Embora médicos conservadores ainda insistam em negar as evidências clínicas, a Cannabis medicinal é uma realidade. Um caminho sem volta, como costumam repetir os profissionais progressistas. O caso da jovem anestesiologista Luana Cunha de Oliveira. Aos 32 anos, sendo dois de atuação em sua especialidade, escutou sobre a Cannabis medicinal pela mídia, em casos de epilepsia refratária. Como não costumava lidar com esses casos, não colocou muita atenção.
“Nunca tinha conhecido ninguém que fizesse uso da medicação.”
Até que conheceu. Uma paciente sua com fibromialgia, transtorno de pânico, depressão e enxaqueca. “Ela tomava remédios crônicos para a dor e já não tinha mais vontade de viver.”
Até que começou o tratamento com Cannabis medicinal. “Eu não sabia desse efeito como potente analgésico no tratamento de dor crônica, que é minha área de atuação. Eu, que estou lidando com dor o tempo todo, fiquei impressionada com o relato e decidi me aprofundar.”
A prática como anestesiologista
Buscou o curso com certificação da WeCann Academy, uma comunidade global e centro educacional em medicina endocanabinoide.
“Fiquei bem empolgada. A Cannabis é maravilhosa porque é uma coisa totalmente nova e que a gente não tinha conhecimento. Eu tenho me impressionado com a quantidade de patologias que a gente pode tratar com essa medicação.”
“O que mais me surpreendeu foi o fato de ser uma medicação que não tem muitos efeitos colaterais, quando comparada com os outros tipos, como opioides. Eles têm uma potência boa, mas tem muito efeitos colaterais. o paciente fica constipado, cria tolerância.”
“Os benzodiazepínicos podem causar perda de memória se usados a longo prazo. Então não são coisas que a gente pode usar de forma contínua sem que a gente pague um preço. Já os canabinoides não. A gente sabe que os efeitos colaterais são baixíssimos e costuma ter bons resultados com doses baixas.”
“Já tenho atendido pessoas desde os 80 e poucos anos até criança de sete anos, autista, e em todos os casos eu tenho bons resultados. Então tenho me animado bastante para seguir em busca desse conhecimento na prática.”
“Tenho pacientes com enxaqueca crônica, que tomava anticonvulsivante, analgésico, opioide, e não melhorava de jeito nenhum. Começaram a fazer uso da Cannabis medicinal com efeitos excelentes, inclusive tem ajudado com o sono.”
“No hospital, a gente vê pessoas próximas, funcionários, colegas, que estão fazendo o uso da medicação e estão conseguindo melhorar bastante a qualidade de vida.”
“Muito promissor”
A anestesiologista explica que a Cannabis atua em diversas patologias devido à sua atuação junto ao sistema endocanabinoide. “É algo que todos nós temos e, em algumas patologias, está descompensado. Ele vai atuar não de forma isolada. Vai atuar refletir sobre a liberação ou não de diversos tipos de neurotransmissores.”
Sendo assim, terá uma ação sobre a dor crônica de forma diferente dos demais medicamentos. “O opioide vai inibir a sensação de dor, já os canabinoides, principalmente o THC – que sofre preconceito por sua psicoatividade, mas em doses baixas é muito seguro -, vai modular nossa percepção da dor.”
“A pessoa vai sentir aquela dor, mas não vai incomodar tanto quanto antes. A gente tem visto pacientes oncológicos, que têm dor insuportável, tem refletido em uma melhora muito importante para a qualidade de vida.”
“Diminuindo o uso de opioides crônicos, consequentemente reduz todos os efeitos colaterais dessas medicações. Isso tudo é muito promissor para diversas áreas da medicina.”
O futuro da Cannabis
“O próximo passo é que seja utilizada de forma preventiva. Acredito que as pessoas vão começar a tomar antes de ter os sintomas. Ajuda no desempenho físico, é ótimo para recuperação muscular, principalmente para atletas. Tem uma ação nos ciclos de sono e faz com que as pessoas consigam dormir melhor.”
“Acredito que muito brevemente, ainda não tem estudos concretos sobre isso, mas na prevenção de doenças neurológicas, como Alzheimer. Por sua ação anti-inflamatória no sistema nervoso, eu acredito que, em alguns anos, as pessoas vão começar a tomar o CBD como suplemento, não só quando tiverem cometidos de uma patologia.”
A crença da anestesiologista na Cannabis também atinge sua especialidade. “Eu sonho com os pacientes fazendo uso da medicação antes das cirurgias para diminuir o consumo de opioides no pós-operatório.”
“Acredito que, daqui um tempo, a gente vai conseguir ter trabalhos sobre isso e vai fazer uma coisa preventiva. Antes de ter aquele estímulo, o paciente já vai estar preparado para aquele trauma. A cirurgia é um trauma.”
“Só melhorar”
Por todos esses motivos, ela observa que a aceitação sobre a Cannabis medicinal avança rápido. “Em minha experiência, eu tive muito boa aceitação, tanto da parte dos colegas como dos pacientes e familiares.”
“Acho que tá mudando muito rápido. Acredito que a mídia está sendo muito favorável, divulgando diversas informações positivas, relatos positivos, tanto na internet como na televisão.”
“Particularmente, eu não tenho visto preconceito. Acho que é uma coisa que mudou muito de um ano para cá e a tendência é só melhorar.”
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