A faculdade em um dos principais centros de desenvolvimento de pesquisas e estudos científicos sobre a Cannabis medicinal deixou marcas na carreira da médica intensivista Carolina Pinto Nogueira.
“Na USP de Ribeirão Preto, tem grandes pesquisadores, como o professor (psiquiatra e neurocientista Alexandre) Crippa e o professor da farmacologia Norberto (Peporine Lopes), que estudam muito o uso do canabidiol, para diversos transtornos, principalmente voltado à psiquiatria.”
Porém, não foi à primeira vista o encanto com as propriedades dos fitocanabinoides. A escolha de Carolina foi por outra Residência, para trabalhar como médica intensivista em Unidades de Terapia Intensiva, focando seus estudos principalmente em casos de dor.
Intensivista e canábica
“Dentro da UTI, comecei a observar que muitos pacientes neurológicos utilizavam medicações à base de canabidiol para o controle de sintomas, por exemplo, de síndrome de West, epilepsia de difícil controle, espasticidade muscular, dor… e comecei a achar cada vez mais interessante.”
Foi então que a médica viu a necessidade de estudar mais a fundo a Cannabis medicinal. “O que eu achei interessante é que a Cannabis abre um leque de possibilidades de tratamento multifatorial. Acaba atingindo diversos aspectos da vida do paciente. Acho encantadora a melhora da qualidade de vida do paciente.”
Caso clínico
Aos poucos, começou a dividir seu tempo entre a UTI e o atendimento de pacientes em busca de terapia canabinoide. Com um caso clínico, exemplifica todo o potencial da Cannabis:
“Essa paciente foi marcante, não pela complexidade do caso em si, mas por ser simbólica, porque é o que acontece com a população em geral. Ela chegou a mim com ansiedade, compulsão alimentar e fibromialgia. Era sedentária, obesa, não conseguia acordar cedo sequer para ir trabalhar e estava afastada das atividades.”
“Tinha ido a um reumatologista, que prescreveu corticoide, sem investigar o quadro de fibromialgia. Uma medicação muito relacionada à lesão renal e ela já estava há dois meses em uso. A gente investigou um pouco melhor essa dor dela, para saber se tinha a indicação do uso de anti-inflamatório ou corticoide. A gente fez o desmame e manteve o mínimo de medicação, com um menor efeito colateral, até ajustar a dose do canabidiol.”
“O relato dela é surpreendentemente positivo, pois teve perda de peso, melhora da disposição, desmame completo do corticoide, melhora do sono. Com um mês de tratamento, retornou ao emprego dela, pois conseguia acordar cedo, dormir adequadamente. É uma coisa que acaba impactando todas as esferas da vida do paciente, de forma bem positiva, inclusive o desempenho de atividade física. Acaba contribuindo para a melhora do estilo de vida.”
“Já com a alopatia mais tradicional, a gente vê muito efeito colateral. É voltada para o problema específico do paciente e não melhoram outros aspectos da vida dele. Fora o risco de dependência, que é maior.”
“Não existe contravenção”
Observando na prática os benefícios, a médica acredita que a tendência é de que a Cannabis medicinal seja cada vez mais comum. “Estão surgindo pesquisas cada vez mais robustas, com evidências do uso dessa medicação para uma variedade de sintomas e patologias.”
“A gente tem mais segurança e informação para prescrever e tem um apelo social e da sociedade científica, para a aceitação e aplicação da Cannabis com fins medicinais. Vamos ver os próximos capítulos , mas acho que está havendo um avanço muito importante em desmistificar a aplicação da Cannabis.”
“Às vezes, o próprio paciente já chega um pouco envergonhado e a gente tem que explicar que o uso no tratamento é diferente do recreativo. É uma medicação, como tantas outras, com indicações específicas, aplicação, efeitos.”
“Pode até ter sido há um tempo atrás, mas não existe mais essa pitada de contravenção. Hoje em dia, acho que estamos conseguindo desmistificar isso.”
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