações nervosas em toda minha coluna. Eu tô lascado da minha coluna cervical até o sacro. É um processo de degeneração, que eu ignorava. Por isso, comecei a ter os sintomas.”
Ralo a baixo
Portanto, a Cannabis era sua última alternativa. “Encontrei um ortopedista prescritor aqui em Florianópolis e ele me elaborou um laudo. A partir dos exames e de toda minha anamnese, prescreveu o óleo de CBD e o de THC.”
Borges se refere ao ortopedista e traumatologista Marcos Pereira Dias. “O CBD, duas vezes ao dia, e o THC só de noite, porque eu ficava com a qualidade de sono extremamente prejudicada. Desque que o problema começou, não conseguia dormir por causa da dor. Não sei dizer a intensidade, mas de 1 a 10 era dez. Fiquei quatro noites sem dormir e foram os óleos de CBD e THC que eliminaram isso.”
“Finalmente, eu não tenho mais nada de dor. Quanto às medicações psicotrópicas, eu tive a satisfação pessoal de botar todos os comprimidos, que eu gastei uma grana para comprar, no vaso sanitário.”
Agora, aos 62 anos, Borges celebra. “Gastei uma fortuna com médico que só queria me meter o bisturi e hoje eu tô com qualidade de vida. O óleo tem me feito um extremado trabalho de reequilíbrio do meu sistema imunológico e eu não sei mais o que é aquela dor horrorosa.”
“Atualmente, faço tratamento para manutenção da qualidade de vida e física. Voltei a andar de bicicleta, uma coisa que não havia no meu horizonte. Os médicos tinham proibido. Faço pilates duas vezes na semana, cuido do que eu estou comendo, porque o peso é preponderante no meu problema de coluna.”
Pequenas grandes coisas
“Atualmente, faço coisas que eu jamais conseguiria, se estivesse sendo tratado de forma tradicional. Os médicos ortopedistas e neurocirurgiões especializados em coluna jamais me liberariam para cuidar de plantas, como eu cuido, varrer quintal, lavar o carro.”
“Em outras palavras, não podia fazer pequenas coisas, as mais basais, que qualquer ser humano faz, como caminhar apressado, porque a chuva está caindo e vai molhar a roupa no varal. Pegar o carro e dirigir, nem em pensamento, e hoje eu estou conseguindo. Estou sem dor desde junho do ano passado. A dor é zero.”
“Com os outros medicamentos, eu tinha efeito rebote. Ficava horas empregnado, mas no outro momento me dava crise, insônia, que me levavam para a depressão. A Cannabis conseguiu reequilibrar tudo.”
Cannabis sutil
Atualmente, Marco estuda para dar entrada no processo judicial, que lhe garanta o direito de produzir seu próprio medicamento. “É um absurdo o que fazem com o cidadão nesse país e no mundo inteiro. Ninguém merece sentir dor e sofrer assim.”
“Eu não gosto nem de lembrar da maldita dor, mas foi o que me impulsionou a voltar para a Cannabis. Nunca imaginei ter a Cannabis como remédio. É um paradoxo muito grande. A minha luta é para que essa perspectiva se expanda e sei que não vai ser da noite para o dia.”
“Eu convivi a vida inteira com a dor dos outros e, de repente, quando eu descobri que eu precisava de auxílio para minha própria dor, a Cannabis me veio de forma muito sutil e resolveu e vai continuar resolvendo meu problema.”
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