Uma epidemia de zika vírus assolou o Brasil entre os anos de 2015 e 2016. Transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti, gera sintomas semelhantes ao da dengue (transmitida pelo mesmo vetor), como febre, dores no corpo e mal-estar, mas carrega um agravante.
Se contraído durante a gestação, pode acarretar em uma condição chamada de microcefalia no bebê. A doença provoca uma má-formação em que a cabeça do recém-nascido é menor que a das demais crianças, com diversos sintomas neurológicos. zika
Francisca Fabiana da Silva, e sua filha Taís, algumas das vítimas da doença. Francisca construiu o zika vírus em 2016, quando estava com dois meses de gestação.
O impacto do zika vírus
Quando completou oito, Taís nasceu com microcefalia. Como consequência, desenvolveu paralisia cerebral e baixa visão. As dificuldades cresceram quando já chegava aos dois anos de idade, com irritação constante e muito choro.
Em consulta aos médicos, todos diziam ser um comportamento normal. Até que um eletroencefalograma demonstrou o contrário.
O choro era o sinal de que a criança estava tendo uma convulsão, embora não chegasse a apresentar os típicos tremores. Foi diagnosticada com síndrome de síndrome de Lennox–Gastaut.
A enorme frequência, que chegava a cem por dia, passou a agravar cada vez mais o quadro de Taís. “É muito desesperador ver a criança tendo várias convulsões.”
A alternativa Cannabis
A medicação com Depakene (ácido valpróico) não trazia qualquer resultado e Francisca passou a buscar informações. Em um grupo de mães de crianças especiais, começou a escutar comentários de que o canabidiol ajudava a controlar crises em casos de epilepsia refratária.
“Remédio de farmácia, a longo prazo, estraga o fígado. Dizem que dá até cegueira parcial na criança. Eu queria fugir disso. Tem crianças que têm epilepsia refratária que toma cinco a seis medicamentos de farmácia e eu não queria isso minha filha.”
Só tinha um problema: o preço. Em 2018, o acesso ao medicamento era mais difícil que na atualidade e, sem condições, contou com o apoio de uma associação de pacientes e acompanhamento do clínico geral Vinícius Mesquita para obter o medicamento.
Os benefícios do tratamento com Cannabis
“Na época, eu não tinha como importar e comecei com a Cannabis artesanal que a associação me dava. Nos primeiros dias que estava tomando, já vi a diferença. Ela ficou mais calma, deu mais fome. Eu estava até querendo colocar GTT (sonda alimentar), mas aumentou o apetite dela, ela engordou e não precisou.”
As crises começaram a diminuir, mas o benefício principal veio depois, quando conseguiu adquirir a medicação importada. “De cem crises que ela tinha por dia, diminuiu para umas três por mês. A gente ficou atrás de um remédio para controlar as crises e a única coisa que melhorou foi a Cannabis.”
“Melhorou a imunidade dela. Ela vivia doente, teve três pneumonias, mas graças a Deus, nunca mais teve. Ficava muito irritada, chorava muito, e ficou bem mais calma. Consegue olhar pra gente, focar a atenção dela. A gente consegue ficar tranquilo com ela, brincando, então está bem melhor.”
“Ela é mais alerta”
Para Francisca, o desenvolvimento de Taís, hoje aos seis anos, seria maior se tivesse a possibilidade de fazer mais terapias que a estimulassem. “A gente não tem dinheiro para pagar tratamento para ela. Faz só duas vezes por semana, pelo SUS. A gente tenta fazer em casa, mas não é a mesma coisa.”
Mesmo assim, quando compara com outras crianças em situação semelhante, fica animada. “A gente vê que não é aquele tipo de criança que fica dopada. Que só vive parada, dormindo. Ela não é assim. É mais alerta. Quando falo com ela, dá para ver que tem um entendimento.”
O desafio de Francisca e sua filha, no entanto, segue. “A gente tinha a autorização para importar por dois anos, só que venceu. Fui pedir de novo, mas não chegou ainda. A gente teve que comprar de associação, mas, quando der, vou importar de novo. O importado funciona melhor.”
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