A medicina sempre foi um desafio para Eleonora Santi. Diagnosticada com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) ainda aos oito anos, passou boa parte de sua juventude lutando para conseguir manter o foco e se concentrar nos estudos.
Somente aos 20 anos de idade, deu início ao tratamento com medicamentos alopáticos, que a ajudou a seguir seu objetivo de virar médica. Para que outras crianças não tenham que enfrentar as dificuldades que passou na infância, decidiu se especializar em pediatria.
“Mas eu me frustrei no caminho”, conta Santi. “Percebi que eu não prevenia, só tratava. Na área, eu não via o que pudesse fazer para que as crianças adoecessem menos e não precisassem ficar tomando tanto remédio.”
Pensando nisso, decidiu estudar medicina integrativa e ortomolecular. No entanto, sua própria condição demandava cuidado.
“As medicações alopáticas melhoram o foco, mas não comorbidades da doença, que são impulsos, reatividade, instabilidade de humor. Estava em um período deprimido, tinha me separado, estava muito triste e comecei a tomar antidepressivo.”
A Cannabis e o TDAH
Até que, na especialização, conheceu uma alternativa. “Quanto eu tive aula de Cannabis, vi como uma luz no fim do túnel para mim. Comecei a tomar a Cannabis por conta da depressão e consegui tirar o antidepressivo.”
Logo, porém, Santi percebeu que a Cannabis alcançou melhoras até então não esperadas.
“Eu consegui diminuir a medicação do TDAH, que eu tomava em dose muito alta. Fui fazendo o desmame e hoje, com dose mínima, consigo ter foco nos estudos, nas conversas, e tenho muito menos episódios de impulsividade e reatividade.”
“Eu comecei a fazer uso da Cannabis, tive resultado muito rápido e quis trazer para o meu consultório. Comecei a trabalhar com a Cannabis sob orientação dos meus professores e comecei a ter resultados incríveis no meu consultório.”
Logo em sua primeira paciente, a indicação do potencial de transformação na qualidade de vida que poderia proporcionar com a medicina canabinoide. “Ela tinha uma história de convulsão desde os 3 anos de idade, já tinha passado por vários neurologistas, feito diversos tratamentos, e não melhorava.”
Aos 60 anos de idade, a paciente era acometida por diversas crises epilépticas por mês que eram sucedidas por cerca de três dias de crise de ausência. “Ela não tinha praticamente vida normal. Chegou no consultório, a gente começou com Cannabis, e teve uma melhora que passou a ter uma convulsão em média por mês. Uma melhora abrupta.”
“Eu fiquei muito feliz. Foi um momento em que vi que tinha entrado em algo que iria me satisfazer como pessoa e como médica, ao trazer qualidade de vida aos meus pacientes.”
Cannabis e Medicina Integrativa TDAH
Logo Santi foi convidada a fazer parte do Núcleo de Desenvolvimento em Medicina Canabinoide e Integrativa (NDMCI), formado por um grupo de médicos de diversas especialidades, voltado para o estudo, pesquisa, desenvolvimento e aprimoramento das práticas clínicas de Cannabis medicinal e Medicina Integrativa.
“Já tenho mais de 60 pacientes desde que comecei a trabalhar com Cannabis (em maio de 2022) e todos os pacientes que deram continuidade ao tratamento estão dando respostas incríveis.”
“Os jovens procuram muito para ansiedade e os idosos para Parkinson. Tenho muitos pacientes de TDAH também porque falo muito sobre a minha condição nas redes sociais.”
Santi explica que não se trata simplesmente de receitar Cannabis medicinal, mas utilizá-la como parte de um tratamento que visa a melhora da qualidade de vida do paciente.
“Na abordagem da Medicina Integrativa, a gente vê o paciente como um todo. Não só como uma doença, mas corpo, mente e espírito. A gente tem que abordar o estilo de vida do paciente, traumas da vida, infância, alimentação. Tem que fazer uma anamnese bem detalhada do paciente. Não só naquele momento atual, mas de todo o passado dele para ver o que levou àquela doença.”
“A saúde como um todo”
“A Cannabis age de maneira natural em nosso corpo. Faz o equilíbrio do nosso organismo e pode ser associada a diversas patologias diferentes. O remédio alopático age direto em alguma doença ou sintoma, já a Cannabis vai melhorar a queixa do paciente, mas também a saúde como um todo.”
“Por exemplo, chega uma paciente com uma dor crônica da coluna. A gente vai tratar aquela dor, vai melhorar a dor dela e, ao mesmo tempo, a ansiedade, a depressão. A Cannabis também vai regular essas outras questões pois faz a regulação do nosso organismo inteiro.”
Mesmo diante das evidentes melhoras de seus pacientes, Santi compreende os médicos que ainda têm receio em relação à Cannabis. “Eu achei que fosse ter mais dificuldades com os pacientes, porque atendo muito idoso, mas são os médicos que mais questionam.”
“Eu acho super compreensivo porque ainda é uma novidade. Acho aceitável os médicos que não tem o conhecimento questionarem. Eu mostro o embasamento científico, mas cada um tem sua opinião. Não tento convencer ninguém. Eu tento esclarecer com artigos científicos e a maioria passa a aceitar e se interessar. ”
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