Foi em busca de alternativas que o médico reumatologista Felipe Omura teve seu primeiro contato com a Cannabis medicinal. “A medicina só tem me dado alegria, no entanto, às vezes, com tudo que temos à disposição, a gente não consegue ajudar o paciente da forma que a gente gostaria.”
“Principalmente em casos de dor, existem pacientes que nos deixam com a sensação de impotência. Está extremamente polimedicado, já demos tudo que possa imaginar de analgésicos, opióides e ansiolíticos, e segue sofrendo muito.”
Omura não estava só nesse sentimento. Tanto que, ainda em 2017, o núcleo de reumatologia do hospital em que trabalhava, o Sírio Libanês, em São Paulo, organizou uma palestra com a médica Ailane Araújo, referência em medicina canabinoide no Brasil.
“Naquela época , ainda era muito pouco falado. Eu confesso que era muito cético em relação à Cannabis, assim como grande parte da comunidade médica ainda é.”
“Tive algumas experiências, mas o acesso era muito dificultoso. Para conseguir, era demorado. A disponibilidade de produtos era muito escassa. Tinha só uma pasta que era ruim pra caramba. Então a experiência inicial não foi muito positiva, os pacientes não gostavam, e acabei abandonando a ideia.”
O retorno à Cannabis
No entanto, o tempo passou, a ANVISA facilitou o acesso aos produtos e à variedade deles, e as informações a respeito das propriedades medicinais da Cannabis começaram a propagar pela sociedade.
“Desde a pandemia, houve uma demanda crescente de pacientes. Com esse número crescente de questionamentos, comecei a olhar com outros olhos a questão da Cannabis.”
O reumatologista decidiu, então, que seria a hora de aprofundar mais nos estudos, fez um curso de prescrição com Ailane Araujo e, há um ano e meio, se tornou médico prescritor de Cannabis medicinal. “Estou tendo o prazer de descobrir uma nova medicina.”
Sua decisão por incluir de vez a Cannabis em seu arsenal terapêutico veio da experiência com uma paciente. “Ela tem um diagnóstico de artrite psoriásica, já tinha bastante acometimento nas mãos, só que tinha também a doença de Paget vulvar, que é como se fosse um câncer na vulva.”
“Eu ficava bastante limitado para usar qualquer tipo de medicação, pois tinha o risco de piorar muito a doença base. Com as medicações disponíveis, eu não tava conseguindo dar conforto à paciente.”
“Com menos de um mês de canabidiol, houve uma mudança em sua qualidade de vida. Ela já não conseguia fechar a mão de tanta dor e rigidez e chegou super feliz pois estava conseguindo fechar. Já está praticamente sem dor e foi um caso muito importante para acabar com meu receio em relação ao CBD.”
Cannabis e o reumatologista
“Eu comecei a presenciar e vivenciar com meus pacientes o benefício da Cannabis medicinal. Aqueles vários que eu já me sentia impotente, com alguns deles, em menos de um mês de uso já conseguiram ter uma melhora na qualidade de vida impressionante.”
“Acho que agora não tem mais jeito. A Cannabis medicinal veio para ficar e realmente já está beneficiando muita gente. Vários médicos, por conta do desconhecimento, acabam falando mal.”
“Acho que nenhum medicamento que a gente usa nos dias de hoje, como antidepressivos, ansiolíticos, analgésicos e opióides, tem a segurança do CBD. Acredito que a Cannabis pode ser um grande veículo para uma mudança na medicina.”
“Obviamente a gente precisa ainda de muitos mais estudos sobre a Cannabis, mas está sendo cada vez mais difundida e teremos mais apoio para uma evidência científica cada vez mais robusta.”
Ceticismo e aceitação
Se depender de seus pacientes, o caminho se mostra ainda mais promissor. “Se a gente for falar em porcentagem, 90% dos pacientes que eu proponho não tem nenhum preconceito. É muito bem aceito.”
Embora mais céticos, os médicos, aos poucos, seguem essa tendência. “Nos últimos meses eu tenho me deparado com uma aceitação maior. Eu não cuido sozinho dos pacientes e peço o aval para determinadas condutas, como tirar um remédio. A grande maioria não tem se oposto à Cannabis.”
“Os médicos já começaram a enxergar de uma maneira diferente. O ceticismo leva à paralisação e simplesmente fala que não funciona. Os médicos têm que entender que a gente tá lidando com uma planta. Muitos falam que não tem evidência, mas qual fitoterápico tem uma evidência robusta?”
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