Apesar de ser neurocirurgião, o médico Gustavo Valadão atende a todas as patologias neurológicas e conta como a Cannabis entrou em sua rotina
Ao longo de mais de duas décadas, o neurocirurgião Gustavo da Fonseca Valadão já atendeu às mais diversas patologias neurológicas, nem sempre com indicação cirúrgica. De enxaqueca a esclerose múltipla, munido de um amplo arsenal terapêutico, com medicamentos alopáticos com eficácia comprovada.
No entanto, não é sempre que essas opções de tratamento e manejo dos sintomas funciona. Em muitos casos, a condição do paciente segue piorando e é papel do médico estar sempre atentos a alternativas que possibilitem uma melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Quando foi apresentado à Cannabis medicinal, Valadão lidou como faria com qualquer outra opção de medicamento. Analisou as evidências científicas a respeito, passou a estudar e, aos poucos, começou a prescrever para alguns de seus pacientes.
“Eu não tive qualquer tipo de preconceito.”
O neurocirurgião e a Cannabis
Apesar de já prescrever a Cannabis medicinal há cerca de um ano, começou a experimentar com amigos que, sabendo da novidade, o procuraram para dar início à terapia canabinoide.
“Um teve diarreia, eu tentei reduzir as doses, mas eu tive que descontinuar a medicação”, conta. “Com outro foi diferente. Tive uma paciente mais idosa, com um quadro de ansiedade e depressão, que eu tive uma boa resposta.”
“Inclusive, teve um resultado surpreendente. Até fiquei bobo de ver uma resposta muito rápida. Em dois dias de uso da medicação, a pessoa mudou de uma forma absurda. Com isso, a família dela se interessou e estamos começando a terapia com outras pessoas.”
Valadão ainda se considera um iniciante na prescrição de Cannabis medicinal, mas já pode ver bons resultados em casos de ansiedade e depressão, mas não só.
“Eu já percebi que, no controle de sintomas relacionados a alguma doença, como por exemplo, na esclerose múltipla. Não tem evidências Classe 1 que fala que é bom para esclerose múltipla, mas você pega o cara psicologicamente abalado por causa da doença e vê uma melhora.”
Ressalvas
Para ele, o principal entrave ainda é o preço do medicamento com fitocanabinoides. “É um custo muito alto”, afirma. “Embora tenha boas respostas, não é para todo mundo que estou passando. Acho que antes você tem que tentar uma droga que seja mais barata. Como primeira escolha, eu acho complicado.”
É o benefício vivenciado pelo paciente que vai determinar por qual abordagem terapêutica Valadão irá seguir. “Por exemplo, passei um antidepressivo, fluoxetina, no meu consultório e o paciente falou que está indo muito bem, então eu considero uma boa resposta. Assim como considerei que tive boa resposta com o uso do CBD e do THC.”
“Às vezes você esgota as possibilidades, então é uma alternativa diferente. Você passa vários antidepressivos para o doente, e não responde com nenhum. Então eu considero a possibilidade do uso do CBD e THC.”
Preconceito
Para Valadão, o único caminho é seguir conhecendo mais o sistema endocanabinoide e a Cannabis medicinal. “Tem que buscar sempre se inteirar melhor da literatura. A literatura parece ser bem promissora, embora ainda não seja Classe 1. Muita gente que tem preconceito tem mais desinformação que informação.”
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