Uma vida de perdas e abandono deixou marcas profundas em Bruno Abrantes Olimpio, 48 anos. Separado da mãe ainda aos três anos de idade devido ao alcoolismo do pai, falecido pelo mesmo motivo no ano de 1993. “Já fui direto para vê-lo no cemitério. Eu tinha 18 anos.”
Na época, trabalhando em uma cervejaria, começou a descontar a frustração na bebida. O volume e a frequência só cresceram com o tempo e logo pulou para a cocaína. “Fui internado com dependência química aos 20 anos e passei dez meses em uma clínica de recuperação. Depois que saí, fiquei oscilando entre períodos ruins e bons.”
Foi somente aos 24 anos que retornou à convivência da mãe e do irmão mais novo. Uma reaproximação interrompida alguns anos depois, quando, em um acidente de carro, o irmão veio a falecer.
O fundo do poço
“Quando aconteceu esse problema com meu irmão, eu tive outro baque. Outra queda forte com álcool e cocaína. Quando eu perdi minha mãe, com câncer, em 2013, o negócio piorou. Entrei em uma depressão profunda e aumentou o consumo de álcool e cocaína.”
Apesar das dificuldades, Bruno é casado, pai de três filho, mas quase viu tudo se perder em 2017. “Depois de uma farra muito grande, minha esposa se posicionou em me deixar. Eu já não tinha pai, mãe, irmão, e não podia perdê-los. Foi quando eu decidi me tratar.”
Passou três meses em uma comunidade católica de recuperação da dependência química, mas, quando saiu, começou os sintomas que acabavam lhe jogando de volta na adicção.
“Comecei a ter problemas de sono e ansiedade, fui no psiquiatra e sai com o diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e bipolaridade afetiva. Eu ficava uma semana bem e na outra ficava mal, irritado. Uma alteração de humor muito grande”
Começou o tratamento com medicamentos convencionais. “Parei de beber e usar cocaína, mas eu ainda sentia aquele desejo do álcool.”
A Cannabis no tratamento de dependência química
Até que, em 2017, conheceu a Cannabis medicinal. “Fiquei sabendo que é usada para tratar ansiedade e insônia e que, em Nova Iorque (EUA), era usado no tratamento de dependência de opióide, crack e cocaína com um sucesso muito grande e fui atrás.”
Como o acesso ao tratamento era mais difícil na época, decidiu apostar no medicamento produzido de maneira ilegal, sem controle farmacêutico. “Quando eu tomei o óleo pela primeira vez, eu tive a melhor noite de sono da minha vida. O dia seguinte foi maravilhoso.”
Um benefício que durou pouco. “Depois comecei a tomar tombo na internet. Comprava e não chegava, ou vinha um óleo ruim.”
Marcou uma consulta com o psiquiatra prescritor de Cannabis medicinal Pietro Vanni, que indicou o óleo rico em THC. “Na primeira semana foi legal, mas depois eu comecei a sentir uma taquicardia, umas pequenas síndromes do pânico, e o médico resolveu mudar para um óleo rico em CBD.”
“Nos primeiros dias também foi legal, mas depois eu fiquei meio apático e o transtorno de bipolaridade se intensificou, com muita mudança de humor.”
O controle da dependência química
Mais uma mudança na composição do óleo, que agora trazia partes iguais de THC e CBD. “Foi onde eu encontrei. Me sinto muito bem, muito bem mesmo, e não mudei mais.”
“Foi uma mudança da água para o vinho. Minha esposa fala que existe um Bruno antes e outro depois da Cannabis medicinal. Hoje eu posso dizer que sou um cara estável.”
“Não tenho mais mudanças repentinas de humor. Claro que a gente se estressa e fica chateado pelas coisas da vida, mas aquelas mudanças de humor, que eu não conseguia ver ninguém, queria só ficar no quarto trancado, eu não tenho mais.”
“Durmo bem, levo uma vida saudável e não tenho mais desejo nenhum por álcool ou cocaína. A Cannabis me tirou totalmente a vontade. Quando dizem que a Cannabis é porta de entrada para as drogas, eu digo que, para mim, a Cannabis foi uma porta de saída da dependência química”
“Eu vou a festas com a minha esposa, brinco, me divirto com meus filhos. Antes eles eram afastados de mim e hoje são muito próximos. Uma mudança muito grande.”
Medicina maravilhosa
Com a experiência que controlou sua dependência química, Bruno se empolgou. Mergulhou no mundo da Cannabis e passou a orientar os conhecidos a respeito do tratamento com Cannabis medicinal. Seu objetivo, porém, é ir mais longe.
“Estamos na luta para formalizar a associação de pacientes Cannabis Milagrosa. A busca é para possibilitar o acesso à quem precisa e ajudar outras pessoas com essa medicina maravilhosa que mudou minha vida.”
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