Não é só dos pacientes que a Cannabis medicinal pode transformar a vida. Para o médico Bruno Bologna, dar início à prescrição de Cannabis medicinal serviu como um norte para sua vida profissional.
Com formação em música clássica, Bologna toca piano desde os dez anos. “Durante a escola, sempre estudei música erudita e fui fazer faculdade nos EUA, porque achei que seria o ideal para mim, mas não gostei. Os EUA são capitalistas para tudo, para música também, não gostei e voltei.”
No retorno ao Brasil, em uma mudança completa de rumo, decidiu que faria faculdade de medicina, seguindo os passos do pai e avô. “Até hoje não entendo o motivo de ter tomado essa decisão. Eu vivi em conflito a faculdade inteira. Não tinha prazer nos conteúdos. Eu gostava dos meus amigos, a cidade de Ribeirão Preto é incrível, e foi o que me segurou lá.”
Primeiros contatos com a prescrição de Cannabis medicinal
Bologna cursou a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, o principal centro de produção de pesquisas científicas sobre a Cannabis do mundo.
“Lá tem os pesquisadores de Cannabis, como o Alexandre Crippa e o Francisco Guimarães. Teve uma aula na farmacologia, no segundo ano, que o Guimarães falou um pouquinho pelo assunto e eu fiquei interessado. Sempre gostei muito de assuntos polêmicos e, querendo ou não, é um assunto polêmico.”
No entanto, nem se atentou à possibilidade de transformar a Cannabis medicinal em parte de sua vida. “Na faculdade, gostei de coisas pontuais, como a psiquiatria, que estou fazendo uma pós-graduação.”
Bologna, porém, nunca abandonou a música e, no retorno à São Paulo, dividia seu tempo entre a especialização, as aulas na Escola de Música do Theatro Municipal, e os plantões como médico.
“Estava bem infeliz com os plantões, até que, por sorte, meu pai conheceu o dono de uma empresa de canabidiol. A gente virou amigo e ele me incentivou que fizesse um curso sobre Cannabis medicinal.”
“Foi a primeira coisa na medicina que realmente me despertou o interesse. Comecei a estudar e ficava cada vez mais encantado. Fiquei fascinado pelo assunto.”
Ainda fez mais um curso e, no início de 2023, começou a prescrever para pessoas próximas.
O início da prescrição de Cannabis medicinal
“Comecei a ver resultados incríveis. Um amigo, que era super dependente de zolpidem, conseguiu abandonar sem efeito rebote. A mesma coisa aconteceu com uma amiga dependente de Rivotril. A minha avó, para a dor crônica dela, teve um ganho absurdo com a Cannabis.”
Bologna foi ficando cada vez mais animado e decidiu que abriria uma clínica voltada para o atendimento de pacientes em busca de prescrição de Cannabis medicinal.
“Tem um caso que me marcou muito de uma paciente com fibromialgia que não conseguia nem sair de casa para cuidar do cachorro. Vivia internada para fazer tratamento.”
“Eu comecei a prescrição de Cannabis medicinal, e, com um mês de tratamento, ela chegou radiante no retorno, falando que era outra pessoas e nunca tinha sentido uma melhora tão expressiva. Agradeceu muito e falou que mudou a sua vida.”
Um norte
De acordo com Bologna, os efeitos colaterais amenos e a amplitude da atuação é o que mais destaca a Cannabis como alternativa terapêutica. “Por exemplo, em um paciente ansioso, você consegue controlar sem que perca a libido, que é um efeito colateral que os pacientes se queixam muito com os alopáticos.”
“Outra coisa que acho incrível é, por exemplo, paciente com dor, ansiedade e problema com sono. Você consegue concentrar o tratamento desses sintomas em uma medicação só. É fascinante.”
Por todos esses motivos, o médico já não imagina sua vida longe da prescrição da Cannabis medicinal.
“Agora eu tenho um norte. Estava extremamente perdido, sem saber o que fazer da vida. Entrei de cabeça em uma área relativamente nova da medicina e que está me trazendo muita satisfação. Você vê a melhora do paciente e isso deixa a gente feliz.”
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