De repente, diante uma situação de estresse no trabalho, a visão de Flávia Aparecida Castellano ficou turva. Sentia dificuldade de respirar e perdeu a noção de espaço. “Eu não sabia direito onde estava a parede. Foi bem horrível. Fiquei desesperada, com vergonha, e me tranquei no banheiro da empresa. Esperei passar porque eu não sabia o que estava acontecendo.”
O ano de 2013 marcou o primeiro de inúmeros ataques de pânico que passaram a virar rotina na vida de Flávia. “Eu nunca tinha feito tratamento psiquiátrico. Fui em vários que só me medicaram e fiquei pensando: eu não vou colocar isso para dentro porque não sei depois como vai ser.”
Uma espécie de pressentimento, desmontado ao buscar um especialista com renome e experiência. “Uma psiquiatra caríssima que me virou do avesso, fez um monte de exame, e falou: você vai fazer este tratamento.”
Calmantes e antidepressivos
Assim começou sua história com calmantes e antidepressivos. Os medicamentos alopáticos deram resultado. “Fiz dois anos de tratamento e, que legal, não tive mais crise de pânico. Estava bem e parei de tomar. Essa foi a pior decisão que já tomei, porque voltou muito pior.”
O que, antes do tratamento, era uma crise de pânico por semana, se multiplicou. Chegou a três crises por semana. “Na pior delas, eu tava dormindo no sofá um dia, acordei e fui para a cama. Quando cheguei, senti o meu sangue circular no meu corpo inteiro”, lembra.
“Era como se eu tivesse a percepção de todo o caminho que o sangue tava fazendo até chegar na minha cabeça e, quando chegava, parecia que minha cabeça ia explodir pela pressão. Sentia um aperto no peito e uma dificuldade para respirar.”
Flávia achou que iria morrer. “Deve ser um AVC. Eu morava sozinha e fiquei pensando quanto tempo que minha família vai demorar para me achar. Eu lembrei que eu tinha um calmante sobrando lá do outro tratamento que eu tinha feito e, se for para morrer, vou morrer tranquila.”
Ela, que sempre tomou, no máximo, um quarto do comprimido, tomou um inteiro de uma vez, e dormiu. “No outro dia, liguei para psiquiatra e ela falou que foi a melhor coisa que eu podia ter feito. Comecei tudo de novo o tratamento e foi muito lento até as crises pararem.”
Vício em calmantes e antidepressivos
Deu certo, novamente ficou bem. Conseguiu se livrar dos calmantes, um tempo depois, dos antidepressivos, e seguiu com sua vida. Até que chegou a pandemia. “Eu sou gerente financeiro de uma rede restaurante e fechou tudo. A gente não sabia se a empresa ia sobreviver e tive que conversar com 450 pessoas para mandar embora. Foi um horror.”
“Começou tudo de novo. Não é possível. Como eu já sabia o que ia acontecer, comecei logo a tomar os remédios e foi mais tranquilo. Depois de dois anos em tratamento, a médica começou a falar que, já que estava bem, era hora de retirar os medicamentos.”
“Só que quando ela falou, eu já meio que pirei. Eu falei: meu Deus do céu, lá vou eu ficar sem dormir de novo, ter ataque de pânico de novo.”
Enquanto lidava com seu drama pessoal, sua mãe foi diagnosticada com Alzheimer. Em busca de um tratamento para ela, encontrou a possibilidade de utilizar a Cannabis medicinal. Buscou uma neurologista, que apontou se tratar de um quadro de demência, não Alzheimer.
“A neuro disse: se a sua mãe tivesse a alteração de humor, uma depressão muito grande, poderia ajudar bastante, mas eu acho que não é o caso. Vamos tentar com outro remédio.”
Ao escutar a explicação da médica, porém, Flavia pensou em sua própria condição. “Se o canabidiol é muito bom para isso, por que eu não tento usar para desmamar dos antidepressivos?”
A alternativa da Cannabis
Pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, buscou o contato de um médico que poderia orientar sobre seu caso e marcou uma consulta com o médico Paulo Rocha, coordenador do Instituto de Terapias Integradas (ITI).
“Ele falou: você é paciente psiquiátrico e você nunca vai abandonar essa condição. Quem passou por tratamento uma vez, a chance de voltar é muito grande. Eu já tinha isso no meu radar e ele só confirmou.”
Seu receio era abandonar os medicamentos alopáticos sem a garantia de que as crises de pânico retornassem, como aconteceu das outras vezes. Com a orientação do especialista, deu início ao tratamento com Cannabis medicinal e, aos poucos, começou a reduzir a dose dos antidepressivos.
“Eu sou uma pessoa depressiva, ansiosa, e já fiquei: meu Deus, quando eu parar o antidepressivo, o que vai acontecer? E não aconteceu nada. Eu estou maravilhosa.”
“Antidepressivo nunca mais”
“Eu não tenho mais a sensação de que vai começar um ataque. Mesmo tomando o antidepressivo, tinham certas situações que achava que teria que recorrer aos calmantes. Eu não precisei e tô ótima. Já faz três meses que eu tirei o antidepressivo.”
Aos 44 anos, finalmente pode ter uma noite tranquila de sono. “Eu nem acredito que eu durmo. Que eu deito na cama e durmo, porque isso era uma coisa que não acontecia. Dá 10 horas da noite, eu pingo minhas gotinhas e 10h40 eu vou para cama, durmo e acordo disposta no outro dia.”
“O antidepressivo me incomoda muito. Se eu tivesse que tomar pro resto da vida para não ter crise de pânico, eu tomaria, mas o que me incomoda é que você acaba não sendo mais você. Tem alguma coisa que se perde ali. Você meio que se perde um pouco.”
“Com a Cannabis não. Me sinto mais tranquila. Às vezes tem umas situações meio difíceis, uma reunião punk que eu sei que eu vou passar nervoso e o médico falou para tomar umas gotinhas antes. Eu tô fazendo isso e eu estou feliz da vida. Eu não pretendo voltar a tomar antidepressivo nunca mais.”
“Eu acredito que a Cannabis é o remédio do futuro por tanta coisa pode ser tratada. E é uma coisa natural. Não é essa coisa sintetizada, que a gente toma o tempo inteiro e nem sabe qual é a reação que isso vai ter dentro do nosso corpo a longo prazo. Prefiro tomar alguma coisa natural, que seja extraída de uma planta e espero que mais pessoas possam ter acesso a esse tratamento.”
Agende sua consulta
Quem se inspirou com a história de Flávia Castellano e também busca uma alternativa aos calmantes e antidepressivos, pode seguir seu exemplo e buscar o acompanhamento de um médico especialista pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
Você pode marcar uma consulta com o médico Paulo Rocha, coordenador do Instituto de Terapias Integradas (ITI), ou qualquer um dos mais de 200 profissionais da saúde que integram a plataforma. Todos estão aptos a te acompanhar durante todo o tratamento canabinoide.