Um episódio traumático, aos 26 anos, deixou marcas profundas na vida de Alexandre Ramos. Diante do trauma, recorreu à Cannabis fumada, sem qualquer acompanhamento médico, desencadeando o uso crônico.
“A Cannabis me tirou a ansiedade completamente e diminui os ataques de pânico que comecei a ter. Eu passava três dias virado, sem dormir, e a Cannabis me fazia dormir.”
Com o tempo, no entanto, o panorama mudou. “A Cannabis, sem o controle da porcentagem dos canabinoides da planta, acabou piorando meu quadro. Comprava flores com altos índices de THC.”
“Eu vivia com uma sensação de perseguição. Eu ia ao shopping, ficava olhando ao redor, me sentindo incomodado, como se alguém ficasse olhando. Não me sentia confortável em ambiente externo. Me sentia sufocado, meio como uma fobia social.”
Uso crônico da polifarmácia
Ansioso, com acessos de paranoia, buscou tratamento psiquiátrico. “Comecei a tomar alprazolam, depois o médico passou topiramato. Depois o aripiprazol, a risperidona, e acho que todos os remédios para transtorno de humor. Cheguei a tomar 8 comprimidos por dia.”
Entre mudanças de medicação e pouco resultado, o tempo passou com grande prejuízo à qualidade de vida de Alexandre. A situação crítica fez com que, em 2021, fosse internado por 27 dias, na tentativa dos psiquiatras de regular a administração dos medicamentos de alguma forma que trouxesse benefícios.
Somente então, com mais de 30 anos de idade, começou a entender seu caso. Suas intensas variações de humor foram identificadas como sintomas do transtorno bipolar, que se somou ao trauma, uso crônico da maconha e a polifarmácia dos medicamentos alopáticos.
Apesar do diagnóstico, o tratamento à disposição seguia sem grandes efeitos positivos. Até que, no início de 2023, entendeu que a Cannabis era a única coisa que teve efeito positivo ao longo do tempo. No entanto, sem acompanhamento médico e acesso a produtos com padrão farmacêutico, saiu do controle.
Do uso crônico ao medicinal
Decidiu que o caminho seria buscar o acompanhamento com um médico psiquiatra. “Foi bem difícil encontrar um psiquiatra a favor da Cannabis, mesmo do óleo, pois eles viam o tratamento como se fosse um floral. Ninguém sabia sobre o sistema endocanabinoide. Não entendiam e não tinham interesse em aprender, seja sobre o sistema ou os canabinoides em si.”
Só conseguiu quando encontrou o portal Cannabis & Saúde e, pela plataforma de agendamento, marcou uma consulta com a médica Gabriela Reginatto Mânica. “No início, eu não senti nenhuma alteração. Não senti nada psicologicamente, corporalmente. Quando completou uma semana, eu senti a mudança de comportamento. Estava mais calmo, meu sono mudou.”
“Tirou a ansiedade totalmente. Tenho ansiedade de coisas normais, com alguma notícia, mas não do jeito que ficava antes. Não conseguia sentar e focar para trabalhar. Antes, eu não conseguia manter uma rotina de produção por causa da ansiedade.”
Com a melhora, reduziu o número e a frequência dos medicamentos alopáticos para dois ao dia, além de tomar o óleo de Cannabis medicinal full spectrum rico em canabidiol. “Eu não tive mais crises maníaco depressivas. De hipomania, é muito pouco, quase nada.”
“A principal mudança foi conseguir ter um convívio social. Sair, conversar com as pessoas, olhar no olho. Coisas que eu não conseguia fazer. Tudo tirava a minha atenção e eu não conseguia focar na minha conversa. Isso mudou.”
Diferenças na Cannabis
Aos 35 anos, sua trajetória e experiência o fez mudar completamente sua visão e relação com a Cannabis. “Fumada, a Cannabis me tirava a ansiedade instantaneamente. Eu não precisava dar duas carburadas no cigarro da flor, que eu já sentia o efeito de relaxamento do corpo.”
“Depois eu fui entender que a flor tinha efeito rápido, mas em 15 minutos, uma hora, já passava. O óleo demorou para fazer efeito, mas ele me mantém o dia inteiro, e sem os danos físicos ao pulmão por causa da fumaça.”
“Hoje eu defendo a Cannabis somente para o uso farmacêutico para o uso em tratamento médico. Não recomendo o uso recreativo de nenhuma droga. Tem pessoas que precisam do THC alto, mas grande parte usa de forma recreativa e não entende o psicológico do por quê está usando.”
“Tudo bem usar de forma recreativa. É uma droga mais leve que o álcool. Mas, assim como no alcoolismo, tem uma explicação psicológica que deve ser acompanhada por terapias porque o certo do ser humano é estar em seu normal, sem qualquer alteração psíquica seja com a droga que for.”
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