Há 8 meses prescrevendo Cannabis, o residente em medicina de família Gilberto Pannunzio se diz maravilhado com os benefícios do tratamento
Ainda na faculdade, a visão do médico Gilberto Pannunzio sobre a Cannabis medicinal vinha do que observava em filmes na Califórnia: o paciente chega no consultório e pega a prescrição para adquirir as flores para usar de forma recreativa. Formado na Universidade de Uberaba, Minas Gerais, só começou a entender a dimensão real dos medicamentos de Cannabis um tempo depois, durante sua residência em medicina de família em João Pessoa, na Paraíba.
“Um professor meu, preceptor da residência, trabalhava com a Cannabis e começou a me dar todas as dicas, ensinar como funcionava. Aí eu comecei a estudar mais a fundo e ver como funcionava de verdade. Surtindo efeito para várias doenças, bem diferente daquela visão mais restrita que eu tinha daquele modelo dos EUA.”
Pannunzio fez cursos e, há 8 meses, antes mesmo de concluir a residência, começou a prescrever. “Agora estou no segundo ano da residência e a medicina de família é uma área que abrange tudo. A gestão da saúde de crianças a idosos na atenção básica”, conta.
“Comecei a estudar e a prescrever. Foi a prática que me deu a maior base. Comecei com alguns casos mais leves, tratando ansiedade, insônia, dor, mas hoje já atendo de tudo. Todos os casos que aparecem, como autismo, tenho alguns casos oncológicos também.”
Cada paciente atendido só fez crescer sua confiança no potencial da Cannabis medicinal. “Os resultados estão sendo fantásticos. Cada vez mais boto fé nesse tratamento. Os relatos, o feedback dos pacientes são sensacionais. Muito além do que acreditava que era a Cannabis.”
“Casos que a gente não conseguia tratar, como Alzheimer, autismo, que não tem uma resposta muito boa, e é incrível. Pessoas que não respondiam a remédio nenhum, com 20 anos de dor crônica, em poucas semanas dão uma resposta super positiva. Eu sou apaixonado mesmo.”
Encanto ainda maior vem quando começa a comparar com os remédios convencionais alopáticos. “medicamentos como clonazepam, rivotril, opioides são um problema. Ninguém gosta de receitar esses medicamentos porque viciam muito e dão muito efeito colateral a longo prazo”, explica. “Quando você vê, a pessoa está há 20 anos usando aquilo e é muito difícil de tirar. A pessoa fica mal, mas já não dorme sem ele, por exemplo.”
“Com a Cannabis você traz muito menos prejuízo. A pessoa relata que ficou mais tranquila, dormiu bem, acordou bem. Você nota a diferença. Não acorda ressaqueado igual com os benzodiazepínicos. A Cannabis tem um efeito muito bom, principalmente para ansiedade, insônia, mas com muito menos efeitos colaterais do que esses remédios controlados.”
O médico conta que não precisou experimentar muito para observar na prática os benefícios do tratamento canabinoide. “Minha terceira paciente usava uma série de remédios. Tomava três ou quatro antidepressivos e mesmo assim estava muito mal de ansiedade”, lembra.
“Duas ou três semanas depois, ela mandou uma mensagem falando que estava muito melhor. A ideia era reduzir aos poucos os medicamentos, mas ela, por conta própria, resolveu tirar todos de uma vez e ficou super bem. Hoje ela é outra pessoa e ficou muito grata. Tanto que manda a família inteira para se consultar comigo.”
Sua confiança na Cannabis é tanta que, em casos mais leves, é sua primeira opção de tratamento. “Esses dias chegou um paciente que estava com ideação suicida. Nesse caso, recomendei que buscasse um psiquiatra para tratar os surtos. Mas, se chega uma criança autista, que não toma medicamento nenhum, já entro com a Cannabis. è um medicamento com baixo perfil de risco então a gente tenta. Se não funciona, busco outras abordagens.”
“Quem não prescreve como primeira opção, geralmente fala que é por não existirem muitas evidências científicas. As evidências existem. Às vezes não tem o teste duplo cego e tudo que a ciência pede, mas é porque ainda não deu tempo. Foi muito tempo ilegal então não deu para desenvolver muitos estudos. então a gente junta as evidências que já existem com a prática, que está trazendo bons resultados.”
Ele acredita que, conforme novos estudos surgirem e mais pessoas sentirem na pele os benefícios, o preconceito em relação à Cannabis será dissolvido. “Quando uma pessoa que tem restrição com o medicamento observa os resultados em um paciente com insônia, ansiedade, a chave muda. Estamos acostumados a ver a Cannabis de forma muito pejorativa pois a maioria não conhece a parte medicinal. À medida que o tempo for passando, quanto mais gente for postando, as notícias falarem dos benefícios, as pessoas vão abrindo a mente.”
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