A trombose cerebral, um tipo de AVC, que acometeu Cisley Bataglia aos 30 anos, não foi o maior de seus problemas. Logo se recuperou, sem qualquer sequela, pronta para seguir com sua vida, embora em tratamento com medicamento benzodiazepínico.
Se sentia bem e, sendo assim, quis parar de tomar os medicamentos que seu médico receitou. Foi então que as coisas começaram a ficar preocupantes. “Eu comecei a me sentir mal. Nem entendia o que estava acontecendo.”
“Fui ao médico, expliquei a situação, e ele disse que eu podia ter que tomar esse medicamento até morrer”, disse, se referindo aos benzodiazepínicos, hipnótico e ansiolítico utilizado no tratamento de condições relacionadas ao sistema nervoso central.
“Eu achei estranho aquilo, mas eu pensei que era por causa de alguma sequela que ficou na minha cabeça”, lembra. “Fui tomando, tomando e o corpo ia pedindo cada vez mais.”
O vício em benzodiazepínicos
Sua qualidade de vida, porém, ia embora na mesma proporção. “Eu não tinha mais vontade de sair de casa.”
Somente após muitos anos, Bataglia descobriu que o problema não estava nela, mas sim o medicamento que a deixou viciada e intoxicada. “Em 2000, eu me divorciei e fui fazer terapia e disse para o psiquiatra que eu não queria mais usar isso”, conta. “Ele tentava trocar, mas todas as opções viciam. Troquei de psiquiatra e foi um desastre.”
Desde então, mantém uma batalha na tentativa de desmame do benzodiazepínico, mas toda tentativa acabava piorando sua condição. Não havia alternativa, apenas assistir por mais de três décadas seu bem-estar ir embora.
Primeiro contato com a Cannabis
Até que, certo dia, pelo Instagram, escutou falar da possibilidade do uso de Cannabis medicinal para casos como o seu. “Eu não tenho preconceito. Diante da possibilidade, comecei a estudar sobre a Cannabis e, com a ajuda de um fitoterapeuta, eu consegui um vidrinho.”
No entanto, parecia que a tentativa seguiria o mesmo caminho das anteriores. “Eu comecei a sentir muita dor no corpo e parei”, diz. “Mas eu vi que me fazia bem e que era o médico que não sabia conduzir.”
Bataglia não desistiu e deu início a uma nova busca, dessa vez para encontrar um prescritor de Cannabis. Encontrou o clínico geral com formação em medicina integrativa, Vinicius Pereira De Mesquita.
A transformação
Deu início ao tratamento no dia 14 de agosto, menos de duas semanas antes de conceder essa entrevista ao portal Cannabis & Saúde. Tempo o suficiente para relatar uma transformação completa e profunda em sua vida, após longos 36 anos de sofrimento.
“Foi um divisor de águas para mim. Já estou com 3 miligramas do benzodiazepínico, tirei praticamente todos os outros que o psiquiatra me dava, como a fluoxetina, e eu estou muito feliz.”
“Estou vendo a vida como ela é. Entrei em um estado de equilíbrio emocional e tô tirando gradativamente os benzodiazepínicos até chegar em zero. Não quero nunca mais tomar alopatia na minha vida. Eu só tive essa coragem de ajudar porque a Cannabis está me ajudando.”
“Eu comecei com o Dr. Vinícius, ele já começou a tirar os benzodiazepínicos, introduzir a Cannabis e foi tudo muito rápido. Eu não conseguia mais achar beleza em nada, alegria em nada, e agora está uma maravilha. Estou com ânimo de viver.”
De volta à vida
Uma mudança que, aos 66 anos, acaba influenciando suas amigas e família. “Eu já tô voltando a ir em aniversários, a sair com as amigas”, afirma. “Fomos viajar uma amiga até estranhou. Ela falou: como você tá boa, acorda cedo e já levanta. Nós fomos viajar em outras ocasiões e eu tinha sempre muito sono. Agora não. Eu acordo cedo, feliz, me mexendo. Não tem tempo ruim.”
“Tenho mais paciência com a minha mãe, que tem 88 anos. Eu era sempre irritada. Apesar do remédio me dopar, eu era irritada. Não saia de casa porque eu ia arrumar encrenca na rua. Agora eu sinto uma felicidade. Eu acho que a Cannabis deixa você mais lúcido e, assim, pode tomar decisões mais assertivas.”
Agora, Cisley Bataglia, além de curtir sua vida, espera que mais pessoas tenham a oportunidade que teve. “Eu gostaria muito que as pessoas deixassem o preconceito de lado e acreditassem que a Cannabis é medicinal. É diferente do recreativo, que pode ter misturas que ninguém sabe o que tem dentro.”
Agende sua consulta
Bataglia é só elogios ao falar do médico Vinicius Pereira de Mesquita. Sempre atencioso e prestativo, responde rápido sempre que lhe surge qualquer dúvida.
Você também pode dar início ao tratamento com Cannabis medicinal com a orientação do dr. Vinicius. Basta clicar aqui, preencher um breve formulário, e agendar sua consulta.
Ele faz parte de uma lista com cerca de 200 médicos prescritores, com diversas especialidades, que compõem a plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde.
É importante lembrar que a prescrição de um médico é a única forma segura e legal de ter o acesso ao tratamento com Cannabis medicinal.