O relato de Caroline Fontes, médica especialista em terapia intensiva que trocou os resgates pela medicina integrativa e a Cannabis medicinal
A medicina é múltipla. Dependendo da situação, você pode tanto imaginar um médico recebendo pacientes em seu consultório e analisando calmamente cada caso, quanto em uma ambulância, correndo contra o tempo. Na história de Caroline Fontes, temos um retrato desses dois cenários.
Especializada em terapia intensiva, a médica trabalhou durante 9 anos com resgates em Santa Catarina — fez parte da equipe dos Arcanjos do Samu local, atuando em resgate aéreo e lidando diariamente com casos delicados. “Na UTI a gente tem uma vida muito corrida, com muitos plantões noturnos, se alimenta mal, sente na pele o desgaste.”
Essa vida estressante começou a cobrar seu preço, e Fontes iniciou uma transformação que acabou alterando seu cotidiano — e sua forma de encarar a medicina. “A mudança começou em mim”, conta. Após fazer uma pós-graduação em medicina integrativa com o doutor Lair Ribeiro, passou a ver a profissão por um outro ângulo. “Mudou toda minha visão da medicina, comecei a ver de uma forma mais preventiva. Eu queria trabalhar com saúde, e era o oposto do que eu fazia.”
Decidiu então mudar de área. “Quando comecei a estudar, passei a aplicar o que aprendi na minha vida. A gente busca o equilíbrio do organismo por meio dos pilares da saúde: uma alimentação adequada, atividades físicas.”
Essa mudança reverberou não apenas na sua qualidade de vida, mas também na de sua família. “Você acaba com vontade de levar isso para mais pessoas.” Foi a partir daí que ela ingressou de vez no ramo da medicina integrativa.
Na pós-graduação, teve aulas sobre Cannabis medicinal — um assunto que não conhecia muito bem, mas que a cativou. Interessada, fez diversos cursos sobre o tema. “Nenhum curso mostra como atuar na área, mostra só os efeitos que a Cannabis tem no organismo. Eu me apaixonei mesmo quando comecei a ver os resultados.”
Sua primeira paciente tratada com Cannabis medicinal é um caso que guarda com carinho. Uma prima sua, Clara, então com 33 anos, sofria com uma depressão severa, associada a um quadro sério de ansiedade. Tomava diversos antidepressivos, mas os resultados eram insatisfatórios — a doença impedia que Clara retomasse uma vida normal, o que gerava preocupação em toda a família.
Quando começou a tomar o óleo de Cannabis, a mudança foi total, e em muito pouco tempo. “Em 6 meses ela já tinha parado com os antidepressivos. Toda a família sentiu na pele a melhora da Clarinha.”
A história de Clara será contada amanhã — acompanhe o portal Cannabis & Saúde para conhecer detalhes desse caso que mudou a vida de uma família.
Mesmo relatando um tratamento tão eficaz e rápido, Fontes é rápida em lembrar que a Cannabis medicinal não é uma cura milagrosa. “O óleo é um suplemento, ele auxilia nesse processo. Tudo age em conjunto, alimentação, exercícios, tudo”, explica a médica.
Ao ajudar a equilibrar o sistema endocanabinoide, o óleo não atua simplesmente nos sintomas, mas busca a origem do problema. “Na medicina tradicional, que a gente aprende na formação acadêmica, você faz identifica um caso pelos sintomas, e então rotula a pessoa com um diagnóstico.”
As alopatias entram aí para combater esses sintomas, mas o problema subjacente perdura. “Na medicina integrativa, com o óleo da Cannabis como suplemento, a gente equilibra e trata a causa. Inclusive desmamando as alopatias que já não têm mais os efeitos desejados.”
Fontes ainda avalia que o conhecimento sobre a Cannabis medicinal ainda é muito incipiente. “O sistema endocanabinoide foi descoberto há 20 anos, é muito recente”, afirma.
Isso gera algumas lacunas que o médico tem que enfrentar no dia a dia. “Quando fui estudar mais a fundo, percebi que não há padronização de doses. Cada pessoa, cada organismo é diferente, e responde de uma forma.”
Nesse caso, estar próximo do paciente é fundamental. “O acompanhamento diário dos pacientes me fez ganhar experiência na prática.”
Para tentar ajudar outros profissionais que buscam conhecimento sobre a Cannabis medicinal, Fontes e seu marido decidiram montar um curso sobre o uso prático de fitocanabinoides e o funcionamento do sistema endocanabinoide. “Queremos dar uma assessoria para outros médicos, para que eles possam ter segurança na hora de prescrever.”
Na hora de mandar um recado para seus colegas que ainda têm receio em relação à Cannabis medicinal, Fontes sinaliza que uma mudança está em curso. “Os pacientes não são mais leigos. Eles leem, eles buscam informações.”
Então, mesmo se um médico não pretende trabalhar com fitocanabinoides, Fontes acredita que é necessário estar atualizado sobre o tema. “Até para conseguir explicar para um paciente por que a Cannabis medicinal não é indicada em certos tratamentos. Existe muito tabu e preconceito, mas os estudos estão aí, o mundo inteiro estuda esse assunto. É preciso buscar conhecimento.”
Desde que começou a prescrever a Cannabis medicinal, Fontes coleciona casos bem-sucedidos. “Tem mãe de criança com autismo que me liga chorando para contar da evolução do filho com uma semana de tratamento. Tem pacientes com insônia não dormiam há meses e passaram a dormir bem. Pessoas com ansiedade que voltaram à vida com uma semana tomando o óleo”, lista Fontes. “Quando você vê isso de perto, é apaixonante.”
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