Praticar caminhadas sempre foi o hobby favorito de Isabella Diniz Duarte. Com pouco mais de 40 anos, percorria até 12 quilômetros todos os dias. Aos poucos, porém, sentia que o desempenho já não era o mesmo. Passou a sentir um cansaço anormal, dores, irritabilidade e dormência nas pernas que a incomodava muito.
De início, pensou ser o calor. As altas temperaturas de Anápolis, em Goiás, onde vive, é um desafio para qualquer esportista, mas o clima ficou mais ameno e nada do incômodo sentido por Duarte passar.
Decidiu, então, que era hora de procurar um médico. “Eu comecei na ginecologista, porque eu achava que era má circulação, depois eu fui para um clínico geral, depois eu fui para o ortopedista.”
“Em 2006, o ortopedista falou: ‘não descobri o que você tem. Você não tem nada’. Mas como? eu passo muito mal. Muita irritabilidade, muito cansaço, dormência. Nem dormir eu consigo mais.”
Sem saber direito mais o que fazer, recomendou um exame de ressonância magnética. “Eu saí do exame e ele me disse para procurar um neurologista, que estava com uma doença autoimune.”
O diagnóstico de esclerose múltipla
Somente dois anos depois do início dos sintomas, em 2006, Duarte descobriu que os sintomas que sentia eram causados pela esclerose múltipla. “A minha esclerose, nunca foi típica. Normalmente as pessoas quando tem um surto da esclerose vem acompanhado da perda da visão ou visão dupla, e nunca tive isso.”
Deu início ao tratamento com alopáticos, mas nada ajudava no controle de seus sintomas. “Todos os tratamentos tradicionais têm muito efeito colateral. Com o corticoide, você engorda, fica inchada. Com os imunossupressores, suas células de defesa vão lá para baixo, então fica suscetível a qualquer infecção.”
“Aí você tem problema de dor de cabeça, queda de cabelo. A longo prazo, tem problema renal. Tudo isso é um agravante para a doença.”
“O povo fuma maconha”
Ainda em busca de um tratamento que lhe servisse, em 2008, marcou uma consulta com um renomado especialista em esclerose múltipla de São Paulo. “Eu falei: ‘o que eu faço para conseguir andar melhor e tirar as dores. Ele falou: ‘olha, hoje o povo fuma maconha.”
“Eu quase caí para trás. Você vai em um especialista, para uma consulta com um valor elevado, e ele vem me dizer isso. Me veio aquele preconceito e eu falei que no Brasil era proibido.”
“Ou você fuma ou tenta importar do Canadá o óleo. Mas, na época, eu não tinha como importar.”
Seguiu a recomendação do médico. “Quem tem esclerose, tem muita dor. Para se deslocar, caminhar, você tem muita dificuldade. Com o uso da Cannabis, as dores diminuem e você consegue um melhor deslocamento.”
Assim, passou a buscar outras formas de melhorar sua qualidade de vida. “Quando você tem uma doença desse nível, tem que se perguntar o porquê está com isso e tentar achar um monte que você vá conseguir ficar bem.”
“Eu faço várias terapias alternativas. Osteopatia, fisioterapia, acupuntura. Cuido muito da minha parte espiritual, faço cursos de pensamento positivo. Faço exercícios todos os dias, mudei minha alimentação. Você tem que levantar e saber que é mais um dia e tenho que me esforçar, pois vai ser bom pra mim.”
A busca pelo medicamento
Até 2012, seis anos após o diagnóstico, Duarte seguia praticando suas caminhadas. A progressão da doença, no entanto, foi implacável. “Apesar da dor, irritabilidade, dormência, eu ainda conseguia correr. O que afetou minha qualidade de vida é que eu comecei a cair muito e tive que parar.”
“Sou farmacêutica de formação, mas trabalhava numa instituição de educação. A minha pinça fina, principalmente para escrever em quadro ou fazer alguma coisa, teve alteração e foi prejudicada.”
Diante da situação, decidiu buscar o óleo a base de Cannabis para seu tratamento. “Eu comecei a comprar de mercado ilegal e usar, mas eram os olhos muito ruins.”
Algum tempo depois, teve a oportunidade de adquirir o medicamento de Cannabis nos EUA, o que já lhe proporcionou uma melhora. Mais recentemente, porém, com maior facilidade de acesso aos produtos e acompanhamento de um médico com experiência na prescrição de Cannabis, que Duarte pode, enfim, sentir todo seu benefício terapêutico.
Tratamento para esclerose
“Desde 2008 eu faço o uso da Cannabis, mas, de um tempo para cá, eu considero que achei os melhores produtos. Tem até pomadas, que eu particularmente adoro, principalmente para espasmos musculares.”
“Para mim, especificamente, com o uso da Cannabis, a dor vai embora, a fadiga melhora muito e os espasmos diminuem quase 100%. Você consegue caminhar distâncias longas, que era um dos problemas mais graves que eu sentia na esclerose.”
Atualmente, aos 57 anos, Duarte retornou às suas rotineiras caminhadas, embora ainda fique longe dos 12 quilômetros de outrora. “Me limito a caminhar dois ou três quilômetros. Não é o tanto que eu gostaria, mas, graças a Deus, estou caminhando.”
“A Cannabis também dá uma relaxada. Todo mundo que tem esclerose é muito nervoso, ansioso, e ela te dá uma abaixada nisso e te deixa mais relaxado.”
“Tem a gente”
Diante da própria experiência, Duarte se revolta com as tentativas de limitar o acesso ao medicamento. “Eu fico impressionada com esses retrocessos. Vários países já liberaram e o Conselho de Medicina vem dizer que não tem estudos. Pode não ter estudo, mas tem a gente para comprovar o tanto que melhora. Ainda existe muito preconceito.”
“Eu digo para as pessoas que, com o óleo de Cannabis, você vai se sentir melhor e não vai ter efeitos colaterais. É uma planta que Deus nos deu e vai trazer benefícios. O pessoal fica querendo tomar medicamentos que vão melhorar o equilíbrio, tira a dor, mas pioram tanto em outras coisas que não vale a pena tomar.”
Agende sua consulta
Você não precisa mais passar por todos os desafios enfrentados por Isabella Duarte para dar início ao seu tratamento com Cannabis medicinal. Atualmente, o acesso foi facilitado e o primeiro passo é marcar uma consulta com um médico prescritor.
Para facilitar ainda mais, o portal Cannabis & Saúde mantém a plataforma de agendamento. Nela, você encontra mais de 200 médicos, de diversas especialidades, e experiência na prescrição de Cannabis.