Não fosse a opção pela atuação como empresária, provavelmente a médica especializada em acupuntura e integrante do Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI) Karla Arana teria um rumo bem diferente.
Formada em medicina no ano de 1991, deixou a profissão de lado para se dedicar à vida de empresária do ramo imobiliário. Vinte anos mais tarde, com os filhos crescidos, retornou à medicina com uma outra visão.
“A medicina é muito especializada. Cada vez mais o pessoal está sabendo muito sobre um pedaço cada vez menor do corpo. Acupuntura é uma área que eu consegui ver o paciente como um todo. Ver como um ser humano.”
Cannabis e acupuntura
Buscou uma especialização em acupuntura e atender seus pacientes, com a grande maioria composta por idosos com quadro de dor crônica. “Foi em 2018, em um simpósio de dor, onde a acupuntura foi destaque, que ouvi pela primeira vez em Cannabis e achei bem interessante.”
A determinação de estudar o sistema endocanabinoide veio pouco depois. “Minha mãe teve um ataque de colite e ficou muito mal, com sangramento e muita dor abdominal.”
“Nós estávamos nos EUA e lá a Cannabis já é muito usada. Uma amiga disse que a filha toma. Ela estava com muita dor e tomou um contador inteiro. Claro que teve um mal-estar. Busquei me inteirar para poder tratar melhor minha mãe.”
Diante do resultado positivo, buscou se aprofundar no tema com cursos e pesquisas. “Vamos ver a parte médica. Ver o que funciona e quais os mecanismos de funcionamento. Não ficar no achismo.”
Agregar
Logo, a Cannabis já figurava como mais uma opção terapêutica fornecida por Arana aos seus pacientes. “Idoso tem muita dor e acaba levando à depressão. Vi que seria bem interessante agregar junto com acupuntura, a Cannabis, e estou bem satisfeita com os resultados.”
De acordo com Arana, acupuntura e Cannabis são estratégias complementares. “A acupuntura aumenta a produção de endocanabinoides. Ela funciona fazendo com que nossas células aumentem a produção de neurotransmissores.”
“Com a idade, a gente vai perdendo a produção de neurotransmissores e dos endocanabinoides. Quando você repõe os canabinoides, tem melhor atuação de neurotransmissores e você vê que o paciente dá uma levantada mais rápido.”
“Você vê que melhora muito o humor, a disposição, energia. O paciente fica mais ativo. A parte de cognição dos pacientes, você vê uma melhora. Estimula a fazer atividade física, a parte social, a vontade de integrar novamente a sociedade.”
“A gente não consegue eliminar a dor 100%, até porque a maioria tem artrose, mas tem qualidade de vida. Não deixa que a dor tome um tamanho maior do que ela deve ter dentro da vida deles.”
“Às vezes, os filhos vêm e dizem que a mãe melhorou de humor, tá mais participativa, tá interagindo. Tá mais alegre e não fala só de doença. Melhora a convivência familiar.”
“O idoso acaba sendo excluído e só tem atenção quando está doente. Não quer melhorar porque perde a atenção. Quando a gente mostra que existe outro jeito dele ter atenção da família, que é bem mais gostoso para todo mundo, ele também se dedica mais ao tratamento.”
Sem pílula dourada
“Um grande problema que eu tenho é explicar que a Cannabis traz benefícios, mas ela não vai acabar com 100% da dor e ele vai voltar a ser feliz como era antes de ser viúvo. Vai melhorar a qualidade de vida, mas não é a pílula dourada que vai resolver todos os problemas dele.”
“É uma muleta. Um coadjuvante que vai ajudar no todo. Acaba não sendo a terapia principal, mas é uma ferramenta para o paciente ter melhor condição de vida. É mais uma ferramenta, como a acupuntura e os alopáticos. Você não exclui, você agrega para melhorar a vida do paciente.”
“Eu acho que a Cannabis, daqui pra frente, só vai ganhar mais espaço. Os colegas estão sendo fomentados com material científico e os pacientes entendendo que mais uma muleta que vai ajudá-los no dia-a-dia.”
“Seria muito interessante se a gente conseguisse difundir entre os alunos de medicina, para que tenham um entendimento do fitoterápico para que conseguissem ir agregando em suas rotinas.
“Daqui pra frente eu vejo um futuro muito aberto e um campo muito promissor, pois, a hora que fomentar esses jovens médicos com material didático científico, eles vão ficar confiantes e entender que a Cannabis é uma grande aliada no tratamento de rotina dos pacientes.”
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Ela também é médica do Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI). Um grupo de médicos de diversas especialidades voltado para o estudo, pesquisa, desenvolvimento e aprimoramento das práticas clínicas de Cannabis medicinal e Medicina Integrativa.
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