Ao longo dos seus mais de 25 anos de carreira, o médico ortopedista Werner de Almeida Leite, sempre teve um contato muito próximo com a dor crônica e, por isso, a busca por maneiras para proporcionar alívio eficaz aos seus pacientes sempre foi uma constante em sua trajetória profissional.
“A dor crônica é a patologia mais frequente no meu consultório. A maior parte dos pacientes já é portadora de dor crônica, e a causa muitas vezes não é tratável por meio de procedimentos cirúrgicos específicos.”
Entretanto, a abordagem convencional muitas vezes mostrava limitações, e alguns pacientes continuavam a enfrentar desafios significativos nesse sentido. Ao incorporar a Cannabis medicinal em sua atuação clínica, o médico encontrou uma alternativa promissora.
Nesse sentido, a Cannabis medicinal não apenas expandiu seu arsenal terapêutico, mas trouxe uma dimensão de significado à sua carreira. “A incorporação da Cannabis medicinal à minha prática médica trouxe uma verdadeira transformação. O que representou um marco significativo em minha trajetória, conferindo um novo significado ao meu trabalho. Anteriormente, enfrentava frustrações devido à lacuna no tratamento da dor crônica ortopédica.”
Cautela e paciência: fundamentos essenciais em sua atuação na prescrição de Cannabis
Foi durante o CABDOR, Primeiro congresso do Associação Brasileira de Dor Ortopédica , filiada à Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia ( SBOT) , que aconteceu em Brasília, no ano de 2022, que o médico teve seu primeiro contato com a Cannabis medicinal. Desde então, explora seu potencial terapêutico como uma alternativa real e promissora para complementar os tratamentos tradicionais.
“Identifiquei que a Cannabis poderia ser uma ferramenta muito valiosa, complementando as medicações e procedimentos usuais que aplico. Essa abordagem abraça o tratamento de diversas condições concomitantemente à dor crônica, como insônia, depressão, ansiedade e espasticidade. O diferencial está na natureza fisiológica desse tratamento, uma vez que nosso organismo produz naturalmente endocanabinoides. Assim, ao utilizar fitocanabinoides derivados da Cannabis medicinal, conseguimos uma abordagem terapêutica mais alinhada com os processos naturais do corpo.”
No entanto, o médico faz questão de reforçar que a Cannabis foi integrada em sua prática mas não de forma isolada, com o objeto substituir os métodos convencionais. Mas sim, agregar uma abordagem mais holística ao tratamento da dor crônica.
Durante sua especialização na WeCann Academy – Centro Internacional de Formação em Medicina Endocanabinoide -, o médico enfatizou que a Cannabis medicinal não substitui, mas complementa a medicação tradicional.
“O tratamento inicia-se mantendo a medicação existente do paciente, ajustando-a conforme necessário. O objetivo é reduzir gradualmente o uso de opioides e anticonvulsivantes, com a possibilidade de manter um antidepressivo quando necessário”, completa.
A importância de uma abordagem atenta e humanizada
Questionado sobre a relação entre dor crônica, ansiedade e depressão, o Dr. Werner enfatiza que essas condições frequentemente estão interligadas. E ressalta que a dor crônica é uma doença por si só e que seu tratamento, incluindo a cannabis medicinal, deve ser abordado de maneira humanizada, alinhando expectativas com os pacientes.
“O objetivo principal é fazer a pessoa se sentir bem de novo. Que a dor seja tolerável. Que não interfira no seu dia a dia. É esse que é o objetivo.”
Segundo ele, quando se trata de dor crônica, raramente lidamos apenas com a dor. Muitas vezes, ela está associada a distúrbios do humor, como depressão e ansiedade, além de problemas de sono. É uma condição multifacetada que exige uma abordagem holística.
“Quando você aborda esse tipo de paciente, não é possível focar apenas no joelho ou na coluna; é essencial enxergá-lo como um todo. Os tratamentos tradicionais muitas vezes não conseguem abranger todas as necessidades desse paciente.”
Nesse contexto, o médico reforça que uma abordagem atenta é fundamental:
“Acredito que é fundamental, em primeiro lugar, conhecer o nosso paciente, compreender a sua essência. Identificar quais são as verdadeiras necessidades desse paciente. Às vezes, ele pode apresentar uma dor específica, mas o problema mais significativo pode ser relacionado ao sono. Compreende? Portanto, talvez seja necessário abordar inicialmente a questão do sono. Pode ser uma questão de equilíbrio, onde um óleo com propriedades relaxantes, especialmente voltado para promover o sono, pode ser mais indicado. Outras vezes, ao lidar com uma paciente que apresenta espasticidade, é possível que um óleo com maior teor de THC seja mais eficaz. Então, é crucial compreender as expectativas do paciente gradualmente com uma abordagem cuidadosa, levando em consideração o ritmo da pessoa e permitindo que a aceitação se desenvolva de forma natural”
Os avanços no bem-estar de pacientes em tratamento com a Cannabis medicinal
“Um dos momentos mais significativos da minha experiência com a Cannabis medicinal foi testemunhar a evolução de uma paciente que enfrentava uma condição debilitante que afetava não apenas sua saúde física, mas também sua qualidade de vida e bem-estar emocional. Ao incorporar a cannabis em seu tratamento, notei não apenas uma melhoria nos sintomas físicos, mas algo ainda mais memorável: ela recuperou a capacidade de sorrir”, relata.
O médico conta ainda que a Cannabis medicinal desempenhou um papel crucial nesse processo, proporcionando alívio e resgatando o também o ânimo da paciente.
“ Essa experiência reforçou minha convicção sobre o potencial terapêutico da Cannabis medicinal e seu impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes.”
Como quebrar de estigmas que ainda rondam a Cannabis medicinal?
Sobre a aceitação da Cannabis medicinal pelos pacientes, o Dr. Werner destaca que ainda existe algum preconceito, mas a redução desse estigma é notável.
E é categórico ao ressaltar a importância da paciência na abordagem, entendendo as necessidades específicas de cada pessoa, fornecendo informações didáticas sobre o tratamento.
“Na minha abordagem com os pacientes, a quebra de estigmas em relação à Cannabis medicinal começa com uma comunicação aberta e educativa. Exploro as preocupações e dúvidas deles, oferecendo informações baseadas em evidências sobre os benefícios terapêuticos da Cannabis. Além disso, compartilho experiências positivas de outros pacientes que se beneficiaram do tratamento.”
Ao utilizar materiais informativos, pesquisas e dados clínicos para embasar suas explicações, o médico promove uma compreensão mais sólida e confiável.
“A educação contínua é essencial, e encorajo os pacientes a se manterem informados sobre os avanços na pesquisa médica relacionados à Cannabis. Realizo discussões abertas durante as consultas, criando um espaço seguro para esclarecer dúvidas e desconstruir concepções equivocadas”, reforça.
Ao integrar a Cannabis medicinal como parte de um plano de tratamento abrangente, Dr. Werner de Almeida Leita desmistifica a ideia de que essa abordagem é controversa.
“Destaco que a prescrição é feita com responsabilidade, considerando as necessidades individuais de cada paciente e priorizando a segurança e eficácia do tratamento. Essa abordagem gradual e educativa visa criar uma base sólida de confiança entre o paciente e o tratamento com Cannabis medicinal, contribuindo assim para a quebra de estigmas e a aceitação dessa opção terapêutica inovadora”, finaliza.
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